Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 53
Immolare


Notas iniciais do capítulo

Ahn, eu sou completamente inútil, isso todo mundo já sabe -_-
Demorei um século e meio para escrever um capítulo relativamente menor, mas toda a inspiração saiu pulando pelas minhas orelhas assim que as minhas férias começaram. Eu queria colocar mais coisas, mas ia ficar uma merda maior que a que já tá aí. Fora de brincadeira, fiquei literalmente cinco horas inteiras encarando o computador sem conseguir escrever nada.
De qualquer forma, paciência com o meu ser irritante, sim? Estou fazendo malhação cerebral (sei lá, qualquer bosta aí) para conseguir escrever um próximo capítulo mais produtivo. Relevem qualquer besteira que eu coloquei aí, blá-blá-blá...



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Já fazia algumas horas que amanhecera, e fazia o dobro dessas horas que o quarteto havia chegado perto de Immolare. Eles estavam em meio a paredes arruinadas do que antes era uma casa. Nenhum deles dissera muita coisa desde que haviam começado a esperar, já que mal haviam pisado na cidade em ruínas, discutiram um pouco.

Takeshi, assim que entrou ali, lembrou-se claramente de Mikato dizendo que a cidade havia sido reduzida a escombros séculos antes, só que algo não parecia certo. "O padrão de pintura dessas paredes é muito novo", pensou o visconde. "É cronologicamente impossível que esse massacre tenha acontecido há mais de dez anos. Nesse caso há duas opções: ou Mikato ouviu informações falsas ou ele mentiu para nós. Por quê?" Mas o visconde não gostava de ficar pensando e ponderando muito sobre nada.

— Por que você mentiu? — perguntou alto o suficiente para que Mikato, atrás de todos, o ouvisse.

— Hã? — disse Suuji confuso.

— Não você, idiota, estou falando com Mikato.

— Menti sobre o quê? — falou o de olhos verde água indiferente.

— Sobre tudo. — Sua mão pousou no punho de uma das espadas. — Não posso acreditar na sua cara de pau em fazer-se de desentendido.

— Seja mais específico. Usando uma palavra tão vaga como "tudo" não deixa muitas brechas para uma explicação.

— Talvez um soco na sua cara seja uma explicação boa o suficiente?

Por que estão brigando também? — a voz de Suuji os interrompeu, fazendo-os virarem para ele.

— E por que está tão perto de Ayumu? — Takeshi disse em resposta, tão ríspido quanto antes.

— Não comece — Ayumu censurou o patrão.

Suuji deu risadas e levantou os braços em um gesto de rendição, afastando-se do pequeno arqueiro.

— O que quis dizer com "também"? — perguntou Mikato.

Como resposta, Ayumu levantou um papel com várias marcas de dobras. Na ponta havia uma marquinha esverdeada, como se fosse um selo.

— Desde quando está com isso? — indagou Takeshi, não se recordando de já tê-lo visto com o papel.

— Não sei, simplesmente apareceu no meu bolso — Ayumu parecia muito calmo enquanto dizia isso. — Talvez tenha sido colocado no casaco durante alguma noite ainda na mansão de Jin e eu não percebi até agora, mas esse não é o ponto. — Estendeu o objeto para Takeshi. — Riki-san escreveu.

— E eu estava do lado dele para ler essa coisa — justificou-se Suuji, antes que fosse cortado por alguma das espadas do jovem visconde.

Tal jovem visconde apenas lançou a ele um olhar aborrecido antes de começar a ler.



Deve ser por causa da tensão do momento, mas muita gente vai discutir nesse último dia (talvez "quase se matar" seja o termo certo?). De qualquer forma, Takeshi e Mikato são os mais propensos a discussões, então o importante é que nada de grave aconteça. Não estou preocupado com Daichi, e provavelmente Aiko também, já que dificilmente algo lá sairá muito de controle. Mas devo dizer que não percam a calma, é completamente normal que o estresse tome forma em ocasiões como essa. E não durmam todos de uma vez, é tolice baixar tanto a guarda.



Takeshi leu a última linha e arqueou a sobrancelha. Virou o papel, estreitou os olhos para a escrita elegante, virou de ponta-cabeça, e ficou confuso.

— É só isso? — disse. — Ele usou um papel desse tamanho e tantos floreios como uma caneta tinteiro para escrever meia dúzia de linhas? Que, aliás, nem são assim tão valorosas. E como sabe que foi ele? Nem tem assinatura.

