Black Blood Diamond escrita por AnandaArmstrong


Capítulo 3
Safe and Sound


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, post grandão pra vocês. Imagine-chan, Lua-chan e Nayame-chan, obrigada pelas reviews *---* Repitam a música do capítulo quantas vezes for necessária até acabar, ok? Nos vemos lá em baixo.



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Era uma manhã ensolarada, os pássaros cantavam e se empoleiravam nos galhos congelados, mas logo depois voavam, pois o frio era muito intenso para eles. Era uma manhã perfeita para as crianças brincarem na neve, se não fosse o dia da colheita.

Espreguicei-me e fui acordar Nolan, que até agora dormia em um sono pacífico e inocente. A noite passada foi fantástica, nós conversamos, rimos e consegui pegar um bom pedaço de carne no açougue, foi uma ótima refeição.

Como moramos no Distrito Dez, aqui tem muito pasto para o gado, algumas fazendas grandes conseguem climatizar o pasto para não sofrer tanto com a baixa temperatura. Entre o Butch’s e aqui em casa há várias fazendas grandes, ás vezes eu consigo pegar algumas ervas para acrescentar na comida.

- Bebê, acorda meu amor. Hora de ir para a praça. – Chamei-o, que abriu os olhos aos poucos.

- Mãe, você vai viajar hoje? Elas disseram que você ia. – Ele perguntou sonolento, se apoiando em mim.

- Ai, você ta pesadinho hein garoto? Vou parar de dar comida para você. Tenho que ficar mais forte a cada dia, haja malhação! – Falei rindo. – Olha, talvez eu viaje, talvez não. Mas saiba que mamãe vai sempre te amar. – Acrescentei olhando nos seus olhos. 

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A praça estava lotada de gente, uma multidão de cabelos castanhos e chapéus de vaqueiro eram facilmente encontrados na multidão. Estava com Nolan no meu colo, procurando as meninas, quando ouvir gritarem meu nome.


- Hey, Fillias! – Cornélia acenava com seus longos cabelos loiro-acinzentados balançando ao vento. – Aqui!


Encontramos-nos e passei Nolan para o colo de Irma e acrescentei baixinho no ouvido dela.


- Qualquer coisa, a chave está pendurada atrás da guirlanda de natal, é só puxar.


Assim, corri para o palco me juntando na fileira dos dezoito anos. Sabe, aquelas duas têm sorte de não terem sido chamadas para os jogos. Já tem vinte e tantos anos e não foram chamadas.


- Bom dia, cidadãos do Distrito Dez! – Mychell sorria com seus cabelos loiro-gema-de-ovo, que pareciam ter sido cuidadosamente tecidos por ouro pelas mãos de uma habilidosa artesã. Sua pele pálida e leitosa combinava com seus olhos, que pareciam ser duas pérolas grandes. Sua roupa era de um modelo horrendo, e ela parecia estar morrendo de frio, mas não demonstrava. Usava uma meia calça branca com grandes manchas pretas e um body branco com uma saia de tecido desconhecido, ambos manchados de preto e de aparência extremamente frágil. Ao colar no corpo dela, desenhavam cada curva. Meu deus... Mychell era uma vaca. Espera... Aquilo na tiara são chifres? Oh meu Deus.

- Hoje iremos celebrar os anuais... Hunger Games! Um casal de corajosos tributos irá para a arena no Capitol. Será que o vencedor vai ser daqui? – Ela sorria. Só sorria. Sempre sorrindo. Como aquela mulher cruel podia falar aquilo com uma expressão alegre? Celebrar?

O tempo passava rápido, o discurso era alegremente ditado pelo prefeito e todos estavam alheios a ele. Ninguém mais aguentava ouvir aquilo. E quando eu menos esperava, uma frase chamou a minha atenção.

- Agora, vamos ver a nossa super-garota! – A voz fina e irritante de Mychell ecoou na praça. Era agora. Meu coração disparava dentro do meu peito, minha mente trabalhava a mil se preparando para a cena que viria. Um papel branco era puxado para fora da bola e eu sentia meu coração ser vaporizado. Então, ela finalmente disse. – Fillias Chambrise!

