Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 13
Alicia


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, aqui está o 13, tentei fazê-lo parecer um pouco engraçado e empolgante, mas sem muito sucesso, espero que gostem assim mesmo.



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Acordo bem cedinho e saio pela porta da nossa casa na Aldeia dos Vitoriosos, uma brisa leve toca meu rosto enquanto me encaminho para a floresta. É ótimo ouvir o canto dos tordos enquanto como alguns pedaços de queijo sentada em uma rocha que tinha vista para toda a floresta.         

                Os pesadelos me atormentavam todas as noites, eu não vinha dormindo com frequência. Nunca deixei de vir para a floresta, pelo contrário, eu saia de casa às seis da manhã e vinha para cá ouvir os pássaros.

                Sinto mãos calmas me envolverem a cintura, seguindo-se de um longo beijo e uma carícia na bochecha.

                - Oi Dylan. – falo sorrindo enquanto ele me entrega as flores que colhia no caminho para cá e me entregava todas as manhãs.

                - Bom dia. Dormiu bem? – ele me pede com um sorriso se sentando ao meu lado.

                - Não tive um sono decente desde que voltei da arena. – falo deitando a cabeça no seu ombro. – Estende se ombro aqui um pouco? – continuo.

                Ele estende e faço um corte profundo onde deveria estar o rastreador que injetam quando entramos na arena.

                - Por que fez isso? – fala ele vendo o sangue jorrar e eu colocando bandagens no local.

                - O rastreador. Eles sempre colocam, mas nunca tiram. – falo estendendo meu braço para ele. – Por favor?

                Ele hesita antes de cortar e rasga um pedaço da sua camisa para enfaixar meu braço.

                - Obrigada. – falo sentindo a visão embaçar. Nunca contei pra ninguém, mas o mínimo corte me faz desmaiar.

                - Effie ligou ontem à noite, houve uma pequena mudança e a Turnê da Vitória vai começar amanhã, Peter e Nancy vão vir nos arrumar. Uma garota do distrito um vai ajudar tudo a se realizar e... Gabriela! – ele me segura antes que eu tombe no chão.

                Acordo uma hora depois na casa de Dylan, os pensamentos de que uma garota do um iria viajar conosco ainda me atormentando. A cama dele era macia e tinha cheiro de margaridas, depois que minha visão entra em foco, o visualizo sentado em uma cadeira o meu lado.

                - Oi, finalmente acordou, seu pai e seus irmãos estão na Capital dando entrevistas e vão esperar lá até que a turnê acabe então te trouxe para cá, espero que não se incomode. – ele me dá um leve beijo e acaricia meu rosto. – Você me assustou, ficou muito pálida, chamei a primeira pessoa que vi para ajeitar seu braço, acho que não deveria ter tirado aquilo de você.

                Ele fala e percebo que era sobre o rastreador, mas esse não foi o motivo do real desmaio, tudo bem eu já estava um pouco tonta, mas só de pensar que uma garota do um, provavelmente mais bonita do que eu iria nos acompanhar na turnê me deixou com raiva e com medo. Eu tinha medo que ele me deixasse e ficasse com a outra, mas é claro que eu não iria falar isso.

                - Quem é essa tal garota que virá junto? – peço com uma carranca difícil de mascarar.

                - Não faço ideia, mas não se preocupe com isso. Quer comer alguma coisa? – ele me pede com um sorriso.

                - Quem é essa garota? É tão importante que não quer me dizer? – eu surto.

                A realidade é que eu odeio outras garotas. Odeio como Delly, a menina simpática sorri para Dylan, odeio como as garotas da escola falam sobre ele com risinhos e mandam beijos no ar, odeio essa garota que eu não conheço e virá conosco.

                - Ei calma, é claro que não, mas Effie não me falou nada, se acalme. – ele diz e me traz uma bandeja com o café da manhã.

                Como alguns pedaços de biscoito em silêncio e tomo um pouco de café. Por que eu estava com raiva dele se o problema era ela? O fato é que eu sou ciumenta. Muito. Mas não gosto que falem isso.

