Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 54
Passado


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora, de verdade, mas é que eu tive uns problemas sérios aqui em casa (que nem tiveram muito a ver comigo, aliás) e por algum motivo fui proibida de usar o computador. Por isso não pude postar o novo capítulo, mesmo que já estivesse terminado no meu caderno D:
Obrigada por lerem! Eu não estou particularmente satisfeita com esse capítulo, mas enfim. Relevem erros, etc.etc.etc.etc.



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            Um beco, tão escondido que nem mesmo a luz do meio dia alcançava o lugar, abrigava várias portas escondidas de casas e abrigos secretos, sem contar os inúmeros gatos vivos e mortos que se instalaram lá (ninguém nunca se dava ao trabalho de retirar os cadáveres dos felinos). E era por ali que um certo ruivo de corpo maculado andava, sozinho.

            Seu olhar cítrico transmitia puro desprezo por cada centímetro de construção que via, mas ainda assim não parou de caminhar. Procurava por uma porta em especial, e mesmo tendo passado tantos anos que não visitava o lugar, sabia exatamente onde ficava. Só mais alguns metros…

            — Olhe só que surpresa, aneki! Ele voltou!

            A voz que soou era familiar para Daichi, que estremeceu com as lembranças que chamava. Por fim, vestindo sem esforço um olhar frio e um sorriso vazio cheio de malícia, virou-se para o dono da voz. Era um garoto loiro, de cerca de doze anos.

            — Elias — disse, com a voz mais carregada de desdém que já produzira. — Não vou dizer que estou feliz em te ver, seria uma mentira.

            — Puxa vida — falou uma voz feminina, rouca e selvagem, tão sarcástica quanto o desdém do ruivo. A tal "aneki" de Elias. — Obrigada por me ignorar.

            — Não conta como ignorar se é alguém insignificante como você.

            A moça — de seus plenos dezessete anos, loira como o irmão e de olhos afiados — sorriu largamente, mas não de forma agradável.

            — Vejo que ficou mais agressivo com os anos — comentou, apoiando-se na parede ao lado com os braços cruzados.

            — Anos que sua mente pequena nem imagina como foram — respondeu Daichi.

            — Como se eu tivesse interesse em sair daqui e explorar as outras cidades.

            — Como se você sequer conseguisse sair desse buraco sujo.

            O sorriso da moça vacilou por um momento.

            — Mas a sua memória continua ruim, não é? — continuou ela, logo em seguida. — Ainda não se lembra do meu nome.

            — Seu nome não me tem importância.

            — Porra, é Avril! Sabe? A-V-R-I-L! Dói tanto assim lembrar?!

            — Dói tanto que eu não lembre? Que sentimental… Ficou mais vulnerável com o tempo, pelo que percebo.

            O rosto da moça ficou vermelho de raiva. Elias ficou olhando fascinado para a discussão que acontecia na sua frente. Era raro ver sua irmã brigando verbalmente e não saindo dando socos imediatamente, e ainda por cima sendo esmagada pelas próprias palavras. Tudo isso sem contar rever um antigo vizinho, que havia partido havia tantos anos.

            — Pelo menos não sou eu que fica dando para uma dúzia de caras toda vez que saio de casa — disse Avril venenosamente.

            — Mentirosa — cortou Daichi friamente, após analisar o corpo da loira por um momento. — Então vai dizer que estou alucinando as marcas de dedos e cordas no seus pulsos? — Assistiu em divertimento a moça esconder desconfortavelmente os braços atrás do corpo. — Se fosse mais esperta usaria uma manga comprida.

            — Como se você fosse melhor! — Avril quase rugiu, de tão zangada que ficara.

            Daichi estava se aborrecendo.

            — Olha, eu adoraria conversar mais com a sua amável pessoa — disse, carregando todas as letras com profunda ironia —, só que meu tempo está curto. Veja, há coisas no mundo muito mais importantes que você.

            Antes que Avril pudesse retrucar, o ruivo soltou as linhas transparentes por debaixo das mangas e as prendeu com um único movimento em uma escada de incêndio solta, precariamente equilibrada em uma sacada deteriorada com o tempo. Puxou-a levemente, o que foi o suficiente para que desabasse exatamente na figura alta, loira e magra de cabelos compridos e sujos.

