Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 9
Capítulo oito


Notas iniciais do capítulo

Surpresa da Bella!
Quem está curioso?



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Acordo neste fatídico dia pedindo para dormir novamente.
- Por favor, ainda estou com sono, por favor, por favor. – Eu repito com a cabeça enfiada no travesseiro, mas não adianta, eu tenho que me levantar e ir trabalhar.
Ignoro as mensagens no meu celular, e finjo que não há nada demais com aquele dia, embora eu saiba que não conseguirei ignorá-lo por muito tempo. Também tento não pensar no único presente de aniversário que eu queria ganhar, o mais impossível de todos. Eu já havia tentado me convencer de que eu não queria mais aquele presente, mas as vezes ele aparecia em minha cabeça.
As vezes? Bom, você sabe que eu estou mentindo. Mas por enquanto, vamos fingir que estou indo bem nessa missão.
Assim que saio do banho, minha mãe me liga e eu não tenho como não atender.
- Oi mãe.
- Parabéns pra você, nesta data querida... – Ela canta animada.
- Oh meu Deus!
- Ânimo meu filho, hoje é o seu dia!
- Estou animado, mãe. – Falo totalmente desanimado.
- Vamos fingir que isso é verdade. Quais os planos? Não dá para vim até Forks?
- Não, eu tenho que trabalhar.
- Como se eu já não soubesse a resposta. Você está sempre trabalhando!
- Eu preciso me sustentar.
- Você precisa de férias! Mas sei que você deve ir para algum bar hoje, certo? Comemorar com os amigos?
- Não. Eu não quero comemorar nada.
Sei que ela fica mais triste a cada resposta minha, mas não consigo mentir para a minha mãe. Eu não tenho motivos para comemorar, embora eu quisesse ter.
Converso com a minha mãe por alguns minutos, e depois ela passa o telefone para o meu pai, e posteriormente meus irmãos falam comigo. Primeiro Jasper, o mais tranquilo, depois Emmet, o mais rebelde. Eles odeiam quando os caracterizo dessa forma, mas eles são exatamente assim. Jasper namora Alice desde os 10 anos de idade, e é como aqueles romances de filme, onde duas crianças são predestinadas a ficar juntas. Eu assisti ao primeiro beijo deles e lembro que eu corri para contar a minha mãe, como se ele eles estivessem fazendo algo errado. Talvez aquilo pudesse ser considerado errado por causa da pouca idade que ambos possuíam na época, mas o que eles sentiam um pelo outro superava essa questão. Atualmente eles estão noivos, e tudo o que Jasper sabe fazer é me aconselhar a lutar pelo amor verdadeiro, esteja ele em Isabella ou não. A questão é que está... ou estava.
Já Emmet era o cafajeste em pessoa. Ele ficava com várias garotas ao mesmo tempo, quando era adolescente, e as iludia, dizendo que com elas seria diferente, mas o fato é que nunca era. Cansei de atender telefonemas e anotar recados onde elas diziam basicamente o seguinte: “Emmet, você é o homem mais idiota e sacana que eu tive o desprazer de conhecer em toda a minha vida. E você pensa que ficando com minhas amigas vai ser feliz? Eu vou te infernizar, idiota.” Geralmente, as garotas dos recados ameaçadores acabavam se rastejando por ele depois de 24h. Com o passar do tempo, Emmet melhorou um pouco. Ele se apaixonou por Rosalie, uma mulher loira e bastante alta que se mudou do Canadá para Forks. Eles trabalharam juntos em um projeto e ele caiu de joelhos por ela. Confesso que era divertido vê-lo negar, dizendo que jamais se apaixonaria por alguém porque não acreditava em amor, mas os olhos dele brilhavam de um jeito até então inédito em Emmet quando Rosalie estava por perto. Quando menos esperávamos, ele a pediu em namoro. Balanço do relacionamento: Eles vivem brigando, e sempre se resolvem com sexo. Acho que ele encontrou sua alma gêmea, afinal.
