Avada Kedavra escrita por Lua


Capítulo 2
Leaving




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Capítulo 2: Leaving




Narração por Emily


Acordei com fortes batidas a minha porta, e logo ouvi alguns gritos.


– Emily, venha aqui embaixo, seja rápida! – A Sra. Fellow me gritava, e logo eu me levantei tentando não acordar as minhas outras colegas de quarto.


O Orfanato Swings School que sempre foi tão silencioso, hoje foi tomado por chamadas da Sra. Fellow para mim. O que poderia ter havido?


Assim que cheguei ao térreo ainda com as vestes de dormir, eu avistei um homem bastante suspeito na porta. Ele vestia uma longa capa negra, da mesma cor de suas vestes e cabelos. Cabelos. Eles são bem lisos na altura do queixo, talvez um pouco abaixo, e seus olhos demonstravam tédio extremamente visível.


De imediato eu me assustei, mas logo a Sra. Fellow me tranqüilizou com o olhar. Ela estendeu a mão para mim, e assim que a toquei fui puxada para perto do homem, que parecia satisfeito com o que via.


– Aqui está ela Severo, Emily Albuquerque. – Ela nunca pronunciava meu sobrenome, era como se ele fosse falso, como se meu nome completo fosse Emily apenas.


– Muito bem, contou algo a ela? –Perguntou o homem, Severo.


– Por favor, Severo, este é um orfanato bruxo, você sabe que eu não lhe contaria mais do que o necessário... – Argumentou a Sra. Fellow, já eu, fiquei sem ato. Não sabia nem sequer o assunto da conversa.


O que a Sra. Fellow havia me contado era que meus pais estavam com o paradeiro desconhecido, e como não foram dados como mortos, eu ficaria no orfanato bruxo até segunda ordem do ministério. Aqui não é um lugar ruim de viver, mas garanto que eu seria mais feliz se pudesse ter uma varinha. Afinal, tenho quinze anos, e sou a única daqui sem permissão para fazer magia. Não que eu obedeça, afinal sempre faço magia com as mãos, mas é injusto.


– Excelente, terei que levá-la imediatamente. – Disse Severo, fixando seus olhos negros nos meus.


– Espera um pouco, - Os interrompi. – quem é o senhor e o que quer comigo?


– Eu me chamo Severo Snape, e sou seu tutor. – Curvou-se.


– Tutor? Desde quando eu tenho tutor?


– Não achou que ficaria aqui para sempre, achou? – Perguntou-me a Sra. Fellow arqueando as sobrancelhas. Eu não sabia o que lhe responder afinal sair daqui nunca passou por minha cabeça. Fiquei calada.


Logo, impaciente, Severo me ordenou:


– Pegue suas coisas, partiremos amanhã bem cedo.


Obedeci me retirando, e logo corri para o meu dormitório. Ao chegar acho que bati a porta com bastante força, porque de imediata Mary Campinné se levantou da cama arfando.


Mère de Dieu! O que aconteceu mon cher ? – Ela perguntou assustada. A Mary é francesa, mas com o tempo todos se acostumam com seu jeito de falar. Eu até gosto.


– Mary, eu vou embora. – Falei tentando acreditar em minhas palavras.


– Como assim, mon petit? Aonde vai? Que ferez-vous? – Ela veio me acolher em seus braços, e logo eu senti como se fosse chorar, mesmo sabendo que não conseguia.


A verdade é que não sou como os outros. Eu não respiro, não tenho órgãos, não como, não bebo, não vou ao sanitário, não faço nada.


Afastei meus pensamentos de questionamento e fui ajeitar minhas coisas.


Mon cher? - Mary chamou-me, e logo a olhei concedindo-lhe a palavra - Vai mesmo petit?


– Vou sim, um senhor chamado Severo Snape veio me buscar, e eu acho que vou morar com ele, ou então vai me mandar para o ministério... Não tenho certeza ainda... - Falei em tom baixo, sem me preoculpar com o que virá a acontecer, afinal para mim não importa. Eu não estou viva.


Mary não falou mais nada. Fechou a cara e se deitou em sua cama. Trocamos os boa noite e logo depois eu me deitei. Não iria dormir, afinal não faço isso, mas tentaria ao máximo descançar, pois amanhã seria um dia muito... Único.




O despertador tocou antes mesmo do sol nascer, e lá estava eu tomada banho e com as malas na mão. Estava ansiosa e ao mesmo tempo receiosa de sair do orfanato pela primeira vez na vida.


Abri a porta vagarmente e assim que cheguei no térreo me deparei com a figura encapuzada de ontem. Severo estava parado bem em frente a escadaria com a mesma expressão entediante de sempre.


– Você dormiu aqui? - Perguntei, quase com um tom de ameaça.


– Não Avada, e não se preoculpe, não irei demorar-me aqui, nem mesmo você. - Quando ele me chamou de Avada eu paralisei. Como ele sabe que eu tenho uma marca bem acima dos seios escrito Avada Kedavra? Ninguém sabe disso!


