Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 6
A entrevista


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse, eu particularmente amei. Ah, Leo, te coloquei na fic s2



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Acordei com uma Effie dizendo que a Capital iria proporcionar um banquete para todos os tributos.

                Ela me entregou o vestido que eu terei que usar, dessa vez nada de chamas, apenas um vestido rosa claro com sapatos azuis-acinzentados.

Deixei os cabelos soltos e prendi meu novo broche no vestido. Fui ver que oras eram, já eram 11:30, eu havia dormido muito hoje! Saí do quarto às pressas, cuidando para não cair de cima desses saltos e vou para o elevador.

O elevador para no oitavo andar, o que significava que algum tributo do oito iria entrar, exatamente isso aconteceu, era Álex.

- Oi, Gabriela. – diz ele sorrindo.

- Oi. – digo mexendo nos cabelos. – Onde é o banquete?

- Ah, vai ser no subsolo, cadê seu par? Ou ainda não tem um? – fala Álex erguendo as sobrancelhas.

- Bem, é... eu nem sabia que precisava de um par. – digo constrangida.

- Ah, ótimo, quer vir comigo? – pede ele exibindo aqueles dentes perfeitos em um sorriso.

- Sim, é claro, acho que posso! – falo meio enrolada!

Ele estende o braço e eu o seguro – com quem será que Dylan vai? Essa pergunta não sai de minha cabeça-, logo estamos na sala do banquete, que era enorme. Todos os tributos já estavam se divertindo quando chegamos.

Dylan – que estava sentado sozinho em uma poltrona azul – vem em minha direção sorrindo, mas para na metade do caminho quando vê Álex ao meu lado.

- Ah, acho que já está acompanhada, nos... veremos na entrevista. – diz Dylan e sai batendo uma porta.

- Dylan... – ele já tinha ido quando o chamo.

- Venha, vamos almoçar. – Álex me puxa para a mesa cheia de olhares me fuzilando.

Sem falar nada durante o almoço inteiro, como um pouco de peixe com limão e vou me sentar em um sofá do lado do garoto do distrito seis.

- Olá, meu nome é Leo, você é do doze, certo? – fala ele.

- Oi, sou sim, Gabriela Cartwright. – digo fitando o nada.

Ficamos falando sobre coisas pouco importantes quando ele se vira para mim.

- Problemas? – pede ele juntando as sobrancelhas.

- Só de estar aqui nesse jogo já é um enorme problema. – falo forçando um sorriso.

- Aí está um fato em que tenho que concordar. Mas você se voluntariou, pensei que não tivesse problemas com isso! – diz ele sério.

- Sim, me voluntariei, para proteger Dylan! – e comecei contando para ele tudo, desde quando eu e ele nos conhecemos na floresta, do pai dele vindo me visitar, de tudo.

- E onde ele está agora? – pergunta Leo.

- Ele está... eu não sei, ele me viu com Álex e... saiu batendo a porta. – falo olhando na direção de Álex que estava se divertindo e nem viu que saí da mesa.

- Você tem que pensar como os garotos de vez em quando – começa Leo -, ele te ama e você nem percebeu isso!

- Mas... ele seria um ótimo amigo! – falo ingenuamente.

- Não estou falando de amizade, é mais do que isso! – diz ele revirando os olhos. – Vá falar com ele, aposto que ele está no telhado, décimo quinto andar.

- Você acha mesmo? Bom, de qualquer modo, muito obrigada, poderíamos ser ótimos aliados na arena! – digo sem rodeios.

- A garota com as facas está convidando um garoto que não sabe fazer nada para ser seu aliado? – ele ri e aperta minha mão. – Aliados.

- Saio correndo para o décimo quinto andar, sem nem mesmo usar o elevador. Quando chego lá, avisto Dylan sentado no chão, jogando pedras em uma parede invisível que voltavam para sua mão.

Eu me sento ao seu lado no chão e jogo uma pedra no que eu percebi ser um campo de força.

- Não deveria estar almoçando? – pede ele sem me olhar na cara.

- A comida estava ruim. – digo jogando outra pedra.

- E Álex? – pergunta Dylan sem ainda me olhar.

- Sentou-se à mesa e ficou conversando com seus “amigos”, não sabe nem que saí do lado dele. – digo abraçando as pernas com frio.

Ele não falou nada, apenas tirou a sua jaqueta e colocou ao redor dos meus ombros.

- E você, por que está aqui? – pergunto aproveitando o calor da sua jaqueta.

