Remember Me escrita por liina


Capítulo 26
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

demorei mas postei uhuuuuules! haha
só não vou pedir desculpa pela demora DE NOVO porque vocÊs já devem ter percebido que minha vida é meio que uma bagunça (e esse primeiro ano te mata de estudar)
só uma coisinha.... vocês viram a nova tatoo do Zayn? fiquei chocada, não curti muito não, pra falar a vdd, e vcs? hahaha.
ps: estou começando a achar que ele pode terminar assim ainda: http://25.media.tumblr.com/tumblr_m5vmi9zquj1rwyacio1_500.png kkkkkkkk :B



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ABRIL 2011

Abri os olhos e demorei alguns segundos até perceber onde estava: na casa de Sam, em Londres; no sofá, para ser mais específico, já que Rob não deixava com que eu e Sammy dormíssemos na mesma cama.

Espreguicei e avistei Samantha sentada na pequena mesa da cozinha do apartamento, de costas para mim e alheia ao fato de já estar acordado, ocupada demais mexendo no contudo da caneca repousada à sua frente.

Segui até ela e depositei um beijo em sua bochecha, cochichando um “bom dia” em seu ouvido e recebendo um sorriso torto enquanto ia me sentar na cadeira à sua frente.

Conversamos por um bom tempo, mas Sam estava meio distante, com a cabeça em outro lugar, assim como tinha estado durante todo o fim de semana; assim como estava nas ultimas vezes que nos falamos por Skype ou telefone. Perdida, com os olhos vazios.

E isso me assustava, exatamente por se tratar de Samantha.

SAMANTHA’S P.O.V

Chequei meu celular mais uma vez e observei enquanto Ellie andava de um lado para o outro em minha frente.

Balançava minha perna de um lado para o outro, enquanto zapeava pelos canais de TV tentando parecer tranquila. Como se não ligasse para o fato de que os meninos entrariam pela porta mais cedo ou mais tarde dizendo se tinham ou não passado na prova.

Como para que o resultado chegasse por correio demoraria uma semana a mais do que ir buscá-lo na própria faculdade, os cinco pularam dentro do carro de Louis e foram o mais rápido possível em direção a Cambridge.

Parei de prestar atenção no que Ross dizia a Monica, na TV a minha frente, e repassei os acontecimentos dos últimos três meses em minha mente, sorrindo eventualmente ao me lembrar de alguns deles.

O problema era que o tempo estava passando muito rápido – se tivessem sido aprovados, mais um mês e os meninos estaria indo para a faculdade – e, talvez por esses últimos meses terem sido uma loucura, com a formatura dos garotos, o aniversário de minha avó (o que resultou em metade da família vindo para minha casa), o namoro com Liam... Tudo isso parece ter tido influência sobre os pequenos ponteiros do relógio, fazendo com que rodassem mais rápido que o normal.

Mas o problema maior ainda era que eu tinha me apegado. Meu relacionamento com Liam tinha me feito entrar em uma zona de conforto quase impossível de sair. E foi assim que sussurrou em meu ouvido, enquanto tomávamos chocolate quente debaixo de uma coberta em um dia frio, que me amava, eu tive certeza (não que não soubesse antes, mas nessa hora tive certeza) que seria muito difícil deixa-lo partir.

E era por isso que um pequena parte de mim desejava que ele não passasse na prova. Mas eu me sentia culpada no segundo após pensar isso, o que me fazia incentivá-lo ainda mais a estudar.

A porta abriu, tirando-me de meus devaneios, e logo cinco garotos se encontravam parados no meio da sala dos Calders.

- e então? – perguntamos juntas.

- então... – Harry coçou a nuca e olhou para o chão, fazendo meu coração apertar.

- bom, o importante é que.. – Lou deu de ombros sem terminar a frase e Niall bateu em seus ombros, como forma de consolo.

Fiquei com as palavras entaladas na garganta por alguns segundos, tentando pensar na melhor maneira de dizer que poderiam tentar novamente, ou que se esforçaram muito, quando começaram a rir.

- nós passamos! – Zayn quase gritou e corremos na direção deles, abraçando todos de uma vez só e sorrindo de orelha a orelha.

- vocês caíram direitinho – Liam disse entre risadas e Niall completou:

- serio, alguém devia ter filmado a cara de vocês – fizeram uma interpretação de nossa suposta cara e eu revirei os olhos.

