Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 8
Capítulo 4 - Segredos do Passado (parte I)


Notas iniciais do capítulo

Erick parte em busca de um artefato importante e essencial em seus planos, junto de seu bruxo mais jovem e poderoso Bob, Erick decide voltar para a Grécia e lembranças de 5 mil anos atrás começam a surgir.



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Atenas – Grécia 05 de Novembro


Nuvens negras cobriam o céu, trovões ribombavam pelo céu ecoando pelas colinas enquanto o ar ficava cada vez mais pesado, uma tempestade estava á caminho dali e era uma das grandes.

Dentro das ruínas de onde um dia foi uma enorme casa com enormes colunas e paredes de mármore puro e polido, estava Erick, com seus cabelos negros e desgrenhados e sua pele extremamente pálida. Um flash de ódio e ira criava a máscara que ele usava agora, e ele estava prestes a explodir em fúria.

_Onde está? Erick agora socava uma parede, fazendo com que parte desmoronasse.

_Deve estar aqui senhor, o garoto ruivo falava com Erick fitando o chão, emanava medo e insegurança ao se dirigir a ele.

_Ande logo Bob, não tenho tempo para perder aqui. Erick estava impaciente fazendo com que o garoto pouco mais baixo que ele se sentisse ainda mais inferior. Bob passou a mão por seus cabelos ruivos e bagunçados, tirando-os da frente dos olhos. Suor escorria por sua testa e o nervosismo estava estampado em sua expressão e em seus grandes e inocentes olhos azuis quase violeta. Sua pele pálida, não tão pálida quanto à de Erick dava um contraste ao seu cabelo vermelho. Ele não era muito alto e devia ter no máximo 15 anos, parecia muito assustado e cansado, em volta dos olhos havia escuras e fundas manchas pretas. Ele não dormia fazia dias e estava a beira de desmaiar de cansaço.

Bob fechou os olhos por um momento e começou a cochichar como se estivesse falando sozinho e então levantou uma das mãos onde continha um colar prateado com um pingente avermelhado que pareciam duas serpentes entrelaçadas. Os olhos das serpentes brilharam por um momento e depois apagaram. Bob abriu os olhos e o pavor agora os preenchia.

_Conseguiu alguma coisa? Erick parecia impaciente e agora estava a centímetros de distância de Bob, assustando ainda mais o garoto.

_Nã... Não senhor, a urna não deve estar aqui, ou deve estar protegida por algum feitiço antigo.

Erick o fuzilou com o olhar e o agarrou pelo pescoço.

_Eu não tenho tempo para brincadeiras mocinho, há muita coisa a se fazer em pouco tempo. Você sabe como essa urna é importante para mim?

O garoto o olhava com os olhos arregalados.

_Es... Estou ficando sem ar senhor.

Erick soltou o garoto atirando-o no chão e virando-lhe as costas.

_Trate de localizar essa urna, ou eu não precisarei mais de seus serviços.

Como que se um golpe houvesse atingido seu coração e atravessado seu peito, Bob ficou em pânico e encarava Erick com muito mais medo do que antes.

_Sim senhor.

_Assim está melhor, pequeno bruxinho.

Erick deus as costas para Bob e partiu em direção a uma grande escadaria que dava para os pisos inferiores. No primeiro piso havia um grande salão que estava escuro mais que Erick se lembrava muito bem, lá há mais de 4 mil anos, ele havia nascido, crescido e se tornado um homem adulto antes que tudo fosse tirado de si por uma mulher. Helena a ruiva que o havia tirado tudo, havia acabado com sua vida e que havia o tornado o que ele era. Erick fechou os olhos e pôde visualizar o dia do ocorrido.

O grande salão estava iluminado, Helena estava no canto, Erick que havia sido trazido ali com a desculpa de que Helena precisava de alguns favores, agora começava a se arrepender de ter ido.

Corpos estavam espalhados no outro canto do salão, eram os servos de Helena, todos com gargantas e pulsos dilacerados e sem uma gota de sangue. Helena o encarava com ar de curiosidade, fazendo com que Erick se sentisse ainda mais assustado.

_Você é o primeiro que vêm aqui desde minha mudança e não grita de medo ou sai correndo. O que você tem de diferente? A voz alta e doce de Helena ecoou pelo salão meio iluminado por candelabros.

_Nada de especial senhora, apenas não demonstro meu medo.

_Será mesmo pequeno Erick? Chegue mais perto, quero ver melhor seu rosto. Erick receoso deu um passo à frente e fitava Helena com medo.

_Mais perto garoto, quero te ver melhor. Helena sorria exibindo um par de caninos brancos e afiados como adagas de prata.

_Seu cheiro me dá sede, é impossível de controlar. Você sabe como é viver assim? Longe dos que você ama para pode mantê-los vivo? Isso é a pior tortura que existe, não sei se consigo agüentar sem poder dividir com alguém a minha dor.

Helena estendeu a mão revelando um pequeno copo com um líquido vermelho.

_Beba, vai fazer com que seu medo passe.

Erick olhava Helena e o copo e ficava inseguro se devia aceitar a bebida.

_Pode beber Erick, não é veneno. Beber sangue morto me mataria.

Erick estendeu a mão e pegou o copo com o líquido desconhecido e o bebeu de uma vez. O gosto era ótimo e Erick logo pôde identificar o que era não passava de um licor forte e que depois de um tempo produziu uma leve sensação de queimação em sua garganta.

_Sabe Erick, você parece ser especial, tentarei te manter vivo, caso isso não seja possível, saiba que eu sinto muito.

A visão havia desaparecido revelando novamente o enorme salão escuro, Helena não estava lá e Erick não era mais o antigo Erick, o Erick humano e fraco. Agora era o Erick imortal e invencível, que não tinha mais medo de nada nem de ninguém.

Mais trovões ecoavam do lado de fora da casa, tirando Erick de seu devaneio. Erick continuou andando até chegar a um longo corredor que dava acesso a uma pequena câmara, que se encontrava mergulhada totalmente em trevas. Acendendo uma tocha Erick continuou andando, tocando nas paredes onde pequenos desenhos, haviam sido entalhados há mais de quatro mil anos atrás.

“Helena possuía um gosto estranho para decoração” Pensou Erick, passando os dedos por cima dos pequenos desenhos, que pareciam contar uma história, pareciam não, na verdade contavam uma história, a história de Helena e sua família.

Contava sobre o começo da linhagem da família Perektrov a família original de Helena, e contavam também diversas aventuras e feitos grandiosos de alguns de seus ancestrais humanos, contava também sobre o casamento de Helena e sobre sua gravidez. E os desenhos terminavam aí.

Uma enorme porta de madeira maciça estava á sua frente, cheiro de mofo e de coisas velhas vinha de dentro e Erick se lembrava muito bem de onde ele estava. Acima da porta havia inscrições que Erick não havia se lembrado por quatro mil anos, mas que agora se lembrava muito bem. “библиотека” ou Biblioteca. Erick se lembrava muito bem que Helena era originária da Bulgária, a casa original de sua família ficava perto das fronteiras com a Romênia, e durante um ataque à região eles foram forçados a fugir para outro lugar, até se estabelecerem na Grécia.



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