Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 18
Na capital


Notas iniciais do capítulo

Bom, espero que gostem, beijinhos



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                O trem ia rápido, os pesadelos vinham mesmo quando eu estava acordada, me lembrava de Dylan, que quando acordei ainda nem tinha dormido, ficara a noite inteira me vigiando, o abraço apertado ainda estava lá, e a dor nos seus olhos ainda não se ausentara. Lembrava-se do meu pai e dos meus irmãos, que choraram também a me ver partir, no fundo todos sabíamos que eu parti e iria voltar em uma caixa de madeira com os sinais da minha morte. Quando me lembro do garoto que amo chorando uma agonia toma conta de mim, eu não estava sacrificando apenas a minha vida, como a de outras pessoas, meu filho estava comigo, todos os que amo estão no meu coração e quando o sangue começar a jorrar, tudo isso acabará, talvez até seja melhor para eles, talvez a Capital não os queira punir mais.

                Eles iriam pegar os o vitorioso que ganhou mais recentemente de cada distrito, o que faria com que o número de tributos caísse para doze, a arena... o Pacificador tentou me dizer alguma coisa, mas não compreendi. Algo novo nos espera. Se tiver um banho de sangue, restarão apenas alguns dois tributos, isso não está certo, eles planejam diferente.

                Todos estão desanimados, Effie quase não fala, Haymitch só bebe e se tranca no seu quarto, Meg e Cart não estão com aqueles sorrisos, às vezes acho Peter chorando, isso é demais para mim, mas o que posso fazer? Apenas suportar.

                Terei que desfilar sozinha, Dylan não estará do meu lado para me proteger dessa gente insensível e calculista, ele estará em casa, eu aqui, não posso imaginar todos esses dias sem ele aqui comigo para afagar meu rosto e me beijar.

                Vou para a sala de jantar para um café silencioso, como alguns pedacinhos de pão e ignoro o resto da comida, o cheiro de tudo já me enjoava.

                - Coma um pouco, vai ficar doente. – diz Haymitch por fim.

                - Não quero comer. O que vou usar no desfile? – peço mexendo no pão.

                - A mesma roupa do primeiro, mas vou te deixar mais brilhante, vou colocar fogo em toda a saia do vestido, não só nas fitas, já não é uma pequena fagulha, agora é fogo se alastrando. – diz Peter tentando me animar.

                Forço um meio sorriso e volto a despedaçar outro pãozinho.

                - Não dá para continuar com essa cara, você quis vir agora vai querer vencer. – diz Haymitch por fim e todos me olham.

                - Sabe o por que de eu vir. – digo sem olhar pra ninguém.

                - Sinceramente, eu não sei. – fala ele. – Ou talvez queira morrer?

                - Eu tirei os rastreadores, eu, não ele, estou cansada dessas pessoas controlando meus próprios passos. Todos sabiam que eu iria me sentir culpada e vir se mandassem apenas um tributo.  – explodo me levantando.

                - Você está grávida! São duas vidas em jogo, acha fácil sobreviver assim em algo muito... pior do que a primeira arena? – ele me fala e percebo que também viu os sinais que o Pacificador fizera.

                - Não fale como se isso fosse um problema, eu nunca deixarei Dylan morrer. – rosno.

                Um atendente vem nos dizer que chegamos na Capital, as suas cores me ofuscavam os olhos e me davam nojo, fiquei bem longe das janelas.

                Em silêncio, Peter me deu uma roupa comum parecida com a que saí do trem na outra arena, túnica preta, calças brancas e sapatos pretos. Ele fez um rabo-de-cavalo em meu cabelo enquanto Cart e Meg passavam blush para destacar as maçãs das bochechas e pintaram meus olhos com uma sombra bem escura, me deixando com uma cara ainda mais amedrontadora do que antes.

                Saio do trem sem a mão de Dylan me reconfortando, os flashes estão em maior quantidade do que a última vez, as pessoas mais sedentas por sangue, não sorrio nem aceno, mantenho o rosto sem expressão e o queixo erguido, então sigo em frente para o Edifício da Justiça – que era enorme, por sinal -, onde ficarei hospedada até depois de amanhã.

                Um fotógrafo ultrapassou a linha de limite e os guardas e veio me perguntar como eu pretendia entrar na arena com uma criança para se preocupar, e por que meu namorado não viera ele.

                A raiva me sobe na cabeça, como eles sabem disso? Cerro os punhos e me controlo para não quebrar a cara do homem, apenas sigo em frente e digo para mim mesma que vai ter vingança.

                Me escoltam até o quarto que antes era d Dylan, o que provoca vários nós em minha garganta. Peço para Peter e Haymitch me deixarem sozinhos e que daqui uma hora e trinta minutos estaria vestida com a roupa para o desfile – que Peter deixara na minha cama-.

                Decido olhar o vestido depois, então simplesmente vou para a banheira e tomo um banho de água gelada, as espumas com cheiro de rosa que tano me acalmavam estavam massageando meu corpo, depois de uma hora vegetando debaixo da água, decido que é a hora de sair. Aperto um botão que lança um jato de ar quente deixando meu cabeço seco e sedoso.

                Abro a caixa e coloco o vestido, ele tinha uma saia totalmente negra como carvão e bem comprida, uma saia de armação estava embutida nela, deixando a saia bem armada e rodada. Mal acabo de colocar o vestido, Peter e a equipe de preparação chegam tentando se mostrarem felizes. Passam uma camada fina de maquiagem e enegrecem meus olhos, me colocam um batom cor de boca e estou pronta, meu cabelo fica solto e é escovado ficando bem lisinho.

                Peter vem abraçado à mim até às carruagens, meus cavalos negros estavam comendo açúcar já presos na carruagem. Ele coloca a minha meia coroa na cabeça e põe fogo na saia do vestido, quando subo na carruagem, tudo se ilumina com a luz das chamas do vestido.

                Os portões se abrem e os distritos começam a desfilar, logo minha vez chega, seguro uma parte da carruagem e me dirijo ao público.

                Nada de sorrisos, digo para mim mesma. Ergo bem a cabeça e arqueio as sobrancelhas, todos berram com meu nome identicamente à primeira vez que me viram.

                Por fim chego ao círculo da cidade, minhas pernas já estão moles, a qualquer momento vou despencar do salto, Peter me ajuda a descer e apaga o fogo da saia, mas tudo estava muito abafado, dou mais três passos e caio antes que alguém possa me pegar, só lembro de ver sangue na mão onde eu estava segurando a parte da frente do vestido.


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Notas finais do capítulo

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