POV. Justin

Sai de casa no dia seguinte depois da hora do almoço e fui dirigindo em direção ao condomínio de apartamentos em que Juliet morava. Hoje eu iria cuidar de Jessie enquanto Juliet trabalhava. Era um ótimo jeito de me aproximar da minha filha. Achei que iria demorar um tempinho para poder chamar alguém de filha. Mas eu me sentia bem falando isso. Só tinha um pequeno problema que poderia resultar em uma enorme e dolorosa briga: eu ainda não havia contado pra mamãe e nem para Lizzie que eu tinha uma filha. Senti um arrepio na espinha só de pensar. Espero que Lizzie leve numa boa, não consigo ver a minha vida sem ela. E mamãe, bem... Acho que vou morrer antes do esperado.

Chegando ao local, coloquei o capuz novamente e cumprimentei o porteiro. Juliet havia me dado um cartão de visita que me liberava entrar sem que eu pedisse a autorização do porteiro, o que poderia fazer com que eu fosse descoberto.

Subi e nem toquei a campainha e a porta já se abriu.

− Com pressa? – perguntei enquanto ela me olhou assustada com Jessica no colo.

− Ah, eu achei que você não viria. Entra – ela sorriu e fez um sinal com a cabeça pra que eu entrasse.

− Por que eu não viria?

− Ah, sei lá. Achei que talvez você tivesse um compromisso de última hora, não sei – ela sorriu fraco e colocou Jessica no tapete do lado de seus brinquedos. Ela logo começou a mexer neles e ficou totalmente entretida.

− Bom, aqui estou! – ela sorriu e foi em direção ao sofá para pegar sua bolsa.

− Bem Justin, só as instruções básicas, ok? Se for dar comida pra ela, pode ser qualquer coisa, mas dê pedaços pequenos. Se quiser ir no parque aqui em frente com ela, passe o protetor solar 30, entendeu? Ela pode comer sorvete a vontade mas nada que contenha amendoim, ok? Ela é alérgica e tenho certeza que você não quer sair correndo pra um hospital com ela. Mas, caso você precise – ela abriu a carteira e tirou um cartão – essa é a carteirinha do convênio médico dela, ok? Você entendeu tudo, Justin?

− Entendi Juliet, pode deixar. Nós vamos ficar bem, nada de errado vai acontecer, ok? Relaxa.

− Tá bom então. Tchau Justin e tchau Jessie – ela me abraçou e deu um beijo na testa de Jessica. Ela foi em direção a porta e quando estava prestes a sair a interrompi.

− Juliet! – ela olhou em minha direção rapidamente – Pra que o avental?

− Sou garçonete – ela sorriu torto e fechou a porta do apartamento.

− Então Jessica – me sentei no chão ao lado dela – o que você quer fazer? – ela se virou pra mim e colocou suas mãozinhas nas minhas bochechas.

− Jessie – ela disse.

− O que?

− Jessie, não Jessica. Jessie – ela disse devagar pra que eu entendesse.

− Ok, Jessie – ela sorriu e voltou para seus brinquedos.

− Mas então, Jessie... O que você quer fazer?

− Hm... Parquinho?

− Claro, então vamos ao parquinho – levantei e peguei-a no colo. Na saída, vi que Juliet tinha deixado uma bolsa com todas as coisas que eu precisaria. Peguei a bolsa e saímos.

Quando chegamos ao parque, deixei a bolsa em um banco próximo e fui acompanhando cada passo de Jessie até o escorregador.