Foi aí que eu abri o berreiro.

- NÃO, NÃO, EU NÃO. MEU FILHO, NOLAN, NOLAN! – Gritava em sua direção, lágrimas desciam dos meus olhos e eu já não era responsável pelos meus atos.

Os pacificadores me seguraram forte e eu me conformei em ir junto de Mychell, que estava pasma assim como todo o distrito. Todos olhavam com pena a garota com o rosto lavado de lágrimas e vermelho de tanto gritar que iria para os jogos. Todos olhavam com pena. Mas não era pena o suficiente para eles se voluntariarem. Nunca é.

Nolan gritava meu nome, ele estava confuso, mas depois as meninas o acalmaram. Podia ver seus rostos com tantas lágrimas quanto o meu.

- E o garoto é... Stevek Stepovisk! – Via um garoto pasmo subir o palco. Coitado, não parecia nem ter doze anos. Ia morrer fácil na arena.

Apertamos as mãos e fomos conduzidos a um prédio muito grande que ficava perto dali. 

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Safe and Sound - Taylor Swift ft The Civil Wars

Via no espelho uma garota de cabelos curtos e ruivos secos, quebradiços e muito embaraçados. Os olhos verdes eram nebulosos, tristes, cansados. Combinavam com o sua aparência acabada o e a sua pele desbotada. Era eu.

Sentei-me no sofá grande e confortável que habitava uma sala igualmente grande. O ambiente era de um misto de cores que me deixava cansada, mas era perceptível que tudo foi tirado daqui do distrito. Eu estava sentada confortavelmente no sofá calculando cuidadosamente quais seriam meus próximos passos, quando ouvi a porta abrir.

Os pacificadores abriram a porta e aquela visão fez meu coração disparar tanto que parecia querer rasgar meu peito. Meus olhos começaram a arder e mais lágrimas começaram a escorrer lentamente pela minha face. Elas eram quentinhas e pareciam acariciar a minha pele, tinham a sensação de lar. Talvez fosse a mesma sensação que eu tive quando aqueles jogos acabaram. Onde eu perdi tudo. Talvez a sensação seja a mesma, sabe? Mas... Eu não sou muito boa com isso de sentimento. 

Via aquele pequeno garoto empoleirado nos braços de Irma, seus pequenos e brilhantes olhos azuis piscando pra mim, confusos do que estava acontecendo. Olhos inocentes e intocados, mas que pareciam magoados, lavados pelas lágrimas.

Eram os mesmos olhos para qual eu olhei alguns anos atrás. Igualmente lavados de lágrimas e tristes, chorosos.

Ele estendeu os braços para mim e pulou para o meu colo. O ambiente ficou em silêncio por um minuto. Ninguém se atreveu a falar uma palavra, até que ouvi um cochicho no meu ouvido.

- Você vai voltar não é mamãe? Eu te amo muito viu? Não é por minha causa que você vai não né mamãe? Eu prometo ser um bom menino, um garoto melhor, prometo acordar cedo. Por favor mamãe, não vai. Não me deixa que nem o papai. – Ele voltava a chorar, e o meu coração se partiu em bilhões de pedacinhos.

Eu cantei baixinho em seu ouvido uma música que meus pais cantavam para mim quando eu era pequena, antes falecerem de uma doença por causa dos agrotóxicos da fazenda.

 - Just close your eyes, the sun is going down. You'll be alright; no one can hurt you now. Come morning light, you and I'll be safe and sound. (Apenas feche seus olhos, o sol está se pondo. Você vai ficar bem, ninguém pode feri-lo agora. Venha luz da manhã, você e eu vamos estar são e salvos).

 Dei um beijo na sua testa e nos seus cabelos e o apertei num abraço bem forte, algo que eu nunca fiz antes. Ele pareceu surpreso, mas feliz pela demonstração de afeto. Olhei dentro dos seus olhos e falei com toda a certeza do mundo.

