Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 13
Portal ou parede?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, acho que demorei um pouco. É que ontem tinha um turbilhão de gente no MSN e escrevi muito pouco naquela hora. Mas aqui está! E boa leitura!



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No caminho para a escola, Hayato disse que enquanto Akita estava desacordado, de noite, foi ao apartamento para arrumar as mochilas. Felizmente descobriu antes do ataque, sabe-se lá como.

— Para onde vamos? — Akita perguntou curioso, depois de um tempo.

— Já te falo, juro — disse Hayato, ajeitando as coisas no bolso da mochila. — Vai ser uma despedida de verdade, talvez nunca mais veja Kenichi. Tenha certeza de não deixar nada pendente.

A resposta não veio de imediato, Akita continuou mirando o chão, enquanto andava pela calçada como quem não quer nada.

— Certo... — murmurou Akita em tom baixo, mas o suficiente para o albino escutar.

— Chegamos! — falou Hayato de repente, parando de andar. — Não sabia que o apartamento era tão perto da escola...

Akita se surpreendeu também. No fundo, não queria que chegassem. Porque não sabia como fazer uma despedida decente. Nunca precisou se despedir de ninguém. Não sabia que era doloroso, ainda mais quando nunca mais vai ver a pessoa.

— Vá rápido — recomendou Hayato. — Será problemático se nos virem.

O pequeno assentiu, entrando rapidamente na escola, correndo apressado pelos corredores. Por que queria ir rápido? Não sabia explicar, mas sabia que quanto mais rápido fosse, menos pior seria mais tarde.

O caminho até a enfermaria era tão automático quanto confiar em Hayato. Passou por muitas portas e salas, ignorou completamente quando a professora Annie o chamou, quase alarmada. Mas, afinal, depois de passar pelo bebedouro, chegou na enfermaria. Quando ia girar a maçaneta, sua mão parou em meio ao gesto. Surpreso, Akita olhou para a própria mão, como se ela tivesse cometido suicídio e voltado à vida.

Depois de uma curta discussão interna, abriu a porta devagar, como sempre, com um baixinho "com licença". Mal abriu parte da porta, sua visão foi tapada por um jaleco branco, com cheiro de roupa recém-lavada. Os cabelos compridos de Kenichi, que sempre estavam amarrados embaixo, faziam cócegas na testa de Akita.

— Finalmente veio! — o enfermeiro exclamou, como se Akita tivesse acabado de escapar de um dilúvio.

Os olhos do pequeno se arregalaram um pouco. Apesar de tudo, a última coisa que esperava era aquela preocupação.

— Onde esteve nesses últimos dias? — Kenichi continuou, atropeladamente. — Estive tão preocupado! Não sabe o que pensei que aqueles brutos tivessem feito com você! — Ele afastou o menor um pouco, para mirá-lo, e se espantou ao ver o tapa-olho. Sua voz assumiu um tom mais urgente — Por que está usando isso? Eles fizeram algo com seu olho?

Akita esperou a seção de perguntas terminar. Agora sabia como Hayato se sentia. Por fim, disse:

— Não, não aconteceu nada demais...

Kenichi levantou um pouco seu queixo, mirando uma marquinha branca perto de tal.

— Uma cicatriz — disse ele imediatamente, sem hesitação. Akita nem sabia que tinha se machucado ali. — Me diz mesmo que não foi nada?

O pequeno desviou o olhar, constrangido. Depois de alguns segundos de silêncio — onde Akita pensava sobre o motivo de Kenichi ter o cérebro rápido e, apesar de enfermeiro de escola, ser um ótimo médico —, Kenichi levantou o pequeno pelos braços, sentando-o na maca e dizendo:

— Deixe-me ver este olho.

Akita, surpreso, pensou em reagir e dizer que não, mas lembrou-se de que Hayato dissera que não era todos que viam a marca. Meio relutante, deixou que o tapa-olho fosse tirado. Quando abriu o orbe esquerdo, lentamente, Kenichi se espantou.

— Que marca é essa? — perguntou ele, tocando de leve em volta de olho.

Foi a vez do menor se espantar:

— Você consegue ver?

