Demolition Lovers: The Spectacle escrita por srt_Brightside


Capítulo 3
Two; The Constraint


Notas iniciais do capítulo

E aí, queridas, como estão? *-*
Espero que estejam bem, afinal, se não estiverem, como é que vão ler essa bodega, não é mesmo?! *e desde que elas leiam, Bright ficará feliz* =3
Gáh! Eu estive trabalhando hoje, e estava, nos meus momentos solo, pensando sobre como poderia descrever este capítulo. Tenho de dizer que a ideia inicial consistia em colocar todo o raciocínio de Frank sobre o que estará por vir (inclusive, a sinopse foi tirada de lá); entretanto, para seguir dinâmico, mudei de idéia.
E o que consegui foi recriar a ordem dos acontecimentos.
Achei até que ficou mais legalzinho de ler.
De qualquer modo, quem nunca teve um pensamento que levou a outro e outro, e assim sucessivamente? E quando os pensamentos já transbordaram em confusão, tentamos de toda forma retroceder à sua origem. Pois então, fiz deste modo; E com isso afirmo que iremos alcançar todo o clímax da estória através dos fragmentos do ponto de vista de Frank em relação ao que aconteceu.
Outra coisa: não sei se foi algo tão estranho ao ponto de ser notado, mas não ousei colocar nome nos capítulos. Darei explicação a isso por motivos de estética. Ao início dos capítulos, uma ideia. Considere-a o nome dele e estará tudo certo, okay?
Espero que gostem. Confesso que tenho matado os estudos para o vestibular para poder digitar os capítulos. (Pois é; eu sou uma menina que não consegue manter o foco i.i)
Chega de blábláblá e vamo-nos ao capítulo.
Boa Leitura! (:



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Demolition Lovers: The Spectacle




Two; The Constraint


O constrangimento; A partir de àquele momento em que tive não somente meu castelo como também todos os meus preceitos inteiramente destruídos, tal emoção tornou-se bastante frequente em minha vida. O sentimento indigesto que obtém de uma sensação que poderia facilmente equiparar-se à existência de algum tipo de força maligna exercendo suprema autoridade sobre o indivíduo e que lhe obriga afastar-se de uma vez por todas de suas vontades; Era algo que eu até já conhecia de longe, mas ainda faltava e muito para que eu pudesse enfim compreender toda a sua complexidade. Foi indispensável que meu futuro melhor amigo tomasse a liberdade de se fazer presente em minha história para que eu entendesse que antes disso eu não sabia absolutamente nada em relação aos ditos acanhamentos, afinal de contas, desde sempre eu fui distante das pessoas e ele, sendo um verdadeiro mestre em deixá-las envergonhadas mesmo que ainda não tivesse conhecimento de suas extraordinárias habilidades, poderia mostrar-me com toda a sua veracidade a razão e motivos de constranger-se.

Lembro-me com exatidão de meu primeiro ensaio e também da primeira frase que assisti nascer daqueles lábios rubros e certos do que desejavam.

“Podemos fazer isso novamente?”; Ele questionou-me com certo encantamento em sua face enquanto que seu indicador de unha roída demonstrava as muitas obras literárias de gênero infantil que naquela altura encontravam-se espalhadas e perdidas sobre o carpete arco-íris.

Se porventura eu não estivesse tão estagnado com tamanha beleza e desenvoltura, e também se não tivesse, sabe-se lá por qual razão, atentado o deslize de conceber alguma analogia errônea ao imaginar que ele estivesse referindo-se a segurarmos nossas mãos novamente; Eu não teria sido tão ridiculamente estúpido ao observar meus próprios dedos e ter-lhe estendido a minha mão outra vez. E talvez tenha sido toda essa minha confusão a grande responsável pelos segundos que percorreram em completo silêncio; Estávamos de frente um ao outro, e inteiramente calados; Ele estava em pé e observava os meus dedos com bastante atenção, ao passo que eu continuava com meus olhos presos aos dele e com meus joelhos contra o chão.

Quando ele finalmente entendeu que àquilo tudo não passava de algum mal-entendido, por fim improvisou alguma sinalização com a própria cabeça, balançando-a com algum entusiasmo de lado a outro em negativa.

“O castelinho. Poderíamos construí-lo maior desta vez. E, claro, desde que você queira que eu lhe ajude com isso. E então, diz, o que é que você quer?”; E assim ele explicou-me toda a questão.

