Curtas: Lily Evans e James Potter escrita por Larissa Oliveira


Capítulo 9
Curta IX - Um giro de 90º


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Que feriado lindo, não é? Bom, pelo menos aqui na região de Campinas é feriado... Enfim, prometi não demorar mais, e aqui está mais um curta grandinho. E eu tenho um pressentimento de que vocês vão gostar do final *-* Beijos! E desculpem os erros... Estou sem o word :(



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Ah que ótimo, por que raios eu me sinto culpada? Merlim, dessa vez foi ele quem fez a coisa errada! Quando eu revejo tudo isso, até parece briga de marido e mulher, e eu começo a rir. E eu não canso de me perguntar como diabos fui parar nisso, mas o conformismo já me alcançou. É, realidade é uma completa merda.

Vamos lá, Lily, pense. Não, por favor, não faça isso! Eu nem sou confusa, certo. O que eu preciso fazer é esquecer disso um pouco... Maravilha, vamos a tentativa número um, então.

– Vocês conversaram? – Marlene perguntou, euforica, entrando no quarto.

– Obrigada Lene, muito obrigada mesmo! Eu estava com um plano brilhante de esquecer toda essa confusão - respondi seca.

– Me conte.

Ela se sentou e eu bufei.

– Ele me contou uma bela história para dormir... – comecei.

Ela riu e eu somente mandei um olhar reprovador.

– De alguma forma, eu ainda me sinto culpada. Agora, meu Merlim, eu não sei bem o por quê. Eu só queria que ele tivesse um acidente com a Lula Gigante e sumisse de uma vez por todas... As coisas seriam muito mais facéis. – falei, enquanto ela levantava a sombracelha sugestiva.

– Tudo bem, eu não desejo tanto isso assim. Mas não é como se eu caísse de amores por ele, ok?

Lene sorriu e me abraçou. É, já sei como eu arranjei esse ser como melhor amiga, é meio óbvio não? Como eu sou uma doida desvairada ela tinha que ser uma louca. Fato.

– Um dia Lily, você vai sair dessa de auto negação. Agora, ouça o que eu vou dizer e não entre em pânico, certo?

Olhei para ela desconfiada, e ela continuou.

– Eu e Sirius estamos juntos. Namorando, diga-se de passagem. –- ela disse sorrindo.

Eu parei para raciocinar por um longo segundo... Então quer dizer que todos os meus planos com o Potter de alguma forma se caminharam para o caminho certo, mas mesmo assim não serviram de nada? Merlim é totalmente injusto! Lene me olhou apreensiva, e eu notei que devia ser por causa do meu silêncio.

– Vocês dois são dois idiotas, sabiam? - reclamei. Ela se assustou e eu ri. – Eu e James tentamos juntá-los por um longo tempo... - falei nostálgica.

Cadê o Potter, senhorita Lily? Nada, nada bom!

– Eu não acredito nisso! – ela falou perplexa, e depois se juntou a mim, rindo.

– Você sente falta dele, não é? Não é um problema admitir isso, Lil.

Eu olhei para ela aflita. Odeio a Lene, é.

– Admitir só faz com que pareça mais real. Prefiro correr, como sempre. – eu sorri triste e pedi para que mudassemos de assunto, e claro, ouvi um pouco mais sobre o novo casal badalado de Hogwarts.

É, isso vai dar o falar.

**

Acho que nossos queridos professores pensam que nós somos escravos, só pode! Eu estava tão acumulada de deveres que nem sabia como isso havia acontecido. Ok, eu preciso saber aonde a Lily de alguns anos atrás foi parar, porque isso é grave!

O corredor estava lotado devido a troca de aulas, e já que eu tinha um período livre, ia a biblioteca começar a minha sessão de tortura. Também achei um ótimo nome, huh?

– LILY! ­

– Agora não Potter, por favor. – supliquei lançando um olhar aos livros no colo.

– Eu realmente tenho algo melhor a fazer do que gritar com você.