            — Nunca siga o exemplo dessa idiota — recomendou Daichi para Elias, que não se movera um centímetro nem quando a pesada escada vermelha caíra a centímetros de si.

            O garotinho loiro assentiu seriamente, mas ainda com um sorriso no rosto. Acenou para o ruivo e deu as costas, saindo devagar do beco para a luz do dia. Não deu a menor importância para a "aneki" desmaiada embaixo de uma pilha de metal enferrujado.

            Daichi fingiu que nada acontecera e retomou a caminhada, andando poucos passos a mais até parar na frente de várias tábuas de madeira pregadas por uma extensão de cem metros, que se seguia muito mais adiante. Apalpou algumas e segurou uma, empurrando-a devagar. Como uma porta, algumas tábuas seguiram o movimento, abrindo espaço para um corredor negro que descia com uma escada para baixo da terra.

            Hesitou para entrar, mas o fez. Antes de começar a descer as escadas, rasgou um pedacinho da barra da calça e deixou ali, perto da tábua-porta. Feito isso, deixou-se ser engolido pela escuridão do corredor.

...................................

            Oliver utilizava a mira noturna de sua arma para ver dentro de um cômodo escuro através de uma janela quebrada, cuja parede estava cheia de buracos de tiro antigos.

            — Não, não há nada aqui também — disse ele, recolhendo a comprida arma de fogo.

            — Então deve estar no próximo prédio — falou Riki. — Lembra-se do que está procurando?

            — Uma marca de "infinito" igual à que Akita tem no olho, não é?

            — Isso.

            — Uma marca feita com o quê? — disse Takeshi. — E por que procurar por algo assim?

            Riki pensou um pouco, olhando para o céu enevoado acima. A partir do meio-dia, a cada hora que se aproximava da noite, uma cerração estranha sempre começava a surgir em Immolare, aumentando de pouquinho em pouquinho — talvez isso se devesse ao fato da cidade ser a mais próxima de Findi (que tem em torno de si uma névoa perene), o que já é um fato aterrorizador por si só.

            — Feita com sangue ou talhada em alguma parede, acho — respondeu Riki.

            — E por que estamos procurando algo assim? — Takeshi repetiu a pergunta impacientemente.

            — Existe mais de um jeito de chegar até a entrada da base branca. A que os outros foram é um, mas se todos nós entrarmos por lá chamará muito a atenção. No último trabalho que Hayato fez aqui nessa cidade, a última ordem do trabalho era marcar esse sinal de "infinito" em algum local específico, que eu ainda não sei qual é. Duvido que ele próprio saiba para quê fez isso. Essa marca foi para nos ajudar a encontrar o local.

            — Como sabe disso com tantos detalhes, Riki-san? — perguntou Kenichi, pulando por cima de um pedaço de parede jogado no chão.

            Riki pareceu hesitar antes de responder, com uma expressão curiosamente solitária, que contradizia um pouco suas palavras:

            — Um conhecido meu deu o trabalho para Hayato.

            — Isso não significa que ele pode ser uma peça branca? — disse Takeshi.

            — Sim.

            — Por que não o capturou então?

            — Porque ele sumiu há anos.

            — Ah.

            Takeshi se calou com a nota de tristeza na constatação de Riki.

            — Achei! — exclamou Oliver de repente, ainda olhando pela mira noturna.

            — Onde? — falou Riki, a melancolia abandonando qualquer traço em seu rosto ou voz.

            — No fundo daquela casa que tem uma pixação verde estranha na porta.

            — Ótimo. É por ali que vamos.

            Diminuindo o ritmo dos passos para fazer menos barulho, os cinco andaram até a porta, cuja maçaneta e dobradiças estavam quebradas. Ayumu afastou cuidadosamente a porta, não querendo derrubá-la, e deu espaço para os outros passarem. Depois disso recolocou-a de modo que nunca pareceu ter sido movida.

            — Está logo ali, no cantinho do cômodo, feito com alguma lâmina — Oliver especificou, sem guardar o rifle no suporte de couro às costas.

            Com a descrição em mente, Riki não demorou a encontrar o símbolo, marcado bem perto do chão. Mandou colocarem algo na frente da janela para evitar serem vistos. Ayumu a cobriu com um pano roído por traças que havia ao canto.

