Sua Bella. Sua Bella. Sua Bella. Eu te amo. Sua Bella.

Eu não consigo tirar essas palavras de minha cabeça, e por um momento é como se eu pudesse ouvi-las. Meu coração segue batendo apertado e um pouco acelerado, minhas mãos suam como se eu estivesse derretendo de calor, mas sinto frio, muito frio.
Passo os dedos pelos cabelos pelo menos umas cem vezes por minuto, e não consigo parar de andar pelo quarto. Não podia ser Isabella, simplesmente não fazia sentido.
Porque não faz sentido?
1 – Ela me deixou afirmando que precisava de um tempo. Já faz quase 1 ano, e ela nunca, NUNCA, voltou, nem sequer deu sinal de vida, ou mandou um cartão dizendo “por favor, me esqueça porque eu superei você”.
2- Eu liguei pra ela. Liguei, ela atendeu, eu falei – sem querer – seu nome, ela escutou e disse o meu... E se isso tudo não foi fabricado pela minha imaginação fértil, porque ela não me ligou de volta quando eu desliguei o telefone?
3 – Se ela me amasse como diz naquele cartão, ela não daria notícias apenas no meu aniversário. E se ela se importasse comigo, viria me entregar esse presente ela mesma.
Tiro o relógio do braço e coloco de volta na caixa. Pego meu celular e ligo para Jasper.
- Hey Aniversariante, como está sendo o seu dia?
- Você me enviou um presente?
- Oh cara, eu vou comprar algo pra você, mas...
- Não estou pedindo um presente, só estou perguntando se por um acaso você teria pensado que eu ia adorar receber algo vindo de Isabella e resolveu dar um jeito nisso. – Falei rapidamente, e depois respirei, me perguntando mentalmente se ele tinha entendido algo do que eu disse.
- Isabella? Ela voltou?
Respiro fundo. Ele estava se fazendo de desentendido e eu odeio isso.
- Jasper, apenas me diga de uma vez.
- Dizer o que? Eu não estou entendendo nada, Edward.
- Escute Jasper, querido irmão: Eu acabo de receber uma caixa verde, contendo um relógio e um cartão supostamente assinado por Isabella.
- E você esta de mal humor por causa disso? Eu pensei que tudo o que você queria na vida era que ela desse um sinal.
- E era. Mas isso não significa que você possa brincar assim com meus sentimentos, ok? Isso machuca, e se quer saber, eu estou pronto para esquecê-la.
- Eu? Brincando com seus sentimentos? Você bebeu? Edward, eu não fingi ser Bella, se é isso o que você está pensando. Eu jamais faria isso com você.
- Mas você é a única pessoa no mundo que não me recrimina totalmente por eu ainda ser apaixonado por ela, talvez seja a única que não me chama de louco...
- Sim, isso é verdade, mas não fui eu.
Fico um tempo calado, e depois me desculpo. Assim que desligo o telefone me pergunto quem seria capaz de ter feito aquela maldade comigo. Penso em Emmet, mas ele é o maior hater da Isabella que eu conheço, e ele jamais diria pra mim que ela me amava. Meus vizinhos... Não, eles não fariam isso. Mas minha mãe... Minha mãe era um ponto neutro nessa historia toda: ao mesmo tempo em que ela me dizia pra esquecer Bella e seguir com a minha vida, ela já tinha me dito algumas vezes que talvez Bella tenha me deixado por amor. Eu não consigo imaginar como isso seria possível, mas é sempre bom ouvir alguém dizer que Isabella me ama, de alguma maneira... da sua maneira.
Minha mãe seria capaz de fingir ser Bella para me animar.
Ligo pra ela, mas ninguém atende. Tento novamente em vão. Fico irritado.
Como ela pode achar que me enganando me fará mais feliz? Aquele cartão era tudo o que eu queria ler, mas... não daquele jeito. Eu não quero mais ser enganado!
Tomo banho tentando relaxar, e novamente ligo para a minha mãe. Onde será que ela está? Nem meu pai atende ao telefone, o que só pode significar que eles não estão. Por um momento penso em ligar para Isabella e perguntar a ela se aquilo tinha sido uma tentativa dela me prender ainda mais naquele sentimento que não me levava a nenhum lugar, e não era reciproco. Olho seu nome em minha lista telefônica, vejo novamente a foto do nosso beijo... E então desisto. Eu não devia sequer ter cogitado a hipótese de ligar para ela. Eu nunca mais farei isso!
Olho para o relógio e percebo que ainda é cedo. Eu não vou conseguir dormir, e sinceramente, não quero sentar na janela hoje, não quero procurar por Bella, não quero falar com a lua. Lembro-me então do convite feito por Tania e John. Eu raramente mudo de ideia, mas isso não significa que eu não mudo nunca.
Pego o celular e ligo para Tania, que atende com um “oi” bem animado.
- Onde fica esse pub? Estou indo encontrar vocês.