Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 25
Capítulo vinte e quatro




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*Narrador onipresente*

Edward chega ao seu quarto (ou ao quarto que era dele até o final da adolescência) transtornado. Seu rosto está vermelho, seus olhos lacrimejam irritados (chorosos, mas ele não quer que ninguém perceba isso), sua boca mal se fecha, pois respirar está cada vez mais difícil.

As roupas que ele usava – uma calça jeans básica e um moletom cinza, cobrindo uma camiseta branca – estavam amarrotadas, o moletom torto, e o zíper da calça ainda estava aberto. Edward se deita sobre a cama, agradecendo mentalmente por ninguém ter acordado enquanto ele entrava em casa na ponta dos pés, como um adolescente que fugira de casa para ir a alguma festa proibida. Ele fecha os olhos, e espera que tudo aquilo tenha sido fruto de sua imaginação, um sonho maluco, uma fantasia imbecil. Mas não. Quanto mais tempo Edward espera estar sonhando, mais ele tem certeza que ele machucara a mulher que ele ama de verdade.

Sim, ele a teve com força e brutalidade, mas a raiva era tanta... Mas acima da raiva, ele a amava. Amava como nunca amou ninguém antes, e ele sabe que jamais superará isso. Ele pode não vê-la nunca mais, fingir que a relação deles nunca existiu, ou apenas se conformar com o término. Se uma outra mulher entrar em sua vida, ela não terá nem metade do amor que ele dedicou a Isabella, e ainda era dela. Era, e será... para sempre.

Edward tenta segurar o choro, trancado no quarto, com raiva de si mesmo, de Isabella também, mas ele não queria ter feito aquilo com ela. Uma briga, sim. Ele estava a fim de brigar com ela, de lhe xingar, de descarregar toda a sua raiva e assim seguir em frente. Mas o que ele fez? A beijou. Ele sempre soube que um beijo de Isabella seria capaz de lhe fazer perder a cabeça. Ele já estava acostumando-se a perder a cabeça a cada beijo quente que ela dava em seus lábios, mas então ela foi embora, e tudo o que ele conseguiu fazer ao reencontrá-la, e ao tê-la tão perto e vulnerável, foi beijá-la, deixando-a o seduzir, seduzindo-a também. Foi uma delícia para ele. E enquanto ele a possuía, não conseguiu pensar em mais nada a não ser em amor e prazer, embora os seus movimentos rudes mostrassem raiva e amargura.

Suando ele a teve em seus braços, tremendo, implorando para que finalizassem logo aquilo. Ele nunca sentiu tanto tesão antes, talvez porque nunca ficava 1 ano sem fazer amor com Isabella. Mal ficavam 1 dia... E foi bom, prazeroso ao extremo, mas não era o que ele costumava fazer com ela, não foi uma noite romântica... Foi sexo. Puro. E não foi muito prazeroso para ela.

Além de chorar por causa do término oficial, da raiva que só aumentava, e do amor, que ao invés de sumir, se enraizava cada vez mais em seu coração, Edward chorava porque causou dor e sofrimento à mulher que ele amava, quando tudo o que ele devia fazer era dar prazer, mostrar a ela que ele era bom, fazê-la se convencer a voltar pra ele... Mas ele não podia, não naquele momento quando a saudade era tanta, quando ele queria chorar na frente dela e lhe perguntar se ela nunca o amou, se não se importava com ele nem um pouco, a ponto de abandoná-lo daquele jeito. Ninguém seria capaz de exigir dele um pouco mais de calma naquele momento, certo?

Ele estava desesperado, e assim continua, deitado na cama, o corpo curvado formando uma bola, as botas não retiradas molhando os lençóis – o que deixaria Esme bastante irritada – pedindo a Deus, baixinho, que aliviasse aquela dor tão grande, que era a de perder a mulher da sua vida para outro homem. Ela podia ter machucado ele intensamente ao partir, mas ficar sem ela, definitivamente, era muito pior.

No quarto em que minutos antes o homem de sua vida estava, por cima de seu corpo, gemendo alto, suando, sentindo prazer, Isabella se encontrava sozinha, chorando, enquanto tentava com todas as suas forças esquecer que aquela noite existiu. Ele não desejava esquecer Edward, de maneira nenhuma, mas aquele homem raivoso, rude, que não se importava com nada mais além dele mesmo, não era o seu Edward.

