Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 5
Tributos em treinamento


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e espero estar compensando o último capítulo curtinho.



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Acordei pela manhã com os olhos inchados devido a choradeira de ontem, então fui para debaixo do chuveiro me lavar e relaxar um pouco.

Vesti-me com a roupa do treino que Peter deixou – provavelmente igual a de Dylan, o que me dava raiva – e segui para a sala de jantar.

- Olá. – disse eu enquanto pegava um pouco de cozido de carneiro e arroz selvagem, depois me sentei entre Haymitch e Nancy, ficar um pouco longe de Dylan fazia bem.

Ok, eu sei que em uma hora eu fico junto com ele e em outra já estou com raiva, mas não precisa comentar ok?

- Bom dia. – falaram todos os outros.

- Então Haymitch, qual a estratégia para hoje? – peço colocando um pouco de cozido pra dentro da boca.

- Bom, no treinamento vão aprender o máximo do que não souberem, fiquem longe do arco e flecha e do arremesso de facas, por mais que os outros tributos saibam que vocês são bons com isso, deixem para a seção particular com os Idealizadores dos Jogos. – fala ele estalando os dedos e comendo uma costela de porco.

- Ei, Haymitch, os tributos são proibidos de guardar armas aqui dentro, certo? – pede Dylan olhando para seu prato intocado. – É que eu tenho uma coisa, ela é muito especial para mim, muito importante, se é que me entende, mas será que poderia me mandar como dádiva na arena? Se eu for morrer, quero estar com ela. – ele estende a faca que eu dei para ele no dia em que nos conhecemos na floresta, o que fez com que eu quase tivesse um desmaio.

- Tecnicamente, não, não podem estar com armas aqui, mas vou ver o que posso fazer quanto a isso! – fala Haymitch confiscando a faca negra.

Por que ele estava com aquilo? Por que era tão importante para ele? Por que ele queria ter ela consigo na arena? Por que ele queria morrer com ela?

Eu me calei e parei de comer, fiquei fitando-o por um bom tempo, até que Effie nos diz que é hora de partir para o treinamento no subsolo. Ela nos acompanha até uma sala grande, cheia de armas, alvos e as seções de treinamento, onde todos os outros tributos já estavam posicionados com roupas diferentes de seu companheiro de distrito, odeio essa coisa de Peter nos transformar em gêmeos, quer dizer, não somos parecidos, ele tem 1,80 cm de altura e eu tenho só 1,65 cm, ele tem os olhos castanhos e os meus são cinzentos, ele tem um corpo musculoso e eu sou magra, ele tem cabelos levemente cacheados, enquanto os meus são lisos, mas voltando ao que interessa, em um painel estavam as mais diversificadas coleções de facas, grandes, pequenas, médias, curvas, retas, finas, grossas, eu fiquei encantada, meus olhos brilhavam de excitação, eu não via a hora de por a mão naquelas belezinhas.

Dylan já ficou de olho nos arcos, mas logo olhou em outra direção para não mostrar entusiasmo.

Átala começou ler alguma coisa que eu não me esforcei para prestar atenção, então ela nos libera para treinar.

- E aí, onde vamos primeiro? – Dylan me pede, fazendo com que eu saia do estado de encantamento com as facas.

- Não sei usar um arco e flecha, vou tentar alguma coisa ali. – dou de ombros e pego um arco de madeira bem leve e uma aljava de flechas.

Tentei duas, cinco, nove vezes e nada de acertar o alvo, então Dylan desobedece Haymitch e vem me ensinar, ele ajusta a mira e segura meus braços, depois pede para eu soltara corda, bem no alvo, ele é ótimo com isso, na verdade, a gente poderia ser ótimos amigos, se a gente vencesse, poderíamos caçar juntos na floresta, mas logo afasto esse pensamento da cabeça, vinte e dois tributos terão que morrer para podermos realizar isso.

Esqueço tudo aquilo da faca no café da manhã, tudo que foi negativo sobre ele e me permito passar o tempo que me resta viva com ele feliz, afinal, eu poderia ser morta logo no primeiro minuto que pisar na arena.

Dou algumas flechadas, não consegui acertar o alvo, mas bem perto dele.

- Ei, pode vir me ajudar de novo com isso? – peço para ele, que estava tentando jogar algumas facas sem sucesso.

Tudo bem, mas terá que me ensinar a arremessar isso. – ele sorri e vem me ajudar, novamente segura meus braços e pede para soltar a corda, e de novo, o alvo.

- Você é incrível! – exclamo espantada com a sua habilidade.

- Você é mais, sabe o que consegue fazer com essas lâminas mortíferas! – diz ele cutucando minha barriga.

- Ah, que isso, você que é! Sabe que sim. – cutuco sua barriga como ele fez antes.

