"Eu só estou viva quando estou contigo. Longe de você, de sua voz, de seu corpo parece que o mundo não gira. Afinal, você é meu mundo..."

Três dias demoraram mais para passar do que meus quase 10 anos como vampira. A ansiedade para ver Edward acordar era enorme.

As crianças foram para a casa do Jacob. Tivemos que contar para a mãe do Edward o que éramos vampiros e que transformei o filho dela e ela aceitou ate que bem depois que dissemos que ele estava morrendo.

Alec pediu para Esme para entrar na família e ela como é coração mole aceitou ele muito bem, Alice e Emmet também o problema foi somente Rose e Jasper.

- Acorda vai – eu disse a Edward mesmo sem ter certeza de que ele podia me escutar – preciso de você.

Nada.

Eu não sai do lado dele durante todo esse tempo, e durante todo esse tempo ele não fez nada. Absolutamente nada. Sem gritos, sem mexer um músculo. Eu estava muito preocupada.

Vinte minutos depois escutei todos saírem da casa para caçar, mas eu fiquei, como sempre.

Passaram-se cerca de quatro horas e nada. Abaixei minha cabeça e a apoiei na cama, e me senti cansada. Vampiros não deveriam se sentir assim. Apertei a mão de Edward, sua temperatura era a mesma que a minha. Senti minha mão ser apertada de volta, primeiro pensei que fosse uma ilusão, mas depois olhei para cima e percebi que ele tinha a cabeça erguida e me encarava.

- Oi – eu disse baixinho, pois sabia que barulhos muito altos o assustaríamos.

- Oi – ele disse no mesmo tom, se sentou na cama e eu me sentei ao lado dele.

- Senti sua falta – eu disse encostando-me nele. Ele passou os braços a minha volta e me apertou contra ele.

- Estou com sede – ele comentou e pela primeira vez percebi seus olhos vermelhos, que agora estavam bem escuros.

- Vamos caçar – eu disse me levantando e ele me acompanho, porem em sua velocidade vampiresca, teria de ajuda-lo a controlar isso.

Saímos de casa e encontramos os outros Cullen’s chegando da caçada, estava tudo bem, todos sorriam ate que Edward deu um grito.

- Parem de falar – ele pediu ajoelhado e com as mãos na cabeça como se sentisse dor. Ele lia mentes, e todos aqui pensavam alto demais.

- Parem de pensar, deixem suas mentes vazias – pedi e Edward se levantou, como se estivesse melhor.

- O que aconteceu? – ele perguntou. Peguei sua mão olhei no fundo de seus olhos e liberei o escudo de minha mente.

“Você lê mentes” pensei e ele me olhou confuso.

- Como assim?

“Vamos caçar, eu te explico no caminho” pensei novamente e olhei para as pessoas na minha frente eles todos me olhavam com cara de interrogação, mas não pareciam pensar em nada.

- Vou caçar com Edward, depois eu explico direitinho, ta – todos assentiram e entraram na casa – Vem Ed – o puxei ate a floresta atrás da casa devagar.

- Você sabe que tem um rio ai né? – ele perguntou e eu sorri.

- Vamos pular – falei e pulei o rio, logo ele fez o mesmo sorri para ele e corri, percebi que ele começou a me seguir, ele era bem mais rápido que eu – aqui já esta bom – eu disse e ele parou, um pouco mais a frente. Corri ate ele e ele sorria.

- Isso foi legal – ele disse animado, tive que rir.

- Feche os olhos – mandei e ele fechou, cheguei perto dele e segurei em suas mãos e olhei em seu rosto – agora me diga o que você escuta.

- Tudo – ele respondeu eu ri.

- Sinta o cheiro – mandei quando veio uma brisa com o cheiro de alguns alces – abra os olhos – ele abriu – cace.

Ele saiu correndo e eu fui atrás, ficando sempre um pouco para trás para que ele não parasse de caçar. O vi achar o alce e abatê-lo, tomando o sangue dele. Fiquei o observando, quando ele terminou se levantou e olhou para mim e sorriu brilhante. Se o sorrido dele antes de vampiro me deixava sem ar, agora então.

- Como fui? – ele perguntou.

- Muito bem – falei e ele veio ate mim e me abraçou um pouco forte demais – Edward, você é mais forte que eu – falei sentindo dor, por causa da minhas quase quebradas costelas.

- Desculpe – ele disse se sentindo culpado e me soltando imediatamente e saindo de perto de mim.

Ele se sentou em um tronco de arvore caído com a cabeça nas mãos. Fui ate ele e me sentei ao seu lado, ele me olhou.

- Eu controlei minha força durante todo o tempo em que estivemos juntos – falei – a diferença é que se eu usasse um pouco mais de força com você podia te matar, se você usar um pouco mais de força comigo eu só vou sentir dor.

- Eu não quero que você sinta dor – ele falou e passou um braço pela minha cintura, me puxando para ele.

- Você vai aprender, mas antes temos assuntos um pouco mais sérios que isso – falei.

- Porque eu consegui escutar o que as pessoas pensavam? – ele perguntou.

- Lembra quando eu te contei sobre vampiros que tem poderes? – perguntei e ele assentiu – o seu poder é ler mentes.

- Eu vou poder escutar o que todos pensam? – ele perguntou e eu assenti – tipo vozes na minha cabeça 24h por dia?

- Sim – falei.

- Eu vou enlouquecer – ele comentou.

- Eu posso tentar ajudar – comentei e ele olhou me incentivando a continuar – bom, teve uma vez que apareceu um vampiro que lia mentes como você em Volterra, e com ele uma garota que era como uma escudo...

- Escudo? – ele me interrompeu e eu o olhei mortalmente.

- Ela conseguia manter todas as vozes longe da mente dele – continuei – ai ela liberava aos poucos para ele se acostumar. Eu copiei os poderes dela, mas nunca tentei para ver se conseguia.

- Porque não leio sua mente? – ele me perguntou.

- Um dos meus muitos poderes copiados é um escudo contra poderes mentais – falei.

Ele não disse mais nada, somente me beijou daquele jeito que só ele sabe. Ficamos assim ate quase anoitecer.

- Vamos pra casa? – perguntei.

- Lá é barulhento demais – ele disse e eu sorri.

- Eu vou te ajudar...