O Teatro escrita por GabrielleBriant


Capítulo 21
O Natal




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XXI

O NATAL

Meia noite pareceu chegar num piscar de olhos – era natal.

Severo teve que suspirar, ao lembrar que aquele era o primeiro natal que passava com a esposa – em todos os outros ele esteve em Hogwarts, enquanto, sozinha, ela enfrentava festas de famílias bruxas tradicionais.

- Desculpe-me – Ele disse. Linda franziu o cenho, ao mesmo tempo em que Narcissa murmurava um encantamento e fazia nevar no salão principal de Hogwarts. – Você ficou porque o natal é uma festa de família; e eu nunca me dei ao trabalho de deixar minhas funções para passar esse feriado com você. Eu peço desculpas.

Linda sorriu. Discretamente, a mão dela pousou sobre a coxa de Severo, acariciando-a tenramente – e ele precisou de todo o seu autocontrole para não fechar os olhos. Há quanto tempo ela não o tocava?

- Mas você sempre vinha para a nossa casa no dia seguinte.

- Eu deveria ter agido diferente.

- Em muitos aspectos – ela respondeu com uma voz suave, apesar da aspereza das palavras. Linda ainda sorria. – No entanto, eu também deveria. Em muitos aspectos.

A ceia natalina encheu a mesa dos professores, mas Severo mal a percebeu. Pôs a sua mão sobre a de linda.

- Eu apenas queria que você entendesse---

- Aqui não, Severo. Vamos conversar depois da festa – Linda apertou a mão de Severo, antes de soltá-la, finalmente começando a se servir da ceia. – Feliz natal, meu amor.

Não havia nenhum resquício de sarcasmo naquelas últimas palavras – e essa constatação fez com que Severo fechasse os olhos e suspirasse por um momento, sentindo uma pontinha de esperança.

Com a voz anormalmente rouca, disse:

- Isso ainda é a negação?

- Não, Severo... isso é total e inegável aceitação – ele prendeu a respiração. – Vamos conversar mais tarde.

Severo lentamente assentiu.

- Feliz natal, Linda.

Depois desse breve momento amistoso, silêncio voltou a reinar entre eles.

O salão se esvaziava à medida que os alunos terminavam as suas sobremesas. À uma da manhã, apenas persistiam pequenos grupos de setimanistas – alguns deles, como já eram maiores de idade, pretendiam pegar uma carruagem para Hogsmeade, onde a festa duraria até o amanhecer – e Lúcio e Narcissa – já que os demais Comensais haviam partido para a festa natalina dos Avery.

Pelo canto do olho, Severo viu a esposa se levantar.

- Você já vai?

Ela pôs a mão sobre o ombro dele, apertando-o brevemente.

- Eu estou cansada. Você me acompanha?

Severo bufou, querendo dizer que sim; querendo imediatamente segurar a mão de Linda e segui-la até o quarto... e ouvir o que ela tinha a dizer. Mas não podia.

- Me dê apenas um minuto.

Linda suspirou.

- Eu vou sem você, não tem problema.

- Linda, é apenas um minuto! Eu tenho que encerrar a festa!

- E eu estarei esperando por você no nosso quarto, Severo.

Assim ela encerrou a discussão. Deu boa noite para os professores que ainda estavam na mesa e desceu rapidamente para se despedir dos Malfoy – apenas de Lúcio e Draco, Severo não deixou de notar. Antes de sumir da vista de Severo, ela ainda lhe deu um meio-sorriso.

Severo sabia que, como diretor, ele ainda teria que passar pelo menos meia-hora no salão principal, antes de mandar alunos os remanescentes para os seus dormitórios e ordenar aos elfos que começassem a limpeza. E isso faria com que Linda esperasse no mínimo uma hora.

Ele bufou, aborrecido – que se dane.

- McGonagall, assuma as minhas funções até o fim da noite.

Sem esperar uma resposta, ele se levantou. Com passos rápidos, decididos, começou a se encaminhar para os seus aposentos. Quando estava na escadaria principal, no entanto, foi impedido por uma voz familiar:

- Severo! – Ele se virou lentamente, sentindo os pelos da sua nuca se eriçarem meramente por ouvir aquela voz. Narcissa. – Podemos ter uma palavrinha?

- O que você ainda quer?

A loira suspirou aborrecidamente, olhando para os lados e certificando-se que estavam sozinhos.

- Por que você contou a Linda Marie sobre a nossa noite?!