            Riki agachou-se e tocou o símbolo, no escuro total, sentindo a textura da parede talhada. Moveu a mão para baixo. A sujeira do chão tocou-lhe a pele, mas ele a ignorou, apalpando a base da parede. Não sentindo nada, foi um pouco para o lado, na "esquina" do cômodo. Uma ponta solta do assoalho velho, desgastado e arruinado chamou-lhe a atenção.

            — Acho que encontrei — disse ele aos outros, ouvindo a própria voz ecoar.

            Puxou a ponta solta. Algo aparentemente de metal apareceu por debaixo, com uma luzinha amarelada no canto. Todos se aproximaram da luz, tentando ver o que era a tal coisa de metal. Riki tocou a luzinha, sentindo que era um botão — apertou-o.

            Vup.

            Do nada, o chão sumiu debaixo de seus pés. Sem suporte, os cinco sentiram os próprios pesos desabando. Uma exclamação alta de susto vinda de Kenichi foi ouvida. A queda não foi muito longa. Era como se apenas levasse a um andar inferior.

            Todos aterrissaram de pé e em segurança — embora Kenichi tenha precisado de uma ajuda de Riki para não se estatelar no chão. Assim que seus olhos se acostumaram com a diferença de luminosidade, conseguiram examinar o lugar em que estavam.

            Era um corredor, não muito largo nem estreito. As paredes eram de concreto e o chão… não dava para saber do que o chão era, mas parecia que a luz saía de dentro dele, iluminando o corredor. Ele seguia reto, reto, reto, até virar para a direita.

            Ayumu ficou desconfortável naquele lugar. Restringia muito qualquer característica sua como arqueiro.

            — Que estranho — murmurou Takeshi, olhando desconfiado para o piso cintilante.

            — Não temos tempo a perder — disse Riki, começando a andar na frente. — Vamos nos apressar.

...................................

            — Aqui, Akita, é aqui que vamos sair.

            Hayato guiou o menor no lugar estreito, abaixando a cabeça de cabelos negros para que não batesse em uma saliência no teto. Empurrou a portinhola de madeira a frente. Saíram do lugar abafado e apertado para um beco escuro.

            — Hayato — falou Akita, assim que pisou do lado de fora —, porque tem uma pessoa desmaiada ali?

            O albino olhou para onde o outro apontava, olhando com estranheza para uma cabeleira loira enterrada embaixo de uma escada de metal vermelha.

            — Não faço a mínima ideia — respondeu. — Uma briga de rua, talvez?

            — Talvez.

            Hayato fechou a portinhola atrás de si, cobrindo-a em seguida com uma placa de madeira desgastada e suja.

            — Agora, onde é a entrada…? — começou, pensativo, olhando em volta, até que Akita o interrompeu:

            — Ei! Estou sentindo o cheiro de Daichi por aqui!

            Akita não esperou resposta, dando mais uma fungadinha no ar antes de seguir adiante. Andou alguns metros, até parar na frente de uma parte particularmente deteriorada de um prédio — que antigamente, bem antigamente, deveria ter quinze andares, embora no momento estivesse com um terço do original.

            — Aqui — disse o pequeno, pegando um pedacinho de jeans jogado no chão, próximo à parede.

            — Bingo — murmurou Hayato, satisfeito. — Pode dar um passinho para trás?

            Akita obedeceu. O maior segurou com confiança a tábua exata que estava na frente do pedacinho de jeans, puxando-a lentamente. Quando ela não se moveu, decidiu empurrar. Com um "nhec" longo e desagradável, a tábua-porta se abriu, dando passagem para os dois. Entraram.

            Tomando cuidado com os degraus estreitos e irregulares, Akita desceu na frente — porque é mais fácil pegá-lo se cair se estiver na frente, disse Hayato, já que seria ruim se escorregasse e me levasse junto escada abaixo. Felizmente ninguém caiu.

            Se nunca tivessem estado ali antes seria necessário tatear a parede a procura de um interruptor, se ainda estivesse sequer funcionando, mas como Hayato havia entrado ali uma vez não foi necessário. Ele lembrava-se claramente de como havia sido seu segundo trabalho em Immolare (o primeiro havia sido resgatar algo que um antigo morador havia esquecido quando fugiu da cidade).

