Vida De Princesa escrita por Lady Riquelme


Capítulo 55
Capítulo 55 - Memórias


Notas iniciais do capítulo

Capa nova pessoal.
Obrigada LGATAAA pela linda recomendação, tem capítulo bônus pra você no próximo, prometo postar já já.



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Eu tocava seu cabelo e sorria enquanto ele beijava meu pescoço, sentia as mãos tocando minha perna conforme nos uníamos cada vez mais naquela cama, tinha a sensação do paraíso tê-lo ali comigo, sua voz saía nebulosa, assim como teu rosto, mas eu reconhecia teu corpo, seu toque, cada parte daquele corpo eu já tinha detalhado em mente, as costas e seus músculos, a barba rala me dando cócegas quando seus beijos deixaram meu pescoço indo mais pra baixo, inconscientemente puxei seus cabelos trazendo seu rosto pra cima, em um ato surpreendente eu reconheci aquele olhar, mas as palavras que saíram da minha boca pareceram tão erradas.

Eu te amo.

Acordei com aquela sensação horrível, aquele desconforto de lembrar algo que não se encaixava, que não condizia com a minha realidade. Dorian Cales não poderia ser aquele homem, não podia amar, não ele, sentia tanta dor só por tê-lo ao meu lado, porque sentia aquilo? O que ele fizera de tão mal pra esquecer sua importância na minha vida? Aquela minha declaração fora real, havia tanto sentimento ali, nessa lembrança confusa e agora dolorosa pra mim, decidi tirar a limpo novamente isso, ele tinha dito que nós havíamos nos amado, e pelas imagens que vagam agora na minha mente tinha certeza que fisicamente aconteceu algo entre nós, uma relação que não fora concretizada com Harry, porque para meu namorado eu não tinha me entregado e a esse homem sim? Trai e enganei essa pessoa que é tão perfeita e especial pra mim, fiz essa barbaridade contra o príncipe? Não conseguia suportar o que me tornara agora.

Encontrei-o com o outro segurança, Ackel e mais uma ruiva, não me lembrava dela, mas a forma como se esfregava em Cales, mostrava que era mais do que uma amiga, e isso me deixou com raiva, seria essa a mulher que ele disse se envolver para tentar me esquecer? Não sabia e também acho que agora não importaria mais, não havia sentimentos, mas acabei vacilando quando ele olhou pra mim, havia uma esperança naquele olhar que me fez recuar, pensei rapidamente em algo, não podia falar com ele, não agora, e talvez nunca sobre isso.

– Ackel pode me levar ao ateliê. – pedi mudando de estratégia em cima da hora, apesar de ser uma boa ideia – Gostaria de saber no que estou trabalhando.

– No vestido de noiva de Sarah. – afirmou o loiro caminhando até mim – Vai vestida assim?

– Qual o problema? – questionei olhando pra mim – Estou sexy.

– Muito, pra quem acabou de acordar. – retrucou Cales, caminhando parando ao lado de Ackel – Pra que o caderno?

– Diário de anotações. – comentei olhando o couro preto e o símbolo do reino – Lapsos de lembranças que estou anotando.

– Já mostrou isso para o médico? – questionou novamente.

– Wolverine? Vou mostrar na próxima consulta. – disse despreocupadamente – Ackel vai me levar?

– Vou, mas preciso pegar as chaves do carro.

– Ok, vou com você, mas me dê uma mãozinha. – comentei sentindo a fisgada na ferida da perna – Acho que ainda não posso participar de uma maratona.

– Deveria ficar e repousar. – se intrometeu novamente o pinguim.

– Olha eu sei o que faço da minha vida. – retruquei dando-lhe as costas.

Reconheci o caminho para o ateliê, era familiar aquelas ruas e o grande galpão parecia com meu lar, um lugar onde certamente eu faria as minhas roupas e poderia criar em paz, vários tecidos espalhados pelo local, com máquinas de costura e manequins com modelos novos, desenhos espalhados pelas paredes ou coladas ao lado de cada manequim com os pedaços de tecidos e detalhes como perolas e cristais, no centro de todo o galpão estava dois vestidos, brancos perolados com detalhes incríveis, o melhor trabalho que já fiz em toda minha vida, um longo para o casamento na igreja e outro curto para a festa de comemoração, era totalmente incrível, tinha certeza disso, toquei o tecido admirando como era tão suave, quisera eu casar assim, usar algo tão magnífico e caminhar de encontro ao altar pra John, deixei uma lagrima cair limpando-a logo em seguida para Ackel não ver, tentei sorrir virando-me para ele.

– Gosta do que vê? – perguntei apontando para o ateliê.

– Sim. – afirmou sorrindo e vendo os modelos – Você fez um vestido pra minha menina.

– Fiz? – espantei-me – Você tem uma filha?

– Sim, com a irmã de Dorian. – comentou procurando alguma coisa entre os papeis – Este é o modelo, ela amou e agradeceu pulando no seu colo.

– Como não consigo me lembrar disso? – questionei observando o desenho infantil.

– Acredito que deve lembrar com o tempo. – disse incentivando ao mostrar outro modelo – Este é o seu.

– Meu? – disse pegando o papel.

– Sim, o vestido para o casamento de Dark. – afirmou apontando pra uma sala – Esta pronto já, vi a senhorita…

– Você. – interrompi – Nada de senhorita ou princesa, por favor.

– Vi você terminá-lo na ultima vez que vim para acompanhá-la, você ama este lugar, ama o que faz.

