Só Podem Estar A Brincar Comigo!!! escrita por Susana


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá e boa leitura!
Espero que gostem.



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POV Crystal

            - Tu vê lá se a tratas bem! – Rose ameaçava Paul pela enésima vez.

            Dói dias após a minha conversa com Paul, estávamos no aeroporto prontos para partirmos para Forks, ou melhor, La Push. Sim…porque eu tinha ordens específicas para não sair de La Push a não ser para voltar para o aeroporto.

            Mas quem disse que isso me desanimava, hum?

            Eu ia estar duas semanas fora da confusão que estava naquela casa, e ia matar saudades da terra onde vivi, porque me haveria de queixar?

            Despedimo-nos de Rose e Emmett que nos tinham ido levar e embarcámos rumo aos Estados Unidos da América.

            -Como te sentes, por estares dentro deste avião? – perguntou-me Paul a sorrir.

            Eu sabia que ele tinha tido muito trabalho para convencer Sam a deixar-me ir para La Push, então eu tinha de tornar aquelas “férias” tão boas para ele como avizinhavam ser para mim.

            - Nem sabes o quanto estou feliz e… cheia de sono. Não dormi nada esta noite!

            Ele gargalhou e ofereceu-se de encosto. Eu claro que aceitei e adormeci naquele peito largo e quentinho.

            Quando acordei estava numa cama, sozinha.

            Esperem lá! Onde é que eu estava, mesmo???

            Levantei-me e olhei à minha volta. O quarto onde estava era pequeno mas, minimamente organizado. O chão era de madeira, a cama onde tinha dormido era grande o suficiente para duas pessoas de tamanho normal. Existia um pequeno guarda-fatos e uma estante com alguns livros.

            Aproximei-me da estante e vi alguns dos títulos como “Romeu e Julieta” e “Odisseia”, grandes clássicos da literatura.

            Ouvi passos a dirigir-se a este quarto.

            Encostei-me à parede ao lado da porta e quando esta se abriu e alguém entrou eu saltei-lhe em cima das costas, segurando-me ao pescoço, pronta para o arrancar se fosse preciso.

            - Hum, gostei da parte de me saltares em cima, mas esperava que isso fosse na cama. Mas já vi que és bem selvagem! Ahahahahahah- era Paul o homem que havia entrado.

            Não lhe saí das cavalitas, mas afrouxei o aperto do pescoço.

            - Estás a gostar de estar aí. Ahahahahah.

            - Onde estamos? – perguntei fria.

            - Em minha casa, Crystal. Pensei que confiavas em mim… - na voz dele notava-se que lhe doía o facto de eu ter desconfiado dele.

            A verdade é que tinha sido parva. Ele nunca me faria mal. Ele amava-me! Eu amava-o…

            Desci das suas costas e pus-me na sua frente. Ele estava de olhos fechados, provavelmente por estas magoado comigo.

            Então sussurrei-lhe:

            - Desculpa. Eu sei que não me farias mal…Tu amas-me e…eu também te amo…

            Ele abriu os olhos surpreendido com o que eu havia dito, ainda tentou falar, mas eu não o deixei e beijei-o.

            Começou como um beijo suave, mas logo se tornou mais intenso e exigente, pois sentíamos a necessidade de transmitir tudo que sentíamos.

            O espaço entre os nossos corpos foi desaparecendo e ambos queríamos mais.

            Paul separou-nos dando-me um beijo na testa.

            Olhei para ele confusa. Porque é que ele tinha parado? Será que ele não me queria?

            Estava a ficar totalmente alterada, por causa da rejeição de Paul.

            - Tens a certeza que me queres como algo mais do que amigo? – ele perguntou calmo e carinhoso.

            - Não Paul! Eu beijei-te porque sou uma puta e quero que sejas o próximo da lista! – gritei.

            Era a segunda vez que era rejeitada e não me contive, virei-lhe as costas e comecei a chorar.

            Ele veio ter comigo e abraçou-me por trás. Então sussurrou-me ao ouvido:

            - Eu amo-te hoje, amei-te ontem, amar-te-ei amanhã. Por isso não precisas de ter pressa em nada, eu espero o tempo que for necessário. E, se para seres feliz, não precisares de mim desta forma, eu não me irei impor. Tens de perceber que és tudo o que eu tenho, mas se tiver que abdicar de ti para sorrires, eu fá-lo-ei.

            Virei-me para ele a chorar, mas desta vez de felicidade, se não fosse uma vampira diria que estava no TPM, com esta choradeira toda…ahahahah. Mas é tão bom ouvir as pessoas que amamos a dizerem-nos coisas destas.

            - Eu amo-te Paul, amo-te muito e quero ser tua. Tua amiga, tua namorada e a tua vida.

            Sorri-lhe convencida e ele gargalhou.

            - Bem, sendo assim, és minha. Ahahahahahahaha. Agora vamos comer qualquer coisa.