A princípio não respondi devida e verbalmente; Apenas fiz questão de esconder a minha mão e toda a minha confusão enquanto que sem pressa alguma baixava a fronte em direção aos inúmeros livretos. Já sabia que àquela seria uma das muitas decisões que acarretariam uma série de terríveis diversidades e transformações em meu destino, e muito provável que tenha sido por essa razão que eu deva ter hesitado mais que o necessário; Mas até que era fácil de entender, afinal de contas, ele aspirava ultrapassar o meu obstáculo favorito, e com isso, fazer do meu lugar exclusivo, o seu também. Querer dividir, eu não queria; No entanto eu não poderia negar a mim mesmo que também achava divertida a ideia e a possibilidade de unir forças e criar algo maior; Um palácio enorme; Uma hierarquia; e com isso o contrato de sociedade até pareceu-me soar deveras de alucinante, só que, e mesmo assim, os riscos faziam-me um completo covarde; Eu não queria correr risco algum; O próprio castelo de livros era uma prova em concreto e não refutável dessa minha loucura toda em relação às inconstâncias do ser.

Fosse como fosse, e mesmo que eu tenha sido imensamente tímido em minha própria determinação que, aliás, sequer cheguei a concluir; O conseguinte mostrou-se independente e súbito.

Quando abandonei meus pensamentos e retornei ao meu corpo, e mesmo que fosse em razão aos efeitos da minha inconsciência, eu já havia oferecido espaço e já havia alguém sentado ao meu lado; O único pensamento lógico que me apetecera foi que eu já não estava mais sozinho; Algo que eu ainda não sabia julgar ser verdadeiramente bom ou tragicamente ruim. De qualquer forma, era fato; Eu não era mais sozinho; Sequer poderia continuar dizendo que era o meu império, os meus planos e eu, já que, a partir de àquele momento seríamos o nosso castelo, os nossos planos e nós eternamente; Eu já tinha a plenitude em consciência disso, eu só não estava muito seguro da funcionalidade de tudo àquilo, e isso me confundiu a tal ponto que cheguei a imaginar-me sem identidade nenhuma; Uma sombra do que foi algo um dia; Um excedente; Uma prévia do que sentiria em um futuro pouco distante.

Não obstante, como algum tipo de mágica, apenas bastou que eu fosse acordado de meus devaneios promissores com um simples cutucão para que eu retornasse à minha realidade momentânea.

Ele esperava-me para que pudéssemos enfim dar início à nossa construção em conjunto, e, confesso, eu não poderia evitar o empreendimento; E assim sendo; Começamos do zero.

Lembro-me que com algumas poucas alterações na obra que há pouco houvera implodido, e também com algumas míseras horas de estudos que fizemos questão de negligenciar; conseguimos terminar de montar o nosso castelo de livros por volta do final da tarde. Meu parceiro mostrou-se bastante entendido e um perfeito artista em suas ideias sobre decoração quando utilizou das cores dos encadernados à seu favor e construiu paredes distintas em coloração; e isso fizera com que eu o aceitasse com mais disposição.

Quando já estávamos exaustos e admirados com a finalização de nosso próprio empreendimento, sentamo-nos um ao lado do outro no interior de nosso império literário, e enquanto sem nem prestar atenção que fazíamos isto, automaticamente já estávamos assistindo o lado de fora através das janelinhas e dando algum início à nossa primeira conversa.

“Poderíamos viver neste lugar, e para sempre.”; Ele comentou de todo o coração e eu apenas meneei a cabeça, harmônico.

O silêncio instalou-se mais uma vez entre nós e novamente foi quebrado por ele;

“Oi?”; Foi o que ele disse na tentativa de fazer-me olhar em sua direção, e eu apenas ignorei-o; Sentia-me envergonhado por toda aquela situação; A afeição fazia-me revirar o estômago. E então ele persistiu.

“Meu nome é Gerard, mas, se você quiser, pode chamar-me somente de Gee.”; Permitiu-me tal ousadia como se fosse um gesto de adquirir minha confiança e demonstrar-me que também confiaria em mim, e eu apenas assenti com a cabeça em tamanha covardia.

Logo depois, o arrebate; A pergunta que me viera como um raio definitivo e direto nas entranhas.

“E você, como se chama?”

Não deveria ser tão difícil responder algo como o próprio nome, é claro, isso quando se é uma pessoa como qualquer outra, o que nunca foi o meu caso. A verdade é que acaso eu o respondesse, por consequência disso, estaria compactuando com a criação de algum laço, e definitivamente estaria tornando-o meu único e melhor amigo; Senti-me infinitamente hesitante com tamanho compromisso, porém, e mesmo assim, novamente a situação mostrou-se fora de meu controle, e, quando dei por mim, gaguejei algo quase que inaudível.

“Frãnki e... ro”; E para a minha infelicidade, ele pôde ouvir-me.