— Claro. Como não veria? Se destaca muito. Não tem como alguém ter feito isso com você...

No meio da última frase que Akita lembrou-se de mais uma coisa dita pelo albino: pessoas com um alto nível de aura conseguiam ver a marca, e relaxou um pouco. Não significava muito.

— É uma longa história — disse o pequeno, afastando um pouco a mão. — Provavelmente não vou contá-la. Só vim para avisar que não vou mais aparecer.

Seja lá que o que Kenichi esperava ouvir, certamente não era aquilo. Ele congelou completamente no lugar, sem palavras. Akita desceu vagarosamente da maca, pegando o tapa-olho cautelosamente da mão de Kenichi, passando pela balança e indo até a porta, abrindo-a um pouco mais. Mas antes de sair, virou-se para o enfermeiro, que o olhava, pasmo.

— Estou indo — falou Akita, com um sorrisinho espalhado na boca pequena.

Aquilo pareceu tirar Kenichi de transe, que deu um de seus sorrisos calorosos e gentis, falando:

— Vá com cuidado.

E assim foi a despedida, curta, simples, perfeita.



Hayato esperava Akita na entrada, dizendo que cancelara a matrícula de ambos no meio tempo em que o pequeno estivera lá dentro. Os dois corriam em velocidade média, referente a eles, pela calçada. Akita não percebeu que cada vez mais se afastavam do centro da cidade e se dirigiam para uma região que nunca tinha ido antes. De repente, pensando na despedida, uma pergunta curiosa e atiçadora lhe veio à mente.

— Hayato — chamou o pequeno, olhando para o albino. — Se não são todos que podem ver a marca e coisa e tal, por que tenho de usar o tapa-olho?

— É só até chegarmos no lugar que eu te disse — respondeu o outro. — Não podemos ser reconhecidos no caminho. Apesar de tudo, não é lá assim tão incomum pessoas correndo na rua, sabia? Existem mais pessoas assim espalhadas pelo mundo do que você pensa.

Akita não respondeu. E, assim, o trajeto até o local se seguiu em silêncio. Akita começou a reparar no lugar à volta. As casas eram pequenas, humildes, de madeira e perfeitamente confortáveis, com canteiros de flores à frente da porta e pequenas hortinhas ao fundo. Depois elas começaram a ficar mais espaçadas, o terreno de plantio aumentando, até que se chegou a uma coisa quase rural.

Eles continuaram correndo, aumentando a velocidade conforme não viam mais pessoas, apenas vacas e ovelhas. Se aproximavam de um largo rio, com uma pequena ponte por cima. A água limpa corria por pedras no leito, fluidamente.

A grama em volta, meio alta, se estendia por muito. Hayato se encaminhou para a metade dela, aparentemente indo a lugar algum. Mesmo Assim, Akita o seguiu. O albino parou do meio do nada.

— O que foi? — perguntou Akita. — Estamos mesmo no lugar certo?

— Estamos — confirmou Hayato.

Ele estendeu o braço para frente, como se esperasse tocar algo. De repente, ouviu-se um "tuc"... Hayato tocara em algo. Semelhante a... uma parede invisível. Akita teve de se conter para não gritar.

— É aqui — disse Hayato, como se fosse completamente normal tocar em ar sólido.

— É o quê aqui?

— Espere.

Hayato pressionou a mão contra a "parede", e, Akita se espantou mais ainda, sua mão afundou ali. Mas ela sumiu, como se estivesse atravessando um portal ou coisa do gênero. De repente, foi como se uma porta se abrisse, pois o ar se cortou em uma parte, correndo para o lado como uma janela. O que apareceu não foi a casa grande e amarela que havia ao fundo, e sim uma espécie de vilarejo, quase como se fosse do século XIX, algumas com um toque de XVIII.

— É para lá que nós vamos — disse o albino apontando a estranha e fascinante entrada. — E é por isso que muito provavelmente não vamos voltar.


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Notas finais do capítulo

É isso! A história está se desenrolando mais e mais, ok? Quando der coloco mais um capítulo. Perdão caso hajam erros de ortografia ou palavras trocadas ou esquecidas.



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