∆ Suzannah Simon – Curtindo a vida na lagoa.

Rachel nos mostrou os quartos e nós entramos. Paul se despediu e foi para o quarto na frente do nosso. É, eu disse nosso. Jesse e eu iríamos dormir no mesmo lugar. Tá, eu preciso de um momento desabafo: vou ser curta e grossa, ser mediadora é uma chatice.

Até uma semana atrás eu iria pular de felicidade se eu e Jesse estivéssemos dormindo no mesmo quarto. Hoje, eu estava super feliz e muito apreensiva também. Sabia que os semideuses eram legais, mas, e essas missões? Como nós enfrentaríamos uma coisa que até anteontem nós desconhecíamos.

Pensei em tudo que aconteceu nesses dias:

1)      Paul, Jesse e eu viemos parar em um acampamento para semideuses, filhos de deuses gregos com mortais;

2)      Descobrimos que nós deveríamos entrar em uma missão proferida por Rachel, o oráculo e uma garota bem legal;

3)      A profecia dizia que teríamos que entrar no mundo dos mortos! Literalmente;

4)      Encontrei Annabeth e Thalia, amigas do Brooklin e seus amigos mitológicos.

– Suzannah. – chamou Jesse que estava sentado na cama ao meu lado.

– O que foi Jesse?

– O que é Bluetooth? Apareceu isso aqui no meu celular. Ele tá quebrado? – segurei o riso. Oooows, meu namorado quando fica encabulado é muito fofo. Ele me abraçou por trás e eu disse:

– É um tipo de conexão sem fio que você pode enviar arquivos de um celular pro outro ou até pro computador. Deixa eu te mostrar. – peguei meu celular e enviei uma foto minha que, modéstia a parte, estava linda. Uma das melhores em minha opinião. A maquiagem que estava usando realçava o verde dos meus olhos.

Ele pegou seu celular de minha mão e colocou a foto como papel de plano de fundo. Não disse, ele é muito fofo! Ele me deu um beijo, deitou-se e foi dormir. Voltei aos meus pensamentos.

– Suzannah. – Jesse me chamou enquanto eu ainda estava acordada.

– Algum problema?

– Você não está conseguindo dormir hermosa? – ele disse me puxando pra mais perto. Eu me deitei ao seu lado e disse.

– Só estou preocupada com essa missão, logo vou dormir.

– Você está com medo?

– Não meu amor. Eu não estou com medo.

– Mas é claro, Suzannah Simon nunca tem medo. – nós rimos, eu meu virei e já estava dormindo.

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Acordei. Me virei pro lado e Jesse não estava mais lá. Alguém bateu na porta e eu a abri: Annie estava parada, sorriu e disse:

– Bom dia. O resto de suas malas está aqui! – e me mostrou malas no chão. – Me ajuda a colocar tudo ai dentro? – eu assenti e coloquei as malas sobre a cama.

– Onde está o pessoal? – perguntei.

– Estão todos na lagoa. Seu Jesse também. Não precisa se preocupar com nenhuma idiota dando em cima do seu namorado. Ele te ama, dá pra perceber quando vocês se olham. Sério, quando você chegou aqui eu, Thalia e Rachel falávamos de como você tinha sorte de ter um cara como aquele. Só comprovamos que estávamos certas. Gostaria que Percy fosse assim também.

– Tá de brincadeira? Você já reparou em como ele te olha? Certamente só como o Jesse olha pra mim. Não deveria pegar tão pesado, ele é fofo. Espere e verá, Annie. Agora me espere que eu vou me trocar e já volto. – peguei minha mala e coloquei um biquíni não muito certinho e não muito vulgar. Coloquei minhas coisas na bolsa e me vesti com um short curto. Óculos escuros e... Prontinho. Sai do banheiro e encontrei Annie.

Quando estávamos saindo não me contive e perguntei:

– Vai ter alguma put... Quer dizer, idiota por lá? – ela apenas riu e disse:

– Nós fechamos a lagoa. Afinal, ser amiga dos semideuses mais poderosos tem lá suas vantagens.  Só algumas pessoas vão poder entrar. E a cachoeira está nos esperando. As meninas toscas podem tentar flertar com eles de longe, mas não vão passar por cima de nós não é mesmo? – eu ri com a frase. Não iriam passar por cima de nós, com toda certeza.

Andamos até o lago de canoagem e vimos: eles prepararam tudo mesmo.

Colocaram uma mesa de madeira bem grande cm uma toalha rendada branca com muita, diga-se de passagem, muita comida mesmo. Penduraram umas cordas no tronco das arvores e um pneu que balançava também. O lugar estava incrível, a cachoeira jorrava água de uma maneira incrível, mas tudo ficou melhor quando vi Jesse: ele de calção de banho – assim como todos os outros – mostrando todo o seu tanquinho.