Severo bufou, passando a mão no pescoço e querendo a todo custo evitar aquela conversa.

- Linda é a minha mulher. Eu não escondo nada dela.

Narcissa deu um sorriso sarcástico.

- Ora, Severo, por favor! Eu sou casada há quase vinte anos com um Comensal da Morte; é tempo suficiente para saber o que se passa nas festinhas do Lorde das Trevas. Tenho certeza que essa não foi a primeira nem a última vez que você traiu Linda Marie.

- Não julgue todos os homens do mundo pelo seu marido, Narcissa. Eu costumo cumprir as minhas promessas; isso inclui a promessa que fiz à minha esposa de lhe ser fiel.

- Bem, acho que você faz promessas bem difíceis de serem cumpridas! – Severo abriu a boca para responder, assustado com tudo que aquela frase poderia ter significado; mas logo Narcissa lhe interrompeu. – Mas não é das suas promessas que eu quero falar; mas das promessas de Linda Marie; a promessa de passar o resto da vida ao seu lado.

Ele bufou irritadamente.

- Chega! Ninguém vai se meter na minha vida, muito menos você!

- Ela me disse que vai lhe deixar!

- E vai! E a culpa é sua!

Narcissa abriu a boca ultrajada.

- Você foi à minha casa, Severo! Você me procurou, me levou até a biblioteca e fez comigo o que você quis! Eu deixei que acontecesse; mas não provoquei.

- Eu dormi com você porque estava bêbado e você tinha passado o ano inteiro se jogando em mim! Por favor, Narcissa, eu estou cansado. E gostaria que você deixasse a mim e a Linda em paz!

Com o rosto duro, ela assentiu.

- Você é um idiota, Severo. E é por isso que vai terminar sozinho. Vai morrer sozinho. Você só tem duas pessoas no mundo que te apóiam: Linda Marie e eu. A mim, você faz questão de afastar. E à sua esposa... bem, você nunca mereceu ela. Afinal você não é homem suficiente sequer para pedir perdão!

Severo ergueu uma sobrancelha.

- Isso é tudo? – Narcissa não respondeu, perfurando-o com os seus olhos azuis. – Então, Narcissa, tenha um feliz natal.

Ela cerrou os olhos.

- Feliz natal.

E girou nos calcanhares, dando meia-volta e deixando-o só.

Severo respirou fundo e retomou o seu caminho. Os seus passos, agora, eram mais lentos – ele queria se acalmar antes de encontrar a sua esposa. No caminho, pensou sobre o que Narcissa dissera; pensou que deveria pedir perdão à esposa... implorar, se fosse preciso. Afinal, Narcissa dissera uma verdade: a única pessoa que Severo tinha ao seu lado, agora, ela Linda. E essa era também a única pessoa que ele não suportaria ver contra ele.

Silenciosamente, ele chegou à sala da direção. O quadro de Dumbledore ainda era uma moldura vazia – depois da breve conversa que os dois tiveram, Severo certificou-se de reafirmar ao antigo amigo que o seu exílio continuava. Ele não quis imaginar onde ele estaria agora; mas com certeza não estava só.

A saleta adjacente também estava vazia e escura – a única fonte de luz provinha da porta entreaberta do quarto que ele costumava dividir com Linda.

Severo respirou fundo, antes de se encaminhar para ela – o seu coração palpitando terrivelmente.

Lentamente, ele abriu a porta. Linda estava lá, ainda com o vestido da festa. No chão, duas malas abertas, nas quais ela colocava as suas roupas depois de dobrá-las manualmente – demonstrando todo o zelo que ela sempre teve nas tarefas domésticas.

Severo sorriu amargamente – ele a via arrumando as malas, mas ainda não conseguia acreditar. Toda a situação ainda era, de certa forma, surreal para ele. Ele ainda não aceitava a idéia de que Linda não o pertencia mais.

Com cautela, quase sem fazer nenhum barulho, ele se aproximou.

- Linda...

A mulher suspirou alto, parando o seu trabalho. Virou-se lentamente.

- Sim?

Ele se aproximou tanto quanto ousava. A sua mão esquerda acariciou lentamente o braço dela. Linda fechou os olhos.

- Fique.

Ela soluçou, tentando sorrir. Com um menear da varinha, Linda terminou em segundos de arrumar as malas, fechando-as em seguida. Quando abriu os olhos novamente, eles estavam avermelhados. Ela se aproximou também.

