Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 11
Foice de Gelo


Notas iniciais do capítulo

Já que AnaB-chan vai viajar amanhã, vou colocar o capítulo hoje, sim? Boa leitura!!



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Akita fechou os olhos, sentindo o corpo ficar agradavelmente quente, e um torpor gostoso tomava conta de sua mente. Nesse momento, seu corpo se desfazia em penas brancas, como se saíssem de asas de anjo. Ninguém ficou mais surpreso que ninguém, nem mesmo Hayato pôde se manter indiferente. Não sabia como era a transformação.

As penas brancas e macias se juntavam lindamente, como se para formar uma figura. A primeira coisa a ser vista foi um longo cabo de mogno, embora parecesse estranhamente com aço. Depois vieram duas pedrinhas preciosas douradas, como se fossem olhos cintilantes. Por fim, apareceu uma grande e curva lâmina de prata.

— Uma... foice? — sussurrou Hayato, pasmo, segurando a foice estilo "death" antes da mesma cair.

Janice deixou o cigarro cair no chão, onde apagou lentamente.

— Não fiquem aí parados! — gritou ela, mesmo que surpresa, erguendo a arma. — Eles não vão morrer sozinhos! Atirem logo!

Seguindo seu comando, os outros se colocaram a postos, com os olhos nos alvos.

Hayato não sabia o que fazer, para ser sincero. Estava mais perdido que cego em tiroteio. Mas fez a coisa mais sensata no momento, viu se a foice era ou não pesada. Com um movimento amplo à frente, sentiu como se carregasse nada mais que as penas de antes. Mas, para aumentar mais ainda sua surpresa, sentiu um forte vento gelado, como se alguém tivesse aberto uma enorme geladeira, ou até mais.

Levantou o rosto, levando mais um susto. Era como se tivesse ficado o ano inteiro nevando, apesar do sol de primavera. Até o topo da montanha-russa estava congelado firmemente. O carrossel, a muita distância, tinha até a última luz tragada para dentro do gelo, de tom levemente azulado. Algumas folhas mais próximas do portão tinham uma crosta gelada por cima, endurecendo-as. Mas o que talvez viesse a ser cômico mais tarde era Janice e seus "subordinados". Todos, sem exceção, estavam envoltos por uma grossa pedra de gelo, como se fosse cristal bruto. A impressão que se tinha era que haviam pulado em um lago durante o inverno.

— A-Akita? — disse Hayato, olhando para a foice que tinha em mãos, que por acaso era maior que si mesmo. Como se esperasse resposta, ficou em silêncio por alguns momentos.

"É claro que ele não vai me responder", pensou Hayato, se sentindo ridículo. "Foices não falam, nem se comunicam telepaticamente."

— Mas tenho um problema aqui — murmurou o albino para si mesmo. Como faço para trazê-lo de volta ao normal?

Como se esperasse essa pergunta, o cabo, as pedrinhas e a lâmina se desfizeram, mais uma vez, graciosamente em penas alvas, pousando agrupadas no chão. À frente de Hayato, da mesma forma que aconteceu antes, o corpo de Akita surgiu aos poucos. Primeiro os cabelos, depois o rosto, e assim desceu pelo resto, chegando aos pés. Felizmente as roupas continuavam ali, da mesma forma que antes. Mas os ferimentos e o sangue também.

Hayato levou uns segundos para notar que ele estava desacordado, e com certeza precisando de assistência médica. Ele próprio sabia que não estava muito melhor. Os machucados ardiam. Não dava para chamar uma ambulância, senão iam ter que dar muitas explicações, o que seria complicado demais. Decidiu-se, por fim, por levantar Akita e voltar ao parque ecológico. Ligaria de lá, falando que estavam escalando em uma árvore e caíram. Sim, aquilo era o suficiente. Era só escolher uma árvore alta o suficiente.



Sinto algo macio embaixo de mim. Parece... uma cama? Sim, e o lugar tem cheiro de hospital. Putz, Hayato ligou para a ambulância? Ah, mas acho que não vão fazer muitas perguntas, ele já deve ter pensado em algo. E... hum, Estou todo enfaixado. E esse cheiro... meio doce... HAYATO!

Akita abriu os olhos de repente, sentando-se bruscamente em meio aos lençóis brancos. Isso só para sentir uma pontada forte ao lado do corpo, levando a mão ao lugar onde doía.

— Ainda está doendo? Acho que as enfermeiras não te deram analgésico suficiente.

O pequeno virou a cabeça para o lado de onde ouviu a voz, e levou uma surpresa agradável. Hayato estava na cama ao lado, com a cabeça enfaixada — embora seus cabelos fossem mais claros que a gaze —, e com aquele sorriso tranquilizador que Akita tanto gostava.

— Consegui convencer a enfermeira-chefe a ficarmos no mesmo quarto — contou Hayato, fechando o livro que lia. — Falei, dessa vez, que você era meu amigo de infância. Sei que queria me espancar por ter te vestido de garota, desculpe.

— Tudo bem — respondeu Akita. — Sei que um dia você vai rir disso, me dando a desculpa para te bater. Um dia, talvez...

— Essa perspectiva não me atrai muito.

— E daí?

Hayato riu, deixando o livro de lado e puxando o celular.

— Jin te ligou ontem — disse ele. — Falei que você retornaria quando acordasse. Então ligue logo antes que ele venha aqui com uma metralhadora.

— Ontem? — repetiu Akita. — Há quanto tempo estou desacordado?

— Quase cinco dias. Estávamos um trapo. Eu próprio fiquei de cama até ontem, ainda não posso levantar direito.

— Ah, sim! Lembrei de te perguntar uma coisa! O que aquela mulher lá disse sobre "Selected Child"? Não faço a mínima ideia do que seja isso.

— É o nome que se dá às pessoas cujo sangue é diferente, como o meu e o seu. Como já deve ter dado para adivinhar, essas pessoas sempre são crianças quando o poder é manifestado. Embora nenhum tenha passado dos quinze anos...

Akita se espantou.

— Hã? Por quê?

— Foram mortos antes disso.

Aquilo não foi lá animador. Só fez Akita pensar em uma coisa: problema. E ele estava certo. Na verdade, problema chega a ser uma palavra fraca para o que viria a seguir.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso!! Não estava com muita vontade de enrolar hoje, então ficou beeem mais curto que o anterior. Espero que não tenha problema. Kissuss!!!



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