- Não, não, você é! – estamos rindo como nunca.

Não, você que é e acabou! – falo ainda rindo.

Só depois percebo que ele me abraçou pelas costas, que estamos rindo muito e que quase todos estão olhando para nós com certa raiva? Inveja? Não sei, mas a maioria está furiosa, a outra parte está rindo também e continuam treinando. Visualizo Álex de relance, ele está com os punhos cerrados e está descontando certa raiva? Deve ser raiva pela sua expressão, cortando a cabeça de um boneco.

- Bom, vamos continuar treinando. – ajudo Dylan a arremessar algumas facas até que ele domine isso completamente, depois passamos na seção de nós e plantas comestíveis, depois somos liberados para nos arrumarmos para a seção particular.

Fomos para cima rindo da cara dos outros tributos, quando Haymitch vociferou:

- Eu disse para ficarem longe de arcos e facas!

- Quer que a gente aprenda a manusear apenas uma arma? Ficarmos vulneráveis na arena? Que a gente perca os jogos? – berro na cara dele.

- Como querem ter patrocinadores se tirarem um cinco na seção porque fizeram as mesmas coisas entediantes do treinamento? – diz ele com a cara vermelha de tanta raiva.

Estou prestes a socar Haymitch quando Dylan se põe na minha frente.

- O que fizemos no treinamento não foi entediante! Mas então Haymitch, tinha algo para nos falar? – diz ele com extrema calma.

- Não, para você não, mas é claro que não! Mas vamos voltar ao ponto principal, já que os dois tributos do mesmo distrito podem vencer, os dois podem ir para a seção com os Idealizadores juntos, quero que façam uma espécie de composição, um ajudando ao outro, vou dar um pequeno e simples exemplo, enquanto a garota corta a corda de um boneco, você o acerta com uma flecha no coração. Isso é apenas um exemplo, mas quero que os dois trabalhem juntos, como se fossem um só, entendo os movimentos um do outro.

- Hm, isso deve ser fácil, nossas chances de tirar uma nota alta são bem maiores, somando as habilidades dos dois. – diz Dylan.

- Isso é ótimo! – falo sonhando com a nota doze piscando na tela.

- As suas roupas para a seção estão no closet, são pretas com algumas listras vermelhas e tem o número doze bordado na manga, é essa que é para colocar. – Haymitch bebe um gole de vinho.

Me dirijo ao meu quarto e coloco o uniforme colado e as botas macias, depois me encontro com Dylan no elevador e vamos para nossa seção particular.

Quando chegamos, os tributos do distrito um já tinham voltado da seção e assim foi indo, distrito dois, três, quatro, cinco, seis, até nos chamarem.

Agora, felizmente todos usavam a mesma roupa, o único detalhe diferente era o número do distrito bordado, que cada um tinha o seu.

Logo quando chegamos na sala, eu peguei quatro facas, coloco duas cruzadas no rabo que fiz no cabelo – minha marca registrada junto com o broche do pai de Dylan que estava preso na jaqueta – e mais duas para utilizar no treino. Dylan pega um arco de metal e uma aljava de flechas prateadas. Sem termos combinado nada, começamos a decapitar e alvejar os bonecos, no final, ele salta em cima de um pilar e atira uma flecha na lâmpada, que cai sobre nós em fagulhas brilhantes, e no meio dessas fagulhas, ele atira uma flecha e eu uma faca – ao mesmo tempo - na parede, fazendo com que as duas ficassem cruzadas, e a partir de agora, essa seria nossa marca registrada.

Os Idealizadores dos jogos ficam de olhos arregalados e começam a escrever em um acordo, depois no liberam. Saímos em silêncio até ficar fora da vista deles, depois eu não me contenho e começo a rir, Dylan ri comigo.

- Aquilo foi incrível, precisamos de outro broche agora, aquilo foi incrível! –repeti rindo de felicidade.

- E aí como foram? – chega Haymitch pedindo.

- Fomos ótimos, incríveis, espetaculares! Ah, Haymitch, obrigada. – eu o abraço ainda feliz com nosso desempenho, mesmo não sabendo quanto tiramos.

- Precisamos de outro broche, Haymitch. – Dylan faz um desenho em um guardanapo e pede para que ele mande fazer.

- Venham, vamos ver as suas notas. – diz Haymitch nos puxando para um sofá na frente de uma TV enorme com nossos estilistas e Effie.

Os carreirista tiram notas entre oito e dez, como sempre, e foram indo, a menor nota foi a do distrito dez, e a nossa aparece piscando na tela depois.

DOZE, TIRAMOS UM DOZE! UM DOZE!

Todos se abraçam e essa noite eu fui dormir feliz, amanhã teria a entrevista com Caesar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Beijocas.



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