A Lua Cheia (HIATUS) escrita por Breh


Capítulo 4
Capítulo 4 - Inexplicável




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A semana passou tão lentamente que por um segundo desejei não estar viva. Eu estava passando algumas semanas na casa do meu avô Charlie, não foi necessário explicar a situação e nem usar meu toque com papai para ele entender, ele pôde ver em meus olhos, só pedi para ele não contar o verdadeiro motivo para a mamãe - que eu duvidava que ele conseguiria guardar algum segredo dela, mas tentei - e ele assentiu com a cabeça. Fiz as malas e saí dali logo na manhã seguinte, após passar a noite toda chorando baixinho e ouvindo músicas, que não me deixavam pensar, assim papai não se preocuparia em ficar acordado a noite toda lendo meus pensamentos, porém, com certeza o choro ele ouviu. Impossível não ouvir algo com a super audição de vampiro.

O telefone tocou novamente. Olhei para a cômoda ao lado de minha cama - onde estava o telefone - e suspirei. Fechei os olhos por alguns segundos e peguei o telefone; era ele novamente. Terceira chamada só esta manhã, ele não desistiria, mas eu sabia que no fundo quem sofria mais era ele - ou não - por não ter me contado a verdade nenhuma das vezes que eu pedi e quase implorei, agora era tarde demais.

Já pronta para ir a escola, desci as escadas e me despedi de meu avô com um beijo na bochecha. Acho que ele nunca se sentira mais em casa do que comigo ali, ele estava sozinho demais depois que mamãe se casou, acho que para ele era como voltar no tempo, só que com algumas melhorias, não havia Edward, que o deixava bem contente, porém, havia Jacob, que o deixava extremamente contente, por algum motivo, Jacob era como um filho para ele, ou um sobrinho querido, tudo melhorou depois que ele superou sua aversão pela "outra forma" de Jacob, e também depois que deixou de tentar saber a verdade sobre os Cullen e obviamente sobre mim, ele mantinha sempre a frase "Só saber o necessário" e que assim seja.

Estacionei meu Porsche Panamera branco na mesma vaga de sempre do estacionamento do colégio - o mesmo que mamãe, papai e meus tios estudaram - e logo entrei, fui caminhando em passos leves e curtos até a minha primeira aula, que seria Espanhol, na mão direita eu carregava um livro e nos ombros carregava a minha mochila. Minha expressão facial era a mesma de sempre, eu sorria e acenava para os conhecidos, cumprimentava os amigos, como se nada tivesse acontecido - sim, eu era uma boa atriz -, eu era um pouco popular na escola por ser uma Cullen, mas uma Cullen não assustadora, eu dizia que era uma prima distante dos Cullen de Forks e que moraria com eles de agora em diante por ter sido orfã recentemente. A professora já se encontrava em sua mesa, eu não estava atrasada - milagre -, me sentei no lugar de sempre, ao lado da minha amiga Annabeth, coloquei a mochila sobre a mesa, afim de pegar meu caderno e canetas, mas assim que puxei o zíper para cima caíram todas as minhas canetas no chão, desorganização era uma merda!

– Que droga! - Exclamei, com raiva e me abaixei para pegar as canetas, uma por uma, que por um azar enorme, só eu tinha, metade havia caído debaixo da cadeira do garoto que sentava a minha frente.

– Não, porque este lugar é meu desde o começo do ano, não tem como ir lá atrás? - Ouvi Annabeth falando, em tom de irritação, alguém pedira para ela trocar de lugar.

"Ótimo!" pensei. "Era só o que me faltava."

Fiz um pequeno esforço e tentei reerguer minha cabeça e meu tronco que metade estavam sufocados em baixo da mesa, mas a tentativa foi em vão, bati a cabeça na mesa, o que me deixou ainda mais nervosa, mas poucos segundos depois consegui me esquivar e levantar de volta a posição normal. Finalmente veria o idiota que agora sentava ao meu lado. Eu não sabia, mas deduzi que Annabeth havia sido comprada e saíra do lugar rapidamente.

– É melhor me dar boas vindas e fazer minha mudança de colégio valer a pena. - Disse Jacob, esboçando um sorriso enorme e confiante.

Respirei bem fundo e olhei para o lado oposto, será que eu estava louca? Belisquei meu braço para ver se eu pulava da cama ou apenas acordava, mas nada aconteceu; Jacob Black estava sentado ao meu lado, na minha aula de espanhol, na minha escola, em Forks.

– Se você um dia já teve consideração por mim, por favor me diga que isso é só um pesadelo e que eu vou acordar assim que Charlie perceber que eu estou gritando loucamente na cama e jogar um balde de agua fria em mim. - Disse á ele, não era o que eu queria dizer, mas simplesmente saiu, como se as palavras saíssem por vontade própria.

– Ah Ness, não exagere, você sabe que tende a ser dramática. - Brincou Jacob, caindo na gargalhada.