- péssima piada! – Ellie disse dando um tapa no ombro de Lou.

- eu não acredito que passaram! – fiquei na ponta dos pés e dei um beijinho em Liam.

- e então, quando começamos a embalar as coisas? – a mãe de Eleanor disse assim que entrou em casa e os meninos sorriram, orgulhosos.

A mãe de Liam acabou decidindo fazer um jantar para comemorar e foi assim que acabamos espalhados pelo sofá e pelo chão da sala de Liam (já que não haviam lugares suficientes na mesa para nós e nossos pais, os quais já estavam bêbados e falavam sobre como seus bebês tinham crescido).

- vocês estão sentindo isso? – Zayn perguntou de repente entre uma garfada e outra em seu espaguete

- isso o que? – Niall perguntou de boca cheia.

- o doce som da liberdade que vamos ter daqui a um mês – disse fechando os olhos e jogando a cabeça para trás.

- pois eu estou escutando outra coisa... – Harry disse e Zayn abriu os olhos rapidamente, olhando em sua direção. Hesitou por um momento e então falou – estou escutando o doce som das gatas da faculdade passando seus números de telefone e pedindo para passarmos em seus quartos mais tarde – disse repetindo o gesto de Zayn e dando um aperto de mão no moreno logo depois.

- eu não gostei nadinha desse som – Ellie se mexeu nos braços de Louis quase derrubando o prato que dividiam.

- são eles que estão escutando, porque está olhando para mim? – Lou disse com as mãos para cima, e deu um beijo nela.

- eu não quero saber disso, viu Sr. Payne – puxei o cabelo de Liam, que estava sentado no chão à minha frente e ele deitou a cabeça para trás, repousando-a em meu colo e sorrindo.

- pode deixar, linda. Nada de telefones – riu e eu abaixei em sua direção juntando nossos lábios por alguns segundos.

- eu vu sentir falta de vocês, meninos – Eleanor disse com os olhos enchendo de água e Louis a apertou mais em seus braços.

- sem chorar mais, porque senão eu choro também – limpou uma lágrima que escorreu pela bochecha dela.

Ficamos lá até as duas da manhã, quando todos começaram a ir embora e, talvez por já estar bêbado ou talvez por saber o quanto eu iria reclamar de saudade nos próximos meses, Rob deixou que eu dormisse na casa de Liam.

Fiquei com preguiça de ir até minha casa pegar um pijama e peguei um moletom azul e uma blusa preta de manga comprida de Liam.

Deitamos debaixo da coberta e me encolhi perto (lê-se quase em cima) de Liam. Ele passou deu braço por trás de mim, me puxando para mais perto, enquanto brincava com meus dedos com sua mão esquerda.

Respirei fundo e fechei os olhos sentindo algumas lágrimas já chegarem a eles.

- é possível alguém realmente morrer de saudade? – perguntei no escuro do quarto e pude escutar a risada de Liam. 

- realmente? – imaginei um sorriso brincalhão em seus lábios e concordei com a cabeça – Sam, a gente vai conversar por telefone, e por Skype e por mensagem, tudo...

- eu sei. Mas não é o suficiente... não é a mesma coisa que... isso – disse me apertando mais a ele e seu braço me puxou ainda para mais perto.

- eu sei, mas eu vou vir aqui sempre, e você também pode ir pra lá quando quiser... além de que é apenas por um ano, porque você disse que vai fazer faculdade lá também, não é?

- muita coisa pode acontecer em um ano... – sussurrei e ele deu um beijo no topo de minha cabeça.

- vai dar tudo certo, eu prometo.

Dormi calma, pensando não no tempo em que ia passar longe dos cinco, mas sim na felicidade de ver meus garotos formando. Só de imaginar Harry como arquiteto, Liam como advogado, Zayn como professor, Louis como jornalista e Niall como o mais famoso chef de cozinha de Londres, aclamado por críticos de todo o mundo, como ele mesmo dizia, eu me senti bem.  

****

LIAM’S P.O.V.

Gritei Zayn na ponta da escada mais uma vez, alertando-o que iriamos nos atrasar para o voo e saí da casa, desistindo de tentar não matar ele e preferindo sentar no balanço de madeira colocado na varanda.

Era incrível como o tempo passava rápido. O que pareciam alguns minutos, logo se tornavam alguns dias, e então, antes que você esperasse, já estava na faculdade há dois meses, morando em uma casa com seus quatro melhores amigos.