- Severo, por favor... não vamos transformar isso numa daquelas despedidas longas e tristes.

- Isso poderia não ser uma despedida.

- Eu... Eu não acho que isso seja possível.

Severo deu um meio-sorriso.

- Então teremos que optar pela longa e triste; eu não conheço outra maneira de dizer adeus.

Com o coração a ponto de explodir, Severo se aproximou, segurando a cintura de Linda e a trazendo para um beijo. Mas ela não o deixou, virando o rosto e pousando as mãos no peito dele, afastando-o lentamente.

- Isso vai apenas deixar as coisas mais difíceis. Para nós dois.

- Eu não sei o que dizer. Como você quer que eu aja?

Ela suspirou.

- Espere um pouco.

Severo a observou caminhar rapidamente para a ante-sala. Procurando relaxar, apesar da angústia, ele retirou as vestes negras, ficando apenas com uma calça grossa e uma camisa de botão branca. Severo se sentou na cama, retirando os seus sapatos e meias. Desabotoou os punhos da camisa e ergueu as mangas, antes de abrir os primeiros três botões. Foi tempo suficiente para que Linda voltasse, trazendo consigo duas taças e uma garrafa de uísque de fogo.

Os olhos de Severo imediatamente brilharam e ele não conseguiu conter o sorriso.

- Ah! Então você acha que a solução é nos embriagar?

Linda sorriu, entregando a garrafa para ele. Após livrar-se dos seus saltos, ela escalou na cama.

- Minha solução é brindar! Brindar ao natal, brindar aos nossos bons momentos...

Severo ergueu uma sobrancelha.

- Bons momentos... como no réveillon do ano passado, quando você decidiu que hidromel tinha o mesmo teor alcoólico de um suco de abóbora e terminou passando a noite, que deveria ser romântica, no banheiro?

Linda riu-se.

- Eu preferia que falássemos de coisas que eu também me lembro! Por exemplo, eu me lembro ter acordado no dia seguinte com uma terrível dor de cabeça, mas você cuidou de mim!

- Eu cuidei de você antes: eu segurei o seu cabelo.

Linda se deitou, colocando a cabeça no colo dele. Quase num gesto automático, Severo soltou-os e deixou os seus dedos correrem lentamente pelos fios loiros. Linda o olhou, marota.

- Você realmente quer desenterrar histórias constrangedoras sobre álcool?

- Eu sou diligente, ao contrário de você. Duvido que você possa encontrar alguma atitude minha que realmente seja constrangedora.

- Tem certeza? – Severo apenas ergueu uma sobrancelha, olhando-o divertido e tomando um gole do seu uísque quase num gesto desafiador. – Tudo bem. Casa de campo dos Lestrange, há quatro anos. Você ficou tão alegrinho que quis me levar para um dos corredores vazios. Quando eu aceitei, você não conseguiu... levantar.

Severo tentou manter-se inalterado, mas não conseguiu. Sentiu as faces ficarem quentes e soube que estava corando – a risada que Linda soltou confirmou as suas suspeitas. Depois de congelar um segundo, ele voltou a entrelaçar os dedos nos cabeços de Linda.

- Injusto – ele finalmente respondeu. – A casa estava cheia e eu não gosto de exibir as minhas habilidades em público. A pressão era grande demais, qualquer homem teria falhado.

- Continue se enganando com isso...

Ela riu um pouco alto, enquanto ele tomava mais um gole e erguia o seu copo.

- Aos nossos momentos patéticos.

Linda bateu a sua taça contra a dele.

- Aos nossos momentos, patéticos, vergonhosos, ridículos e dignos de pena... porém divertidos.

- Nós realmente nos divertimos.

Linda sorriu.

- Sim... desde o primeiro dia.

Os dedos de Severo deixaram os cabelos de Linda e passaram a delinear o rosto dela.

- Eu nunca quis me aproximar de você. Eu sabia que você era proibida, mas...

- Mas você foi obrigado a passar quase uma semana na minha companhia. Você nunca me contou, aliás, onde a sua amizade com o meu irmão começou! Porque eu sei que vocês eram grandes amigos, caso contrário ele não teria o convidado para ser padrinho do casamento dele, como par da irmãzinha nova.

- Henry foi um Comensal da Morte. Eu salvei a vida dele uma vez durante a primeira guerra.

Linda franziu o cenho, ajoelhando-se na cama.

- Mesmo? Ele--- Ele ainda--?