Provavelmente ele estava tentando ver se conseguia arrancar um sorriso do meu rosto e me fazer esquecer tudo o que a Emily disse, era assim que Jacob fazia quando via que eu estava magoada, sempre deu certo, mas não desta vez.

– Senhorita Alvaréz, eu não me sinto bem, posso me retirar, por favor? - Pedi à professora, neste segundo eu já estava em pé, queria sair dali o mais rápido possível. Passei bruscamente por Jacob e sai da sala assim que a professora disse "si".

Caminhei pela escola toda tentando segurar as lágrimas que tentavam cair, não achei um local vazio, então fui para o estacionamento. Estava chovendo muito forte, mas não havia vento e a chuva não estava tão fria, e mesmo que estivesse, eu nem ligaria, qualquer coisa era melhor do que estar perto de Jacob naquele momento. Me encostei em meu carro, ainda do lado de fora, e fechei os olhos; Meu coração batia tão forte que pensei que teria um infarto, o nó em minha garganta voltara com mais força que antes, as borboletas brotaram em meu estômago e mais uma vez as lágrimas caíram sem parar. Apoiei as mãos no capô do carro e respirei fundo várias vezes, parecia que não havia ar, minhas roupas estavam encharcadas e finalmente comecei a sentir frio. Escutei passos apressados vindo atrás de mim, em minha direção, a esta altura eu já não duvidava que seria Jacob novamente, não duvidava de mais nada.

– Hey, me escuta, Renesmee, você vai me ouvir... - Disse Jacob em alto e bom tom, segurando-me firme pelos braços ele me virou e fiquei de frente para ele, quando tentei falar algo ele colocou sua mão em minha boca, tapando-a.

– Escuta... Eu, eu não sei o que a Emily te disse, quer dizer, eu sei, mas não tem nada a ver. Nada. O que eu sentia pela Bella mudou completamente assim que eu te vi nos braços de Rosalie, no dia em que você nasceu, nunca senti nada tão forte em toda a minha vida, Renesmee. Eu tive um imprinting por você, é mais que amor, mais que paixão, mais que amizade, você é todo o meu mundo agora, não há espaço para outra pessoa na minha vida, e mesmo que houvesse, eu quero você, desde sempre, me perdoa por não te contar isso antes, não quis que se sentisse pressionada, achando que era sua obrigação ficar comigo, eu só quis deixar tudo acontecer no tempo certo, me perdoa... Eu.... - Ele estava ofegante, e eu pasma, as lágrimas não paravam de escorrer sob meu rosto, seus olhos também estavam cheios de lágrimas, aquele momento foi como se aquela corrente que nos segurava estivesse se apertado ainda mais, nos juntando finalmente.

– Eu te amo, Jake. Não quero mais ser sua amiga. - Admiti, aquele era o momento perfeito, era como se o mundo finalmente estivesse em seu devido lugar.

Ele soltou meus braços e se aproximou de mim, ficamos cara a cara, suas mãos quentes e macias pousaram-se em minha nuca, e seus lábios tocaram os meus, passei minhas mãos em volta de seu pescoço, e assim demos um beijo doce, molhado, quente e envolvente.

Sinceramente perdi a noção do tempo, poderíamos ter ficado ali nos beijando por anos e eu nem notaria, mas acho que durariam apenas alguns minutos.

– Eu também te amo, Nessie. - Disse Jacob por fim.

Sorri, não foi um sorriso qualquer, foi o verdadeiro sorriso de satisfação total e completa, foi o melhor sorriso que já dei, nunca me senti mais feliz e com mais motivos para sorrir, ainda mais depois do lance do "imprinting", eu já havia ouvido algumas lendas sobre isso, mas não sabia que era real, não até eu sentir de verdade o que é estar inteiramente conectada a alguém, meu alguém, meu Jacob.

Nos abraçamos e conversamos ali no estacionamento até o final das aulas, esclarecemos tudo finalmente, e aquele nó na garganta, borboletas no estômago, angustia e tristeza tinham desaparecido tão rapido quanto surgiram.

– Vamos, eu vou te levar para a casa. - Disse Jake, dando-me um selinho.

– Bom, quem está com o carro sou eu, então eu te levo para a casa, rá. - Disse rindo e entrando no carro.

– Mas quem vai dirigir sou eu, rá! - E me empurrou para o banco do passageiro.

Não discordei, apenas fiz um biquinho e sorri.

O único problema agora seria a conversa com mamãe, eu queria saber o motivo dela não ter me contado essa história antes, foi injusto da parte dela, eu cheguei até a pensar em coisas que se papai soubesse me trancaria em uma torre para sempre, assim como Rapunzel. Mas tudo estava bem, tudo se resolveria.


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Notas finais do capítulo

Finalmente o momento tão esperado, rs. Espero que gostem, não esqueçam de deixar reviews ^^