Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 9
Capítulo 4 - Segredos do Passado (parte II)


Notas iniciais do capítulo

Erick parte em busca de um artefato importante e essencial em seus planos, junto de seu bruxo mais jovem e poderoso Bob, Erick decide voltar para a Grécia e lembranças de 5 mil anos atrás começam a surgir.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/171394/chapter/9

Erick colocou a tocha de lado e empurrando com as duas mãos, conseguiu abrir a grande e pesada porta que dava a uma sala pequena, porém lotada de objetos. Pilhas e mais pilhas de livros velhos e empoeirados podiam ser vistas por todos os lados, prateleiras e estantes lotadas de livros cobriam as paredes por todos os lados da pequena sala. Apenas o teto estava livre de livros. Castiçais de prata estavam largados sem velas, enquanto um pequeno candelabro quebrado ainda pendia no teto escuro e sujo.

Um livro antigo chamou a atenção de Erick, tinha a capa vermelha, porém gasta e ainda restavam marcas douradas quase apagadas, onde um dia foi o título daquele livro. Erick o estudou por um breve momento, passando os dedos pelas páginas amareladas. Erick tentou abrir o livro, porém parte dele se esfarelou na mão de Erick, restando apenas a metade de trás do livro. “Droga” pensou Erick começando a ficar entediado com todo aquele lugar e seu clima sombrio e estava cansado de lembrar-se de Helena toda vez que olhava para alguma coisa. “Como você era deplorável, pobre Helena, infelizmente você não vive mais e em breve o mundo estará livre dos fracos como você.

Um novo flash veio na mente de Erick e dessa vez as imagens vinham involuntariamente.

Pessoas mortas, velas, vampiros, a pequena prole de Helena que estava agarrada ao pescoço de um homem, todos enlouquecidos pelo sangue enquanto gritos de êxtase ecoavam pelo grande salão.

_Deve estar quase na hora, na verdade Bob já deve ter encontrado aquela urna, é a obrigação dele. Erick deu as costas para as pilhas de livros mofados e fechou a grande e pesada porta de madeira que lembrava muito a porta de um calabouço. Passou novamente pelo grande salão e parou por um momento encarando as paredes de mármore branco e o clima frio e solitário que aquele lugar emanava e então continuou seu trajeto de volta às ruínas da grande casa.

A chuva havia começado a cair fazendo com que o céu desabasse sobre as ruínas da casa, filetes de água escorriam pelas paredes da entrada formando grandes poças que se juntavam formando poças ainda maiores.

Bob estava lá de joelhos sobre um lugar da casa, passava as mãos sobre os entalhes feitos na pedra e sua expressão era de preocupação e esgotamento.

_Achou o que eu lhe pedi Bob? Erick passava os olhos do garoto para a água que se acumulava no chão e olhava por onde um dia havia sido uma grande janela.

_Senhor Erick. Bob evitava olhar Erick diretamente nos olhos, seu corpo estava retesado e seus batimentos acelerados. O medo era obvio. _Aqui neste lugar. Bob apontava para onde estava passando os dedos, no lugar que havia pequenos entalhes. _Creio eu que a urna possa estar ali, mas preciso de algo que exerça grande força para poder quebrar o mármore.

Erick o encarou por um momento e começou a andar em sua direção, sem jamais tirar os olhos de Bob. Com um gesto rápido Erick deu um soco na pedra entalhada fazendo-a se partir, exibindo uma espécie de esconderijo, que estava por baixo da pedra. Os olhos de Erick faiscaram e encaravam o conteúdo do esconderijo. Uma pequena urna branca toda entalhada com pequenos desenhos, inclusive com pequenas runas.

_Abra a urna, não confio em Helena e sua bruxa morta, ela sempre me odiou.

Bob tocou a urna e começou a cochichar novamente, com os olhos fechados. Erick parecia ansioso, porém não demonstrava muito enquanto não tirava os olhos de Bob e da pequena caixa.

_Tente abri-la senhor. Bob se afastou da pequena caixa enquanto Erick passava a mão pálida pela tampa.

_Está com medo Bob? Não vou te drenar até a morte, você fez um ótimo trabalho pequeno bruxo.

Erick abriu a urna de uma vez e um brilho esverdeado escapou de dentro fazendo os olhos de Erick brilharem ainda mais.

_Eu o encontrei. Erick gargalhava alto fazendo com que suas gargalhadas ecoassem por toda a casa. Trovões ribombavam ainda mais fortes lá fora e a tempestade só piorava a cada segundo.

Erick tirou da pequena urna esbranquiçada, um pequeno colar prateado com uma pedra esverdeada que brilhava como fogo.

_Senhor, para que serve esse colar? Bob fitava o colar na sua frente com ar curioso.

Erick pareceu levar um bom tempo para absorver as palavras de Bob que estavam no ar e o fitou com satisfação. Em um movimento rápido Erick estava de pé com o colar em uma mão e segurando Bob contra a parede com a outra.

_Você verá pequeno bruxinho, isso aqui é algo que beneficiará nós dois. Erick tinha um brilho estranho no olhar. Erick chegou cada vez mais perto de Bob e encostou a boca em seu pescoço. Bob fechou os olhos e logo começou a ter espasmos, enquanto Erick drenava seu sangue. Erick se desgrudou do pescoço de Bob, o qual segurava com uma das mãos. Seu rosto já não estava tão pálido como antes e seus olhos estavam ainda mais azuis, ainda mais violetas. Erick encarava Bob que o encarava com os olhos semicerrados, seu rosto estava pálido como a pele de Erick antes e sua respiração e seus batimentos cardíacos estavam quase parando.

_Achou mesmo que eu drenaria meu melhor bruxo até a morte? Não se preocupe Bob, por enquanto você continuará vivo. Erick passou um dedo em um dos caninos afiados como adagas e passou algumas gotas de sangue no pescoço de Bob onde ele havia drenado antes. Em poucos segundo as pequenas marcas cicatrizaram e ficaram rosadas.

Erick o encarou por um longo momento, ouvindo cada gota da chuva que caía, cada batida do coração descompassado de Bob, olhava sua pele meio pálida e sua imobilidade, se não fosse por seus batimentos cardíacos que podiam ser ouvidos, Erick diria que ele estava morto. Ele não podia matar seu bruxo mais forte, não agora que ele precisava da maior força possível. Erick não podia perder tempo e não podia esperar que Bob retomasse a consciência, afinal, ele quase havia perdido o controle e drenado Bob até a morte, se não fosse pelo apelo desesperado das batidas do coração quase agonizante Bob estaria morto e Erick sem um bruxo.

Agora vamos sair daqui, temos muito trabalho a fazer. Erick pendurou o pequeno colar no pescoço e pegou Bob com as duas mãos e se dirigiu à porta. Lá fora a chuva caia torrencialmente e o céu ainda era negro como carvão, a tempestade não acabaria tão cedo e Erick tinha certeza disso.

_Não vai ser uma chuvinha dessas que vai me impedir. A chuva encharcava os cabelos negros e desgrenhados de Erick dando-lhe um ar ainda mais malvado. Erick começou a caminhar na chuva, caminhava cada vez mais rápido até sumir por completo em meio as arvores que estavam na sua frente. Um relâmpago iluminou todo o céu e Erick pareceu sumir com toda sua luz, antes mesmo que o trovão começasse a ecoar por dentre as árvores.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fogo Grego" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.