Fui falar com ele quando vi uma coisa que deixou minha mão coçando para dar uns bons tapas: as filhas de Afrodite, deusa da beleza e do amor, olhando Jesse de longe e tentando flertar com ele. Pra mostrar que essa carne já tinha dono eu chamei:

– Jesse! – ele me abraçou e demos um longo e maravilhoso beijo. Sabe daqueles que tiram todo o ar dos nossos pulmões. As meninas se irritaram quando eu mandei um sorrisinho sarcástico e foram embora. Ótimo, assim elas não poderiam nos irritar.

– Hermosa, pra que esse fogo todo?

– Pra nós apagarmos quando entrarmos na água. Eu vou ficar um pouco aqui com as meninas e você pode entrar na água pra fica com o Percy, o Nico e o Paul. – eles tinham ficado bem amigos durante o dia de ontem. Ele assentiu, entrou na água e eu fiquei observando como ele nadava bem.

– E então Suze, o que está achando da paisagem? – perguntou Rachel. Eu a fitei por um breve momento e perguntei:

– Rachel, você não pode ter relacionamentos. Olha seu assanhamento, mas é claro que eu estou gostando da paisagem. Mi hermoso está lá. – eu disse.

– Como assim? Não posso ter relacionamentos? Os três grandes também não podiam ter filhos e olha só agora. – apontou para Percy e Nico e colocou o dedo no nariz de Thalia. – Você é que foi boba menina. Quem não pode ser relacionar é você, já que fez seu juramento.

– Juramento? – perguntei sem entender o que Dare tinha dito.

– Sim, juramento. – Annabeth respondeu. – Quando a Grande Profecia estava chegando, todos achavam que o herói que salvaria ou destruiria o Olimpo seria Thalia. Mas um dia antes de completar 16 anos, a idade que a profecia se cumpriria, ela se juntou a Artemis e se comprometeu a caçada. Ou seja, nunca sair com garotos, ser adolescente pra sempre e coisas do gênero.

– Você é tipo imortal! Nossa, estou imaginando como é ter 16 pro resto da vida.

– Mas sem sair com caras, e eu sei que tem um tal de Paul Slater, o mediador querendo alguma coisa... – disse Rachel com cara de desentendida.

– Hm, eu acho que não. Ele está assim há um mês, ainda lá em Carmel. – eu respondi.

– Carmel?! Califórnia?! Ai meus deuses não acredito. Eu estava lá há um mês. Por que você não me avisou que morava lá? Eu poderia ter ido te ver. – Thalia se lembrou do fato e então eu disse:

– Vocês, caçadoras estavam andando na praia? – perguntei me lembrando que Paul sempre ficava nas praias mais vazias de Carmel. E as mais perigosas também. Onde haviam animais ferozes andando. – Hm, talvez perto de Big Sur?

– Acho que montamos nossas tendas por lá. Caçávamos animais gregos que rondavam a cidade. Eles estavam assustando alguns mortais. Por que a pergunta?

– Thalia, acho que Paul te viu lá na praia e ficou a... – parei de falar no instante que percebi a paisagem maravilhosa: imagine 4 criaturas divinas saindo só de calção de banho de um lago com água cristalina e uma cachoeira jorrando água bem atrás.

Agora você já sabe o que eu vi. Jesse, Paul, Percy e Nico pareciam andar em câmera lenta, com os cabelos molhados rindo um da cara do outro, deixando-nos de boca aberta.

– Ah, como nós temos sorte não é Annie? Já vocês – apontei para Thalia e Rachel – não sei como conseguem resistir a tentação. Elas me mostraram uma cara de incredulidade enquanto via Jesse chegando mais perto e dando um beijo em meu rosto.

– Hermosa, pega meu celular, por favor. Padre Dominic pediu para mandar uma mensagem. – eu assenti e peguei seu celular. Ele o pegou da minha mão e logo começou a digitar. Padre Dom nunca me pedia para responder as perguntas já que minhas respostas eram sempre abreviadas e ele não entendia nada.

Quando estavam todos em seus grupos, Percy e Annabeth se beijando embaixo da água [deve ter lá suas vantagens ser namorada do filho do deus do mar], Rachel, Nico e Luke tocando violão e cantando e Paul tentando falar com Thalia, que mandava mensagens de texto para as meninas da Caçada.