Voltando para o telefonema, enquanto Jasper apenas me deseja um excelente aniversário, Emmet me alfineta, avisando que ao invés de me desejar paz, saúde, e tudo o mais que as pessoas costumam desejar em aniversários, ele me desejaria uma mulher bem gostosa e uma bebedeira para que eu não me lembrasse dela no dia seguinte. Nem dela, nem de nenhuma outra mulher sequer. Eu apenas sorrio e agradeço. O que mais eu faria? Era Emmet!
Desligo o telefone e como duas torradas enquanto dou um gole no leite (não foi cerveja dessa vez, porque eu me lembrei de ir ao supermercado) e saio para o trabalho. Chegando lá, encontro John e Tânia, como sempre, conversando sobre alguma coisa aparentemente engraçada, porque eles riam muito, mas isso também não era uma novidade. Apenas chego, desejo-lhes um bom dia, e entro na minha sala. Jogo minha maleta embaixo de minha mesa e me sento. Tânia abre a minha porta com um sorriso no rosto e eu já me sinto preparado para esbravejar, porque eu odeio, odeio demais, quando ela abre a porta sem bater, mas então ela pega mostra uma caixa azul com um laço prata e me parabeniza pelo dia.
Sorrio para ela, em agradecimento, e a abraço superficialmente.
- Obrigado Tânia, mas não era realmente necessário.
- Não se preocupe, é apenas uma lembrancinha... Não queria que passasse em branco.
- Eu odeio meu aniversário, então se você puder esquecer na próxima vez, eu agradeço ainda mais. Sem ofensas é claro, eu estou ansioso para descobrir o que tem dentro desta caixa.
Era uma carteira. Uma carteira sem graça, sem vida, com uma fivela horrível e de péssimo gosto. Mas o que eu estou pensando? Tânia não era a minha Bella! Se fosse Isabella comprando um presente para mim, ela jamais me daria algo daquele tipo. Talvez ela comprasse um sapato, pois estaria reclamando dos meus velhos, ou um relógio do meu estilo favorito... E se fosse comprar uma carteira, jamais seria aquela ali.
- Espero que tenha gostado. – Tânia diz me tirando dos meus devaneios.
- Oh... Eu gostei sim, muito obrigado Tânia. Mas, esqueça isso da próxima vez. – Digo sorrindo e ela sorri de volta.
- Esquecerei se é assim que o senhor deseja. Estou aqui para fazer tudo o que quiser. – Ela diz isso e sai.
Isabella sempre disse pra mim que tudo o que Tânia mais queria na vida era uma boa noite de sexo comigo. Era engraçado, porque ela dizia isso com muita raiva, ao ponto de seus olhos se estreitarem e suas bochechas ficarem vermelhas. Eu a tranquilizava afirmando que Tania era apenas minha secretária, o que explicava o fato de ela entrar toda hora em minha sala, inclusive quando Bella resolvia me visitar no trabalho. Mas não adiantava, porque ela continuava a insistir que Tania era uma “vagabunda, louca para dar pro meu namorado de todas as maneiras possíveis, e lhe tirar o dinheiro, porque é disso que vagabunda gosta, afinal, dinheiro”. Eu ria como um louco, mas ela ficava irritada de verdade.
Vendo Tania falar essas coisas eu até consigo entender o ciúmes que Bella sentia. Mas mesmo que ela esteja, de alguma maneira, fantasiando alguma relação além da profissional entre nós dois, não vai mudar em nada o que eu sinto por ela e por Isabella. Tânia é apenas a secretária que, se resolver pedir demissão, em pouco tempo encontraremos outra que faça o mesmo trabalho que ela, de igual modo ou até mesmo melhor. Já Isabella... Ela resolveu pedir demissão da minha vida, e eu sei que é impossível por outra em seu lugar. E nem eu quero isso.
Expulso Isabella de minha cabeça pelo resto do dia e me concentro em meus afazeres. Sou interrompido por John, que insiste em me abraçar pelo meu aniversário. Me repreendo por achar que estou dando muita liberdade aos meus funcionários. Eu odeio isso. O abraço de John foi um pouco longo demais, e eu me senti desconfortável. Ele pegou minha mão e beijou, e em seguida saiu sorrindo e praticamente saltitando. Desconfio de sua orientação sexual, mas não importa. Ele é um excelente profissional.