Ele balançou a cabeça e quase riu com o que eu disse. Idiota, não vi nada engraçado. Ok, talvez tivesse um pouco de ironia em tudo isso.

– Eu não consigo falar com você em lugar algum! Aliás, você não respondeu nenhuma das minhas cartas. – ele jogou as palavras tudo em cima de mim rapidamente. – Claro, eu esperava algumas respostas ofensivas, mas nem isso recebi.

Eu sorri com isso agora. Ele realmente é inacreditável.

– Ah, as cartas. Eu não tive tempo de queimá-las, então todas estão amontoadas em algum canto do dormitório. – eu sei, sou muito má. Quem liga? – Desculpe não ter tempo para você, querido. – fui mais falsa ainda.

– Lil, pare com isso, pelas calças de Merlim! – ele exasperou.

– Terminou? – falei novamente sinalizando que os materiais não estavam nada leves. Pura mentira.

– Pare de fingir que isso está pesado, Lil. Eu sei que usou o feitiço que lhe ensinei para facilitar tudo. - Droga.

– Potter, eu te odeio. - falei sem emoção. Ele riu e eu sabia que começaria o drama. Ok, é bonitinho até. Não Lily, não é!

Luta interna é uma droga.

– Quantas vezes eu preciso dizer que sinto muito pelo que aconteceu?

– Tente um bilhão de vezes e ainda sim não terá nenhum resultado. – Autch, essa doeu em mim. Ele deu de ombros, acho que anos com meus xingamentos isso era pouco. Isso que dava se acostumar.

– Eu já admiti que fui um idiota, pedi desculpas, não sai com mais nenhuma garota... O que você quer que eu faça?

– Suma. Isso sim é uma ótima ideia! - disse irônica.

– Lil... Por favor.

– Tchau, Potter. – falei e saí dali. Olhei para trás uma única vez, e o vi suspirar e me fitar por alguns segundos que pareceram eternos.

**

– Sev, está tudo bem? - perguntei ao ver meu amigo próximo ao Salão Principal.

Ele não respondeu. Só acenou e foi em outra direção. Que estranho.

Fazia alguns dias que não era abordada por Potter, mas claro que para isso havia tomado algumas preucações para evitá-lo. Não que tivesse que ouvir Marlene e Alice o defendendo sempre, mas eu já me acostumara. Minha primeira iniciativa fora fazer as refeições em horários diferentes; ele estava acostumado a ser um dos primeiros, então eu me atrasava de propósito. Como eu sabia que ele iria no outro dia atrasado para conseguir me pegar de surpresa, hoje vim mais cedo. Tudo bem, essa preucação eu tomei ontem, mas vai dar certo.

Belisquei meu almoço sem muita vontade. Eu queria alguma coisa com açúcar... É, eu totalmente estava precisando disso. Arrastei as batatas assadas para o lado e comecei a brincar com o peito de frango.

– Lily, você tá parecendo uma criança – sussurrei para mim mesma.

– Sabia que o primeiro sinal de loucura é falar sozinha? – ouvi a voz masculina dizer atrás de mim.

– E qual é o segundo? - perguntei irritada para ele.

– Tentar fugir de um maroto. Nada, nada esperto Lily.

– Sério, Potter? Pois eu realmente achei que estava conseguindo. Acho que terei que ir para o plano B... Acredite, se baseia na sua morte, nada bom.

Ele riu e se sentou ao meu lado. Eu me afastei. Dias e dias tentando evitar a criatura e foram poucos os resultados. Eu estava meio cansada de fugir das suas investidas em pedir desculpas e cansada de me proibir de pensar no assunto.

– Pretende continuar tentando? – ele perguntou.

– Evitá-lo? Mas é claro! Por quê? - é, eu fiquei curiosa.

– Você não sabe o quão engraçado é vê-la tentar fugir de mim, Lil. – respondeu ele. Hunpf. – Ainda mais sabendo que eu sempre a encontrarei.

Eu bufei.

– E eu ainda não sei como você não cansou de tudo isso...

