Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 26
Karaokê..?


Notas iniciais do capítulo

Hum, deve ter ficado confuso esse capítulo... peço desculpas desde já, prometo que vou tentar melhorar nos outros! Caso hajam erros ortográficos ou qualquer coisa estranha, me desculpem! Vou revisar assim que puder!



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Vamos começar dessa vez falando sobre os dois dias em que Daichi esteve coletando informações, sim? Ceerto, aqui vamos nós!

Mesmo que passasse as manhãs dormindo até a hora do almoço, fizesse apenas coisas inúteis de tarde e não parecesse estar fazendo avanço algum, Mikato e Hayato disseram à Aiko e Akita para que não se preocupassem com nada. Asseguraram que o ruivo daria conta de tudo.

No último dia do prazo do ruivo, em que ele não havia aparecido durante a manhã inteira, Mikato e Akita decidiram comprar bolachas recheadas na lojinha de conveniências mais próxima. No caminho de volta, quando já carregavam sacolinhas, foram abordados por um rapazinho vestindo bermudas largas.

— Oliver! — exclamou Akita ao vê-lo. Oliver havia sido um colega de turma do pequeno na escola anterior em Terrae. — O que foi? Aconteceu algo?

— Não exatamente — respondeu o outro. — É que os senpais me pediram para chamá-lo para uma festa que vão dar, e disseram para, se puder, levar um tal de Hayato também.

— E por que estão nos chamando? — Akita estava meio desconfiado. — Nem estudamos mais lá.

— Insistiram que queriam de volta os mais bonitos que passaram pela escola — Oliver falava baixinho. — Parece que estão convencidos de que vão conseguir fazê-los voltar à escola.

"Ahã, sei", pensou Akita com sarcasmo. Porém, disse:

— Não sei ainda, tenho que ver com Hayato. Dê-me a data e o local. Se pudermos, aparecemos umas cinco da tarde.

Oliver hesitou em fazer o que lhe foi pedido, mas entregou um papel azul ao ex-colega.

— Então... eu vou indo, tá? — disse Oliver, sentindo que não havia mais nada a fazer ali. — Te vejo mais tarde.

Ele passou pelos outros dois com passos largos, e ouviu a voz de Akita dizendo bem baixinho, como um sussurro perto às suas costas:

— Tome cuidado.

Oliver estancou no lugar repentinamente, virando-se para trás e abrindo a boca para perguntar o motivo de tal estranho aviso. Mas Akita e Mikato já estavam longe, como se tivessem começado a andar houvesse tempo.

Coçando a cabeça em um claro ato de confusão, virou-se e entrou no café logo ao lado.

— Agora Daichi já deve ter voltado de seu último check-in antes de entregar o que conseguiu — disse Mikato, ajeitando a sacolinha da loja de conveniências no braço. — Vamos voltar?

— Vamos! Ei, posso abrir esse pacote? Estou com fome.

— Claro, aproveite e dê uma para mim também.

E foi assim que eles voltaram ao apartamento, devorando as bolachas com recheio de chocolate pelo caminho todo. Quando chegaram, jogaram a embalagem vazia na primeira lixeira que encontraram antes de subirem as escadas para o apartamento. Só para atrapalhar a evidente concentração de quem quer que fosse que estava na sala (provavelmente Aiko, os grunhidos de frustração eram mais parecidos com a voz dele), abriram a porta com estrondo.

Sim, era Aiko.

Ele tentava passar uma linha de costura pelo buraco de uma agulha mínima, para remendar uma blusa de Daichi que estava logo à frente. Quando conseguiu encaixá-la no objeto metálico, derrubou-a no chão com o susto do barulho alto. Ficou extremamente decepcionado quando novamente não conseguiu e desistiu sem pestanejar, jogando longe a linha.

Vocês vão arrumar essa roupa agora — disse ele, apontando os recém-chegados. — E não me culpe caso aquele estressadinho bata em vocês, esse roxo aqui ele fez antes de sair de manhã.

— Por quê? — indagou Akita, sentando-se ao lado do outro. — Você fez alguma coisa?

— Não! Tá, ele ia me acordar e eu dei um tapa nele, aí ele me bateu de novo. Mas foi sem querer!

— Pega aí — falou Mikato entregando a sacolinha de bolachas.

— Vocês não iam comprar seis pacotes? — Aiko estranhou. — Tem só cinco aqui.

— Caiu no caminho, acho — murmurou Mikato.

Aiko não acreditou um pingo nisso, mas não argumentou.

