Demolition Lovers: The Spectacle escrita por srt_Brightside


Capítulo 2
The Beginning and the first Breakdown


Notas iniciais do capítulo

Então meninas, tudo okay? (= ~se esconde para não apanhar~
Certo, eu sei que andei vacilando, mas é que andei realmente ocupada, e ainda ando (vestibular, trabalho, casa e tals).
Então, só para não deixar vocês completamente à deriva, sem as insanidades que escrevo, está ae, mais uma fanfiction. =D
O primeiro capítulo será destinado a duas de minhas leitoras, Ana C. e Lucy. Por favor, meninas, não me odeiem, pois eu ainda penso em vocês. *---------------------*
Okay, okay, chega de drama. u.u
~~O Frank será o narrador de toda a trama~~
Boa leitura!(=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172098/chapter/2

Demolition Lovers: The Spectacle




The Beginning and the first Breakdown



O início e o primeiro desmoronamento; Lembro-me que foi enquanto eu construía o meu obstáculo favorito – O castelo de livros –, e à medida que ia investindo quase que completamente todo o meu período da pré-escola nesta edificação, eu já pensava a respeito de tudo isso. Era sempre do mesmo jeito, e, ao passo em que eu estivesse ajoelhado no carpete quadriculado, colorido e enumerado, sem sombra de dúvidas que eu estaria construindo algo e refletindo sobre o quão magnífico seria o momento em que àquilo tivesse de vir abaixo.


Divertia-me e muito todo aquele trabalho de levantar as colunas de tijolos improvisados, amontoando-os paralelamente com a finalidade de dar uma volta completa ao meu redor; Isolando-me e protegendo-me. Afinal, eu tinha a plena convicção de que enquanto eu estivesse ali dentro do meu covil privado com as suas janelinhas e portinha, seria somente eu e meus planos. Realmente não precisaria existir mais nada no mundo inteiro, e para mim não existia, mesmo porque estando naquele mísero canto da sala de aula, eu tinha tudo do que mais precisava naquela minha fase de aprendizagem: Meu império; Minha segurança; Minhas inúmeras e valiosas informações.


Para ousar de toda a minha sinceridade, toda àquela construção era maior e mais complicada que a conveniência; O fato era que eu realmente não desejava nenhum tipo de envolvimento com as outras pessoas e preferia mil vezes estar sozinho em minha própria casa a estar naquela escolinha para crianças, sobretudo, restando no interior de um castelo de mentirinha. Contudo, além de mamãe ter se divorciado e desde então ela ter de trabalhar para sustentar-nos, ela ainda desejava que eu crescesse e me tornasse um homem culto e educado, e, posteriormente às ambições, às regras; Mesmo naquela época elas já eram claríssimas e brilhantes iguais aos cristais minuciosamente lapidados; Crianças pequenas jamais devem ficar sozinhas em casa sem a devida supervisão de seus pais ou algum adulto que se responsabilize. E, bem, ao que eu já podia imaginar em relação ao meu próprio futuro nada afortunado, eu não seria tão mais alto do que já era aos sete anos, e, com isso, logo a solução mais eficiente que eu encontrei para que parte da minha desolação se resolvesse não poderia ser outra senão a construção de uma masmorra que me abrigasse e me mantivesse bem longe dos indesejáveis.


Claro que a princípio essa minha inventividade não foi muito bem administrada pela senhora responsável e seus olhinhos rasgados; Tamanha a dimensão do aborrecimento de minha educadora, que ela quase colocou-me de castigo julgando a minha não interação com meus colegas de classe e a minha má disposição aos deveres em sala um comportamento inapropriado, introspectivo e esquizofrênico. Acaso eu não tivesse, às pressas, diga-se; me agarrado a alguma estratagema e ocasionado um espetáculo cinematográfico, eu teria estado fodidamente encrencado. Isso tudo porque eu ainda tinha pouca idade! Se bem que, analisando friamente e sem tornar-me favorável às minhas próprias intenções; Concordo que talvez tenha sido demais de exorbitante, e que eu tenha ultrapassado todos os limites cabíveis do bom senso em relação ao juízo humano, quando comecei a gritar e ameaçar que morderia as pernas de minha professora acaso ela intentasse alguma aproximação; Sendo que muito provavelmente que eu cumpriria com a minha palavra e também dilaceraria aos dentes muitas outras partes dela se porventura eu as alcançasse. Desde aquela época eu já praguejava e entendia como pura infâmia do destino os meus poucos centímetros. Ah, sim, também admito que não havia necessidade alguma de ter ido tão longe ao dar início à uma série de arremessos planejados e medidos, e utilizando-me dos meus próprios livretos educativos em minha razão, para acertar qualquer um que viesse em minha direção. Eu bem sei que fui exagerado e que meus atos foram em demasia supérfluos; Entretanto, deste ou daquele modo, até hoje eu acredito que tenha sido totalmente válida a minha tentativa uma vez que com ela eu tenha adquirido o merecido direito exclusivo àquele canto específico e a todos os livros que eu pudesse carregar. Assim sendo, quando eu já tinha a garantia que eu poderia livremente e com a autorização necessária dar continuidade àquela minha rotina esquisita, comportar-me-ia; Era este o trato que ficou subentendido entre a senhora responsável e eu.


Com isso, os dias foram passando e passando, e eu naquela minha contínua e incessante construção. Era tudo o que eu queria fazer, e o fazia. Lá dentro eu lia compulsivamente e ponderava sobre tudo; Inclusive, como eu já disse; Os meus ideais destrutivos tiveram início junto à construção, e conforme a edificação subia, também cresciam os meus planos.


