Where Are You Now? escrita por Kaah_1


Capítulo 10
Morri e fui pro céu, só pode!


Notas iniciais do capítulo

Hey gente!
Sei que demorei... Bom, eu fiquei sem criatividade e também estava cheia de trabalhos da escola, sabe? :/
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AHHHH, Tuany Nunes MUUUUUUUITO obrigada pela recomendação! que coisa lindaaaaaaaa! A primeira recomendação da fic *o* obrigada s2 :3 capitulo pra ti kk
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Enfim, espero que gostem.
Acho que vão gostar do final do capitulo.
NHAC
boa leitura



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Peguei a tesoura que antes estava por cima da cômoda, e me sentei no chão frio em seguida.

Fiquei olhando praquele objeto. O que eu devia fazer? Me matar com uma tesoura? Eu até pegaria uma faca na cozinha, mas, tinha medo de meu pai ainda estar lá embaixo, rindo da minha cara.

Ajeitei a tesoura em minha mão e estendi meu braço. Eu estava com uma blusa sem mangas e aquilo ajudava de certa forma. Respirei fundo. O que eu poderia fazer, além disso? Eu queria esquecer, queria ficar longe de qualquer problema. Algumas pessoas me dizem que isso vai passar, que a dor sempre passa. E eu até acredito que um dia todo esse sofrimento possa passar, mas, o problema é quanto tempo isso vai demorar pra acontecer. Quanto tempo vou ter que agüentar tudo isso?

Meu pai me trata como se eu fosse um animal, trata minha mãe como um saco de pancadas... E eu não sou correspondida no amor. E por mais que isso de amor não correspondido seja besteira, ainda assim é algo que colabora para meu sofrimento. Eu não podia deixar minha mãe sozinha nesse mundo, tendo que lidar com meu pai, mas... Eu também não queria sofrer mais. Eu não queria mais me importar, não queria chorar. Queria ser livre de sofrimentos e responsabilidades.

Então, acho que eu fiz a única coisa que me passou pela mente como uma forma de alivio passageiro.

Fechei os olhos e enfiei com tudo a tesoura no meu braço. Tentei reprimir um grito, que saiu totalmente cortado. Eu abri os olhos e vi sangue jorrar do furo que eu havia feito no meu braço. Eu estremeci com aquilo. Mas, não hesitei em continuar aprofundando ainda mais a tesoura naquele local.

Mordi os lábios, tentando não gritar de dor. Sentia lágrimas escorrer pelo meu rosto. Muitas lágrimas.

Rocei a tesoura pelo meu braço, fazendo um pequeno corte vertical e depois... Eu apenas aprofundei ainda mais a tesoura naquele corte. O sangue jorrava, minhas lagrimas caíam... E eu apenas aprofundava ainda mais a tesoura, a fazendo passear e fazer um imenso corte vertical no meu braço.

Olhei pro meu braço e pude perceber que o corte realmente estava fundo. Talvez eu tivesse ido longe demais dessa vez. Era um corte vertical e não parava de sair sangue eu poderia ter atingido uma veia! Mas, eu queria morrer, não era? Era exatamente isso que eu queria!

Meu braço estava todo ensangüentado. Mas, não pude evitar, com os olhos mesmo cheio de lagrimas eu peguei a tesoura mais uma vez e a enfiei com toda minha força no meu braço. Poderia ter feito até um furo. Pois, eu gritei, dessa vez eu gritei. Alto e em bom som.

Tirei a tesoura que estava enfiada em um buraco do meu braço. Estremeci. Mordi os lábios tentando não gritar mais uma vez.

Passei a ponta da tesoura pelo meu pulso, roçando no mesmo... Fazendo um corte não tão fundo.

Eu estava machucando a mim mesma.

Eu ia morrer.

Decidi levantar minha blusa. Se ia morrer, tinha que fazer bem feito. Então, porque não perfurar minha barriga também? E outra qualquer parte do meu corpo, ahn? Eu morreria de qualquer jeito!