Porque sim, tínhamos desistido da ideia de morar na faculdade mais rápido do que pensava, por vários motivos:

1)       O colega de quarto de Niall era gay e vivia dando em cima do duende (eu tinha realmente medo de deixa-los sozinhos no quarto algumas vezes, tenho que confessar);

2)       Já o colega de quarto de Harry era um garoto muito religioso que acreditava que as relações mais intimas, digamos assim, só podiam acontecer depois do casamento. Ou seja, cada garota que Harry levava pra cama acabava ganhando um sermão de um Theo que aparecia do nada;

3)       Zayn tinha tanta coisa que não cabia em apenas um quarto. Ainda mais um quarto dividido;

4)       A biblioteca estava sempre cheia, me fazendo estudar no dormitório, sendo um garoto muito bacana que dormia no quarto ao lado fazia questão de deixar seu rock ligado o dia todo, na maior altura possível. Não que eu não gostasse das músicas, eram ótimas, realmente, mas não na hora que você precisa de pontos na matéria da professora mais chata;

5)       E quanto a Louis... bom, Lou sempre quis morar em uma casa desde o primeiro minuto, então foi apenas questão de segundos depois de apenas cogitarmos a ideia, e ele apareceu com uma enorme variedade de casas à venda.

E assim viemos parar aqui, nessa pequena casinha em uma rua perto do centro da cidade, perto da faculdade, perto de vários pubs... perto da hora do avião chegar! Gritei Zayn mais uma vez e entrei no carro, ameaçando ir embora sozinho e deixa-los irem a pé.

- calma Romeu, a Julieta não vai fugir não – Zayn chegou abotoando a blusa e entrou no carro, pegando o lugar do passageiro – além do mais, a namorada do Lou também vai chegar e nem por isso ele está tão aflito...

- o Louis pegou um taxi em direção ao aeroporto faz quinze minutos – disse levantando uma sobrancelha enquanto dava a partida no carro.

- então a gente deve estar atrasado mesmo – disse e Niall riu no banco de trás.

Comecei a acelerar e costurar o trânsito mais vezes que o normal e um sorriso torto apareceu na boca de cada um dos três.

- se vocês fizerem mais alguma piadinha sobre a minha pressa para ver a Samantha, eu juro que jogos os três pra fora do carro – disse batucando o volante esperando, pacientemente, o sinal abrir.

- mas que saudade é essa, até parece que vocês não se falam todos os dias no Skype.

- é, Nialer, mas acontece que não é a mesma coisa... pelo Skype você não pode tocar na pessoa, não sei se você tá sabendo disso...

- você tá mesmo falando de tocar a minha irmã na minha frente?

- Harry, por favor, quantos anos você tem?

- tenho idade suficiente para saber o que quer dizer com tocar... – olhei pelo retrovisor e vi um sorriso malicioso brotar em seus lábios – e não se deixe enganar, posso estar sorrindo, mas ela continua sendo minha irmã, e eu não gosto disso...

Revirei os olhos enquanto suas risadas enchiam o carro e, quando achei que tinha terminado Harry abriu a boca de novo.

- falando nisso, por acaso vocês alguma vez já dormiram juntos? – perguntou como quem está apenas perguntando se você gosta de maçã.

- Harry, pelo amor de Deus... – disse deixando minha cabeça tombar até que encostassem em minhas mãos apertadas no volante, sentindo minhas bochechas ficarem tão vermelhas quanto o sinal que acabara de fechar à minha frente.

- que foi? Até parece que não somos amigos e não dividimos esse tipo de coisa... – deu de ombros e imaginei o que aconteceria se virasse para trás e lhe desse um soco. Me limitei a apenas olhá-lo pelo retrovisor e dizer:

- Harry, ela é a sua irmã!

- vocês não deixa de beijar ela na minha frente só por causa disso – Zayn fez uma cara de quem concorda.

Abri a boca para falar, mas Niall me cortou.

- falando nisso, aquela tal de Miranda, que você levou lá em casa outro dia, te ligou ontem

- ligou é? E disse o que? – Harry voltou sua total atenção para ele e agradeci o irlandês com um sorriso pelo retrovisor.

Não demorou muito e finalmente chegamos ao aeroporto. Joguei a chave no colo de Zayn e quase pulei para fora do carro, com a tamanha pressa com que estava de chegar até onde as meninas iriam desembarcar. Pressa para vê-la.