– Quando foi a ultima vez que vim aqui?

– Foi um dia antes do acidente, houve um atentado quando saiu do ateliê com Sarah, fora a ultima prova do vestido dela, quando saíram homens as abordaram e você acabou se machucando, fui eu quem a carregou para o hospital, estava com a mão quebrada e um machucado na cabeça, devido ao ataque que sofrera o meliante a agrediu no chão três vezes. – descreveu o ataque observando pela janela – Nunca desconfiamos que estavam seguindo, aquela foi a primeira vez em meses que saiu sozinha, sem nenhum acompanhamento de seguranças.

– O que aconteceu com eles? Os meliantes. – perguntei parando ao lado dele.

– Você os matou.

– Eu? – espantada novamente acabei me afastando dele.

– Sim. – sussurrou – Não tinha escolha.

Foi assim que lembrei, os corpos, o sangue e toda confusão.

Eva! – gritou Sarah debatendo-se contra o sequestrador.

Sentia tudo que tinha acontecido, como se fosse ali e agora, a dor na mão, o desespero e o sangue.

Ela havia matado um homem e estava em choque por fazer isso, tentando acalmá-la a puxei do meu lado limpando suas mãos desajeitadamente, raciocinando quanto tempo teríamos até chegar ajuda.

Olha Sarah, preste atenção. – disse balançando-a – Você não matou ninguém, fui eu tá, eu os matei, não foi você, preste atenção, se alguém perguntar você vai dizer que os matei em legitima defesa, que um deles te jogou quando veio pra cima de mim, só isso, você não viu como aconteceu, só aconteceu.

Mas eu que atirei...

Eu sei querida, mas olha pra mim, você não pode ficar com a ficha suja e com sangue nas mãos, eu já matei antes, quando teve o ataque em Los Angeles, ele vieram atrás de mim, não de você, e se tiver mais deles, o que obviamente vai ter, eles virão atrás de mim novamente, e se procurarem vingança é a mim que eles vão achar não você, entendeu?

Sim, mas Eva... Eu matei um homem. – chorou nos meus braços.

Ele era um monstro mana, merecia morrer, pense que você acabou com um assassino a menos nesse mundo, não pensei que isso é um ser humano, isso não é, o reconheço como o cara que estava me seguindo dias atrás, eu sabia que iriam atacar em algum momento, mas não pensei que seria agora, por isso trouxe o punhal comigo, estava levando pra proteção, mas você foi o empecilho deles pra me levarem e me matarem, você me salvou, e eu estou salvando você. – disse segurando a arma com o punho firme – Quando chegar ajuda, diga o que combinamos, quando você tiver chance limpe suas mãos com álcool, muito álcool, esta com vestígios de pólvora da arma, e isso incrimina você a ter atirado nele, não deixe ninguém fazer exame de pericia em você, diga que esta em choque e chame por Dark, Daniel vai te ajudar, diga a todos que fui eu que os matei isso é pro seu próprio bem.

Mas Eva, você não tem pólvora nas mãos. – disse começando a raciocinar.

Podemos dar um jeito nisso. – afirmei apontando a arma na cabeça do homem que apunhalei – Feche os olhos.

Fazendo o que mandei, ela não viu os três tiros que acertei no crânio do homem, matando-o instantaneamente, quando escutamos passos se aproximando a puxei para trás de mim apontando a arma pra quem quer que esteja chegando ao local…

Cambaleei pra trás, voltando para o presente, ainda sentia as dores, o desespero e sofrimento da hora que aconteceu aquilo, pisquei diversas vezes abaixando a cabeça para tentar controlar a minha respiração, a falta de ar estava presente ali também, maldita asma que me deixava ainda pior, olhei no chão procurando um ponto fixo quando senti algo escorrer e pingar ali, sangue.

Toquei meu nariz sentindo o liquido manchar minha mão, gotas, pequenas gotas que limpei o mais rápido possível antes que Ackel visse, senti quando ele apareceu para me socorrer com as minhas pílulas em sua mão, ele não estava perto quando limpei o sangue, fora procurar o medicamento na minha bolsa, fazendo-me sentar passou um copo com água ajudando-me com os comprimidos, só assim consegui me recuperar, fechando os olhos, respirei mais aliviada.

– Esta se sentindo melhor? – perguntou outra voz assustando-me.

– Como chegou aqui? – sussurrei ainda sem abrir os olhos, escutando Cales ao meu lado.

– Ele nos acompanhou no segundo carro. – esclareceu Ackel.

– Droga. – resmunguei finalmente abrindo os olhos – Ackel leve-me para casa.

– Vai para clinica agora mesmo. – ordenou Dorian ajudando-me a levantar.

– Não mesmo. – rugi saindo do seu aperto – Vou para o Chateau, lá irei descansar.

Sem escutar puxou-me para seu colo, gritei em susto quando este me carregou para fora do ateliê sorrindo de lado pra mim.

– As coisas nunca mudam princesa. – riu praticamente me jogando no banco do carro – Agora vamos dar uma voltinha.


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Notas finais do capítulo

O que acham que vai acontecer? Pra onde Dorian vai levar Eva? Por que o sangue? Muitas questões pessoal, agora no próximo o POV será do Dorian, um bônus pela recomendação nova.
Espero que comentem, mais informações da fic no grupo do facebook.
https://www.facebook.com/groups/Fanfics.LadyK/

Xoxo



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