            Seu trabalho havia sido dado por carta. Ele ainda tinha onze anos. Estava em uma pousada simples em Caeli — aliás, a mesma em que ele e Akita se hospedaram uma noite antes de se encontrarem com o visconde Theo Khan —, voltando ao quarto após comprar um afiador de facas na mercearia perto, quando a moça da recepção chegou e lhe entregou um envelope. Hayato conhecia de longe a maneira como empregadores daquelas cidades enfeitavam o envelope: escreviam sempre o nome do mercenário ou assassino em vermelho, embora para os mercenários haja uma mudança de cores dependendo do que o trabalho se trata.

            Vermelho é para assassinatos. Se estiver em um outro tom, significa que há outra natureza no trabalho. Poucos anos antes havia sido estabelecido sabe-se lá por quem que se o nome estivesse em azul, seria para encontrar objetos perdidos. Se fosse usado verde, aí só Deus sabe o que há dentro do envelope como trabalho.

            Subiu ao quarto e se trancou ali, fechou as cortinas e ligou o abajur, sentando-se na cama. Suas mãos pequenas e brancas abriram calmamente o envelope lacrado, verificando antes de tudo se não havia sido interceptada ou coisa do tipo. Desdobrou o papel e começou a ler.

            Seus olhos safira passaram rápido pelas letras perfeitas, escritas a mão em tinta preta. Não se surpreendeu quando leu a descrição da pessoa que precisaria matar, tampouco quando leu o nome da cidade. Se recordava bem, Immolare tinha uma passagem secreta subterrânea pelo lado oeste — que foi destruída, infelizmente, um ano após esse trabalho.

            A carta mandava claramente que respondesse no verso do papel escrito e mandasse para um certo endereço. Assim Hayato fez, virando o papel e escrevendo ali com uma caneta tinteiro sua resposta positiva.

            No dia seguinte estava de partida. Não demorou muito mais que sete horas para chegar em Immolare, já que Caeli era uma cidade vizinha a esta. Viajando sozinho fica tudo muito mais rápido para se chegar aos lugares. Entrou na passagem subterrânia de acesso à cidade ao anoitecer, saindo de lá quando já estava escuro. Feliz pela névoa misteriosa esconder sua sombra, seguiu caminho pela cidade quebrada.

            Teve sorte que a porta escondida para o lugar onde deveria entrar estivesse entreaberta. Seguiu aos tropeços pela escada e depois pelo corredor negro como breu, e, como instruído, entrou pela porta à esquerda — havia duas portas iguaizinhas, uma de frente para a outra. Repassou as instruções na cabeça: matar um cara de olhos verdes, poupar a vida do filho de cabelos vermelhos, escorregar um mapa por baixo da porta ao lado da qual estava entrando no momento, marcar um sinal de infinito na parede de uma casa amarela a um quilômetro de distância dali e apagar vestígios. Simples.

            Logo que entrou sentiu um cheiro desagradável de sujeira. Mirou com nojo as paredes mofadas e as teias de aranhas no canto, e as aranhas andando devagar. Apurou os ouvidos e escutou um som de porta fechando. Perfeito. Tirou do bolso uma faca de prata, aproximando-se com passos vagarosos do lugar onde ouvira o som, mas logo se retesou. Aquilo que acabara de ouvir era uma exclamação de medo? Sim, sem dúvidas. Escutou outra na mesma voz fina.

            Apressou-se um pouco e viu um homem — idade indefinida, cabelos castanhos e mal cortados — aproximando-se ameaçadoramente de uma pessoa em cima de uma cama. Hayato torceu o nariz para o cheiro ainda mais repugnante daquele quarto: sangue novo e antigo misturado com… o que era aquilo? Arregalou os olhos quando identificou a pessoa na cama. Tinha cabelos vermelhos. Devia ser a pessoa que deveria poupar a vida.

            Hayato derrubou propositalmente um porta-retratos quebrado ao lado. O barulho fez o homem virar a cabeça. "Olhos verdes", pensou o albino. "É ele." Sem pensar duas vezes, lançou precisamente a faca na garganta do homem. Ignorou enquanto o corpo pesado, agora inerte, tombava para a frente. Levantou os olhos para o garoto de cabelos vermelhos, que também o encarava, cheio de medo.