- achei que não fossem chegar mais – Louis disse ao me ver chegar bufando ao seu lado.

- eu também – apoiei as mãos nos joelhos e Zayn me deu um tapa nas costas ao parar ao meu lado.

- viu? Eu disse que ia dar pra chegar a tempo...

Olhei para ele com uma vontade enorme de raspar aquele maldito topete e ele riu.

Não demorou muito, pude ver Eleanor sair da sala de desembarque puxando Sammy pela mão. Mas, assim que viu Lou, soltou-a e foi correndo em direção ao namorado.

Levantei meu corpo, ainda bufando um pouco por causa da corrida, e vi Sam me olhando com um sorriso torto e colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Dei alguns passos em sua direção, e ela deixou cai a única mochila que trazia, passando os braços em volta de meu pescoço. Tirei seus pés do chão e rodei com ela, apertando-a cada vez mais.

- que saudade – ela disse antes de juntar nossos lábios, assim que a pus no chão e aquelas palavras soaram como música em meus ouvidos.

Zayn chegou perto e a cutucou, nos separando um segundo depois e colocando as mãos na cintura olhou feio para Samantha.

- eu não ganho nenhum abraço? Mesmo depois de ficar horas apressando o Liam para sair de casa para que não perdêssemos o voo? É isso mesmo?

- Zayn, por favor! – Sammy, ainda pendurada em meu pescoço, disse – em que planeta você teria que apressar o Liam?

Depois de fazer o maior drama, olhando Sam feio de cima a baixo, fingir de bravo e sair andando, a meio metro saiu correndo atrás do moreno e lhe deu um abraço.

Logo estávamos no carro, com Harry dirigindo e Niall ao seu lado no banco da frente, e fomos para casa deixar as coisas das meninas antes de almoçar.

- ah, Liam, eu esqueci de falar – Harry disse me olhando pelo retrovisor – a Rebeka ligou enquanto você estava no banho. Cinco vezes. -  levantou as sobrancelhas.

- achei que a crise de vocês tinha passado – Niall virou para trás e me encarou.

- quem é Rebeka? – Sam indagou ao meu lado.

- é uma garota da sala de Liam, ele estava a ajudando com algumas matérias.

- ela é bem legal, vocês vão adorá-la – Zayn sorriu em nossa direção e eu respirei fundo.

- mas que crise é essa? Você não comentou nada – Sam disse com um sorisso que (ao meu ver, pelo menos) parecia sincero, o que me acalmou.

- ah, não é nada de mais... – dei de ombros – ela só pisou na bola comigo – dei um pequeno sorriso para ela e um beijo em sua bochecha.

****

Tínhamos decidido almoçar em um restaurante mexicano perto de casa e rimos tanto dos casos que as meninas tinham para contar do colégio que, por um momento, achei que a senhora gorda atrás do balcão iria nos expulsar do lugar, falando com aquele sotaque mexicano que, quando estava brava, fazia com que eu não entendesse uma palavra sequer que saia de sua boca.

Harry e Zayn tinham que passar na faculdade para pegar alguns papeis, Lou foi dar uma volta pela cidade com Eleanor e Niall, Sammy e eu fomos a pé para casa.

Niall decidiu ir testa alguma coisa que tinha visto na aula de gastronomia, e eu e Sam nos sentamos no balanço de madeira ao lado de fora da casa. Ou melhor dizendo, Sam se deitou em cima de mim no balanço de madeira do lado de fora da casa.

Ficamos conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, enquanto eu mexia em seus cabelos, me perdia na imensidão verde de seus olhos e pensava o quanto era sortudo.

- Liam? – escutei uma voz conhecida e olhei para cima, vendo uma garota loira hesitando nos degraus que levavam à varanda. Vi que Sammy também tinha seguido o som da voz e se sentou, dobrando as pernas que estavam esticadas em meu colo e encostando as costas no braço do balanço – eu... eu posso voltar outra hora, não sabia que você estava ocupado... – disse já se virando para ir embora.

- não, tudo bem – Samantha se manifestou ao meu lado – Harry disse que você ligou quatro vezes, deve ser importante – abriu um sorriso e tive vontade de esganá-la – você é Rebeka, não é?

- eu realmente não quero atrapalhar – disse sem graça, mas Sammy se levantou e me puxou, para que ficasse em pé também.