- Vi esse lugar durante os jogos, é bom sentir o vento na cara enquanto tenta desesperadamente se tornar visível. – fala ele olhando para as cores da Capital.

- Você não é invisível, não para mim, Dylan. – falo com calma.

- Não? Pareceu há uma hora. – diz ele agora me olhando nos olhos.

- Eu só... achava que você tinha encontrado uma garota melhor que eu para levar à essa droga de almoço. – digo com um tom mais alto.

- Eu nunca vou achar alguém melhor que você no meio dessas pessoas que vão lutar para jorrar sangue. – diz ele fechando os botões da jaqueta ao redor do meu pescoço.

E essa me pegou de surpresa, então achei que era melhor falar de uma vez.

- Sabe por que me voluntariei para os jogos? – digo com um suspiro.

- Isso é um mistério para mim. – fala ele.

- Eu era invisível de um jeito que você não vai entender, todos tendo medo de mim, me achando... selvagem demais. – continuo.

- Você é selvagem! – diz ele com um sorriso que me alivia.

- Então eu te conheci aquele dia, tudo mudou, quando chamaram seu nome, eu sabia que tinha que te proteger, lutar para te manter vivo mesmo que isso custasse minha própria vida, mas eles mudaram as regras, os dois tributos podem vencer, mesmo assim, vou continuar com a primeira meta que eu fiz: te proteger. – digo sentindo que minhas bochechas deviam estar queimando.

- Você fez isso... por mim? – pede ele arregalando os olhos.

- Sim, fiz por você e vou continuar fazendo, não quero perder meu companheiro de caça logo agora. – eu digo sorrindo e ele ri.

- Ninguém disse que somos parceiros de caça, nem mesmo somos aliados na arena. – diz ele forçando para não rir.

- Quer ser meu companheiro de caça e meu aliado? – estendo a mão para ele e nos levantamos.

- Claro. – apertamos nossas mãos e nos sentamos de novo.

Dylan me abraça e eu não faço cogitação em hesitar. Os seus braços musculosos que estavam ao redor dos meus braços me esquentaram e ficamos assim por alguns minutos, até Álex vir interromper.

- O garoto do distrito seis disse que você estava no seu quarto, não te achei em lugar nenhum. E ah... Dylan, bom, acho que não devo interromper esse momento incrível de vocês. – diz ele saindo mordendo o lábio.

- Hein? – diz Dylan.

Não falo nada (nota mental: eu estava devendo uma para o garoto do seis), apenas me levanto e o puxo para ficar de pé também. Olho para cima para poder visualizar seus olhos em 1,80 cm de altura e fico na ponta dos pés para poder tirar seus cachos dos olhos. Ele me coloca em cima de um banco velho e assim ficamos com a mesma altura.

- Isso é uma demonstração do quanto sou baixinha? – pergunto me fazendo de séria.

Ele ri e coloca meus cabelos atrás da orelha.

- Não está com frio? – peço começando a tirar a sua jaqueta.

- Não, pode ficar com ela. – ele fecha novamente os botões.

- Sabe, garota com as facas, você não é tão selvagem assim, você ficou tão... diferente quando chegou na Capital. – fala Dylan.

- Fiquei? É culpa desse vestido que me deixa indefesa. – falo dando de ombros e ambos rimos. – Você não ficou nem um pouco menos irritante desde que chegou aqui.

- Me acha irritante quando faço isso? – e ele começa a cutucar minha barriga assim como fez no treinamento.

- Para, para Dylan, seu idiota! – falo enquanto dou risada.

Ele para e me abraça forte.

- Então amanhã seremos soltos para nos matarmos. – falo não soltando seu pescoço.

- é, temos mais algum aliado? – pede ele.

- Só o garoto do seis. Leo. – digo.

- Três está ótimo! – fala ele me soltando. - Acho que temos que voltar, daqui à três horas temos a entrevista e temos ainda que nos arrumarmos.

- Ok, vamos lá. – fomos conversando até o décimo segundo andar.

- Tchau, até depois. – diz Dylan me dando um beijo na mão.

- Tchau, até. –sorrio e entro no meu quarto.

Depois de uma hora, a equipe de preparação já tinha me deixado impecável. Unhas pintadas com chamas, delineador mostrando as mesmas nos olhos, batom vermelho e bochechas realçadas. O cabelo solto e bem lisinho. Me esqueci de devolver a jaqueta de Dylan, a dobro e coloco cuidadosamente na cadeira quando Peter chega com meu vestido.