Entendo que, como tudo em vida, por mais segurança que temos, chega um momento decisivo e tudo ganha o chão. Não seria muito diferente com o meu castelo de livros, e não seria diferente comigo.


Quando o momento crítico finalmente se fez existente, pude notar que já não havia mais livros a serem recrutados, e, com os ponteiros vermelhos declarando o limite do meu estresse infantil, acabei desesperando-me com a grande possibilidade de que algum vão ou mesmo rachadura fizesse com que o império que tanto me custou içar fosse definitivamente reduzido às cinzas e ao pó; O caos tão logo se alastrou por meus vasos sanguíneos e um resultado disso foi que sujeitei-me à estática; Sequer um músculo movia-se. Na realidade, apenas meus olhos corriam de lado a outro, apreensivos. Meu par de esferas em coloração âmbar buscava algum entretenimento para ofuscar o meu tamanho desespero e as preocupações em relação à ruína iminente.


Pois foi estando quieto e de mãos inteiramente atadas que desatinei a observar e prestar devida atenção aos arredores de minha redoma de livros, compreendendo, assim, tão forçosamente, a presença daqueles que tanto fiz questão de negligenciar. Surpreendeu-me a pouca quantidade de crianças, ao que contabilizei uma única dezena delas. Eram tão miúdas e todas espalhadas, e até que fazia algum sentido. O mais importante foi notar que elas se mantinham bem distantes de mim, e, mesmo assim, seus pequenos olhos conservavam-se fixos em minha pouca constituição física. Quando eu já tinha identificado o ponto crucial em toda àquela situação em que me encontrava, aventurei-me de um todo a reunir meu autocontrole para que assim pudesse resgatar minha característica indiferença; Porém, agora que meus olhos estavam direcionados às figuras corpulentas ficou certo de que eu simplesmente não poderia evitar sentir-me intimidado ao conceber também estar sendo observado, e, muito pior que isso; Estava sendo analisado e julgado do mesmo modo que analisava e julgava. Um verdadeiro tiro no pé. Todavia, a notável diferença era que eles não estavam propriamente envergonhados assim como eu; Os outros me olhavam com certo pânico incrustado em suas faces. Deviam sentir-se bastante incomodados com as minhas excentricidades, e com razão; Só então me dei conta disso.


Não que me importasse muito à opinião de outros, absolutamente; Era só que, bem, eu era tão diferente assim? E o que havia de tão errado no que eu fazia?; Em vacilo aparente, eu não sabia quais eram as respostas e por isso envergonhei-me mais ainda. Senti-me um ninguém; Um ser inexistente; E esta foi à primeira vez em que eu estive inteiramente envolvido num estado de confusão e sem nenhum controle disso; E tudo piorou e muito com a chegada de outro alguém igualmente alienado.

Não sei ao certo como foi; Só que ele atravessou a porta timidamente. Poderia ser só mais um dos quais eu não contabilizei, afinal, até que àquele momento crítico existisse não havia mais ninguém naquele meu mundinho totalmente excluso e lúdico. Entretanto, eu tinha plenitude em certeza de que àquele era alguém novo e inesperado, e percebi isto na surpresa que estampava àquelas outras faces infantis. Descobri-os boquiabertos assim como eu mesmo estava. Também, a reação não poderia ter sido tão diferente; àquela nova criança deveria ser a mais bonita que todos nós já tínhamos visto na vida; um menino, aliás.

Ele tinha uma pele tão alva que há pouco chegaria a ser translúcida; Com seus cabelos negros, lisos e na altura dos ombros e que mesmo de longe emanavam um gostoso cheiro de shampoo; Tinha também um par de olhos em coloração verde-oliva embriagado; e o principal de tudo quanto a ele; Estranhamente identifiquei-me com sua expressão vazia e desapegada. Foi uma bela visão, e, confesso, mesmo que ele fosse tanto insignificante em comparação ao meu egocentrismo, ele definitivamente conseguiu sem muitos ou quaisquer esforços monopolizar todas as minhas atenções. Acabei, por consequência disso, esquecendo-me completamente dos outros; E, ao julgar previamente, acho que ele também se esquecera, pois qual foi a minha maior surpresa senão assisti-lo enquanto seus olhos estiveram determinados em minha direção.


Encontramo-nos.


Juro que tentei de todas as formas possíveis algum disfarce para o meu embaraçamento alinhando os livros que já estavam ridiculamente alinhados, e, suponho, foi nesse exato momento que a destruição teve um início.


Quando sem cálculos e inesperadamente ele veio em minha direção com seus passos indecisos, e então, devido ao meu abalo interno e externo, meu império desabou antes mesmo que eu pudesse fazer menção em piscar meus olhos arregalados. Acho que eu devo ter ficado tão arrasado que somente pude notar as causas que me levaram ao declínio após entender a minha própria situação.


A grande verdade e lição em tudo isso era que me julguei tão capaz de erguer uma muralha impenetrável, que fui engolido por minha exagerada segurança; Engolido pelo meu ego; Bastando um completo desconhecido cruzar o meu caminho com um acanhado sorriso, e tudo viera a desabar em minha cabeça quando inconscientemente estendi minha mão para que ele a apertasse. Quando dei por mim, nossos dedos já roçavam uns nos outros por intermédio de um grande buraco à frente de minha torre principal. E foi deste modo que o primeiro desmoronamento trouxe-me a confusão, o amigo e a estrada para o segundo tombo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Encontrando erros, me avisem.
Ah, sim, e mandem reviews *-*
S. Brightside (;