Segundo capitulo –x – (Narcisa e Molly)

- Você sente falta dela não é?

Draco suspirou e abaixou sua cabeça, parecia ter uma discussão interna, por fim respondeu rendendo-se.

- Muita. – Ele ainda me olhava – Narcisa era... Era... Especial – Percebi que ele procurava um adjetivo certo – Assim como Molly – Ele concluiu sua frase.

- Eu sei me sentiria totalmente perdida sem ela. – Parei por um instante e pensei que ele poderia estar se sentindo do mesmo jeito sem Narcisa.

- Era assim que me sentia. Molly é uma bela pessoa – Percebi certo carinho em sua voz.

Um vento soprou e por estar quase sem roupa, senti meus pelos arrepiarem pelo frio, abracei-me para manter-me quente.  Acho que Malfoy percebeu, pois ele retirou seu roupão e o entregava-me. Ele estava com uma calça moletom até o calcanhar e uma blusa um pouco mais colada que definia seus músculos, que eu não pude deixar de reparar.

- Não precisa – Tremi involuntariamente, ele balançou o roupão novamente e tive que aceitar pelo frio. –Obrigada.

- Não agradeça, os Malfoy são resistentes e sei que você adora ter o que ver – Ele e aquele orgulho dele, não dava só pra falar: De nada?!

Fiquei irritada, mas não comentei nada.

Senti um perfume de menta misturado com algo que não sabia, mas era muito bom. Como só tínhamos nós dois, constatei que era o perfume dele. Novamente os minutos passaram com o silencio predominando.

“Será que...?”

Quando percebi, já estava expressando a pergunta em voz alta.

- Você já amou alguém? – Depois de falar ele olhou-me confuso por meros instantes

- Por que o interesse, Weasley? – E lá estava o sorriso sarcástico novamente.

- Se não quer responder, não responde. Eu só perguntei por que achei que precisava desabafar com alguém – Respondi séria. – Mas parece que não...

- Já – Disse cortando minha fala.

- Quem? A Parkinson não foi né?

“Ops! Não devia ter dito a ultima coisa. Droga, Gina! Você não sabe calar sua boca não?”

- Minha mãe, ela era a única que retribuía o sentimento – Ele virou seu rosto novamente, mas quando voltou-se para mim estava serio. – E ao contrario do que pensam, eu não usava a Pansy – Ele enfatizou o não.

“Pera ae! Eu não estou entendendo mais nada”

Fui juntando algumas ideias e cheguei a uma conclusão um tanto esdruxula, mas a única que tinha.

- Espera, então você realmente gostava da Parkinson?

É noticia demais pra um dia só.

“Draco Malfoy sensível, quem diria que eu ia viver pra ver isso?“

- Bem... Na verdade, eu sentia certo carinho por Pansy, mas com tempo, isso esvaiu ao perceber que ela não é uma boa pessoa... Pra mim.

“ Esquece! Ainda vai demorar um bom tempo pra mim morrer!”

- Noticia Malfoy: Mulher perfeita não existe.

“Quem ele pensa que é para rebaixar assim uma mulher, mesmo que seja Pansy Parkinson!?”

-Você não entendeu, Weasley – Ele sorriu por quase dois segundos e depois voltou a sua seriedade natural – E não sou eu que vou explicar.

“ Será que só Molly Weasley consegue derrubar essa muralha? É, minha mãe tem superpoderes”

Ele levantou-se, descendo da pedra e saiu andando.

- Ei, me espera! – Falei enquanto descia da pedra.

Ele parou por um segundo e voltou a andar.

- Não, você é muito lenta – As reações expressas por Malfoy são rápidas e se não prestar atenção elas passaram despercebidas.

Em poucos segundos após sua fala, eu estava ao seu lado, para mostrar-lhe que não sou nem um pouco lenta. Lancei lhe um olhar raivoso e ele olhou-me com um ar de superioridade, mas vi algo como comedia nele.

Seguimos em silencio até a Toca.

A noite foi bem estranha e eu ainda estava sem sono, mas mesmo assim dirigi-me ao meu quarto ao ver o Malfoy ir para o dele e de Roni.

“Que noite!”