Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 11
Capítulo dez


Notas iniciais do capítulo

Leitoras, boa noite!
Gostaria de pedir desculpas pelo atraso. Não tive tempo nenhum no fim de semana, e acabo de chegar em casa.
Prometo tentar evitar mais atrasos como este!
Obrigada, e espero que gostem do cap.



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Seria estranho estar num pub, me divertindo – pelo menos teoricamente – com dois de meus funcionários com os quais eu não tinha a menor intimidade, ou sequer proximidade. A nossa relação sempre foi estritamente profissional e eu nunca quis ultrapassar esse limite.
Por esse motivo eu pensei em voltar no meio caminho, pelo menos umas três vezes enquanto procurava o tal Badoon. Mas acabei seguindo o caminho, e ao chegar no pub não pude deixar de rir de mim mesmo. Lá estava eu, parado no estacionamento de um pub que era totalmente decorado com luzes neon. Me senti um velho naquele lugar. Eu não sabia mais o que era diversão.
Saí do carro e olhei em volta. Talvez eu não encontrasse nenhum dos dois e voltasse pra casa como já deveria ter feito. Mas continuo andando.
Encontro Tania sentada numa mesa afastada, e John logo ao lado dela. Ela estava com um copo enorme de cerveja nas mãos, e John bebia algo que eu identifiquei como suco de morango.
Eles me olham e se levantam. Eu não sei como me dirigir a eles, e eles também não sabem como se dirigir a mim.
- Olá, Tania e John. – Eu digo e eles sorriem.
- Olá... Edward?
- Yeah, vocês podem me chamar de Edward hoje a noite. – Eu digo sorrindo e eles relaxam um pouco. Eu não. Me sinto um estranho naquele lugar. A música é alta demais, o cheiro de cigarro é fortíssimo e eu já sinto minhas narinas arderem. Mas o que? É o meu avô falando aqui?
Sento-me na mesma mesa em que eles estão e finjo me sentir a vontade.
- Como vocês descobriram esse lugar? Eu nunca tinha ouvido falar!
- É simplesmente o pub mais conhecido do momento. –John me diz e eu sorrio sem graça.
- Eu nunca fui bom em pubs afinal. – Eu lhes digo, mas a verdade é que eu sempre saia com Isabella. Depois que ela foi embora, eu não sei andar por outros caminhos que não sejam o do trabalho.
O garçom me pergunta o que quero beber e eu peço-lhe uma Heineken. Pelo menos eu ainda sei o que é uma cerveja.
Enquanto ele não volta, eu fico olhando para os lados, tentando me sentir confortável naquele local. Talvez eu já tenha estado ali antes, eu só não me lembro muito bem. Ele esta recheado de gente jovem e sorridente, como eu era. Eles conversam sobre suas historias, seus amores, sobre os seus esportes favoritos, sobre seus respectivos empregos... E eu não sei do que conversar com as duas pessoas sentadas junto a mim naquela mesa.
Recebo minha cerveja e agradeço a Deus pelo garçom não ter demorado tanto. Bebendo, eu fico desinibido, eu acho. Bebo o primeiro e o segundo copo sem demora e sorrio quando percebo John e Tania me encarando com olhares assustados.
- O Senhor não tem cara de que bebe. – Tania me diz e eu sorrio.
- Pare de me chamar de Senhor, ok? E sim, eu bebo. Não muito, não sou um viciado nem algo assim, mas de vez em quando eu bebo.
- Pensei que pessoas do seu nível só bebessem cervejas importadas e vinho de 100 anos.
Eu ri com a observação de John.
- Do meu nível? Você fala como se eu fosse o presidente.
- Mas você é o meu chefe, pelo menos na empresa, você é superior a mim.
É verdade.
- Não vamos ficar falando de trabalho aqui, certo?
- Ok.
Ficamos em silencio por vários minutos e eu começo a me arrepender, novamente, de ter saído de casa. Mas o que eu pensei afinal? Que eu conseguiria me divertir assim? Era impossível. Eu não sabia mais o que era isso, e creio que aquela Heineken não ia ajudar muita coisa.
- É o seu aniversário hoje – disse Tânia – devíamos ir para outro lugar. Nós três. Você sabe, um lugar com pista de dança.
- Oh, temo que não seja uma boa ideia. Eu não sei dançar.