Rocei a ponta da tesoura na minha barriga e pude sentir um pouco de sangue escorrendo.

Eu dei um berro, um soluço alto e chorei tanto. Meu sangue jorrava do braço. Como um buraco aberto no mesmo. Mas, jorrava sangue.

–O que pensa que esta fazendo? – ouvi uma voz e olhei a frente, não podendo distinguir quem era. Minha visão estava embaçada. – Dessa vez você foi longe demais, Nina! – a voz me advertiu. Parecia irritada.

–Deixe-me morrer. – minha voz estava embargada, rouca e totalmente baixa e fraca.

Senti minha cabeça pender pro lado e em seguida, acho que eu caí. Minha cabeça há via batido no chão.

E eu senti que ia desmaiar.

E desmaiei. Tudo ficou preto, sem vida. Uma escuridão sem fim.

Nesse momento, eu achei que tivesse morrido e não voltaria a ver a luz do dia nunca mais.


(...)

Ouvi alguns barulhos.

Vozes.

Passos.

Choros.

Onde eu estou?

Será que eu tinha morrido e não havia conseguido encontrar meu caminho para o céu?

Uma pessoa que se mata vai para o céu?

Pare de pensar nisso Nina!

Mas, eu sinceramente podia sentir as pessoas desesperadas ao meu lado.

Tentei abrir meus olhos, mas, eu só consegui ver um borrão branco antes de fechá-los novamente. Talvez eu tivesse mesmo morrido.

– Oh, Nina. – ouvi uma voz calma ao meu lado. – Ela vai ficar bem doutor? – a voz estava longe, mas, eu ouvia.

– Eu espero que sim. – outra voz.

E depois, apenas um silêncio. Um grande silêncio.

O que minha mãe acharia disso? O que ela devia estar pensando agora sobre mim? Ela não devia saber! Mas, se ela visse o sangue pelo meu quarto, bom... Acho que eu teria que lhe dar uma explicação depois. Talvez eu devesse começar a arrumar uma desculpa desde já!

E Thomas? Disse que não me cortaria mais. E olha só... Meu braço devia estar todo furado, cortado, sangrento...

E Aline? A pensar agora, será que ela se preocupava com algo que acontecia a mim? Ela poderia ate ser uma amiga, mas, com aquela sua vida perfeita, porque iria querer ter uma amiga louca e problemática como eu? Ela nunca precisava se preocupar com nada, pra que se preocuparia comigo? Ela devia me achar uma idiota que devia mesmo morrer. Aliás, todos que eu conhecia achavam isso.

As pessoas desejavam que eu morresse.

Então, o que eu ainda estava fazendo viva?

Meu pai já me dissera que havia se arrependido de me ter como filha. Minha mãe? Ela nem ao menos ficava em casa, vivia fugindo e aposto que já havia pensado que se eu não existisse, ela não estaria sofrendo tanto a esse momento.

E Justin? O meu Justin. Meu ídolo. Aquele que eu achava que era meu anjo... Aliás, o que ele já havia feito a mim? Assim, diretamente? Ele vivia se agarrando com sua namoradinha em qualquer lugar publico, parecia tentar esfregar na minha cara que nunca vou tê-lo. Além de umas mensagens no twitter escrito “Somos uma família”; “Eu amo vocês”- o que mais ele tinha feito? Nada.

Se eu morresse. Não iria fazer falta nenhuma a ele.

Eu nunca faria falta nenhuma a ninguém.

Jamais.

Abri meus olhos lentamente. Eu esperava-me ver queimando em algum fogo do inferno ou até descansando em um lugar de paz. Já morta.

Mas, não.

Eu estava em uma simples sala. Deitada em uma cama. Uma maca de hospital.

Fitei a TV que estava na parede. Passava algum programa estúpido. O relógio preso na parede marcava 10 horas da manhã. Ainda mais quando alguns raios de sol entravam pela janela entreaberta.

Fitei meu braço, que estava enfaixado. Ergui um pouco minha blusa, estava enfaixada também. Provavelmente por conta do corte que tinha feito ali.