- não vai atrapalhar nada. Levem o tempo que precisarem para pôr os pingos nos “i´s” – disse sorridente e ficou na ponta dos pés, me dando um beijo estalado na bochecha.

Tinha que confessar que ela estava quase me contagiando com aquela felicidade toda; me deixando quase tão a vontade quando quanto à loira à minha frente parecia estar.

- aonde você vai? – disse segurando seu braço antes que entrasse na casa.

- vou aproveitar que levantei pra fazer pipoca e colocar o computador de Harry na TV pra ver adiantar os episódios de Revenge que você disse que iria ver comigo.

- eu não vou demorar – Rebeka disse.

- não se preocupem, tenho o Niall como companhia, e, também, tenho que aproveitar seus dotes culinários e sua boa vontade para explorá-lo um pouco – completou com uma risadinha e então entrou.

Fiquei alguns segundos encarando Rebeka, querendo gritar com ela, perguntar o que estava fazendo ali atrapalhando minha tarde com minha namorada, que, por sinal, eu não via fazia um mês.

- então... – ela começou – você não retornou minhas ligações....

- eu estava meio ocupado – disse cruzando os braços e ela baixou um pouco a guarda, soltando o ar pesadamente e se sentado no balanço.

- eu sinto muito, Liam – jogou as mãos para cima – é  isso que tenho tentado te falar todas essas vezes que eu te liguei e você não me atendeu...

- é porque eu estou com raiva, Rebeka. Não sei se você se lembra, mas você se aproveitou de mim!

- ah, por favor, Liam, não foi nada tão grave assim.

- pra mim foi...

- bom. Eu posso te garantir que não vai acontecer de novo! Eu te juro, Liam. É o que eu posso oferecer.

- não sei se devo aceitar sua oferta...

- qual é Liam... eu posso até ir lá dentro e pedir pra sua namorada me perdoar no seu lugar, eu te peço de joelhos se for preciso! – disse e já ia se ajoelhar de verdade quando eu segurei seu braço, a puxando para cima.

- você não muda mesmo não é? – disse com um pequeno sorriso aparecendo em meus lábios, me lembrando do quando Rebeka era louca, e o quanto nos fazia rir com suas loucuras.

- não... mas olha, eu prometo mudar e nunca, nunquinha, fazer aquilo de novo! – juntou as mãos e fez um beicinho, piscando os olhos incansavelmente.

Dei uma risadinha e joguei minha cabeça para trás, pensando no que fazer.

- tudo bem, mas você nunca ma... – não consegui completar a frase com ela pulando em cima de mim e me dando um abraço.

- muito obrigada por me perdoar, Liam. Juro nunca mais pisar na bola com você. E olha já estou até indo embora pra você poder pegar sua pipoquinha, um cobertorzinho, sua namoradinha e passar a tarde vendo TV, ou seja lá o que forem fazer... – disse indo em direção à escada enquanto eu sorria e ia em direção à porta.

Já ia girar a maçaneta quando a ouvi de novo.

- ei, Liam... – me virei e a vi sem a cara brincalhona de sempre – quanto a Samantha... ela é linda, e parece uma pessoa realmente bacana. Vocês dois formam um casal lindo – um sorriso triste brotou em seus lábios e hesitei por alguns segundos antes de abrir a porta.

- obrigado – disse sorrindo depois de alguns segundos, e fiquei olhando até que desaparecesse na rua.

SAMANTHA’S P.O.V.

- você escutou isso? – sussurrei para Niall que estava quase em cima de mim tentando escutar a conversa através da porta.

-  isso o que? – sussurrou de volta e o puxei um pouco para trás, indo em direção à cozinha,  percebendo que a conversa tinha acabado.

- essa historinha de que eu sou linda e realmente bacana, dita com esse tom melancólico... – deixei o raciocínio no ar, esperando Niall agarrá-lo.

- e...

- caramba, Niall, você nunca viu filmes de amora não? Essa frase é sempre dita pela garota que gosta do galã, mas ele não percebe isso... – disse com seu rosto entre minhas mãos, querendo sua total atenção.

- você está dizendo que a Rebeka gosta do Liam? – sua voz saiu engraçada por estar apertando suas bochechas, e eu concordei com a cabeça – tipo... mais do que amigos?

- isso Niall, exatamente! Só não falo que ela o ama, porque não tenho provas muito concretas.

