Capítulo quinze – x – (Cuidados)

Depois de o Malfoy bater na minha porta todo machucado, beijar levemente meus lábios e desmaiar, eu não faço ideia do que fazer, o corpo estava apoiado em mim e eu quase estava caindo com tanto peso.

“Será que eu chamo a mamãe? Não. Ela vai se preocupar e perder o sono. E o Roni? Ele vai me encher de perguntas que eu não sei a resposta e também não vou conseguir acordá-lo...”

Percebendo que estava sem opções, carreguei, com dificuldade, muita dificuldade, peguei pelos braços arrastando o corpo até minha cama, jogando-o lá.

- Tudo bem... O que eu faço agora? – Avaliei o rosto e o corpo de Draco.

Olho inchado, lábio inferior partido e um pequeno corte na bochecha.

Levantei sua blusa e percebi que tinha uns pontos vermelhos. Tirei sua blusa e ele quase acorda, mas somente sibilou algo incompreensivo. Visualizei os vários hematomas pelo seu tórax e senti uma raiva imensa de quem havia feito aquilo com ele. Tirei-lhe os sapatos.

Suspirei e fui até a cozinha para pegar o que era necessário. Subi novamente e o encontrei dormindo tão profundamente, que parecia estar em paz.

Limpei todos os seus ferimentos abertos e fiz o curativo simples, já que não tinha nada profundo. Coloquei a bolsa de gelo sobre seu olho enquanto terminava de cuidar dele.

Quando acabei, olhei para seu rosto, com uma bolsa de gelo no olho esquerdo, lábio partido no canto e um curativo na bochecha, e mesmo assim ele continuava lindo como sempre.

Deitei ao seu lado e comecei a mexer em seus cabelos loiros platinados com carinho, enquanto olhava o teto.

- Gina. – Ele sibilou bem baixo.       

Virei-me para ele achando que tinha acordado, mas ele ainda estava de olhos fechados e não falou mais nada.

“Ele... Ele está sonhando comigo?!”

Não resisti e um sorriso escapou de meus lábios, antes de adormecer ao lado de Draco.

- AHHHHH! – Um grito acordou-me de meus sonhos.

Abri os olhos e deparei-me com Roni, com uma baita cara de susto.

- Merlin! Pra quê tanta gritaria? – Fui apoiar minha mão na cama e acabei encontrando algo quente.

Virei-me e percebi que Draco estava na cama comigo sem blusa e ia gritar, mas lembrei-me da noite anterior. Suspirei aliviada, mas então meus irmãos adentraram no quarto preocupados.

- Ferrou! – Minha mão ainda se encontrava no peitoral de Draco, mas a retirei.

- Mas... O quê? – Carlinhos estava em choque.

- PORRA! Já? – Jorge estava surpreso, mas se divertiu.

- Calem a boca! – Eles obedeceram-me. – Vão acordá-lo. – Falei constatando que ele estava com febre, mas os ruivos encaravam-me irritados. – Eu explicarei tudo, mas saiam, por favor, e chamem a mamãe.

Eles saíram irritados e logo Molly apareceu. Expliquei tudo a ela, que foi explicar aos outros.

- Como você me dá problemas. – Mexi nos cabelos loiros e conferi que seus lábios e seus olhos estavam menos inchados. – Melhore logo, okay? – Olhei para os lados conferindo que não havia ninguém e selei meus lábios nos dele, levemente. – Boa noite pra você – Falei mesmo sendo de manhã.

Ao descer, entendi logo tudo o que aconteceu com Draco. Meu pai lia o jornal que dizia a briga que o Malfoy havia se metido. No artigo falava que ele brigara com seus amigos antigos, por conta das muitas doses que havia ingerido, no entanto também falava que o Malfoy dizia brigar em nome de quem estava o ajudando e não atrapalhando sua vida... Os Weasleys.

Confesso que isso mexeu muito comigo, quase não aguentei o suspiro apaixonado ao terminar de ler.

Claro que agora meus irmãos estavam orgulhosos, do ser todo quebrado na minha cama. Jogamos o jornal fora para ele não desconfiar que sabíamos de algo.

Porém, Carlinhos avisou que Draco não poderia se meter em brigas, pois isso dificultaria ainda mais no processo pelo qual estava passando.

“E agora, Draco?”