— O selo — respondeu Ayumu.

Takeshi virou novamente o papel de carta, dessa vez se concentrando no selo de tinta verde.

— Um pássaro?

— É um sabiá — disse Mikato, olhando por cima do ombro do visconde. — O formato do bico é característico.

— Ah, claro! — exclamou Suuji de repente, entendendo a linha de raciocínio. — O significado de Tsugumi, o sobrenome dele, é "sabiá"!

— Jura? — perguntou Takeshi em tom ligeiramente desinteressado. — Nem tinha me tocado. Mas não poderia ter sido Aiko quem escreveu?

— Aiko não se referiria a si mesmo em uma carta usando terceira pessoa — respondeu Ayumu.

— Ah…

Nem Takeshi ou Mikato falaram por alguns momentos, ambos sentindo-se meio ultrapassados pelo raciocínio de Ayumu — talvez até de Suuji, se for um pouco mais generoso. Takeshi limpou a garganta e murmurou um "É, eu já sabia disso", enquanto Mikato permaneceu em silêncio.

— Então tudo que podemos fazer agora é esperar, não é? — falou Suuji, mais descontraído que qualquer um dos outros.

Depois disso, não trocaram mais nenhuma palavra — nem mesmo para revezar quem dormia.



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Jin pensou que estaria atrasado quando se deu conta de onde estava e do que estava fazendo. Já havia amanhecido há algum tempo e ele estava cheio de sangue e sentado — provavelmente dormira naquela posição —, mas sem nenhuma vontade de explicar o que tinha acontecido para ninguém. Demorou ainda para encontrar um riachinho e mais ainda para se limpar. Por sorte a noite era úmida, então o sangue ainda não havia secado completamente e foi fácil de tirar.

Encharcado da cabeça aos pés mas sem resquícios de carmesim, Jin partiu o mais rápido que podia na direção de Immolare. O seu relógio de pulso indicava 9h38. Teria que correr se não quisesse chegar muito depois de todo mundo e ainda levar bronca.

A medida que foi avistando vultos da cidade — tendo ainda arrepios enquanto se recordava da torre monstruosamente gigantesca que era Findi — foi aumentando o ritmo dos passos. Só parou quando ouviu vozes inconfundíveis em algo que parecia ser uma discussão. Elas vinham de algum ponto depois do mato, só que antes do portão da cidade.

Jin caminhou lentamente pelos escombros, onde entrou exatamente duzentos metros após o fim abrupto do matagal. Ia cuidadosamente, tomando cuidado para não pisar em nenhuma pedra solta ou qualquer coisa do tipo. Deixou escapar um sorriso quando uma certa cabeleira ruiva apareceu em seu campo de visão, meio oculta por uma parede estraçalhada, mas logo o reprimiu.

— Por que não falam mais alto? — disse sarcasticamente, finalmente anunciando sua presença, enquanto saía por um batente de porta que sustentava uma parede pela metade.

Akita foi um dos — poucos — que não se assustou com a súbita aparição de Jin, e falou com um sorriso:

— Chegou bem na hora. Aiko comentou agora há pouco que ia perdoar o seu atraso dessa vez, aliás.

Jin olhou em volta, constatando que realmente era o último a chegar.

— Então, por que eles estão avisando meio mundo da nossa localização? — ele resolveu perguntar, referindo-se a Daichi e Aiko que visivelmente eram os que estavam discutindo.

— Não sabemos — respondeu Oliver, meio sonolento. — Parece que aconteceu alguma coisa durante a noite, mas nenhum deles quis falar. — Ele indicou também Akita e Hayato.

— Cale a boca para encerrarmos esse assunto de uma vez — disse Aiko, alheio a outra conversa.

— Ah! — exclamou Daichi. — E você fala como se fosse só minha a culpa!

— É claro que é sua! Tudo que acontece é culpa sua!

— Mas que…

— JESUS CRISTO! — gritou Takeshi de saco cheio. — De novo não! — Colocou-se de pé num pulo, já que estivera deitado nas últimas horas. — Estamos todos aqui? Ninguém está com um braço a menos? Então não temos motivo nenhum para ficar aqui mais tempo, vamos de uma vez!

Aiko finalmente percebeu que exagerara. Respirou fundo, recuou um passo e disse, com um sorriso: "Desculpe."