                Tento me levantar e ir para casa, mas uma tontura me faz cambalear, então me deito de novo.

                - Deite aqui, ei, eu amo você. Não se preocupe com a garota. – ele fala percebendo minha raiva e me dá um beijo.

                - Eu não estou preocupada com ela! A garota lindinha que vive com os diamantes e provavelmente tem cabelos louros, compridos e brilhantes. Não me importo com o fato de ela provavelmente, quer dizer, do fato de ela ser mais bonita do que eu e você preferir ela do que eu, e... – eu solto um longo suspiro e vejo que ele está sorrindo. – E tire esse sorriso dali, se é isso que está tentando demonstrar, não, eu não estou com ciúmes. Como estaria? A garota dos diamantes deve ser menos selvagem do que eu. Ela deve ser fofinha e lindinha, olhinhos azuis e brilhantes, então pode ir lá com ela. – grito para ele com a cara toda vermelha de raiva.

                Ele se deita do meu lado e me abraça sorrindo.

                - Eu prefiro a garota das facas do que a dos diamantes, e é bom ter alguém que cuide de mim desse jeito. Eu te amo. – diz ele rindo.

                - Mas... eu te amo também. – falo abraçando ele.

                Dylan era realmente bonito, eu culparia as garotas se não agissem daquele jeito perto dele, quando ele me abraça, posso sentir seus músculos agora, ele é extremamente forte e você vai desmaiar se o ver sem camisa.

Bom, quanto ao ver ele sem camisa, vou transcrever esse fato, foi sem querer, eu juro que não foi de propósito, é que eu precisava falar com ele, seu pai tinha dito que ele estava em casa, então eu fui lá, nem bati na porta. Como vi que não estava na cozinha nem na sala, subi para o seu quarto e ele estava saindo do banho, bom, a toalha estava enrolada na parte debaixo – foi bom isso, sabe? - se quer saber, mas ele tem um corpo bastante bonito. Eu fiquei com vergonha, faziam apenas três dias que estávamos namorando. Então eu desci as escadas correndo e esperei na cozinha. Ele desceu uns dez minutos depois e eu fiquei em silêncio olhando pra ele, Dylan começou a rir de mim e eu continuei séria. Então ele me perguntou:

                - Tem problemas quanto ao ver garotos sem camisa? Digo, seu namorado sem camisa?

                - Não, é só que...bom, não. – digo um tanto confusa.

                Ele ri e tira a camisa.

                - Acho que queria falar comigo. – ele fala contendo o riso e o comentário de como estava meu rosto e minha boca escancarada.

                - É, eu queria, seu pai disse que estaria aqui e... era pra mim vir falar com você, é que Haymitch me deu um recado e eu... tinha que falar para você, mas então... – falo enrolando tudo e ele me puxa pra perto dele.

                - Mas então? – ele percebe o meu silêncio e me beija e essa foi a vez que percebi decididamente que ele era lindo. Não ouso falar o recado, quer dizer, Haymitch poderia esperar, não era nada demais, decidi aproveitar o momento.

                Mas então Haymitch chega e nos vê naquela cena, Dylan sem camisa me beijando no sofá da sala de estar. Ele murmura alguma coisa e fecha a porta. Poderia ser um beijo educado e formal, como aquele do dia em que ele me pediu em namoro, mas não era, Haymitch fez o certo saindo dali. Mas foi mais constrangedor quando o pai de Dylan chega e vê aquele beijo, eu arregalo os olhos, mas Dylan nem liga pra ele.

                - Assunto interessante esse que a namorada vem falar para o namorado. – ele fala baixinho para si mesmo e sai.

                Me levanto do sofá e ajeito os cabelos completamente desarrumados.

                - Acho que eu tenho que ir. – falo olhando pro chão.

                Ele ri e me acompanha até a porta, mas não antes de me dar mais um beijo.

                - Até hoje de noite. – ele brinca com um sorriso e não posso deixar de rir junto.