– Você realmente não sabe? – perguntou ele receoso.

– Eu tenho cara de quê agora? Adivinha, por acaso? - revirei os olhos e fitei um ponto longe dali. – Não, eu não sei.

De repente, senti sua mão no meu queixo, o virando.

– Não ouse... - sussurrei. Ele repetiu o que eu fizera a alguns segundos atrás, revirando os olhos.

– Não se preocupe, não vou te agarrar. – eu o fitei desconfiada, e ele não conteu o riso mais uma vez.

– Eu não consigo desistir de você por uma razão simples, Lily.

– Porque é um idiota perseguidor e maníaco? – perguntei inutilmente.

– Não Lil... - ele voltou a rir. É, eu devo ser uma palhaça para todo o mundo rir da minha cara.

– Então é porque você realmente não consegue achar nada para fazer! Eu sabia! Eu preciso te dizer que estudar não é tão ruim assim...

– Lily, por Merlim, me deixe falar! – ele exasperou. Eu quase sorri. Só para constar, idiota.

– Uma última tentativa? – perguntei com brilho no olhar.

– Concordo, você parece com uma criança. Especialmente agora. – ele respondeu sorrindo e eu fechei a cara.

– Não é porque eu sou um desocupada ou um idiota. Tudo bem, eu posso ser um pouco idiota... - começou.

– Um completo idiota... - corrigi.

– Ok, um completo idiota, mas a razão pela qual eu continuo atrás de uma ruiva esquentada e doida é tão simples que eu nunca pensei que precisaria te dizer. Lil, eu te amo.

Choque. Eu entrei e choque. Amar?

– Me ama? – perguntei petrificada.

– Sim, Lily Evans, eu te amo.

MERLIM! Por que tudo na minha cabeça está girando como um turbilhão de coisas? Um giro de noventa graus em tudo. Aquelas três palavras foram o suficiente para que eu ficasse ainda mais confusa, e olha que isso parecia impossível.

– Eu preciso de um tempo. – falei meio perdida.

– Não se esqueça, eu estou esperando. – ele disse antes que eu saísse dali a longas passadas.

Subi ao dormitório e tive necessidade de verificar uma coisa.

Peguei todas as cartas que estavam jogadas num canto qualquer e comecei a lê-las. A maioria eram curtas, como bilhetes. Uma em especial chamou a minha atenção.

"Lil, sei que você não quer nem ao menos olhar para mim, e eu entendo que esteja muito chateada. Mas você poderia pelo menos me dar mais uma chance para explicar? Ou pelo menos, concordar em voltarmos a sermos amigos? Eu sinto falta do seu sorriso e a forma que nos davámos bem juntos, da nossa forma. Eu preciso muito que você acredite em mim – como se já não tivesse dito essa frase o suficiente, não?"

Eu ri com a última parte e continue lendo as outras...

"Você sabia que correr pelo corredor feito uma louca para escapar de mim não foi nada bonito? Isso mesmo, eu a vi com um olhar "vou me mandar daqui" e correndo. Vamos combinar que seus cabelos ruivos não ajudaram nada, não é? Pare de ser teimosa e aceite ao menos a minha explicação. Sinto sua falta, ruiva."

Li todas... Não havia nenhuma com as três palavras que causaram todo esse alvoroço em mim.

Viram? Eu estava certa em nunca adivinhar aquilo. E o pior de tudo, eu queria reler todos aqueles pergaminhos, porque algo dentro de mim gostava daquilo.

Eu gostava da forma irônica com a qual nos tratavámos, seu sorriso, a forma idiota como ele mexia nos rebeldes cabelos negros, seus olhos... Ah, os orbes castanhos esverdeados que conseguiam causar mais e mais confusão dentro de mim.

Tudo bem, vocês estão certas.

Naquele momento eu vi. E naquele momento me permiti chorar e sorrir, e lembrar-me de tudo, desde o primeiro ano. Eu não podia mais fugir.

Eu estava apaixonada por James Potter.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-* Faltam só três curtas...