- Aposto que sabe. – Disse John sorrindo. Porque ele me olhava daquele jeito? Jesus Cristo!
- Vamos lá, Edward... É o seu aniversário. – Tania insiste, e eu acabo aceitando.
Nunca havia ido naquele local antes, disso eu tenho certeza. Muita gente pulando, dançando, rebolando... Luzes piscando a todo o tempo das mais diversas cores. E a fumaça que saia de algum ponto estratégico daquelas paredes não me deixava enxergar nada muito bem. E eu que achei que não poderia piorar, me vi parado no meio de uma pista de dança, querendo ser abduzido de volta para a minha casa.
- Hey, eu acho que não vou ficar aqui por muito tempo. – Aviso a Tania e John que mal me escutam e me entregam um copo com algo azul dentro.
- O que é isso?
- Bebida da boa. – John responde e eu dou risada.
- Não tem veneno ou um boa noite cinderela aqui, certo?
Eles me olham como se eu fosse um alienígena e percebo mais uma vez o quanto eu me tornei careta.
- Ok. – Digo para mim mesmo e dou um gole. Não parece nada mal e continuo a beber. Bebo até sentir calor. Até sentir meus dedos formigando. Até meu corpo começar a se mexer ao som da música e eu ir parar novamente no meio da pista de dança, dançando como um louco.
Esqueço que fui abandonado pela mulher que amo e esqueço também do meu trabalho. Nada mais importa a não ser eu ali, dançando, como se tudo na minha vida dependesse daquilo. E eu não paro de beber por 1 minuto inteiro.
Tania vem para perto de mim e começa a dançar comigo, e eu não me importo que ela esteja muito perto de mim, além do normal, e eu realmente não vejo maldade nisso naquele momento, porque todos parecem estar muito perto ali.
John puxa Tania pelo braço e fala alguma coisa em seu ouvido, mas ela volta em seguida para perto de mim. Continuamos a dançar, e eu sinto meu corpo suado, a camisa branca que eu usava já esta toda molhada e transparente, além de grudada em meu corpo. Abro três botões dela, na tentativa de amenizar o calor, e continuo a dançar. Tania se aproxima ainda mais e passa a mão em meu peito.
- O que foi? – Pergunto, achando que ela queria me falar algo. Mas é claro que ela não queria.
- Nada. – Ela responde.
Vou parando de dançar aos poucos, porque o corpo de Tania impede que o meu se movimente direito. Olho pra ela e ela se inclina para me beijar, mas eu me afasto. Aquilo já foi longe demais. Ela me olha incrédula, talvez nunca tenha sido rejeitada na vida, mas o que eu posso fazer? Eu já havia sido destinado para uma pessoa, e eu não iria traí-la, embora certamente ela estivesse fazendo isso comigo.
- Eu acho que já fomos longe demais. – Eu lhe digo e ela continua a me olhar com raiva. – Eu já vou embora... Pegue um táxi. – Eu digo e saio apressado de lá.
Eu poderia ser capaz de seguir minha vida, e beijar outra mulher, mesmo que bêbado, mas eu não posso. Eu não consigo fazer isso porque querendo ou não, eu ainda quero beijar Isabella, porque ela ainda é a única mulher boa o suficiente para mim.
Chegando no meu carro, me dou conta de que não posso dirigir naquele estado. Olho em volta em busca de um táxi, e quando encontro, vou cambaleando ate ele. Sou parado por John, segurando firme meu braço.
- O que foi? – Pergunto com uma raiva súbita.
- Quer que eu te leve pra casa? Eu não bebi um gole de álcool. – Ele diz.
- É melhor ficar e ir embora com Tania.
- Eu vou voltar. Eu só vou te levar e volto. É o meu presente de aniversário.
- Pff... Merda de aniversário. – Eu lhe digo e lhe entrego a chave do meu carro. – E se você bater meu carro, descontarei o preço do prejuízo do seu salário.
- Ok. – Ele responde rindo e vamos até o carro.
Eu estava enjoado, o que fez com que eu abrisse todo o vidro apesar do vento frio que atingia meu rosto. Seguimos viagem em silencio, mas quando chegamos na minha casa, John saiu do carro, me devolveu a chave e começou com uma conversa no mínimo estranha.
- Tania esta muito chateada com você. Aposto que ela deve estar te xingando neste momento.