— Daichi está tentando se livrar do localizador que colocaram nele — contou Aiko, apontando a porta da cozinha. — Não se preocupem, está desativado, mas não sabemos se vai ligar de novo. Parece que aderiu à camiseta favorita dele como chiclete. Se quiserem ir ajudá-lo...

Mikato suspirou pesadamente, murmurando um "estúpido" antes de ir à cozinha ver o motivo dos barulhos altos. Talvez fosse digno de pena, ou talvez ridículo apenas, mas Daichi rodeava a si mesmo muitas vezes, tentando quase com um gesto contorcionista alcançar um aparelhinho minúsculo colado em suas costas. Hayato tentava ajudá-lo, mas o ruivo não colaborava nem um pouco, inquieto. Por isso, batia na geladeira, nos armários, na parede, na porta... até que Mikato segurou sua cabeça com firmeza antes que causasse mais danos a si mesmo e à cozinha, arrancando o localizador com um puxão.

Por uns momentos, Daichi apenas apalpou com a ponta dos dedos o local onde estivera o aparelhinho, até que exclamou com uma voz indignada:

— Você rasgou a minha blusa!

— Não rasguei — respondeu Mikato com convicção, colocando o transmissor na mesa e esmagando-o com a torradeira.

— Claro que sim! Tem um buraco aqui!

— Então, não rasguei, eu furei.

Não contribuiu nada para acalmar o ruivo.

— Era exatamente o que eu estava tentando evitar que acontecesse!

— Pare de gritar com ele e diga logo o que conseguiu — interrompeu Hayato com um risinho, no exato momento em que Aiko e Akita também entravam na cozinha.

Daichi respirou fundo, deixando o incômodo furo em sua camisa de lado e apoiando-se na parede.

— Acho que descobri algumas coisas úteis — disse. — Para começar tudo, devo dizer que não é uma pessoa apenas, são duas. E penso que Tsugumi-san sozinho não conseguirá dar conta de ambos simultaneamente.

— Conseguir eu consigo, mas demoraria algum tempo — respondeu Aiko.

— Por isso mesmo, te sobrecarregaria demais. Como já descobri a localização dos dois, é fácil bolar um plano. Sugiro que você vá atrás do mais oculto, enquanto damos cabo no mais idiota. Simples assim.

— E quem são? — perguntou Hayato.

— O que Tsugumi-san cuidará, não faço a mínima ideia de como se pronuncia aquele nome estranho — disse Daichi. — Mas o segundo... bom, não se surpreendam muito, é um aluno daquela escola que vocês ficaram por alguns dias, do segundo ano.

Embora Akita não tenha entendido muito, Hayato compreendeu de imediato o que aquilo queria dizer, arregalando os orbes safira.

— Eles são as pessoas que estiveram nos perseguindo, não é? — disse, quase cauteloso.

— Quase certeza.

— Então quer dizer que... Quando quisemos evitá-los, entrando na escola, estávamos na verdade...

— Indo direto à eles — completou o ruivo. É mais ou menos isso.

— Qual o nome dele? — indagou Akita de repente.

— Algo como Maruko...

O pequenino soltou o ar, aliviado.

— Por quê? — Aiko disse, confuso.

— Quando você disse segundo ano — disse Akita — pensei que pudesse ser... lembra-se, Hayato? Do senpai que nos recebeu na escola, Kasagara Suuji, do segundo ano.

— Sei quem é — o albino respondeu. — Mas agora o problema é: como entrar na escola novamente...

— Ah, acabei de me lembrar de uma coisa! — o pequenino exclamou do meio do nada, sobressaltando quase todo mundo. — Recebi um convite hoje para uma festa dos senpais, talvez tenha algo a ver com isso.

— Claro que tem — falou Aiko, pescando uma maçã do cesto. — Usarão a desculpa da festa para acabar com Hayato, porque sabiam que Akita não iria sem ele. Seria uma boa ideia vocês irem, vai encurtar um caminho longuíssimo e chato.

Bom, para encurtar essa discussão enormemente longa, vou contar o que eles decidiram no fim: iriam para a porcaria da festa. Aiko iria sozinho eliminar o outro, enquanto Daichi e Mikato ficariam patrulhando algumas áreas. Algo tosco (Mikato quem disse isso) e simples, mas fácil de se entender.

Só para esclarecer, seria no dia seguinte, em um karaokê pertinho de um shopping.



— Há quanto tempo Aiko foi mesmo?

— Umas duas horas.

— Ah... E quando ele volta?

— Sinceramente, não faço a mínima ideia...

No caminho para a festa, Akita fazia perguntas bobas e sem sentido, para quebrar o silêncio que pairava entre ele e o albino. Hayato estava absorto em pensamentos, respondendo quase inconscientemente.