– Você é um filho perfeito e eu te amo muito, certo? Mamãe não está indo porque quer, chamarão mamãe e ela tem que ir. Mas eu juro que volto pra você ouviu bebê? Eu te amo mais do que tudo, certo? Mais do que tudo, mamãe sempre vai te amar.

Nisso, ele me abraçou mais forte e correu para os braços do “avô”. As meninas correram na minha direção e me abraçaram forte, murmurando coisas que não pareceram fazer muito sentido. Mas nada parecia fazer muito sentido nesse meio de lágrimas soltas.

- Você sabe que se pudéssemos nós teríamos nos voluntariado, não é? Você sabe, não é? – Cornelia disse em meio a soluços. Irma simplesmente acenou e eu as abracei como nunca. Quando parecemos estar perto da morte, a vida começa a ficar mais intensa e dois mais dois parecem ser vinte.

- Eu amo vocês. Muito, infinitamente. Vocês são as melhores irmãs que alguém pode ter, ouviram? – Eu disse olhando bem nos seus olhos.

- Cale a boca, pare de falar como se você fosse morrer! Você vai voltar para nós. VOLTE! VOLTE! – Irma gritou, sendo

Suspiramos e nos separamos, o tempo corria. Os pais de Cornelia, Jantice e Caleb, se aproximaram de mim me apertando forte. Eles são como pais para mim, e eu sou uma filha. Mas jamais substituirão meus pais.

- Oh querida. – Jantice disse com lágrimas nos olhos.

“Era realmente um dia úmido.” Pensei ouvindo a chuva bater fortemente na janela.

Sorri confiante para eles, que pegaram minhas mãos e apertaram forte. Senti confiança, eles não falariam mais nada, não eram de muito contato físico. Apesar disso, entendi a mensagem deles. Não fraqueje, sobreviva. Dure até o fim. Vença.

Os pacificadores chegaram para retirá-los de lá, e foram sem protestar. Respirei fundo e falei para mim mesma.

- É Fillias, você está sozinha nessa garota. Trate de vencer.

E quando eu menos esperava a pessoa que eu menos esperava que viesse adentrou na sala. Boa surpresa.

- Oi. – Falou o moreno.

- Iryi? – Falei surpresa. Ele veio me ver?

- Sou eu. – Riu baixinho. – Pena que você foi escolhida. O açougue não vai ser o mesmo sem você. – Parecia medir cuidadosamente as palavras, não queria falar em excesso.

- É uma pena, acontece. Afinal, eu já tenho dezoito. Tava na hora. – Dei de ombros.

- Mas... Já basta o Lavender, você sabe que ele era um grande amigo. Por favor, não morra naquela arena. Prometa-me. – Fiquei surpresa com essa ação, nós éramos amigos, mas não imaginei que ele me pediria uma coisa dessas.

Ajeitei-me e falei prontamente:

- Sim, afinal, não deixarei o Nolan ser criado pelas mãos daquelas minhas amigas malucas, não é?

- Verdade. – Rimos, meio que para abstrair desse assunto.

Ele segurou a minha mão e deixou cair um relógio de couro cheio de engrenagens. Franzi as sobrancelhas e ele só sorriu misterioso e saiu andando com as mãos nos bolsos.

É, dia cheio hoje.

Eu coloquei minhas pernas dobradas em cima do sofá e apoiei minha cabeça no meu joelho, encolhida. Repassei todos os acontecimentos de hoje na minha cabeça. Pobre mãe desconsolada. Talvez isso funcionasse.



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Notas finais do capítulo

IAI? O QUE ACHARAM? CHEIO DE EMOÇÕES, HEIN? :O Façam suas apostas, tcharantchantchan! O jogo pode virar e coisas loucas acontecerem. PRECISO DE UMA BETA, QUEM QUISER POR FAVOR ME ADICIONA NO MSN E MANDA UM TEXTO DE SUA AUTORIA! anandinha_sl@hotmail.com



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