Ela o entendia. Ela o deixara sem lhe dizer motivos, ou pra onde iria, e sabia que ele não a esperava de braços abertos depois de 1 ano de distância. Jamie e Thomas insistiam que ele ainda a amava, que só estava tentando fazê-la sofrer um pouco por causa do que ela o fez sofrer, e Bella entendia isso também. Ela estaria disposta a pagar, esperaria até ele voltar a ser o mesmo de antes, e se nunca voltasse, ela teria que entender também, afinal, a culpa era toda dela. Mas aquilo?

Isabella pensava em uma palavra para definir aquilo, mas não conseguia encontrar. Suas mãos tremiam e seu corpo se arrepiava toda vez que ela lembrava do toque selvagem de Edward em sua pele. Como pode ela ter sentido prazer com ele agindo daquele jeito? Não foi bom como sempre, doeu, a machucou não só fisicamente, mas a sensação de ter seu amor sentindo prazer em cima dela ainda era algo capaz de transformar um sexo horrível em amor do tipo mais doce. Mas quando ele se levantou da cama logo após ter seu próprio orgasmo, e se vestiu rumo à saída, Isabella sentiu algo muito ruim.

Bella sempre foi muito bem tratada por Edward, mesmo quando faziam um sexo mais selvagem de vez em quando. E por causa do que ela fez com ele, do que ela o fez sofrer, ela sabia que o fato de ele ter possuído o seu corpo daquela maneira, sem o menor respeito, era por causa da raiva. Mas trata-la como uma vagabunda, sarcasmo, e abandoná-la nua na cama, com suas roupas rasgadas, era algo que ela não conseguia perdoar naquele momento. E enquanto ele se vestia, ela só conseguia pensar que a qualquer momento, ele seria capaz de lhe jogar uns trocados, como se ela estivesse fazendo um programa.

Seu corpo se arrepiou mais uma vez, e Bella finalmente se levantou e se dirigiu ao banheiro. Esfregou seu corpo com raiva, ao ponto de sair de lá totalmente arranhada e com a pele bastante vermelha. Mas as marcas dos dedos de Edward em seu braço e em suas coxas permaneceram bem visíveis por baixo dos arranhões que ela mesma se fez. Ficou horas debaixo do chuveiro, com uma água escaldante, tentando forçar suas células a irem embora pelo ralo, para que sua pele se renovasse e não restasse resquício nenhum de Edward em seu corpo.

Isabella voltou para o quarto, olhou por alguns instantes a cama bagunçada, sua calcinha rasgada, a camisola jogada no chão... Juntou forças e se abaixou para pegá-las, junto com os lençóis ainda úmidos. Os jogou no enorme saco de lixo preto que havia no fundo de sua casa. Amarrou com firmeza e pensou em tocar fogo, mas desistiu. Assustaria os vizinhos, e se Thomas e Jamie chegassem logo, não iriam gostar nada do cheiro de fumaça. Então deixou o saco lá, abandonado, e voltou para o quarto, se jogando na cama, sentindo seu corpo se arrepiar novamente.

Era inútil tentar afastar Edward dela, e ela sabia disso. Bella não queria esquecer Edward, nem deixar de amá-lo de maneira alguma, ela só não queria se lembrar daquela noite, nunca mais. Então se permitiu chorar, para que quando acordasse no outro dia, aquela ferida já tivesse começado a cicatrizar. Mas quando o sol raiou e ela abriu os olhos com a claridade, a imagem de Edward beijando-a na noite anterior a invadiu por inteiro e seus olhos voltaram a lacrimejar.

Então Bella tomou uma decisão. Ela não queria vê-lo tão cedo, ate que aquilo passasse. E se ele achava que fazendo aquilo com ela a teria de volta, estava muito enganado. Ela pagaria pelo que fez, mas não se submeteria a objeto sexual de homem nenhum, mesmo que esse homem seja o cara de sua vida. O problema era que, se ele a procurasse novamente, ela não saberia resistir por muito tempo.

- Eu te amo, Edward. – Ela disse para si mesma. E era verdade. Mas ela precisava se recuperar daquele ataque inesperado de um Edward transtornado, totalmente diferente do seu noivo, antes de tentar concertar as coisas novamente.


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Notas finais do capítulo

Olá gente!
Como as garotas que comentavam aqui resolveram fazer greve (brinks, i think), cap. pequenininho hoje. No próximo, uma bomba!
Espero que gostem. Beijooooos!
Beijo especial para Anne e Nanda!



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