- Tania é uma boa pessoa, mas ela é a minha secretária, e nós não vamos passar disso. Eu sou uma pessoa comprometida.
- Yeah... Embora ninguém nunca mais tenha visto a sua noiva.
Olho para ele enfurecido, e ele sorri.
- Você pode se abrir comigo. Sei que trabalho pra você, mas posso ser seu amigo também, ou o seu diário de segredos. Eu já desconfio a um tempo...
- Desconfia de que?
- Essa historia de sua noiva ter ido embora... a trabalho... Edward, eu sei que você é gay.
- Gay? – Começo a rir e ele me olha de forma curiosa agora – Eu não sou gay!
- É claro que você é. Você deu um fora na Tania! Eu a conheço faz pouco tempo, mas não conheço um cara que tenha dado fora nela.
- Prazer, Edward Cullen.
Ele deu risada e eu também.
- Olha John, porque então vocês não estão juntos? Ela foi quem te deu um fora?
- Não, eu sou gay.
- Oh... Eu não sabia disso. – Embora eu tivesse desconfiado, mas eu não lhe disse isso.
- Não vai me despedir por isso, vai?
- Não. Sem preconceitos, mas eu não sou gay.
- Se você diz...
- Olha John, você já deve ter amado alguém em sua vida, ou deve amar agora, então você deve entender quando eu te disser o que vou dizer agora: eu amo a minha noiva. Nós brigamos, mas eu a amo... amo tanto que é como se fosse me faltar ar a qualquer momento só pelo fato de ela não estar perto de mim. E não interessa aqui se ela me deixou, se ela não me quer mais, ou se quer e sabe Deus o motivo de ainda não ter voltado. Eu simplesmente a amo, e não vai ser beijando outra mulher que eu vou deixar de amá-la. E eu acho que isso não faz de mim um gay. Eu sou um homem... apaixonado, quebrado em pedaços, perdido também, mas sou um homem.
Ele suspirou e apertou minha mão.
- Você não parece falar isso apenas porque esta bêbado... Isso é tão romântico.
- Yeah... Eu sou romântico com a minha Bella... Mas não importa agora.
- Porque você não vai atrás dela?
- Porque ela foi embora.
- E dai? Você a ama! Talvez tudo o que ela queira nesse momento é que você apareça de surpresa e diga que a ama.
- Se ela quisesse isso ela não teria ficado tanto tempo longe.
- Mulheres são complicadas Edward, você deve saber disso.
- Eu sei. Mas a minha é ainda mais, e é por isso que eu não vou procura-la. Ela me pediu um tempo, então ela está tendo o que pediu. Só isso. Se ela quiser que o tempo acabe, ela volta.
- Isso se chama orgulho.
- Isso se chama...
Paro abruptamente vomitando na roda do meu próprio carro.
- Oh meu Deus, você está realmente mal. – Diz John e eu levanto a cabeça, sentindo o mundo rodar. – Eu te ajudo a entrar em casa.
- Não precisa. Obrigado John, por ter vindo até aqui, mas agora volte para buscar Tania, ela não vai ficar muito bem se for rejeitada também por você. Quer que eu chame um táxi? – Eu pergunto, mas minha voz sai baixa, e minha cabeça continua a girar. Sinto que não vomitei tudo e me inclino um pouco para a frente.
- Eu ficarei bem, não se preocupe, mas você... – John me diz e tenta me segurar, mas eu não permito.
Subo as escadas do meu prédio e vou correndo até o elevador, que por sorte, estava lá a minha espera. Quando chego no meu andar, abro a porta rapidamente e corro para a cama. Não consigo nem tirar os sapatos e me jogo na cama, morto, cansado, com dor de cabeça e enjoado. No final, não foi mesmo uma boa ter saído de casa. Mas por outro lado, foi bom viver algo além daquela minha rotina doentia.
Minha cabeça ainda esta girando, e eu saio correndo em direção ao banheiro. Foi nojento, apesar de ter me dado um alivio logo em seguida. Escovo os dentes, forço meu corpo a tirar aquelas roupas, mas simplesmente não dá. Me jogo na cama, sem forças. Mas antes de deixar o sono me pegar, eu coloco a mão embaixo da cama e puxo para mim o travesseiro dela, aquele que eu jurei que nunca mais ficaria ao lado do meu.


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Notas finais do capítulo

Eu não disse que meu Edward não é mulherengo? haha
Beijos!