“Frankie, é? Own... Que fofinho! ~~”; E foi essa a resposta que viera redondamente carregada em afeição e acompanhada por um abraço apertado que, a meu ver, era por demais de desnecessário. E, justamente aí, deu-se o meu completo entendimento do que era constranger-se; Sentir àquele corpo tão quente junto ao meu; Ouvir àqueles pulmões enquanto que tragavam o ar com tamanha disposição; Imaginar àquele coração bombeando em disparada assim como o meu.

Ah, sim, houvera também a conseguinte à isso tudo; Não muito depois de eu ter sido forçosamente agarrado por Gerard, inesperadamente e sem quaisquer avisos prévios, eis que o próprio de modo rude separou-se de mim e levantou-se.

“Jesus, eu já estava me esquecendo!”; E ele disse como se absolutamente nada tivesse acontecido segundo antes.

Óbvio que eu já estava tão ruborizado que tive uma incontrolável vontade de enfiar a minha face em algum buraco, e foi uma pena que não tenha encontrado nenhum; pois acaso tivesse encontrado não teria piorado tudo com a minha reação tanto quanto exagerada ao que viera em seguida.

Fato; Surpreendeu-me e muito ele levantar-se e com um único pontapé derrubar toda a parte da frente de nosso castelinho. Àquilo me foi tão repentino que não pude conter o choro; As lágrimas brotavam dos meus olhos quando Gerard voltou-se em minha direção com um sorriso esquisito e atrapalhado.

“Por que você está chorando? Achei que fosse isso o que você queria desde o começo, mas, se eu soubesse que isso o faria chorar, eu juro que não teria feito. Eu nunca quis lhe ver chorando.”; Gerard perguntou-me e tentou explicar-se movido à desespero enquanto que já se ia ajoelhando ao meu lado e segurando-me pelos ombros na tentativa frustrada de atenuar o meu pressuposto sofrimento.

No entanto, a grande realidade era diferente do que se poderia ser visto; Eu não sofria, e estava bem longe de sentir raiva do meu recém-feito amigo; E era toda uma questão sobre estar abismado e ao mesmo tempo admirado.

Logo pude ver que havia algo entre nós; Uma característica tanto quanto peculiar; Ele ainda não sabia disso, porém, desde o momento em que nós nos encontramos eu já tinha podido sentir isso; Éramos dois amantes da destruição.

“Hmm... Gee?”; Lembro-me de ter ousado murmurar algo do gênero enquanto que Gerard fazia-me cafunés, e, em resposta, ele apenas ajeitou-se para que pudéssemos nos olhar um nos olhos do outro; E então eu continuei.

“Não estou chateado com você, é só que achei perfeito demais, sabe? Você derrubou tudo de uma vez e com apenas um chute, e eu me emocionei. Foi só isso.”; E uma vez que fôssemos amantes da destruição não poderíamos fazer outra coisa senão rirmos de nossa própria desgraça.

E rimos durante todo o restante daquela fatídica tarde.

Toda a vez em que me lembro disso fico imaginando o quão intrigados ficaram nossos colegas de turma e professora. De qualquer forma, a piada infame era exclusivamente nossa e de ninguém mais.

Éramos nós e o nosso mundinho; O melhor de todos os sonhos; e não havia mais nada.

-x-

Em meus sonhos, sempre tive tudo do que mais precisava; Fora deles, sempre tive Gerard.

– Hey, sofista, acorde, é bem tarde e temos de ir para casa, hm? – e, àquela voz tão semelhante à minha consciência, despertou-me. Sabia que era Gerard. Ele sempre fizera questão de arrancar-me dos meus sonhos ao término dos períodos educativos, isso desde a pré-escola; E, não sei, mas sempre tive a nítida impressão que àquela tarefa o divertia e muito; Quase sempre um sorriso sagaz brotava-lhe nos lábios quando entreolhávamo-nos; Eram sempre os meus olhos sonolentos contra os olhos bem despertos de Gerard quando eu adormecia sobre a minha carteira.

– Que horas são? – fiz questão de perguntar.

– Já disse que é tarde.

Gerard sempre fora o mais impaciente de nós dois, e eu tinha conhecimento do seu tamanho aborrecimento em ter de me esperar para irmos embora juntos; Fazíamos isso desde a pré-escola e continuamos a fazê-lo durante o colegial; não que ele detestasse fazer-me companhia, até bem o contrário; O que não gostava nem um pouco era de ter de ficar algum tempo solitário naquela sala vazia e muda, ouvindo tão somente o ressonar de minha respiração e os próprios pensamentos.

– Achei que já tivesse ido embora. – resolvi provocá-lo fazendo menção ao seu altruísmo.