Mais alguns minutos para catarem as coisas espalhadas durante a noite e a manhã, e saíram das ruínas. Exatamente 13h30 chegaram ao portão de Immolare — enferrujado, cheio de pixações vulgares e sangue, a base de sustentação do arco torcida.

— Mas que merda — Mikato deixou escapar.

— Ficou pior nesses últimos anos — comentou Hayato, tocando uma mancha seca de sangue com a ponta dos dedos.

— Você já veio aqui? — perguntou Akita, curioso.

— Duas vezes, as duas por trabalho. Não vou dizer que tenho as melhores memórias daqui.

Akita não sabia o que responder, então apenas deu um sorrisinho e seguiu o albino para dentro da cidade. Mal deu um passo adiante e já sentiu um calafrio horripilante subir por seu corpo inteiro — por reflexo, agarrou-se com força ao braço de Hayato.

— Shh… — disse o albino, afagando devagar a cabeça de cabelos negros. — Não precisa ficar com medo, estou aqui.

— É, não fique com medo ainda — falou Daichi, que andava ao lado.

Hayato lançou a ele um olhar meio aborrecido.

Daichi abriu a boca — talvez para rir ou incomodar o albino —, mas antes que produzisse qualquer som, Jin chegou por trás e deu-lhe um tapa na cabeça.

— Pare de arranjar briga — ralhou Jin.

— Por que está molhado? — Akita finalmente lembrou-se de perguntar, esforçando-se para que a voz não tremesse. O ar pesado da cidade esmagava sua força de vontade.

— Caí no rio.

— Ah.

Mas o pequeno não pareceu convencido, estreitando os olhos dourados. Oliver passou andando indo atrás de Riki, que liderava os outros para dentro de Immolare. Aiko puxou Hayato para o lado, assim que todos já estavam um pouco distantes.

— Vou ter que resolver uns assuntos agora — Aiko mais articulou com os lábios do que sussurrou. — Não deixe que ninguém se afaste do grupo e mantenha todos longe de problemas, entendeu?

Embora surpreso pelo repentino pedido — ou seria ordem? —, Hayato assentiu.

— Aonde você vai? — perguntou.

— Abrir caminho para o lugar onde vamos. Não podemos ter empecilhos nos barrando.

E com isso, Aiko virou as costas e em um segundo já havia sumido, juntamente com Yuurei.

— Qual o caminho? — perguntou Suuji.

— Norte — respondeu Riki. — E vamos nos separar mais uma vez aqui, dessa vez em dois grupos. Muita gente junta atrai atenção demais.

— Seguir viagem junto é mesmo problemático — murmurou Takeshi mal-humorado, perguntando-se por que simplesmente não ficara em casa.

— Oliver, Kenichi, Takeshi e Ayumu vêm comigo. — Riki ignorou o comentário do visconde. — Os outros vão por outro caminho.

— Sério? — Jin sussurrou, mais para si mesmo, olhando com desagrado para Mikato pelo canto dos olhos.

Akita olhava desesperadamente em volta, sem dar importância para o que nenhum dos outros falavam.

— Hayato — chamou, puxando repetidamente a blusa do albino até que o mesmo olhasse para si. — Onde está Daichi?

Hayato olhou em torno também, franzindo a testa.

— Agora que você mencionou… — Olhou mais uma vez. — Ele realmente não está aqui.

— Ah, não se preocupem com aquele cara — disse Mikato, fazendo pouco caso do desaparecimento de seu amigo de infância. — A última pessoa com quem devem se preocupar por aqui é ele.

— Tem certeza? — perguntou Akita inseguro.

— Tenho. — Revirou os olhos em irritação.

— Vocês sabem onde é — Riki cortou a conversa. — Tudo que vamos fazer é ir por caminhos diferentes, mas não se descuidem nem por um momento.







— Idiota! — a voz de Jin soou, zangada. — Está indo para o lado errado!

— Errado, nada! — Mikato replicou no mesmo tom. — Eu conheço o caminho até lá melhor do que você, mimadinho.

— Francamente, duvido muito. Do jeito que a sua cabeça sem cérebro é, duvido que se lembre do seu próprio endereço em Terrae.

— Porque você consegue mesmo encontrar a sua casa de jóias falsas sem um motorista. — Sua frase estava banhada em sarcasmo.

— Pelo menos eu tenho um motorista.