No restante do dia me dedico inteiramente aos meus projetos e até esqueço que é o meu aniversário, o que fez com que as horas passassem mais rápido. Quando estou me preparando para sair da garagem, John e Tania me perguntam se eu não vou comemorar em algum lugar, eu afirmo que não e fecho o vidro, mas ainda escuto eles falarem sobre um pub chamado “Baboon”, e me convidam para ir até lá, caso eu mude de ideia. O que raramente acontece!
Planejei chegar em casa no horário de sempre, desligar meu celular, assistir um filme idiota do Jim Carrey e rir como um pateta, para assim, quem sabe, esquecer de todas as infelicidades que me atormentam desde a partida de Isabella. E é claro que esquecer a existência dela também estava nos planos. Mas ai, ao chegar em minha casa sou recebido pelo porteiro do prédio, aquele que eu nunca lembro o nome, mas sei que é gentil e talvez um dos únicos que eu ainda não ouvi me chamar de “maluco da lua”.
- Boa noite Senhor, me desculpe pelo incomodo, mas tenho uma encomenda para o Senhor.
- Para mim?
- Sim, deixaram aqui nesta tarde.
- Ok.
Ele me entrega uma caixa verde e por um momento é como se eu sentisse o cheiro do perfume de Isabella. Olho para os lados tentando encontrar alguma mulher por perto, o que explicaria. Talvez alguém estivesse usando o mesmo perfume que ela, mas só tinha eu e o porteiro no momento, e com certeza aquele cheiro não vinha dele.
Olho toda a caixa, buscando por um remetente, mas não encontro.
- Quem deixou isso aqui? – Pergunto enquanto tento ler seu crachá, e então lembro o motivo de eu sempre esquecer o nome dele: Abbudah. Será que aquilo se pronunciava do jeito que era lido?
- O carteiro, Senhor.
- Tem certeza que é pra mim? Não tem nenhum nome aqui!
- Sim Senhor, o rapaz que o entregou fez questão de dizer que era pra eu lhe entregar em mãos.
- Ok... Obrigado, Abbudah. – Falei temendo ter dito o nome errado, mas ele sorriu, então deduzi ter pronunciado corretamente.
- Disponha sempre, Senhor Edward.
Subo o elevador tentando abrir a caixa, mas preciso de minhas duas mãos para desfazer aquele laço. Assim que abro a minha porta, jogo a maleta no sofá e vou para o meu quarto, ansioso para descobrir o que era aquilo e quem tinha me mandado.
Dentro dela encontro um relógio prateado, do jeito que eu gostava. Na verdade, aquele era o relógio que eu havia visto numa loja do shopping enquanto passeava com Isabella, e eu lembro de ter ficado olhando-o através da vitrine. Ele era bastante caro na época, e eu não quis gastar com ele, embora meu lado fútil exigisse. Não lembro de ter comentado sobre esse relógio com outra pessoa. Isabella... Será que? Não pode ser!
Coloco o relógio no braço e o admiro. Aquilo sim era bom gosto.
Procuro por algo mais dentro da caixa, alguma identificação, e encontro. Por baixo do embrulho, havia um pequeno cartão também verde, afinal aquela era a minha cor favorita e a pessoa que me enviou já demonstrou conhecer essa minha característica. Abri um pouco receoso, com medo do que podia estar ali, me esperando.
“Querido Edward,
Não sabe como sinto sua falta.
Sei que a situação se complicou e que você deve estar muito chateado com tudo, mas saiba que eu te amo. Eu nunca deixei de te amar, e não deixarei agora. Eu te amei ontem, te amo hoje, e amarei ainda mais amanhã.
Não se esqueça disso, por favor.
Com amor,
Sua Bella.”

O que?


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Notas finais do capítulo

Fui boazinha agora.
Não briguem comigo. Eu gosto de vocês! ;)
Beijos e até sexta!