– Do que me chamou? - Perguntei gaguejando.


– Avada. Seu primeiro nome. Não vai se lembrar, então vamos logo embora. - Falou com friesa, me estendendo o braço para eu tocar e aparatarmos.


– Para onde?


– Vou te levar a Hogwarts. Amanhã os alunos chegarão, e hoje você terá que se acomodar lá. Logo decidirei melhor as coisas. - Ele balançou um pouco o braço, insistindo para eu tocá-lo, e então eu fiz.


Neste momento achei que morreria. Pude sentir meu corpo se despedaçando e sendo sugado parte por parte, me causando muita dor e sofrimento.


Ao sentir meu corpo mais leve, eu abri os olhos. Estava parada em frente a Severo, eu uma sala extremamente escura.


– Onde estamos?


– Minha sala. - Falou duramente - Você irá passar pelo chapéu seletor, Dumbledore já deve estar a caminho. - Logo ele se sentou, e ficou me olhando fixamente.


Pouco depois um homem de longa barba branca e usando vestes da mesma cor, entrou apressado na sala, e em suas mãos eu pude perceber um chapéu.


– Srta. Kedavra, que bom vê-la.


– Meu nome é Emily Albuquerque. - Falei quase resmungando, e ele veio até mim.


Quando ele me fitava eu sentia meus olhos mudarem de cor. Isso sempre acontece quando fico nervosa com a presença de alguém. Meus olhos esquentam e começam a variar de verde e azul, e de vez enquando até chegam a ficar cinzas.


– Curioso, eu jurava que seus olhos eram azuis, não pensei que fossem verdes... - Dei de ombros, isso sempre me acontece - Venhamos, sente-se em um lugar onde possa relaxar.


Logo procurei um lugar adequado, e me sentei em uma cadeira pouco longe de mim. Assim que me sentei ele veio até mim e colocou o chapéu surrado em minha cabeça.


Para minha surpresa ele começou a vibrar e falar.


– Curioso... Bem curioso... Esta garota não poderá ter uma casa... Ela não tem mente, não tem sangue, e não tem como eu poder analisá-la. - Todos estavam espantados.


– É sua resposta final? - O velho grisalho perguntou, arqueando a sobrancelha. Eu fiquei paralisada, não sabia o que fazer e nem como reagir. Aguardei a resposta do chapéu.


– Sim, é a minha resposta final. Ela não poderá ter uma casa se não tiver alma. - Falou rabugento, e então foi retirado de minha cabeça.


Severo e o velho, que julgo ser Dumbledore, foram a um canto conversar, e eu não consegui ouvir direito o que falavam, mas Severo parecia incomodado.


Logo os dois vinheram até mim, Dumbledore sorrindo, já Severo, chateado. Mesmo ele sendo assim eu gosto dele.


– Bem vinda a Hogwarts. Vamos arranjar um quarto para você.




Narração por Alvo Dumbledore




Era a primeira vez que isso acontecia. Nunca ouvi falar em coisa parecida. Emily é a grota que nasceu da morte. Isto é aina pior do que Harry Potter, o menino que sobreviveu.


Por um instante eu não soube o que fazer, mas agora sei. Tenho que mantê-la em Hogwarts, e para isso precisaria de algum quarto para ela, mas só dela, afinal a menina não terá casa em Hogwarts.


O que eu preciso é de uma sala reservada, preciso de uma sala confundível, eu preciso... Eu preciso... Eu preciso da Sala Precisa.


Assim que tive esta idéia uma porta se abriu na parede. Eu vi a expressão assustada e surpresa em Emily, e repulsa de Snape.


Assim que entramos eu me deparei com um quarto bem organizado. Paredes listradas de cores preto e branco, móveis de madeira escura, o forro da cama é branco, e a direita uma porta, julgo ser a suíte. É um quarto bem agradável.


– Emily, este será seu quarto. Quando quizer entrar nele apenas pense nisto, e a porta aparecerá. Por favor, não traga muitas pessoas aqui. - Falei tranquilo, porém preocupado. A Emily está morta e viva ao mesmo tempo, isso pode assustar as pessoas.


– Não trarei ninguém, Dumbledore, pode confiar. Não conheço ninguém. - Falou em tom triste, e logo me sensibilizei.


– Não se preoculpe Emily, logo conhecerá. Amanhã os alunos estarão aqui, e deixarei a sua espera suas vestes e te levarei até o Salão Principal, onde fará suas refeições. Aproveite o resto do dia para explorar um pouco o castelo. - Falei vagarmente, e então sai do seu quarto.


Fico com medo do que acontecerá se Voldemort descobrir sua existência. Com certeza tentará levá-la para seu lado, e com ela usando seus poderes para o mal, estaremos em desvantagem.


Emily não faz nem idéia de metade das coisas que pode fazer, e quando descobrir eu espero que use com sabedoria.


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