Só Podem Estar A Brincar Comigo!!! escrita por Susana


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Este capitulo é um pouco mais intenso, mas espero que gostem.
Boa leitura



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POV Crystal

            As pessoas passavam por mim e eu apenas conseguia ouvir os batimentos cardíacos delas. E quanto mais eu pensava naquilo que havia acontecido, mais eu sentia vontade de me desligar e atacar alguém, de saciar uma sede não sabia ter até à momentos atrás.

            Um homem passou por mim roçando o seu braço no meu e o cheiro que ele emanava deixou-me fora de mim. Eu não sabia o que fazer, como me controlar, apetecia-me acabar com aquele sofrimento, com aquele ardor na garganta. Mas não podia, eu sabia que não podia, eu não atacava humanos…

            Corri para uma porta que estava aberta e entrei. Vi umas escadas e subi por elas, quanto mais longe da rua melhor. Ou, pelo menos, foi o que pensei.

            Encostei-me a uma das paredes do corredor onde me encontrava, respirei fundo e senti…cheiro a humanos…Olhei à minha volta e vi que me encontrava numa pensão.

            Então não me controlei mais, a essência do que sou veio ao de cima e adoptei a postura de uma caçadora. Decidi-me a ir ao quarto mais próximo. Abria a porta facilmente, mesmo estando esta trancada. “Estúpidos humanos, pensam que uma simples porta me impede de alguma coisa.”.

            Encontrei um homem e uma mulher dentro do quarto, eles olharam-me surpreendidos e antes que algum deles falasse, ou pior, gritasse, eu parti o pescoço á mulher e suguei o sangue do homem. Quando este ficou sem um único pingo de sangue, pequei na mulher que havia morto e bebi o sangue dela também.

            Deixei-a cair no chão, olhei à minha volta e tomei consciência do que havia feito.

            Não aguentei e desmoronei no chão a chorar, não acreditando no que tinha, realmente, feito. Eu não podia ter matado estas pessoas…eu era um monstro…

            Senti alguém a entrar no quarto e levantei-me de rompante, preparada para me defender.

            Então, deparei-me com o rapaz que tinha conhecido lá em casa, que se bem me lembro, pelas minhas conversas com Rose se chamava Seth. Aquele que me fez sentir de uma maneira que nunca antes me havia sentido. Ele olhava-me inexpressivo, não sei porquê, naquele momento corri para ele e abracei-o, começando de novo a chorar. Mas o mais estranho, foi que ele abraçou-me, deu-me um beijo no topo da cabeça e disse de uma maneira muito carinhosa e reconfortante:

            - Vai ficar tudo bem, eu prometo.

            Ele abraçou-me durante alguns minutos e em seguida deu-me outro beijo no topo da cabeça e disse-me:

            - Olha, vamos juntar os dois corpos ao pé da lareira, acendemo-la e incendiamos os corpos, também, mas de maneira a parecer um acidente. – ele olhou-me cuidadosamente e continuou - Em seguida saímos daqui rapidamente, mas sem levantar suspeitas, achas que consegues?

            Ele olhou-me como se esperasse uma resposta, mas desistiu passados uns segundos e começou a preparar as coisas. Ele já havia acendido a lareira quando eu consegui balbuciar:

            - Não…

            Ele olhou-me confuso e acho que irritado, ou pelo menos era o que eu conseguia ler através dos seus olhos.

            -Como assim não?

            -Eu não posso sair daqui! – eu disse desesperada.

            -Porque não? Queres matar mais algum? Ainda queres mais alguma coisa para o lanche? – Seth perguntou-me cinicamente.

            Nunca pensei que meras palavras pudessem magoar tanto. Ele estava a ser tremendamente injusto, vá eu sei que tinha morto duas pessoas, mas eu própria estava horrorizada com esse facto.

            Mas se eu saísse e continuasse a ouvir todos aqueles corações a baterem, eu iria me descontrolar e acabaria por matar mais alguém, ainda por cima agora já sabia o quanto o sangue o humano era bom.

            - Eu não posso sair porque…- ele cortou-me a fala.

            Desta vez, o seu olhar estava carregado de raiva e, talvez de um certo nojo, também.

            -Eu não quero saber das tuas desculpas!

            Eu sentia-me desesperada. Sabia que era um monstro, mas não aquele que ele pintava. Eu tinha sentimentos e medos…eu era, de certa forma, ainda a menina que Carlisle transformou, e estava com medo de não me conseguir controlar.

            -Eu posso não me controlar lá fora…- sussurrei.

            Ele estava a criar o cenário para que parecesse um acidente e nem olhou para mim quando me deu uma resposta fria.

            -Se tu conseguiste vir até aqui, também consegues voltar para casa. Ainda por cima, agora estás alimentada.

            Passados uns minutos ele ateou fogo aos corpos, como aquela pensão era velha não possuía sensores de incêndio, então só depois do quarto estar a arder bem é que as pessoas iriam reparar no incêndio.

            Quando o fogo já havia consumido uma boa parte do quarto, Seth pegou-me no braço e arrastou-me para fora da pensão.

            Apesar de já estar alimentada, o facto de estar rodeada de humanos estava a levar o meu auto controlo a um limite, por mim nunca antes explorado. Eu sabia que não iria resistir durante muito tempo e iria acabar por matar alguém, e eu não queria que isso voltasse a acontecer nunca mais na minha existência.

            E aí passou alguém com um cheiro extremamente apetitoso. O meu controlo estava por um fio. Fechei os olhos e concentrei-me no cheiro de Seth, que era muito bom, mas não da maneira como o dos humanos eram, e quando voltei abrir os olhos já estávamos na floresta.

            Olhei à minha volta confusa.

            -Eu reparei que estavas a perder o controlo, então quando estávamos num sítio com menos pessoas acelerei o passo. – talvez pela minha cara de surpreendida ele perguntou. – Mas não reparaste que estavas a correr.

            - Eu concentrei-me no teu cheiro para não perder o controlo.

            Ao perceber o que havia dito desviei o olhar envergonhada.

            -Bem, acho que é melhor levar-te a casa. – disse Steh.

            E, então abateu-se um enorme peso sobre mim, as lágrimas escorreram de novo pelas minhas faces e senti os braços fortes de Seth  a rodearem-me e a conduzir-me para dentro da floresta.

            Como é que eles reagir? Iram-me odiar?


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Notas finais do capítulo

Então gostaram?
Deixem reviews.
Beijos e até ao próximo capitulo.



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