Ele só parou de pensar tanto quando chegaram no karaokê. Era simpático e convidativo, com placas coloridas de neon, cartazes e outras coisas. Entraram.

Antes que pudessem sequer examinar o local, alguém alto pulou na frente deles, fazendo-os recuarem um passo. Era uma cabeça mais alto que Hayato, provavelmente do terceiro ano.

— Finalmente os convidados de honra chegaram! — exclamou ele. Sem perder tempo, empurrou-os para dentro de uma sala barulhenta de karaokê, a maior do lugar.

Estava cheio de gente, cheio mesmo. Não dava para dizer por volta de quantas que estavam ali. Alguns notaram que os dois entraram, e logo foram arrastando um e outro para lados diferentes. Não antes de Hayato dizer pelo canto da boca o mesmo aviso que Akita dera à Oliver.

— Tome cuidado.

E depois disso eles foram separados. Akita repetia o combinado para si muitas vezes: caso demorassem mais que três horas ali, Daichi iria buscá-los, porque provavelmente teria acontecido algo ruim. Caso acontecesse uma tragédia e todo mundo inocente dali fosse morto, aí o plano era simples demais: fuga. Não teriam como escapar dessa impunes se permanecessem no lugar.



Encurtando de novo, vamos pular umas partes tediosas e repetitivas. Viviam oferecendo bebidas aos dois — contrabandeadas para o karaokê de forma ilícita —, que eram recusadas com veemência. Embora Akita se sentisse acuado, Hayato não deixou sua máscara quebrar um segundo sequer. Até mesmo quando repelia assediadores estupidamente óbvios, o sorriso não sumia.

Enfim, depois de muito tempo sem conseguir uma única brecha ou pista — impossível encontrar Maruko no meio daquele monte de gente —, Hayato começou a ficar ansioso. Olhou no relógio de pulso, vendo que havia o prazo de três horas estava quase se esgotando. Olhou em volta, procurando qualquer um suspeito. O que viu foi algo bem diferente.

Os garotos se juntavam aos poucos em torno do cantinho da sala de karaokê, onde estavam os sofás. Normalmente isso não teria nada a ver com o albino, mas este teve uma sensação horrível. Levantou-se devagar, arrancando reclamações dos tarados de plantão em volta, e foi até o ajuntamento de gente. O que viu, francamente, lhe pesou o estômago.

Bom, como já devem ter adivinhado, era Akita. Não era nada polêmico ou escandaloso, mas surpreendente. O pequenino estava sentado no chão, apoiado com as costas no sofá. Ele conversava com um outro rapaz, e... estavam muito perto um do outro. Akita tinha os olhos ouro semicerrados e falava devagar.

Hayato parou quando viu a cena, arqueando consideravelmente a sobrancelha. Que raios era aquilo?

— Ah, que problema... Não vai lá?

O albino quase pulou de susto com a voz conhecida que falou ao seu ouvido, por causa do barulho do lugar. Por pouco não pisou no pé de umas cinco pessoas. A primeira coisa que viu da pessoa foi um par de orbes cítricos e fios escarlates. Daichi encarava o pequeno com certo tédio, logo ao lado. Finalmente chegara. Na verdade, ficara preocupado quando não voltaram após o prazo.

— É melhor tirá-lo de lá — recomendou Daichi seriamente. — Não sei se aquela mão ali puxando a camisa dele tem boas intenções.

Aquela frase foi suficiente para puxar a atenção de Hayato ao centro das atenções. Era verdade, o rapaz com quem Akita conversava, lentamente levantava a barra da blusa do mesmo. Mais rápido do que qualquer pensamento dali, Hayato adiantou-se e deu um tapa na mão do atrevido. Finalmente Akita notou o companheiro ali.

— Hayaatooo! — disse ele, com a voz arrastada e manhosa. — Chegue mais perto...!

— Tá tudo bem? — foi a única resposta do albino, sem se mover.

Ignorando a pergunta, Akita pulou e abraçou o pescoço dele, aproximando cada vez mais os rostos e... e foi isso. O pequeno selou os lábios de ambos de repente, para a surpresa de todos. Daichi assobiou baixinho, enquanto todos seguraram as respirações e Hayato arregalou os olhos. Se surpreendeu mais ainda quando sentiu o gosto que a boca do pequenino tinha. Ao se separarem, Akita deu uma risadinha frouxa e seus braços amoleceram em volta do pescoço do mercenário, soltando-se.

Hayato amparou-o, colocou-o nas costas e se levantou, indo em direção à Daichi.

— Embebedaram ele! — exclamou o albino. — Tem gosto de vodka com saquê!