Será que eu havia levado alguns pontos? Hm. Talvez.

Vi algumas bolsas de alguma coisa, vazias ao meu lado, enquanto meu braço, talvez, parecia ligado a elas. Eu fiquei a base de sedativos?

Tudo me fez pensar por quanto tempo eu deveria estar desacordada. Será que havia sido grave demais? Será que dessa vez eu tinha ido mesmo longe demais?

Suspirei.

Minha visão ainda estava se afirmando ao lugar. Estava meio turva, um pouco embaçada.

– Graças a Deus! – ouvi uma voz. Olhei para porta e minha mãe corria até mim.

Ela me abraçou apertado, deixando-me até com falta de ar.

– Mamãe! Eu to bem! – resmunguei, tentando me soltar dela.

– O que estava pensando, querida? Queria morrer? – ela se afastou me olhando com lágrimas nos olhos.

É. Era o que eu queria.

Mas, eu não respondi nada. Apenas fitei o chão, suspirando um pouco alto e cansado.

– Há quanto tempo estou desacordada? – perguntei um pouco baixo demais.

Minha mãe abriu a boca para responder, mas, alguém atrás de si respondeu por ela:

– Há quase dois dias. – fitei Thomas, que ficou ao lado de minha mãe. Dando-me um meio sorriso.

Minha mãe trocou alguns olhares com ele, o que eu achei estranho. Ela deu um sorrisinho e saiu do quarto em seguida, me deixando sozinha com ele.

– Sabe que poderia ter morrido, não? – ele disse, calmo, com as mãos no bolso.

– Eu queria morrer. Meu sonho havia acabado. Eu não tinha mais nada... – disse um pouco baixo, olhando fixamente para seu rosto.

– Tanta gente querendo viver, precisando de sangue... E você faz isso? – ele disse, de uma forma dura, rancorosa. – Sabe quanto sangue você perdeu? Sabia que atingiu umas duas veias? Sabia que se eu não te encontrasse a tempo, você teria morrido? – ele continuava rancoroso, como se estivesse me dando uma bronca.

– E daí? Seria ótimo! Era o que eu queria! Devia ter me deixado morrer! – quase gritei.

– Você é tão... Tão... Tão imbecil, Nina. Acha que a morte é como? – ele deu alguns passos se aproximando de mim. – Acha que seria mais fácil? Você estava desistindo de tudo! Seria uma fraca. Você seria fraca, sem fé, sem nada... – ele colocou uma mão sobre meu ombro, me olhando nos olhos.

– Talvez eu seja. Eu não precisaria sofrer mais. – tentei desviar o olhar.

– Nina! Caramba! Acha que sua vida é um sofrimento? Tem gente que sofre muito mais por esse mundo! Sabe do que você precisa? De fé. De Deus! Você precisa parar de ser tão dramática! Sua vida não é tão ruim assim! Você tem uma vida perfeita comparada a de algumas outras pessoas! – ele falava alto agora. E eu... Senti como se tivesse sendo atingida. Com facas perfurando minha mente.

– Pare de falar desse modo comigo! Você diz isso porque tem uma vida perfeita, Thomas! – disse séria, tentando não transparecer covardia.

– Perfeita? Eu vi meu pai ser assassinado, Nina. Vi sua vida sendo tirada aos poucos. Você não tem idéia do que é ter uma vida de sofrimento. Um trauma, um medo te perseguindo. – ele deu um passo pra trás e passou a mão pelos cabelos.

– Sim, eu tenho. – eu disse tão baixo, que acho que ele nem ao menos me ouviu.

Eu não disse mais nada. Apenas fiquei quieta.

Minha vida era sim sofrida. Eu não havia visto ninguém ser assassinado... Mas, vira coisa pior. Eu já tinha visto minha mãe ser espancada milhões de vezes. Já tinha visto ela ficar inconsciente, depois que meu pai atacara um vaso de plantas na sua cabeça. Já havia o visto apontar uma arma pra ela. Já tinha visto meu pai enfiar uma faca em sua coxa e fazer ela lhe prometer não contar nada a ninguém. Ela teve que reprimir todas as lagrimas. Ela não podia chorar.