- e você tirou essa conclusão baseada em uma pequena frase? – disse estreitando os olhos parecendo confuso.

- é, Niall...

- e você está de boa com isso? Com essa história dos sentimentos dela?

- mas que tipo de pergunta é essa? – olhei-o incrédula – mas é claro que não!

- claro que não o que? – Liam chegou por trás de mim e me envolveu em um abraço.

- meu Deus, Liam – disse com a mão no coração, que estava à mil, com o susto – desde quando você é tão silencioso assim? – olhei-o de soslaio e ele deu uma risadinha.

- porque? Estavam fazendo alguma coisa de errado?  - sai de seus braços e fui até a geladeira, atrás de um copo de leite.

- não, não – Niall sorriu – Sam estava contando a teoria dela de que... – dei-lhe um beliscão disfarçado antes que concluísse a frase e ele apertou os olhos, olhando para mim chocado

- a teoria da Sammy de que... – Liam disse pronunciando todas as sílabas de forma devagar, como se falasse com uma criança.

- a teoria de que se eu colocasse suco de acerola e ketchup em cima desse bife, iria ficar horrível.

- Niall! Que nojo – Liam disse dando uma mordida em uma maçã que estava em cima da mesa – achei que você estivesse aprendendo a fazer comida de qualidade no seu curso

- pois é.  Dizem  que grandes cozinheiros sempre inovam, não é mesmo? – disse com um sorriso amarelo e uma risadinha forçada.

- ok, você é quem, sabe... – Liam riu e então se virou para mim – você não ia fazer pipoca?

- bom, eu ia, mas como você pode ver, eu tive que salvar nosso jantar das porcariadas do Niall... – dei de ombros – mas tanto faz... você e a Rebeka se acertaram? – disse como quem não quer nada ( lê-se como quem não tinha escutado a conversa atrás da porta) e Niall, que tinha se abaixado para pegar alguma coisa do fogão me olhou com um sorriso travesso.

- hmm, sim, eu acho que sim – sorriu e andou na minha direção, colocando suas mãos em minha cintura logo que chegou até mim.

- o que ela fez de errado? Você parecia nervoso... – dei uma risadinha e passei meus braços pelo seu pescoço.

- nada de importante. Ela só fez uma coisa que eu não gostei – sorriu e chegou seu rosto mais perto. Minha língua estava coçando para perguntar como não era nada importante se ele tinha dito a Rebeka que ela o tinha usado?

- bom, tudo bem então – me limitei a dizer e ele juntou nossos lábios em um beijo calmo.

Fiquei na ponta dos pés e ainda tive que puxá-lo um pouco para baixo. Estava com tanta saudade daquele beijo que não me importava de estar começando a ficar sem ar. E, muito provavelmente, eu iria começar a ficar roxa se Niall não tivesse jogado um pano de prato em nós.

- sem agarração na minha cozinha! Vocês têm os quartos para isso... – voltou a mexer em sua panela e eu ri, assim como Liam.

Dei um selinho nele e o puxei para a sala. Ele deitou com as costas encostadas no sofá, e eu com as minhas encostada em seu tórax.

Ligamos a TV e deixamos em Pocahontas. Adormeci tão rápido que o John Smith não tinha nem conhecido a índia.

Dormi tão bem nos braços de Liam que pareciam ter se passado horas quando acordei, assustada com os tiros de canhões e gritaria dos índios de um lado e britânicos de outro, o que fez com que Liam risse e me apertasse mais ainda contra ele.

Olhei para ele incrédula, virando meu corpo até que estivesse “de frente” para ele.

- mas porque você sempre ri de mim, em? – ele deu um sorriso torto e colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

- porque você me faz bem... simples assim. – hesitou alguns segundos – pra falar a verdade, eu estava sonhando tanto com a sua boca na minha, que tinha me esquecido o quanto sentia falta de momentos assim: deitado com você assistindo Disney – abriu mais o sorriso e eu sorri da mesma forma.

- sabe, Liam, se você não quer me beijar mais, é só falar... – disse brincando e ele riu mais uma vez.

- não é isso, idiota...

-  ah, agora vai me xingar também... – sorri e dei um soquinho de leve em seu ombro - eu também. Senti muita saudade até de passar as tardes assim com você – passei as mãos pelo sue cabelo – eu te amo. Muito.

- eu também te amo – disse e então juntou nossos lábios.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostadooo!