Where Are You Now? escrita por Kaah_1


Capítulo 6
Não desista agora;


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Obrigado pelos reviews, de verdade.
E eu escrevi meio rápido, então, desculpem se não ficou muito bom. Tentei deixar realista, mas, seilá...
Bom, nos vemos lá em baixo.



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Me tranquei no banheiro do quarto. Sentei no chão frio, abraçando minhas pernas e deixei que as milhares de lagrimas escorressem pelo meu rosto. A verdade é que eu já não tinha forças para nada, há muito tempo.

Os gritos que vinham lá de baixo e as fotos e palavras que eu havia visto no notebook ainda estavam atormentando minha mente, me deixando completamente louca. Me deixando acabada.

Eu havia tentado ligar para a policia, mas, meu pai viu, arrancou o telefone da minha mão, deu um tapa me derrubando no chão e me surpreendeu com um chute que doía até agora. Por qual motivo ele fazia aquilo tudo, afinal? Se ele nos odiava tanto a ponto de nos bater, porque continuava atormentando a vida de mim e mamãe? Não era mais fácil ele apenas nos deixar? Claro que não, tem que nos fazer sofrer. Sofrer muito. Ninguém, exatamente ninguém, sabe o que eu passo.

E Justin... A coisa que eu mais temia estava acontecendo. Não tinha como negar e não tinha como não se importar, ele estava mudando. Parece que ele pouco se importava com os sentimentos das fãs apaixonadas como eu. Sabe, nós que não podemos o ver pessoalmente, tentamos ficar mais perto dele, pela televisão. Premiações onde ele aparece. E agora, nem isso temos. Sua namoradinha posta fotos nos tentando “provocar” e encher de ciúmes. E acho que só uma belieber entende a dor que estou sentindo no momento. Eu devia amá-lo apenas como fã, apenas por admiração do seu trabalho. Mas, havia se tornado algo bem mais que isso. Eu o amava bem mais do que deveria. Era intenso e confuso. Eu não sabia explicar, eu só o amava com todas as minhas forças.

Me levantei, caminhando até a banheira e liguei a torneira, deixando que ela enchesse. Entrei na mesma, quase cheia, me ajeitando sentada ali e submergi, querendo morrer ali, afogada.

Eu já estava ficando ser ar ali, lógico. Estava me afogando em meio à água, querendo que o sofrimento fosse embora. O medo e a angustia já tomava conta de mim. Eu queria gritar.

Desejei morrer rápido, gritando por baixo d’agua. Minha vida era horrorosa, não tinha um pingo de felicidade. Só havia dor e sofrimento nela. Ao menos a morte não doía. Ela era rápida e tudo acabava com ela. Eu não precisaria me preocupar, não sofreria mais com a briga de meus pais, com bullying e nem com um amor impossível... Não se estivesse morta.

Automaticamente, meu corpo emergiu, subindo para fora d’água rapidamente. Lá estava eu, ofegante, tentando tomar ar. Tossindo com a água que eu havia engolido. Eu ainda estava viva.

Depois de um tempo, voltando a respirar normalmente, estiquei meu braço para fora da banheira, pegando a lamina prateada que estava ali ao lado. Meu braço tremeu inteiramente, mas, não liguei. Respirei fundo e me ajeitei, sentando na banheira, enquanto esticava meu braço esquerdo.

Quando a lamina entrou em contato com a minha pele, eu me arrepiei e senti uma pontada de dor, mas, continuei. Cortei meu braço desde o cotovelo até o pulso. Doeu, eu chorei mais. Só que, a dor física não é nada comparada a dor emocional. O coração dói mais... Isso é só um modo de me fazer esquecer esse estúpido sofrimento em vão.

Eu queria morrer. Eu via o sangue escorrer do meu braço, enquanto eu apertava mais ainda a lamina ali e via a água da banheira ficar vermelha, encher de sangue. Poderia estar ficando fundo o corte, mas, eu não ligava. Minha visão era embaçada e eu estava delirando, querendo que exatamente tudo passasse, mas, não passava. As coisas nunca passavam. Queria que todo o sofrimento fosse embora com o sangue que estava escorrendo por entre meus dedos, mas, não ia embora.

Meu corpo estava fraco, parece que a qualquer momento eu ia tombar e cair pra fora da banheira. Mas, o continuei ali, fazendo mais e mais sangue escorrer. Eu já mal tinha lagrimas pra chorar. Elas caiam incontrolavelmente.

– Pare! O que esta fazendo com você, Nina? – ouvi uma voz martelando na minha cabeça. Parecia a voz de Justin. Olhei ao lado, vendo sua imagem distorcida, perto da pia do banheiro.

– Justin? – murmurei.

– O que eu te ensinei? Você vai desistir mesmo depois de tudo que aprendeu? Lembra? Never say never! Não desista agora. – sua voz era calma e serena dentro da minha mente. Sua imagem era fraca. Era só uma alucinação. – E sua mãe? Vai deixar ela assim? Não desista tão fácil, Nina! É isso que eles querem... Te ver assim, não dê esse gostinho a eles. – pisquei varias e varias vezes, ouvindo a voz, as palavras.

Não desista. Martelava na minha mente.

– Estou cansada disso tudo. – falei entre soluços.

Não é motivo pra desistir. – sua voz falou de novo.