                Mas enfim, foi isso, nada demais, e o papo de hoje de noite foi uma brincadeira, mesmo depois de algumas semanas de namoro eu não estou tão familiarizada com ele, não a ponto disso. Mas vamos voltar ao agora.

                Dylan ficou deitado do meu lado a manhã inteira, ficamos conversando e rindo depois que eu desfiz a carranca. Ele era um namorado legal. Trouxe o almoço para cá e comeu junto comigo, depois sugeriu que eu tomasse um banho.

                - Não tenho roupas para colocar aqui. – resmungo sem vontade de levantar.

                - Tudo bem, eu vou na sua casa pegar. – fala ele levantando.

                - Não. Não vai mexer nas minhas roupas. – digo rindo.

                - Por que não? Você vive pegando minhas camisas. – diz ele.

                - Isso é outra coisa. – mas ele sai correndo e fico deitada rindo.

                Alguns minutos depois ele chega com as minhas roupas, aliás, uma calça preta bem justa, uma regata branca também nada larga e minhas botas marrons. Quanto as roupas de baixo, não vamos comentar.

                - Eu disse pra não mexer. Essas roupas são vulgares. – falo olhando pra regata.

                - Não é, todo mundo usa isso, você que é chatinha. – diz ele me empurrando com a roupa para o seu banheiro.

                - Seu braço está melhor? Qualquer coisa chama, vou estar lá embaixo – diz ele.

                - Não vou precisar de nada. – falo entrando na banheira.

                Fico vegetando uns longos minutos ou horas? Até ele pedir se eu tinha morrido. Tiro o shampoo do cabelo e me seco com uma toalha grande e macia que estava em um balcão. Coloco as roupas e saio do banheiro.

                - Dylan? Acabei. – falo em um tom alto e desço as escadas.

                - Venha aqui! – ouço-o gritar da cozinha.

                 Vou até lá e os estilistas e a equipe de preparação vem correndo me abraçar.

                - Ah, eu estava com saudades! Não seria amanhã a turnê? – indago surpresa.

- É amanhã, mas vocês dois vão tirar umas fotos hoje, as pessoas da Capital querem saber como anda o namoro de vocês, elas os amam, vão sair na capa de uma revista. Alicia vai arrumar tudo, começamos com algumas fotos hoje e vão ser tiradas mais na turnê, depois o pessoal da Capital e Alicia vão montar na revista. – diz Peter entusiasmado.

                - Quem... quem é Alicia? – peço.

                Uma garota morena, com lindos cabelos lisos e compridos aparece, seus olhos verdes claros brilhando.

                - Eu sou Alicia, distrito um. – fala ela com um sorriso que exibia seus dentes completamente brancos.

                - Ah, é você. – falo secamente.

                Dylan percebe minha expressão e me abraça por trás.

                - Oi, como Effie já deve ter te falado, essa é Gabriela, minha namorada. – diz Dylan com o sorriso que não brotou dos meus lábios.

                - Ah sim, conheço ela, a vitoriosa. – fala Alicia quase com o mesmo tom seco em que falei com ela.

                - Bom, então vamos com as fotos. – fala Dylan e me beija.

                Os meus olhos e os da garota se encontram por um segundo, e por eles deixo transparecer que se ela encostar em Dylan, eu não vou me importar em matar pessoas novamente.  Ela responde com um sorriso sarcástico e Dylan é empurrado por Nancy e Alicia para seu quarto, onde irão vesti-lo e arrumá-lo para as fotos.

                - Peter, não me importo que me arrumem no mesmo lugar que ele. – digo subindo as escadas correndo.

                - Mas Gabriela, vocês... acho que ninguém iria gostar em vê-los juntos no mesmo quarto se arrumando.

                - Nós somos namorados, Peter. E são apenas algumas roupas. – falo entrando no quarto de Dylan.

                Dylan sorri enquanto Alicia quase grita de frustração por me ver ao lado dele. Ou ao menos foi isso que ela deixou que eu percebesse.


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Notas finais do capítulo

xoxo



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