Antes que Mikato abrisse a boca para responder mais uma vez, a voz de Suuji soou, considerativamente mais baixa que as dos outros dois:

— Não devíamos estar evitando chamar atenção, e não praticamente lançando um sinalizador de onde estamos?

— Cale a…! — começou Jin, mas foi interrompido:

— Sem brigas, por favor. — Enquanto Suuji aproximava-se lentamente, com as mãos para cima em sinal de paz.

— Para trás!

Jin, sabe-se lá se por reflexo ou vontade, deixou a adaga na sua manga direita deslizar e cair-lhe na mão, para então erguê-la em pura ameaça ao ex-jogador de baseball. Suuji estreitou os orbes ônix e, com seu bastão dourado já desdobrado, desviou a direção da lâmina de bronze, segurando em seguida no antebraço de Jin e fazendo-o soltar a arma.

— Sem brigas, por favor — repetiu Suuji, com a mesma expressão e voz de antes.

"Ele não estava com isso na mão antes, estava?", pensou Jin, olhando cautelosamente para o objeto dourado. No momento seguinte se recuperou da surpresa pela reação repentina e rápida — sem falar inesperada — de Suuji, fazendo um movimento com o pulso para soltar a adaga da mão esquerda. Mas antes que pudesse levantá-la meros cinco centímetros, sua mão foi logo abaixada novamente pelo bastão do ex-jogador de baseball.

— Não podemos perder tempo com besteiras — disse Suuji, sério dessa vez. — Não devemos baixar a guarda, Riki disse, mas é exatamente isso que estamos fazendo. Coloquem, os dois — olhou para Mikato por um instante —, um mínimo de bom senso na cabeça, ok?

Vendo que Jin não tentaria mais atacá-lo, afastou-se do mesmo e dobrou mais uma vez o bastão dourado, guardando-o na parte de dentro do moletom.

— Se puderem chegar a um acordo para nos tirar desse beco sujo, seria uma boa — dessa vez foi Akita quem disse, timidamente. — Tem… algumas pessoas com presenças assustadoras escondidas nas casas em volta.

Os olhos de Mikato não perderam mais que segundos passando pelas construções, antes de se fixarem nos safira de Hayato. Mikato fez um sinal com a mão, indicando um caminho pela esquerda. O albino imediatamente entendeu o que ele queria dizer, segurando Akita pelo braço e puxando-o pela esquerda, no mesmo momento em que os outros três continuavam em frente.

— O que houve? — perguntou Akita em um fio de voz, correndo para acompanhá-lo.

— Não temos tempo para lidar com aquelas pessoas — Hayato respondeu, sem soltá-lo. — Esse caminho pelo qual estamos indo não tem ninguém, então aparentemente vamos entrar sem eles naquela base das peças brancas e depois nos encontramos, já no subterrâneo.

— Eles vão ficar bem?

— Vão. Pelo menos eu acho que vão. Entre aqui.

Hayato guiou o menor para dentro de uma porta, tão escondida que era muito fácil passar reto por ela sem vê-la.

— Acha? — repetiu Akita temeroso.

— Se fosse só Jin e Mikato indo por lá, seria tudo muito mais fácil — Hayato sussurrava, tomando cuidado com as irregularidades do corredor escuro em que andavam. — Mas Suuji é, apesar de tudo, um estudante comum. Nunca esteve nessa cidade e ia se encrencar muito caso andasse sozinho.

Silêncio.

— A impressão que você tem dos dois não é muito boa, não é? — riu Hayato, vendo que não recebera resposta.

— Nem um pouco — a voz de Akita soou com toda a certeza que ele poderia ter —, mas eu gosto deles do mesmo jeito. Mas nenhum deles se importa muito com Suuji, né?

— Pois é. Mas se eles deixarem-no morrer, pode ter certeza de que nenhum dos dois vai conseguir voltar vivo para casa. Aqui, vire para a direita. Vamos apertar o passo, estamos quase chegando.


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Notas finais do capítulo

Me sinto uma autora tão, tão, tão imbecil '-'
Não consigo escrever absolutamente nada que faça sentido (alguém aqui tá entendendo o que está acontecendo na história?), então acho que a minha motivação tá evaporando como o meu dinheiro para mangá.
Reviews, pretty please? Mesmo que seja só para dizer que sou alguém idiota e que não merece um segundo de atenção (não, mentira, por favor não coloquem isso x.x)
Sério agora, será que eu devo continuar a escrever essa merda? Sei não... E será que alguém lê as notas finais? XD



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