Ele era maravilhoso, inteiramente negro com uma cauda pintada com chamas que se arrastava pelo chão. Ele era bem comprido e Peter também me deu um sapato de salto vermelho que me deixava seis centímetros mais alta.

- É incrível! Você é incrível! – falo encantada.

- Obrigada, agora escute, eu estarei na área reservada para os estilistas, quando eu fizer um momento circular com o dedo, quero que comece a girar, fumaça irá sair da cauda. – diz ele sorrindo enquanto me ajuda a colocar o vestido.

Eu me olhei no espelho, sem querer me gabar, eu estava linda!

Depois de uma hora, Haymitch, Effie, Meg, Cart, a equipe de preparação de Dylan, Peter, Nancy, eu e Dylan nos reunimos em uma porta que dava para a audiência, onde estava pintado o número doze, assim que essa porta se abrisse, entraríamos em ordem para o público e Caesar, primeiro as equipes de preparação, depois Peter e Nancy, depois Effie seguida de Haymitch e finalmente eu e Dylan (que por sinal estava impecável em um terno preto e vermelho).

Após uns dez minutos, nossa porta se abre, e entramos triunfantes de queixo erguido e sorriso nos lábios para a entrevista. Nós nos direcionamos para nossas poltronas e esperamos Caesar terminar de aquecer o público. Então ele começa as entrevistas, primeiro o um, e assim por diante, até chegar ao doze.

Depois de o sino do tributo masculino do distrito onze bater, sei que é minha vez e caminho firmemente para o palco. Caesar me abraça e começa falando.

- Gabriela Cartwright, a garota que se voluntariou, a garota com as facas, a garota que encantou toda Panem, o que a fez tomar a decisão de ser uma tributo? – pede Caesar com seu ótimo senso de humor.

                - Na mesma manhã da colheita, eu nem me imaginava nos Jogos Vorazes, simplesmente não conseguia admitir que meu nome, como de quase todas as outras pessoas, estava naquele globo brilhante, eu não conseguia aceitar isso, mas então eu conheci uma pessoa naquela manhã, essa pessoa me conquistou no mesmo instante, e quando seu nome foi chamado na colheita, eu sabia que tinha que protege-lo, não era uma escolha, era um dever, e então, essa foi a razão por eu ter me voluntariado.

                - Quer dizer que essa pessoa é Dylan Pick? – pede Caesar contendo a plateia que estava em delírio.

                - Sim, é ele. – falo vendo seu rosto com um sorriso no telão.

                - Mas então, mesmo antes de mudarem a regra de que apenas um tributo poderia sobreviver, você estava disposta a protegê-lo? – pede ele segurando minhas mãos.

                - Eu não estava, eu estou disposta a protegê-lo mesmo que isso custe a minha vida. – digo não me importando com o rubor que deveria estar transparecendo no meu rosto.

                - Mudando de assunto – ele tenta calar a multidão que estava aos prantos com a minha fala anterior -, que vestido incrível! – fala Caesar o observando.

                - Peter é incrível! – falo olhando em sua direção e vejo o movimento circular nos seus dedos.

                Em questão de segundos, eu estou girando, a fumaça saindo do meu vestido e inflamando sobre as chamas pintadas na cauda – sem queimar é claro -, fico girando e girando, até que fico um pouco tonta e paro. Toda Capital está batendo palmas e gritando meu nome.

                - Ela está certa, Peter é incrível! – grita Caesar. – uma salva de palmas para Peter, o estilista da tributo Gabriela Cartwright.

                E todos batem palmas e gritam o seu nome, vejo que ele está todo vermelho, mas continua sorrindo.

                O sino anuncia que meu tempo acabou, é a vez de Dylan.

                - Que a sorte esteja sempre ao seu favor, Gabriela Cartwright, tributo do distrito doze.

                Me sento e Dylan se dirige para o palco tranquilamente. Caesar o cumprimenta e faz algumas perguntas sobre a sua vida, depois chega ao que me interessa.

                - Então Dylan, depois dessa descrição da Gabriela, como você se sente? – pede Caesar com certa curiosidade sobre a resposta.

                - Me sinto honrado. – diz ele sem rodeios me lançando um sorriso.

                - E como você a conheceu? – pergunta ele.

                - Na floresta, de manhã, enquanto fomos encurralados por cães selvagens.

                - E antes que seu tempo acabe tem algo para dizer à ela? – questiona Caesar.

                - Tenho. – ele se vira para mim e meu coração quase salta pela boca. – Obrigada por existir!

                E Caesar finaliza tudo com a multidão berrando por nossos nomes.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *-*



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