            - Vais-me levar a caçar? – perguntei entusiasmada.

            - Sim, vou e aproveitamos e vamos passear.

            Eu vesti algo mais prático e fomos caçar.

            Foi realmente divertido, cacei um veado e o Paul caçou alguns coelhos.

            Vocês conseguem imaginar um lobo enorme a caçar coelhinhos? É realmente cómico, não acham?

            Como devem imaginar, fartei-me de gozar com ele.

            Quando vínhamos a voltar da caça, Jared apareceu à nossa frente.

            - Desculpem, mas o Sam mandou-me chamar-te. – disse ele para Paul, com cara muito séria.

            - Eu vou levar Crystal a casa e já vou ter com vocês.

            - Não há tempo!

            Paul olhou para mim preocupado, mas eu acenei-lhe para que fosse. Eu achava que conseguia encontrar o caminho para a casa dele.

            E, ele foi embora acompanhado de Jared.

            No caminho para a casa dele, decidi desviar-me um pouco da rota original e fui à praia.

            Sempre adorei aquele sítio, o mar, a areia, as rochas…

            O cheiro do mar relaxava-me, o barulho do mar fazia-me entrar num mundo perfeito, onde eu ainda era a antiga Crystal.

            A torrente de lembranças que aquilo me trouxe, fizeram-me chorar de saudades.

            Sentei-me numa rocha e deixei-me cair naquele mundo, que tinha enterrado durante todo aquele tempo para não sofrer.

Como eu tinha saudades dos meus amigos, deste local, dos meus pais…Mas os meus pais eu nunca mais poderia voltar a ver…

Eu estava num daqueles momentos em que tudo o que perdemos nos vem à memória e ficamos sentados e fechados nos nosso mundinho, deixando apenas que as lágrimas denunciem que a nossa realidade está no mundo exterior.

Perto do mar vi uma mulher incrivelmente bela. A sua pele morena como a dos restantes membros da tribo. Tinha uma cascata de cabelo liso e preto, que lhe descia pelas costas, sobre um vestido muito simples, branco.

Ela tinha um brilho especial, eu não o conseguia compreender, e isso levou-me a caminhar até ela.

Quando cheguei perto dela, ela virou-se, graciosamente, para mim e sorriu-me.

- Porque choras, minha pequena? – ela perguntou-me tão amavelmente, que parecia estar a falar com a própria filha.

Eu ainda estava encantada pela sua beleza sobre-humana, mas que não era como a de um vampiro. Havia um toque, se calhar, divino nela.

- Estava a lembrar-me de como era a minha vida antes de me tornar uma vamp… - parei de falar, ao perceber que quase ia revelando o meu segredo a uma desconhecida.

- Antes de te tornares numa vampira…E porque tal coisa te fez chorar?

Ela sabia o que eu era! E parecia que para ela era normal. Mas como? Será que ela pertencia a alguma das famílias dos lobos e, então sabia da minha vinda?

- Porque perdi tudo isso…os meus pais, a minha adolescência, o meu futuro…

Vi um súbito pesar nos seus olhos, mas este desapareceu antes de puder ter a certeza que o tinha visto.

- Porém ganhaste outras coisas, não foi?

- Uma família nova, e muitas confusões, já para não falar de dois lobos que sofreram um imprinting por mim. Mas vendo bem, isso está englobado nas confusões…

Ela riu-se.

Então fez-me sinal para me sentar ao pé dela numa das rochas que estava perto de nós, e eu assim fiz.

- Sabes, por vezes existem pessoas que são abençoadas a terem destinos, que por muito trágicos que pareçam, são verdadeiramente, heróicos.

Olhei para ela sem perceber o que é que aquilo tinha a ver comigo. Mas continuei a ouvi-la.

- Não sei se conheces a lenda da terceira mulher… - acenei-lhe afirmativamente - …ela sacrificou-se para salvar os que mais amava, e todos se lembram dela como uma heroína, mas também com pena de ela ter perdido a sua vida. Mas como é que eles podem saber que ela ficou triste, como é que podem saber que ela não morreu feliz? Afinal ela morreu em nome de quem mais amava.

Ela parou e permaneceu a olhar o mar durante um instante.

- Dizem que o seu punhal ainda aqui está, perdido, no meio desta praia…e que quem o encontrar será eternamente relembrado. – ela sorriu. – Por isso, também dizem, que só aparecerá a quem estiver destinado a encontrá-lo.

Ela levantou-se da rocha e começou a andar para o mar, sem me olhar novamente.

- Espere! Quem é a senhora? – gritei.

- Aquela que nunca será conhecida pelo seu verdadeiro nome.

E então desapareceu entre as ondas do mar agitado.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?
Mereço reviews?
Fantasminhas, é desta que fazem uma aparição?
Beijinhos e até ao próximo capitulo.



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