- Não, ele não trabalha com o Lorde das Trevas. O seu pai convenceu o Lorde que um Comensal a menos não faria falta.

- Oh... que alívio – Linda deu um meio sorriso, voltando a se deitar sobre a perna de Severo. – Severo?

- Hm?

- Você sabe que música estava tocando quando nós dançamos pela primeira vez?

Severo deu de ombros.

- Não sei. Deve ter sido durante a valsa dos noivos, não?

- Não – Linda sorriu amargamente, com um brilho triste em seus olhos. – Foi no dia do ensaio, por exigência de mamãe. Estava tocando uma música de Whitney Houston.

- Malditos anos oitenta.

Linda riu.

- É – e cantarolou baixinho. – Didn't we almost have it all? The night we held on till the morning… You know you'll never love that way again… Didn't we almost have it all?

Severo sentiu um aperto em seu peito.

- Essa era a música?

- Irônico, não? – Linda mordeu o lábio inferior. – Eu vou confessar uma coisa, Severo: eu nunca pensei que fosse acabar.

Ele desviou o seu olhar.

- E eu sempre soube que não seria para sempre.

Linda sorriu amargamente, deixando uma lágrima cair. Apressou-se em limpá-la. Respirou fundo, voltando a se ajoelhar na cama.

- Isso não está indo como eu planejava, Severo... Eu queria que nós apenas ríssemos um pouco... – Ela sorriu. – Que nós pudéssemos fingir, só por um momento, que estava tudo bem.

Severo deu de ombros e tomou um grande gole da sua bebida.

- Eu cansei de fingir.

- Eu também – ela desviou o olhar, deixando cair mais algumas lágrimas. – Nada está bem. Eu estou triste, decepcionada e tão, tão cansada!

- Eu sinto muito, Linda.

- E eu queria dizer que isso é suficiente, mas não é... não mais – Ela fungou e limpou as lágrimas, levantando-se. – E isso não está dando certo. Não foi uma boa idéia.

Severo desviou o olhar.

- Não foi. Se nós continuarmos, eu pedirei para você ficar... Eu vou dizer que estava errado e que eu sei que não tem desculpa para o que eu fiz... para tudo que eu venho fazendo. Mas que eu preciso de você ao meu lado mais do nunca, e que eu não sei o que vou fazer se você for embo---

- Pare. Por favor.

Severo se levantou também, aproximando-se dela e segurando a sua mão com força.

- Fique.

- Me deixe só, Severo. Saia.

Tomando aquilo como um golpe, Severo levantou-se da cama e, lentamente, deixou o quarto.

Sozinha, Linda deixou-se chorar convulsivamente por alguns minutos, finalmente se libertando do nó agonizante que se impusera em sua garganta desde que soube da traição do marido...

Finalmente mais calma, livrou-se do longo vestido e colocou uma camisa velha de Severo. Deitou-se na cama, mas sabia que aquela noite demoraria uma eternidade para chegar ao fim.

O tempo se arrastava... e Linda não sabia exatamente se haviam se passado minutos, horas ou dias antes da porta ranger, sendo aberta lentamente. No breu, ela conseguia distinguir a figura do seu marido parada à porta, recostada, delineada pelo fogo baixo dos archotes da ante-sala. Por um momento Severo simplesmente ficou lá, observando-a... quase como se tomasse coragem para sussurrar de uma forma quase inaudível:

- Você está acordada? – Linda sentou-se na cama em resposta. – Eu não consigo dormir.

Ela mordeu o lábio inferior.

- Por quê?

- Porque... – Ele deu uma parada. Linda sentiu o seu coração pular quando percebeu que a voz dele estava instável, embargada. – ...eu acabei de perceber que eu perdi você.

Como Linda poderia responder àquilo, se não se levantando da cama e indo ao encontro dele? E juntando os seus corpos e colando os lábios aos deles com ferocidade?

Os braços fortes de Severo enlaçaram a cintura de Linda, como se naquele abraço ele pudesse afastar todas as ameaças que ela fizera de deixá-lo. Com os passos trôpegos, ele a guiou para a cama, escalado nela. As suas mãos percorriam livremente o corpo feminino, decorando cada pedacinho, memorizando cada curva.

Severo se ajoelhou na cama, deixando os lábios de Linda por apenas um segundo, querendo dizer qualquer coisa. Mas, mais uma vez, as palavras lhe faltaram... Assim, ele apenas a olhos, com nada além de adoração em seus olhos negros.