— Talvez tenha bebido pensando que era água — comentou o ruivo. — Já fiz isso muitas vezes, é horrível o gosto que fica na garganta. Dê-lhe chocolate e refrigerante mais tarde.

— Tá, tá, que seja. Segure-os aqui se puder. Ter um bando de bêbados burros atrás de nós na volta não vai ser nada divertido.

— Tanto faz, vai logo. Estão vindo.

Hayato assentiu e abriu com dificuldade a porta, pois tinha que sustentar um Akita mole e também bêbado nas costas. Como haviam entrado juntos, ninguém lhes lançou um olhar feio ao saírem.

— Aoonde vamos? — Akita disse com a voz falha, com um cheiro de álcool no hálito.

— Para casa, você está estranho.

O pequeno abraçou mais uma vez o pescoço dele, encostando o queixo em seu ombro e sussurrando de forma tentadora:

— Vamos fazer algo de interessante lá?

Hayato estremeceu com a respiração em seu pescoço, mas respondeu firmemente, sem interromper a caminhada:

— Não.

— Ahn... que pena — continuou Akita com o mesmo tom de voz. — Tinha taanta coisa guardada para você, Hayatoo...

— Fique quieto, o álcool deve estar arranhando a sua garganta.

— Nunca estive melhor. Dorme comigo? Preciso de companhia essa noite...

Essa o albino não respondeu, apenas continuou o percurso até o prédio esverdeado.

Nesse momento, Daichi trancara a porta da sala de karaokê, fitando os estudantes bêbados com certo desdém.

— Quem quer apanhar agora? — disse ele. — Tenho tempo livre, vocês sabem...

— Então brinque conosco! — gritou um lá atrás, completamente alterado.

— Mas terá de ser do meu jeito...

Ninguém ouviu nada do lado de fora. Como sendo uma sala para pessoas que cantam mal também, era isolada acusticamente. Cerca de dois minutos depois, o ruivo saía de lá com um ar de pânico. As pessoas do saguão se espantaram e correram para ver o que aflingia o belo mocinho tanto assim. Gaguejando um pouco, Daichi contou uma história francamente realista sobre como os estudantes bêbados desmaiaram e um deles se matou com um canivete.

Alarmados, todos que ouviram correram para dentro da sala, instruindo o ruivo a deixar o local imediatamente. Ele assim o fez. Quando passou pela porta parou de correr, abriu um outro sorriso de desdém e passou a andar calmamente de volta até o apartamento.

— Ingênuos...

Dentro da sala de karaokê, sem dúvidas tinham estudantes desmaiados. Eles estavam em um montinho ao canto, e no topo do monte tinha um ensanguentado. Os olhos ainda abertos estavam preenchidos por choque, e na cabeça havia cravado um canivete grande e afiado.

Não sei se é preciso dizer, mas na carteirinha desse estudante ensanguentado, estava escrito: Lin Maruko, segundo ano.






Daichi abriu sem pressa a porta, apenas para encontrar um Akita praticamente desmaiando no sofá e um Hayato paciente, escutando as besteiras e lorotas que o pequeno falava.

— Mikato já foi dormir. Como foi? — o albino perguntou.

— Deu tudo certo. E isso não teria acontecido se Akita não tivesse ficado bêbado, sério. Aquele tal de Maruko estava com um canivete sem graça esperando você se distrair o suficiente, mas já que teve de trazer Akita de volta, não deu tempo de te matar. Peguei-o no flagra.

— Por favor, me dê um tijolo. — Hayato mudou bruscamente de assunto.

— Para quê?

— Vou desmaiá-lo, ele só está falando merda.

Daichi fez silêncio para ouvir o que Akita dizia.

— Não ligue para os ratinhos, eles vieram do País das Maravilhas, sabia? Já fui para lá uma vez... Não foi nada divertido... não tinha ninguém para me entreter lá! A Rainha de Copas tinha uma cara de hortelã que...

— Deixe que durma sozinho — disse o ruivo. — Já vai ter a ressaca de amanhã, e tudo o que não precisamos é um galo dolorido na cabeça dele.

Nesse momento, a porta da frente se abriu. Quem entrou foi Aiko, com as mãos nos bolsos e seu costumeiro sorriso infantil.

— Aquele hipócrita nunca mais vai proferir uma única palavra! — disse ele alegremente.


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Notas finais do capítulo

Bom, ficou uma droga. E Hayato disse o primeiro palavrão... mals, é que o momento PEDIA por isso! XDD
Sei que ficou estranho e corrido, mas caso hajam dúvidas, não tenham vergonha de colocá-las no review, ok? Não esquecerei de responder!! Kissuss!!! ♥.♥



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