Eu já vi muita coisa nessa vida. Muita coisa. Eu só não queria ver mais nada disso. Eu só queria paz.

– Eu... Enquanto você tava desacordada... Trabalhei um pouco em uma coisa. – Thomas disse, depois de um tempo. – Consegui... Bom... Na verdade, tem alguém que quer te ver. – ele deu um meio sorriso.

– Quem? – perguntei dispersa.

– É uma surpresa. – ele sorriu largamente. – E apostou que vai gostar dessa surpresa. – ele disse, antes de sair pela porta.

Será meu pai vindo me pedir desculpas por tudo finalmente? Ele podia cair na real e ver que tudo é culpa dele. Que ele causa todo esse sofrimento.

Meu pai podia tentar se redimir com nós.

Eu suspirei e ouvi algumas risadas baixas.

Olhei pra porta do quarto e me assustei de imediato. Eu perdi a fala, esqueci meu nome, quando nasci... Eu esqueci tudo.

Eu não sabia se estava sorrindo ou com a boca aberta em um perfeito “O”. Mas, eu senti meu coração acelerar como nunca. Eu fiquei paralisada. Eu queria falar alguma coisa... Eu queria dizer algo. Queria falar tudo que sentia, mas, nada saia. Eu sempre imaginei aquele momento, mas, agora... Eu simplesmente não conseguida me mexer.

– Thomas... Ahn... Eu... Como... Você... Ahn? – foi à única coisa que saiu da minha boca.

– Alguns vídeos publicados, contatos, gastando muito telefone, passando uma noite inteira na internet... Não é fácil, Nina. – Thomas me respondeu, rindo.

– Eu... Eu... Eu... E-eu só posso estar sonhando. – murmurei

Isso não é um sonho. – sua voz falou pela primeira vez. Como eu sempre a ouvira. A voz doce, rouca e deliciosa.

A minha voz favorita. A voz que tirava meus pés do chão, que me fazia voar. Aquela voz de anjo, que era como se eu tivesse no céu. Eu ouvi aquela voz e pude sentir que sorri e não consegui parar mais de sorrir. Era tão nítida, tão maravilhosa. Era melhor do que qualquer sonho que eu tive. A sua voz entrava pelos meus ouvidos me fazendo ir às alturas e desejar que aquilo não fosse mais nenhum outro sonho.

Me belisquei pra ter certeza. E ouvi a sua risada.

A risada que eu andaria milhas pra escutar de perto. Sua risada era simplesmente musica para os meus ouvidos.

A risada que eu mais amava em todo mundo. A risada de um anjo, do meu anjo. Que me fazia pirar e querer viver eternamente só para ouvi-la. Aquela risada que eu já tive vontade de gravar no meu celular e colocá-la como toque. Aquele sorriso radiante, aqueles olhos lindos... Eu queria tocá-lo. Eu queria abraçá-lo e não soltar nunca mais. Mas, eu não conseguia me mexer!

Só senti meus olhos encherem de lagrimas e elas escorrerem pelo meu rosto.

Eu estava chorando de felicidade. Por pura alegria.

Sim, Justin Bieber estava na minha frente. Eu ainda não sabia como. Ainda estava delirando. Não conseguia falar, pensar, agir... Não conseguia me mover.

Eu com certeza morri e fui pro céu, só pode! Eu estava no céu. Não tinha outra explicação!

Aquilo me atormentava, e eu só pensava uma coisa...

Por favor, que não seja mais um sonho.



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Notas finais do capítulo

Então gente?? Será?? Será que... FINALMENTE?????
kkk
O que acharam?
Gostaaram um poquinho?
Cometarios? Reviews? Sugestoes? Recomendações?
HAHAH ME DIGAM OQ ACHARAM DO CAPITULO!
Me façam sorrir...E faça com q nossa Nina seja mais feliz tb kkk parei
OBRIGADA GENTE
NHAC, até o proximo *--*



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