– Suzannah, nós precisamos conversar. – eu entendi aquilo como um: “Suzannah, já que todos estão fazendo suas coisas por que nós não ficamos aqui juntinhos?” E começamos a nos beijar. Jesse parou bem na parte boa e disse:

– Hermosa, eu tenho uma coisa séria pra te falar. Você q... – foi quando Grover nos interrompeu com uma bandeja de coxinhas.

– Aceitam coxinhas? – ele disse.

– Grover! Ainda não são nem 11 horas! Por que você fica ai pensando na fritura da coxinha ao invés de ir falar com Juniper? – ela era a namorada dele. Só uma palavra: Verde! A namorada dele é verde. Não perguntei por que ela tinha aquela estranha coloração porque podia pegar mal.

– Pra sua informação, já é 1 e meia! Vocês não sabem as horas porque ficaram a manhã inteira se pegando. E pra seu saber, foi a minha namorada que fez as coxinhas!!! Sua sem consideração. – ele pegou um salgado da bandeja, que alias, parecia estar saboroso, e deu uma bela mordida. – Hmm, como isso aqui está bom. Ainda bem que tem TU-DO pra mim já que uma tal de Suze Simon e um tal de Jesse de Silva não quiseram comer a comida que a minha NA-MO-RA-DA fez.

– Tá bom Grover. Nós vamos lá comer. – eu disse. Nós andamos de mãos dadas até a mesa de madeira onde todos estavam sentados, havia também mais pessoas que acabei conhecendo na hora: Connor e Travis Stoll, filhos de Hermes, Clarisse, filha de Ares.

Jesse soltou minha mão e abriu espaço para me sentar e disse:

– Sente-se, hermosa. – e me deu um beijinho no rosto e mostrou o sorriso torto mais fofo do mundo. Eu agradeci e ele foi se sentar ao meu lado segurando novamente minha mão.

Podia jurar que Rachel quase engasgou com a batata frita que estava engolindo [Luke ficou com cara de ciúmes, mas foi ajudá-la], e os olhos de Thalia, Annie e brilhavam com uma coisa que, para mim, era normal, o que não deixava de ser muito lindo.

Depois do almoço, ficamos sentados a beira do laguinho, Jesse fazia carinho em minhas costas e beijava minha nuca enquanto eu contava aos campistas como havia voltado no tempo para salvá-lo. Paul contava sobre técnicas de mediação, afinal, foi ele quem nos ensinou tudo, por mais difícil que seja admitir.

Os campistas contavam sobre quando eles estavam sobre influencia da Ultima Grande Profecia. Percy falava de como Luke salvou o Olimpo. Fantasmas podem corar? Se sim, tenho certeza que Luke estava vermelho. Parei de rir por um tempo e tive uma idéia simplesmente genial: joguei água na cara de Paul que me olhou com ar de interrogação e disse:

– Hey! Por que você fez isso? – eu comecei a rir muito dele, junto com os outros, principalmente Jesse. – Ah, é guerra que você quer, então é guerra que você terá. E jogou água na minha cara. Pronto, já estava armada a Terceira Guerra Mundial.

Jesse se virou para mim e disse:

– Suzannah, eu tenho um presente pra você... Isso! – e me jogou na água. Ahá! Mas eu fui mais esperta e me segurei nele, então nós caímos juntos no meio do laguinho. Ele me deu um super beijo de desculpas.

Nico empurrou Rachel que caiu o levando junto. Grover ainda estava se entupindo de comida e Thalia brigava com Paul por molhar sua bolsa. Luke tinha se materializado no topo de uma árvore e se matava de rir com toda a cena. Annabeth tentava molhar Percy que cantava ridiculamente:

– Lá La Lá. Tente me molhar Annabeth, você não vai conseguir!

– Hey Percy! – chamei – O que é um pontinho preto parado na parede? – ele fez uma cara de interrogação e se desconcentrou. Annie e eu jogamos água nele que ficou molhado rapidamente. – Uma formiga de castigo! – respondi rindo de sua cara.

Ficamos mais um pouco brincando na piscina e Travis nos disse de longe:

– Hey, logo vai começar o Capture a Bandeira! Saiam logo daí pra podermos arrumar nosso campo.

– Será quem contra quem? – Rachel perguntou e Thalia disse:

– Chalés de Hermes, Atena, Poseidon, Hades, Zeus, o Oráculo, e Apolo contra os outros. – ele parou um pouco para respirar e disse: – Os Mediadores estão conosco.

– Legal, estamos com maior numero de campistas. – Percy disse. – E temos os mediadores do nosso lado como cartas na manga.

– Bem, temos que nos preparar. Vamos todos tomar um banho. A trombeta tocará quando começar o jogo. – Annie disse e cada um seguiu o seu caminho.

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