Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 12
Partida


Notas iniciais do capítulo

Eu pulei uma grande parte na data porque me perdi nos dias, esqueci em qual eles estavam. Bom, mas acho que é razoável, afinal, estão hospitalizados.



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Os dois rapazes ficaram de molho no hospital até o fim do mês, recebendo alta só no dia 29. Nesse meio tempo algumas coisas aconteceram, mas nada demais. Jin foi visitá-los algumas coisas, mas estava tão ocupado que só deixou uma sacola de doces e foi embora. Na segunda vez, Akita notou, escondidos sob a camisa, curativos diversos.

— Se machucou? — perguntou o pequeno, com uma nota disfarçada de preocupação na voz.

— Quê? — disse Jin, parando em meio ao gesto de girar a maçaneta.

— É, está cheio de ferimentos...

— Ah, isso? Tropecei na escada, mais gente deixou patins jogados por aí. O de sempre.

— Tá doendo?

Jin olhou alguns momentos para a expressão de Akita, quase chegando a compará-lo com um cachorrinho de olhos brilhantes.

— Não, não está — respondeu, por fim. — Mas vou ter que ir, ok? Estou cheio de coisas para fazer no orfanato e tenho que dar uma explicação para a sua hospitalização.

— Caímos de uma árvore — disse Hayato em meio a um bocejo, que acordara com a conversa. — Lá naquele parque gigante.

— Sei... Bom, até mais. Encontro-os mais tarde então.

Com um aceno, Jin saiu do quarto, fechando a porta devagar.

— Já pode levantar? — Hayato perguntou, quando ouviu os passos do mais velho descendo as escadas.

— Estou quase novo — respondeu Akita.

— Ótimo, vamos dar o fora daqui.

— Posso saber o motivo?

Hayato se levantou e jogou as cobertas para o lado antes de falar:

— Conto no caminho.

Akita não esperava uma explicação esclarecedora naquele momento, apenas levantou-se assim como o outro, indo atrás das roupas normais — que Jin levara para eles. Sabe-se lá onde achara.

— Mas por que temos de fugir? — indagou Akita, trocando a blusa esverdeada do hospital pela sua própria. — Já não recebemos alta?

— Não vamos fugir das enfermeiras — falou Hayato, e não disse mais nada depois disso sobre o assunto.

Hayato, depois que ambos já estavam vestidos e prontos, foi até a janela e disse:

— Vamos pular, estão nos esperando na porta da frente. Não seria bom nos encontrarmos com eles.

Depois do albino, Akita pulou. Não que tivesse percebido, mas estava muito mais ágil que antes. Assim que pousou no chão, levou a mão ao olho esquerdo, dizendo:

— Arde!

Hayato tirou delicadamente a mão de cima, mirando com cuidado o olho dourado, que lacrimejava.

— A marca está aparecendo — disse ele. — Já que foi sua primeira tranformação, alguns resquícios dela continuaram, então a marca demorou a aparecer.

No olho esquerdo de Akita, em meio ao orbe cor de ouro, tinha um sinalzinho preto, mas bem visível, do símbolo infinito. Igual à que Hayato tinha no ombro, mas...

— A sua só está metade em negrito — comentou o albino. — A metade de baixo apenas.

— Por quê? — perguntou Akita.

— Sei lá, espere aí. Vou buscar algo para cubrir isso...

Hayato entrou, com um salto rápido, na primeira janela aberta que encontrou. Lá dentro tinha um senhor de idade, de cabelos grisalhos. Ele levou um susto tão grande que quase gritou.

— Não faça isso! — disse Hayato, urgente, olhando em volta. — Só vim pedir algo emprestado... — Ele se interrompeu, batendo o olho em algo em cima da mesa. — Perfeito! Posso pegar isso?

O senhor assentiu vagarosamente, observando o albino pular novamente a janela e ir para fora.

— O que é isso? — perguntou Akita, observando o objeto branco na mão do outro.

— Um tapa-olho — Hayato respondeu, virando o menor e colocando-o nele. — Espero que não incomode, você vai ter só metade do campo de visão normal, tudo bem?

— É irritante, mas eu me viro.