– Sério? E se eu tivesse mesmo ido embora, quem é que iria lhe acordar?

– Ninguém.

– Justamente, e é por isso que eu ainda estou aqui nesse maldito lugar.

– Obrigado. – outra coisa que o irritava profundamente.

– Nada de agradecimentos, e levante-se de uma vez por todas. – não me aguentei e ri enquanto o obedecia, e, como de costume, não tardaria para que ele comentasse alguma coisa assim que tivesse minha mochila em suas mãos - Diabos! Por que tinha de trazer tantos livros? Um indivíduo tão pequeno não deveria ser tão imprudente em relação aos excessos de peso em sua própria mochila... Anyway, vamos logo com isso. Jogue tudo aqui dentro e vamos embora. Eu lhe ajudo a carregá-los.

– Obrigado. – não pude evitar fazer de novo; só que desta vez não ousei rir. Ignorei-o e carreguei os livros que me serviram de travesseiro.

– Tesc. Tesc. Achei que você já tivesse superado isso.

– Superado o quê, afinal de contas? – sabia exatamente do que ele estava falando, mas sempre gostei de vê-lo argumentar. Continuei desviando das carteiras enquanto que quase podíamos alcançar a porta.

– O castelo de livros; é tão desnecessário e você não precisa mais de artifícios como este.

– Não preciso, é?

– Digo, não precisamos mais disso.

– Talvez você tenha algum tipo de razão. – menti.

– Of Course, I’ve got, little man.

– E eu imaginando que você tivesse superado a fase de andar comigo. – ele nunca superou a solidão.

– O que quer dizer com isso?

– Que ainda preciso de um obstáculo assim como você precisa de mim. – e tive a minha oportunidade; A revanche; Não poderia evitar deixá-lo constrangido depois de muitas às vezes em que ele fizera isso comigo. Gerard enrubesceu e calou-se; Encontrava-se estupefato. Resolvi dar-lhe alguma ajuda e quebrar o gelo – Ande logo com isso, dude. Faz-se tanto de machão e não consegue sequer carregar cinquenta por cento do que eu carrego todos os dias? Oras, faça jus ao que existe dentre as suas calças! – e ri maliciosamente.

– Cale-se, seu filho da puta!

E rimos; Era isso o que fazíamos Gerard e eu nos nossos poucos momentos de descontração; Brincávamos; no entanto nenhuma brincadeira poderia encobrir os planos que carregávamos desde o jardim de infância.

– Hm, Gee, agora vamos logo. Eu tenho que chegar bem cedo. – adverti-o.

– What? Como assim? Quer dizer que vai deixar-me sozinho hoje? Isso não é nem um pouco justo.

Desde que nos tornamos uma dupla, Gerard simplesmente não aceitava estar sozinho; Era um problema que tínhamos e eu tinha noção disso, mas não era o momento para lidar com àquilo; O comprometimento deveria esperar; Tínhamos coisas muito mais importantes a fazer.

– Sem melodrama, dude; ainda tenho que memorizar as plantas e verificar a funcionalidade de todos os itens; Claro, se temos a intenção de fazê-lo, será com perfeição.

– Temos prova amanhã.

– Eu sei, e como você também já sabe, eu não me importo. – e o pior de tudo era que eu dizia uma verdade.

– Okay, sofista. Mas já que você não irá fazer-me companhia durante a noite e terei de estudar por nós dois, então, no mínimo, poderíamos ir àquele lugar e fumarmos algum cigarro. Deixar-me-ia pouco mais satisfeito.

– Precisa mesmo disso?

– Sim.

– Como você consegue ser tão dependente? – uma das coisas que eu nunca entendi em relação a ele; assim como não entendia como ele conseguia ser tão doce e hostil ao mesmo tempo.

– Oh, bitch, nem tudo tem haver com as suas belas coxas, viu? Acontece que também desejo mostrar-lhe algo que eu consegui para o nosso espetáculo.

– Nada de chantagens. – impliquei.

– Vai gostar, prometo. – e ele beijou os próprios dedos.

– Dois cigarros e você me mostra o que tem de mostrar, e então eu vou para a minha casa.

– Of Course!

E fizemos um trato; Geralmente mantínhamos nossas palavras enquanto fosse um com o outro, e por isso eu não tinha motivos algum para suspeitar das intenções de meu melhor amigo. Contudo, naquele final de dia, tivemos alguma surpresa quando resolvemo-nos testar o quanto nos importávamos um com o outro. E deve ter sido este o momento crítico que nos distanciou e se fez cada vez mais necessário um resquício que fosse de felicidade.


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Notas finais do capítulo

E , enton, alguma review? *-*
S. Brightside (;