Fiquei fitando aquela imagem distorcida desaparecer aos poucos. Me arrastei pra fora da banheira, com um corte profundo e grande no meu braço, escorrendo sangue. Eu teria que limpar isso depois. Mamãe jamais poderia saber que eu já tentei suicídio tantas e tantas vezes. Ela não podia saber que eu me auto-mutilava.


(...)

Eram quatro horas da tarde e eu resolvi sair um pouco. Minha mãe não estava em casa, muito menos meu pai e isso me preocupou. Mas, eu não queria mais me preocupar. Não queria sentir mais nada.

Coloquei uma blusa de mangas compridas pra tentar esconder a cicatriz ainda dolorida – e mal cicatrizada na verdade - que estava no meu braço e saí andando pelas ruas, procurando uma praça ou qualquer lugar onde eu pudesse sentar e relaxar.

Logo me vi sentada em uma pequena praça. Com poucas árvores, uma grama verde e bancos de madeira. Fiquei fitando as pessoas passarem, os carros, o céu azul... Crianças rindo, todos felizes e só eu ali... Totalmente triste e acabada. Havia tentando me matar, mais uma vez. E já pensei em me jogar do prédio mais alto da cidade, mas, ainda não tive coragem para isso.

Puxei minha blusa, tentando esconder ao máximo aquilo. Aliás, as pessoas passavam e me fitavam diferente, já estava começando a achar que estavam vendo meus pulsos marcados e cicatrizados.

– Nina! – ouvi uma voz masculina, pouco conhecida.

Ergui meus olhos, vendo Thomas que logo se sentou ao meu lado.

– O que esta fazendo aqui? Se te verem comigo vão começar a tirar sarro. Alias, sou a esquisita. – o fitei, vendo-o rir. Aliás, sempre diziam coisas desse tipo quando viam alguém próximo a mim, sabe?

– Não é esquisita. – ele me fitou. Eu fiz careta. Eu era definitivamente bem esquisita. – Só é... Diferente. E com problemas. – ele deu de ombros.

– Problemas pessoais. – sorri de canto.

Ficamos em silencio. Desviei o olhar para não ficar constrangedor, fitando algumas criancinhas que corriam pela praça. Deviam estar brincando de pega-pega ou algo do tipo. Ah, como eu sinto falta de ser criança! Quando minha única preocupação era cuidar para que minhas bonecas não estragassem ou ficassem com cabelos feios.

– O que é isso? – Thomas disse com voz de surpresa ao meu lado. Quando o fitei, ele estava olhando com olhos arregalados para o corte no meu braço.

– N-nada! – puxei a manga da minha blusa, cobrindo rapidamente aquilo.

Droga!

– Não é nada? Você não pode fazer isso, Nina! Quer morrer? – se levantou, me olhando incrédulo.

– EU QUERO! É ISSO QUE QUERO! – gritei. E logo depois percebi o que havia dito. – E-eu...

– Quer morrer? – franziu a testa. – Sabe quantas pessoas lutam pela vida e você querendo se matar? – suspirou.

– Você não sabe o que eu passo, Thomas. – percebi meus olhos marejados e suspirei.

– Qualquer motivo, não é o bastante pra fazer isso. – apontou pro meu braço.

– Porque se preocupa tanto? ME DEIXA MORRER. – me levantei também, ficando a sua frente.

– Me preocupo por que eu gosto de você. – segurou meus ombros.

Dei um passo pra trás. Ele havia me dito mesmo aquilo? Qual pessoa seria capaz de gostar de mim, afinal? Até mesmo meu próprio pai me odeia.

– É por causa daquele garoto famoso, certo? Eu vou te levar ao show dele. – deu um meio sorriso.

– Ta falando sério? – ri da sua expressão. – o próximo show que ele vai fazer é em uma cidade há seis horas daqui. – cruzei os braços.

– Eu andei vendo... Não fica tão longe. Tenho uma tia que mora lá e eu prometo que vou te levar. – ele segurou minha mão.

Me assustei por um minuto.

– Nem gosta dele. Me disse milhões de vezes que o odeia. – eu ri sem humor.

Faço por você. – murmurou, levando uma de suas mãos até meu rosto e acariciando minha bochecha.

– Se fizer isso mesmo... Vai realizar um sonho. – sorri. Mas, acho que pela primeira vez, eu dei um sorriso verdadeiro. – Promete mesmo? Promete que não vai me iludir com isso? – mordi os lábios.

– Eu prometo... Eu te levo, se você prometer que não vai mais fazer isso. – apontou pro meu braço novamente.

– Se os motivos pra fazer isso sumirem, então... É uma promessa.

– Temos um acordo. – vi seu rosto se aproximar, e por um segundo, achei que ele ia me beijar, mas, ele apenas tocou seus lábios molhados em minha testa.

Eu sorri e o abracei. Bem forte.

– Obrigado. – sussurrei.

Ainda tinha muito que agradecer. Se é que isso seria verdade. Eu ainda não tinha levado realmente a sério.

Estava boba.



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Notas finais do capítulo

E então.. Ta muito ruim? Gostaram? Sugestões? Opiniões? KKKKKKKK Ta muito dramatico gente? HSUAHSU, acho que talvez as coisas melhorem pra Nina daqui pra frente... Talvez!
COMENTEM TÁ? me deixem happy :33 NHAC, até o proximo, meus amores. s2