Eu estava em um lugar estranho. Era um salao de festas, cheio de baloes coloridos pelo chao. Eu estava com um vestido preto e um salto, com o qual eu estourava os baloes enquanto corria atras da minha amiga bebada. Silena. Aquela loira oxigenada, patricinha mimada. Ficava correndo pelo salao tentando pega-la para ver se ela se aquietava, mas nao tive muito sucecsso.

            Foi quando vi alguem se aproximar. O garoto de cabelos negros chegou do meu lado com um sorriso de canto.

            - Ela nao para?

            - Ja tentei de tudo, ela esta descontrolada.

            - Eu te ajudo.

            Fomos ate Silena e a encurralamos.

            - Ei Si. Vai ficar tudo bem, vem comigo. Ela me seguiu completamente sem saber o que fazia, nao importava se eu era sua melhor amiga, um psicopata ou a pessoa mais rica do mundo. A garota tava doidona. Deitei ela em uma cama, que eu nao sabia de quem era.

            Na verdade ainda nao sabia onde estava, mas apos sair do suposto salao de festas encontrei um corredor e entrei no primeiro disponivel. Uma cama. Perfeito, era ali mesmo que Silena iria ficar. Fiquei conversando com ela algumas coisas sem sentido ate que ela caisse no sono.

            Voltei para o salao e nao tinha ninguem la. Nao pude deixar de me abalar, achei que ele estaria esperando por mim. Me viro para a sacada e vejo os olhos negros fitando a rua. Caminho calmamente ate ele e paro ao seu lado. Ele so percebe a minha presença quando eu respiro fundo e me viro para encara-lo.

            - Ela dormiu. Todo mundo sabe que nao se pode deixar ela beber demais... nao sei o que aconteceu.

            - Nao importa – ele sorriu frio – pelo menos ela esta bem.

            Ficamos um tempo em silencio ate que ele aponta para uma estrela no ceu. (nao, nao, uma estrela na minha testa.)

            - Sempre gostei de acreditar que alguma dessas estrelas fossem minha irma e minha mae. Queria ter elas comigo. – uma lagrima desceu pelo seu rosto.

            Eu nao sabia o que fazer. Nao fazia a menos ideia. Por um impulso, sequei sua lagrima com a ponta dos meus dedos e ele me deu um sorriso fraco.

            - Nao e’ um assunto facil pra mim.

            - Nao deve ser pra ninguem. Nao fique pensando, quanto mais pensar, pior fica. Elas nao iriam querer te ver assim, iriam querer te ver sorrindo e contando piadas, como fazia com elas.

            - Como sabe que...?

            - Intuiçao – Dei de ombros.

            Ficamos conversando sobre coisas aleatorias por um tempo e em momento algum tocamos nesse assunto novamente.

            De repente ele se aproxima de mim e passa a mao pelo meu rosto.

            - Sabe Thalia, voce e diferente das outras. Nao consigo me sentir mal quando voce esta comigo. tem algo em voce que age em mim, como se me completasse.

            Eu sorri para ele, pois era exatamente desse jeito que me sentia tambem.

            - Por favor Nico, nao torne tudo mais dificil para mim... – mas ele me calou com os labios. Pressionou levemente seus labios contra os meus e se afastou*. Eu estava transtornada. Completamente confusa.

            Mas nao queria perder mais nenhum momento disso. Por essa razao, simplesmente agarrei seu pescoço e selei nossos labios com voracidade. A lingua dele pediu passagem, e ela foi mais do que concedida por mim. Ele fazia questao de colar cada vez mais nossos corpos e mantinha sua mao firme em minha cintura. Ja eu, passava as maos pelo seus cabelos, os bagunçando ainda mais.

            Quando nos separamos pela necessidade da porcaria do ar ele sorria. Eu mordi o labio e olhei pra baixo. Nunca havia tido essa reaçao, com nenhum outro homem. Na verdade eu era bem fria com eles, depois disso dava um sorrisinho sarcasrtico e ia embora** . Mas nao dessa vez. Eu estava sem jeito, nao sabia o que fazer.

            O cenario mudou. Demorou um pouco para eu assimilar onde nos estavamos, mas nao foi tao dificil. Estavamos no banheiro. Mais precisamente dentro do box, com o chuveiro desligado. Estavamos sentados no chao de frente um pro outro. E conversavamos, como se nada tivesse acontecido.

            Ate aquele momento. O momento em que ele simplesmente me puxa para o seu colo e e me encosta na parede. Eu estava sentada em seu colo, de frente para ele, com as pernas em sua cintura, pressionada contra a parede e sentindo sua respiraçao pesada em meu pescoço.

            Ele começou com alguns beijinhos leves no pescoço e foi subindo ate chegar a minha boca. Nos beijamos com urgencia, desejo e muito fogo. Ele tinah as maos nas minhas pernas por baixo do vestido e eu tinha uma mao por baixo da camisa dele e a outra em seus cabelos, onde de vez em quando dava leves puxoes para ouvi-lo arfar por mais.

            Apesar da localizaçao de suas maos, em momento algum ele tentou me despir. Nao digo o mesmo dele, pois sua camisa jazia em algum lugar do banheiro.

            Continuamos naquela agarraçao por algum tempo. Ate que ele se distanciou um pouco de mim  e fitou meus olhos.

            - Quem diria Grace. Que fogo ein mulher. – me senti corar e dei uma risada passando meus bracos pelo seu pescoço.

            - Voce ainda nao viu nada Di Angelo – falei em seu ouvido com a voz rouca. Depois disso voltei a beijar ferozmente seus labios.

            Fui caindo por cima dele levemente, o que fazia ele ser obrigado a se deitar no chao.

            Mas (in)felizmente assim que tocamos o chao, comigo por cima dele, tudo ficou preto.

            Eu me aconcheguei melhor onde estava e continuei dormindo, agora sem sonhos.

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* esse foi o momento em que ele beijou ela de verdade.

** depois ela vai contar o porque de ter se tornado assim.