Nos separamos ofegantes.

Encarei Ron a minha frente e ele olhava pra Lua, abobalhado. Nossas respirações voltando ao normal aos poucos.

Ele foi se deitando lentamente na grama e eu o acompanhei.

O céu estava bem estrelado essa noite.

"Vai fazer sol amanha" foi a unica coisa que pensei. "Sem precisar usar aquelas capas horriveis, ficar no jardim durante as aulas vagas..."

- Olhe! Uma estrela cadente! - saí dos meus devaneiros com Ron apontando pro céu - Faça um pedido...

- Faça você. Eu não a vi, não posso pedir nada.

Ele fechou os olhos com certa força e começou a se concentrar.

- O que você pediu?

- Oras, se eu te contar, o pedido não vai se realizar. - mostrei a lingua pra ele que soltou uma gargalha.

- Ok. Mas fique sabendo, que a única coisa que você irá ganhar, vão ser várias verruguinhas no seu rosto - ele me olhou interrogativo - Você apontou para as estrelas. Não de deve apontar para as estrelas. - gargalhei com a careta que ele fez.

- Verrugas não são legais. Ainda mais no rosto. Elas lembram minha tia Muriel. Argh!

- Acho melhor voltarmos agora. Daqui a dez minutos os monitores começam a patrulhar - ele apenas assentiu e me ajudou a levantar.

Fomos caminhando silenciosamente até as Masmorras. Uma vez ou outra sua mão relava na minha, até que ele tomou coragem e segurou-a. Corei um pouco.

O que está acontecendo comigo? Eu nunca fico vermelha por algum garoto! Só se for de raiva.

- Hm... Nós podiamos nos encontrar amanha denovo... - assenti com um pequeno sorriso - Mesma hora e mesmo lugar?

- Mesma hora, atrás da estufa três. Boa noite, Cenoura-Ambulante - dei um beijo em sua bochecha e ele me olhou com uma cara de "quero mais".

- Só mais um beijinho, vaai... - insistiu com aquela carinha de cachorro abandonado. Como não recusar? Dei um selinho demorado nele. Fui me afastar mas ele segurou minha cintura. Safado! Ele sabe que não tenho força o suficiente pra me afastar. Pediu passagem com sua lingua; tentei relutar e escapar de algum jeito mas... Pô! É Ronald Weasley! Cedi à seus encantos. Ok, isso não soou muito bom.  E logo ele me soltou.

- Boa noite, Buldogue-Linda - olhei-o debochada pra ele e entrei em meu salão comunal.

Estava escuro, exceto por um abarjuzinho aceso perto de uma das grandes poltronas. Fui apaga-lo, e quando cheguei perto, uma mão forte apertou e meu braço e uma grave voz soou pela sala

- Onde você estava? Com quem estava? E por que não foi jantar?