Linda, no entanto, sempre sabia o que dizer:

- Eu... – Ela soluçou. – Eu te amo tanto...

Severo fechou os olhos pesadamente, não sentindo medo de deixá-los marejar. Em resposta, colou os seus lábios no dela novamente... mostrando a Linda que ele não precisava dizer aquelas três palavrinhas para provar o que sentia.

Linda suspirou debaixo dele. As suas mãos começaram a aventurar-se sob a camisa branca, sentindo a textura da pele Severo, sentindo os músculos... os ralos e macios pelos que ela tanto adorava. Rapidamente passou a desabotoar a camisa, ansiando por um contato mais direto com a pele do marido. Quando estava com todos os botões abertos, ela forçou o tecido nos ombros dele, e, como um animal, Severo ajoelhou-se e arrancou-a.

Severo a olhou; a fome era evidente em seus olhos – Linda ofegou. Com um movimento rápido, ele segurou a perna direita dela e apoiou-a em seu ombro. Sem jamais tirar os olhos negros dos dela, passou a beijar e mordiscar os pés de Linda, começando pelo dedão, passando pela curvinha sensível, o calcanhar e chegando ao tornozelo. As mãos de Severo deslizaram pela perna alva, e ele a beijava levemente... passando os lábios atrevidos e a língua quente pela panturrilha e por trás do joelho.

Então as mãos firmes acariciavam-lhe a coxa e enganchavam-se no elástico da calcinha, forçando-a gentilmente para baixo... Linda estava tão absorta nas carícias que sequer percebeu quando ele livrou-a da peça íntima.

Rapidamente, como se tivesse fome de sentir o gosto da sua esposa, Severo levou os seus lábios à intimidade dela. Linda gemeu alto, sentindo as carícias do seu marido lhe preencherem, sentindo todo o seu corpo tremer com a excitação... com as sensações que apenas ele provocava.

As suas costas arquearam quando chegou ao primeiro orgasmo da noite. As suas mãos puxaram levemente os cabelos de Severo e ela sussurrou o nome dele dentre palavras e juras de amor incoerentes.

Finalmente dando-se por satisfeito, Severo voltou a beijar o corpo de Linda, subindo a velha camisa acinzentada que ela vestia e revelando para ele a barriga lisa e os seios que ele adorava. As suas mãos deixaram a tarefa de despir Linda e passaram a acariciar-lhe os seios, brincando com os mamilos intumescidos, antes de beijar as aureolas rosas... e dar mordidinhas leves e brincar com a língua e causar inegáveis arrepios em Linda.

Finalmente, chegou aos lábios dela, voltando a beijá-los com ferocidade. Sem que Linda sequer percebesse, as mãos de Severo foram ao zíper da calça, abrindo-o e liberando a sua ereção. Ela prendeu a respiração, surpresa, quando ele a penetrou de uma vez só. As suas unhas imediatamente cravaram nas costas ele e as suas pernas enlaçaram o seu quadril, dando-o espaço para continuar.

Assim iniciou-se o ritmo constante, orquestrado pelas respirações ofegantes e pesadas. Linda tentava beijar o pescoço dele, acariciá-lo, mas Severo não deixava... aquela noite era para ela; apenas para ela. E quem faria as carícias era ele.

Enquanto beijava e mordiscava o pescoço de Linda, ele sentiu a respiração dela ficar mais inconstante; sentiu as unhas cravarem-se nos ombros dele com mais força... soube que era o clímax que estava se aproximando... e a mera idéia de ser o responsável pelo prazer da sua mulher fez com que o seu próprio clímax fosse acelerado.

Não resistiu a aumentar a velocidade dos seus movimentos, logo acompanhados por Linda. Em seu orgasmo, ela sussurrou duas ou três vezes o nome do marido... Mas Severo apenas conseguiu dizer uma coisa, enquanto sentia todo o seu corpo contorcer-se de prazer.

- Fique!

E Linda sentiu-o derramar-se nela.

Ofegante, Severo deixou o seu corpo cair sobre o da esposa e, com a voz fraca, ele apenas repetiu:

- Fique...

E tudo estava bem...

Ou, pelo menos, foi isso o que ele pensou.

Mas, quando no dia seguinte acordou, Severo estava só. Linda não estava mais lá; nem as malas. Ela realmente foi-se embora... e ele não sabia o que fazer.

XxXxXxX


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