Hayato assentiu, e, sem aviso prévio, levantou o pequeno nos braços. Ele ficou muito surpreso com a ação repentina do outro, suas bochechas corando.

— O que... — Akita ia começar, com a voz ligeiramente aguda.

— Acalme-se, é só até chegarmos em casa e buscarmos a mochila, a minha e a sua.

Akita se espantou.

— Por quê? Fala como se não fôssemos voltar.

— E não vamos — o albino disse, enquanto corria pela rua, olhando em volta. — Estamos em maus lençóis, descobriram nossa localização.

— Como?

— Não sei, mas é bom você se despedir de Kenichi anter de irmos. Ele está na escola, já que é quinta-feira.

— Hã?

Mas Hayato não explicou mais nada, pois, de alguma forma, já tinham chegado no prédio. O porteiro estava distraído, verificando as cartas do dia, então puderam ir por cima do portão. Só não subiram pelo lado de fora porque tinha gente, andando para lá e para cá  ora indo para o parquinho, ora para a sauna. Tiveram que perder um tempão subindo de elevador e esperando ele parar em três andares diferentes.

— Droga, estou sentindo uma aura assassina aqui perto... — murmurou Hayato, segurando firme no braço de Akita. O elevador estava abrindo a porta para o oitavo andar. — Droga, onde...

Ele se interrompeu, arregalando os olhos. Akita entendeu imediatamente o motivo. Ele sentiu um calafrio horrível percorrer a espinha e, como reflexo, pulou no mesmo momento que Hayato para fora do elevador. Nesse segundo, uma das correntes do elevador se rompeu, virando e ficando com a porta aberta virada para baixo.

— Mas quê... — Hayato começou, mas se interrompeu novamente.

De cima do elevador, alguém com uma roupa parecida com pele de cobra se esgueirou para o corredor tão rápido que só deu para ser ver um borrão. Hayato foi o primeiro a reagir, tirando uma faca da manga e atirando rapidamente. Mas a pessoa não estava mais lá. Surpreso, ele procurou em volta. Era um rapaz, jovem ainda, por volta dos vinte anos. Seu rosto estava coberto por um pano negro.

— Para o apartamento — sussurrou Hayato para Akita, pelo canto da boca. — Quando eu falar já...

Akita assentiu quase imperceptivelmente, se colocando a postos para correr, lembrando que também teria de derrubar a porta. Ninguém se moveu por alguns momentos. Quando o rapaz moveu vagarosamente o braço para o lado, Hayato exclamou:

— Já!

O pequeno disparou para o apartamento e, com uma força que desconhecia, deu um chute firme na porta, e ela caiu como uma peça de dominó. Feito isso, ele entrou correndo, indo para a sala de televisão e subindo as escadas. Por algum motivo, na frente da porta de seu quarto, estava sua mochila. Cheia e fechada. Junto tinha outra, azulada, provavelmente de Hayato. Não sabia como haviam parado lá, mas não tinha tempo para pensar naquilo. Segurou as duas e desceu correndo as escadas, dando de cara com o albino.

— Obrigado — disse Hayato, pegando a própria mochila e apontando a janela.

Atrás dele vinha o rapaz, que tropeçava nos pufes e no tapete. Akita e Hayato aproveitaram e saltaram pela janela aberta, sem hesitação. O rapaz com o rosto coberto congelou.

— Estamos... no oitavo andar... — murmurou ele, precipitando-se à janela e olhando para baixo.

Nem sinal de nenhum deles.

— Fugiram! — gritou o rapaz, irritado consigo mesmo. — Vou ser punido!

Ele deu meia volta e partiu para as escadas, ia procurar pelos dois nem que fosse a última coisa que fizesse. Mal sabia ele que no andar de baixo, perto da janela, estavam Hayato e Akita, que se esgueiraram para lá no momento em que pularam.

— Desculpe, moça — falou Akita para a mulher no cômodo, que tremia de susto.

Ambos esperaram um pouco e desceram andar por andar, pelo outro elevador. O próximo destino seria a escola, despedir-se de Kenichi.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me se ficou curto ou confuso. É que não estava muito disposta a continuar... Mais tarde posto outro capítulo, kissuss!!!



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