Capitulo Dezesseis – x –  ( Histórias para May )

Passaram-se alguns dias desde o acidente com Draco e ele somente fala que se desentendeu com uns caras, mas não diz o motivo, por mais que saibamos, fingimos que não.

“Será que ele lembra algo daquele dia? Ele estava bêbado. Será que ele lembra do beijo antes de desmaiar?”

URG! Eu tenho que parar de pensar nessas coisas.

Balancei levemente minha cabeça, tentando fazer meus pensamentos esvaírem-se. Voltei a concentrar-me no meu trabalho.

Chegou uma moça no caixa com uma blusa e logo se foi.

No trabalho, eu e Draco mantemos certa distância quase não nos encontramos na verdade, nos evitamos.

Bem, pelo menos era o que eu achava até vê-lo vindo até o caixa. Quando ele chegou mais perto e fingi estar mexendo no computador.

- Você devia estar trabalhando – Informei-lhe sem olhar para seus olhos.

- Não, e nem você – Mostrei minha dúvida para ele – Intervalo.

- Ah, sim. – Levantei-me e ele se pôs ao meu lado, atrás do balcão. Depois ficou na minha frente.

- Nós temos que conversar! – Ele olhou em meus olhos e eu tentei fugir deles.

- Estou com fome agora – Dei-lhe as costas saindo de trás do balcão do caixa.

- Gina! – Ele segurou minha mão impedindo-me de seguir.

- O que você quer? – Virei para ele chegando mais perto.

- Você vai me ouvir! – Não parece um pedido, e sim uma ordem. Isso me irritou.

-Outro dia quem sabe – Encarei-o tentando parecer com raiva e virei-lhe as costas.

“Quem ele acha que é?” Caminhei na direção da sala de intervalo. Não havia ninguém quando eu cheguei, então sentei-me em uma das cadeiras e fiquei pegando algumas bolachinhas.

- Porque será que eu acho que fiz merda? – Foi uma pergunta retorica, mas acabei recebendo uma resposta.

- O que você fez? – Por mais que a voz fosse doce, eu quase cai da cadeira que estava sentada.

- Ah, oi May. – Levantei-me e sorri sem jeito. – Desculpa, estava falando sozinha.

Ela riu baixo e se aproximou de mim.

- O que você fez de errado?

- Apaixonei-me. – Suspirei confessando a mais uma pessoa.

- Isso é ruim?

- É. Porque eu não deveria. E eu nem sei se estou gostando dele mesmo. E não é exatamente isso que fiz de errado. – Controlei-me para não falar desenfreadamente.

- Okay. Então o que exatamente, você fez de errado?

- É uma historia longa

- Tudo bem. Ainda temos 15 minutos de intervalo. – Ela sorriu – Pode começar falando quem é o cara?

Engoli seco.

Será que eu deveria contar ou não?

- É... É, o – Tentei mais gaguejava incessantemente. Fechei os olhos e falei de uma vez – O Malfoy

Ela estava surpresa. Ficou quieta algum tempo, provavelmente tentando assimilar.

- Draco? Mas, vocês nem se falam direito aqui?

- Como disse a historia é longa.

Ela puxou uma cadeira para meu lado apoiando o rosto nas mãos, com os cotovelos apoiados nas pernas, típica pose de criança esperando ouvir historias.

- Eu quero saber agora.

Comecei a lhe contar as coisas que haviam acontecido, omitindo um ou dois fatos mais particulares, como meus pensamentos e algumas outras coisas.

Quando terminei, já havia acabado o intervalo. Ela suspirou e eu disse fim

- Fim? Como assim fim? Não pode terminar assim? Cadê o “felizes para sempre”?

- Isso é o mundo mágico, May. Não aqueles filmes dos trouxas! Você já viu? O Harry e a Hermione vivem falando.

- Nunca vi filmes trouxas, mas vou procurar assistir. – May era uma garota romântica. – Mas não mude de assunto! Quando vai se resolver com o Draco? Eu posso ajudar em alguma coisa? – E percebi que agora eu era um dos livros dela de romance.

- Olha, não comente isso com ninguém! Eu tenho que voltar para o trabalho. Outro dia me resolvo com o Malfoy.

Voltei para o serviço um pouco atrasada, mas nada significativo.

O resto do trabalho foi normal. Voltei par casa, um pouco depois pra compensar, ou seja, sozinha.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x