- ARG! – Virei novamente na cama.

“Insônia do caramba!”

Sentei-me e fiquei observando meu quarto escuro.

- Sede – Levantei-me e não coloquei o roupão, afinal não deve ter ninguém acordado agora. Olhei no relógio e já passava da meia-noite.

Desci as escadas o mais silenciosamente possível, dirigi-me a geladeira, peguei um copo preenchendo-o com agua. Ao fechar a geladeira, deparei-me com olhos azul-cinzentos encarando-me.

- AHHH... – Senti minha boca sendo tapada, enquanto era girada, indo de encontro ao corpo que me prendia, não deixando debater-me.

- Você vai acordar a todos.- Uma voz rouca sussurrou em meu ouvido, fazendo-me arrepiar

“Draco... Malfoy, Gina! Malfoy.”                                        

 Parei de me debater e ele soltou-me. Toda a agua que tinha no copo caiu no chão, com a confusão.

- O que esta fazendo acordado? – Fui até a pia para pegar um pano e enxugar o chão. Abaixei-me começando, enquanto ainda esperava sua resposta.

- Eu durmo tarde – Senti-me sendo observada até terminar de limpar o chão. – E você? – Ele quebrou o silencio que se instalou no local.

Levantei-me e o encarei.

“Mero erro”

- Eu, eu o que? – Fugi de seus olhos insondáveis, tentando não corar.

- O que faz acordada a essa hora, na cozinha... Vestida assim? – Ele tinha um certo sarcasmo na voz.

Esperei-o terminar de falar e finalmente lembrei que me encontrava com meu pijama, que resumia-se a um mini short e uma blusinha que somente cobria o essencial, sendo ambos com desenhos de vaquinhas verdes. Enquanto, ele Estava com seu Roupão, cobrindo-o.

Senti meus olhos arregalarem e institivamente levei minhas mãos ao corpo, na tentativa – inútil – de cobrir-me. Olhei para ‘a vela’ a minha frente e ele parecia ter um sorriso brincando nos cantos dos lábios. Tentei recompor-me para responde-lo.

“Aff... Se o Malfoy acha que é melhor que eu está muito enganado, eu não vou deixar.”

Tirei as mãos e as deixei soltas.

- Eu estava com insônia e fiquei com sede e bem, quanto à roupa... Quando fui dormir estava quente, agora que a noite começou a esfriar – Voltei a pegar o copo enchendo-o de água e dessa vez bebendo em seguida.

- Hum – Ele virou-me as costas e dirigia-se a sala.

- Pra onde você vai? – Não me contive e o segui.

- Não lhe interessa.

“Grosso!”

- Se eu perguntei é porque interessa. – Continuei o seguindo e vi que ele estava saindo de casa.

- Só vou dar uma volta, Weasley – Ele ainda chamava-me assim, a mim e a Rony.

“Velhos Hábitos”

- ótimo. Eu não tenho nada para fazer mesmo – Houve silencio de sua parte, ou seja, ele me ignorava – Ah, obrigada por me convidar a ir com você, Dra.

Percebi o que ia dizer e calei-me no meio da frase, mas acho que não adiantou muito afinal, ele virou para observar-me com uma certa confusão nos olhos, depois continuou o caminho.

“Droga!“

- Você faz o que quiser – Ele continuou a andar, mas eu consegui alcança-lo.

- Eu sei disso.

Não nos afastamos muito da Toca e eu me surpreendi ao ver que ele direcionava-se para meu lugar favorito quando era criança.

A lua estava completa, as poucas nuvens pareciam lhe servir de repouso e as demasiadas estrelas ao seu redor deixavam o ar digno de uma pintura. Com a luz da lua conseguia enxergar quase tudo e vi quando o Malfoy sentou-se em uma alta pedra que tinha por lá.

Não pude deixar de sorrir por ele ficar do mesmo jeito que eu ficava antigamente. Juntei-me a ele na pedra, olhando para o céu.

- Eu vinha aqui quando era criança – Confessei-lhe.

- E eu não perguntei nada – Por mais que as palavras fossem rudes, não parecia ter sarcasmo ou acidez nestas.

Ficamos vários minutos em silencio, o loiro olhava para as estrelas, admirado, o vento tocou-lhe o rosto de forma suave, mas mexeu um pouco em seus cabelos. Deixou escapar de seus lábios em forma de um sussurro quase inaudível.

- Oi, mãe

“Eu não acredito. Um Malfoy com sentimentos”.

Apaguei meus pensamentos maldosos e preconceituosos contra os Malfoys e tentei ser o mais simpática possível.

- Você sente falta dela, não é?