            Duas crianças, provavelmente de idades próximas, ficavam deslocadas em um lugar sujo daqueles. Uma de cabelos prateados como a lua, usando roupas negras para melhor se misturar na escuridão da noite, fitando a outra com olhos azuis penetrantes. A outra, de cabelos carmesins como sangue, sem roupas, com hematomas por todo o corpo magro, fitando a outra com olhos verde-cítricos cheios de medo. Por um momento tudo que fizeram foi se encararem, até que a de cabelos prateados encolheu-se um pouco de dor.

            Hayato levou a mão ao ombro direito, sentindo-o queimar como nunca havia acontecido antes. O que estava havendo? De onde estava vindo aquilo? De repente, após alguns segundos sentindo o ombro ardendo em brasa, a dor parou tão subitamente como tinha começado. O albino ofegou um pouco, mas logo parou. Olhou mais uma vez para o garoto em cima da cama e virou as costas.

            Daichi queria chamá-lo, mas estava tão cansado e ferido que não conseguia. Um alívio tão grande espalhou-se em si ao ver seu odiado pai morto ao pé da cama que desabou exausto na cama calombada. Se sentira a mesma dor que o albino, isso não saberia dizer, já que todo o corpo ardera sem interrupto em dores horríveis nos últimos anos que nunca saberia diferenciar uma dor diferente. Sentiu com desgosto um líquido esbranquiçado escorrendo pelas coxas, mas tudo que queria naquele momento era descansar, então foi isso que fez, ignorando a corrente grossa que prendia seu tornozelo à cama.

            Hayato saiu pela porta, aliviado por sair daquela casa de cheiro horrível. Virou-se e tirou de dentro do casaco um papel dobrado, empurrando-o por baixo da porta oposta da que saíra. Feito isso, saiu do corredor escuro, subindo as escadas e saindo para a superfície, fechando a tábua-porta e deixando tudo como estava. Por último, foi até a casa amarela a que fora orientado e entrou, riscando o símbolo com uma de suas facas, deixando Immolare em seguida pela mesma passagem que viera.

            Naquele momento, andando com Akita pelo mesmo corredor escuro, o Hayato de quinze anos deixou escapar um suspiro ao lembrar a que o dinheiro que ganhou daquele trabalho foi destinado. Seu pai era um grande idiota quando vivo, arranjando tantas e tantas dívidas absurdamente enormes que, mesmo depois de morto, Hayato precisou quitá-las. Foi só após seis anos como mercenário que finalmente conseguiu pagar tudo e começou a guardar dinheiro para si.

            Lembrou-se também do susto que levou quando, alguns dias depois do encontro acidental com Daichi, uma marca semelhante a uma tatuagem negra começou a aparecer em seu ombro, bem no local onde havia ardido anteriormente. Foi então que começou a querer saber mais sobre isso e entrou para a organização que era na verdade um centro de informações para descobrir mais, para destruí-la após conseguir o que precisava. Lamentou-se quando lembrou, mais recentemente, dos problemas com Iosef que isso proporcionou.

            Qual era mesmo o nome da pessoa que o havia empregado? Forçou um pouco a memória. Alguma coisa com G… Ah, sim! Era Gen! Gen… Gen… Esse nome soa como algo importante que deveria lembrar… O que era…?

            — E agora, Hayato? — a voz de Akita tirou o albino de seus devaneios. — Por qual porta vamos?

            — Esquerda — a resposta do outro foi imediata.

            Akita conseguiu esconder bem seu desagrado grande com o cheiro do lugar, ao pisar no lado de dentro. Seu olfato apurado era como uma maldição nesses momentos. Andaram mais um pouco até que vissem Daichi na sala, apoiado com as costas na parede e olhando impassível para o chão. Levantou os olhos para os dois ao ouví-los entrando.

            — É por ali — disse o ruivo, apontando um armário velho e feio logo a sua frente.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo contém menções a capítulos anteriores e que há muito podem ter sido esquecidos por vocês (capítulos 16, 33, 34 e 35... acho que só esses '-')
Obrigada por lerem! Reviews, pretty please? I'm sorry for being stupid x.x I'll try harder on the next chapter.



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