Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 6
Capítulo 3 - Escolhas e Consequências (parte I)


Notas iniciais do capítulo

A vida de Yuri estava normal, até Pandora dar-lhe a notícia de que ele precisa largar sua família e partir da Alemanha com os outros. Essa jornada o levará até a Noruega, onde ele descobrirá os motivos dessa mudança brusca.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/171394/chapter/6

Erfurt - Turíngia 03 de Novembro

Estava escuro, mais escuro do que as noites normais de verão, a leve brisa gélida soprava suavemente enquanto tudo e todos não emitiam nenhum som, a noite estava muito escura e pouco estrelada, uma noite perfeita, daquelas que os filhos da lua amam e o tipo de noite perfeita, onde os escravos do sol aproveitam e saem para saciar sua sede e seu desejo incontrolável por sangue.

A vida de Yuri começou a se complicar quando simplesmente Pandora, com seus cabelos louros platinados simplesmente apareceu na janela de meu quarto pedindo para entrar dizendo que precisava falar comigo e que era urgente.

_Entre, por favor, Pandora. Yuri disse meio preocupado, fechou seu laptop e virou-se em direção à cadeira perto da cama onde senhorita Pandora sentou sem ao menos fazer um ruído. Ela parecia preocupada e seu olhar estava mais vago do que o normal, era como se apenas seu corpo estivesse naquele quarto e sua atenção em algo bem longe dali.

_O que houve senhorita Pandora? Você parece preocupada.

_Sim, algo de muito grave aconteceu. Nesse instante ela se levantou e foi em direção a janela e ficou imóvel encarando a lua.

_O que houve, conte-me, por favor.

_Nas distantes terras do leste, onde hoje se localiza Los Angeles, um grande mal milenar foi libertado, algo que nunca lidamos e que só os antigos sabiam lidar.

_Mais o que exatamente foi libertado? Outro demônio?

_Se fosse outro demônio como Markus estava ótimo, é algo que não sabemos onde está nesse momento e nem o que pretende.

_Se não foi um demônio, o que exatamente foi libertado?

_Você já deve saber que nós, filhos da noite existimos desde a época de Helena, e que somos o resultado de uma cria que era meio humana e meio demônio e que tinha a necessidade de se alimentar de sangue humano para poder se manter “viva”, ou pelo contrário definharia e encontraria o sono eterno em questão de meses. Nessa mesma época, por questão de acidente Helena transformou um jovem camponês, Erik em imortal enquanto se alimentava Erik por sua vez sem saber de nada e inconsciente de seu potencial acabou transformando sete homens e três mulheres dos quais restaram seis homens e uma mulher que se tornaram seus fiéis conselheiros e seus subordinados mais próximos e também os mais fortes. Obcecado pelo poder Erik conseguiu de certa forma falar com uma legião de demônios, os quais prometeram lhe ensinar a ser forte em troca de vidas humanas. Com o passar dos séculos Erik se tornou tão forte e sua intenção em destruir toda a humanidade e assumir o controle de todos os imortais era tamanha que seus subordinados não viram outra saída a não ser traí-lo e drenar seu sangue até quase a morte de seu corpo imortal e o trancaram até seu corpo adormecer por completo e que sua história caísse no esquecimento. Porém alguém nesse século acidentalmente ou intencionalmente conseguiu achar o templo onde seu corpo estava guardado e o despertou, e agora que Erik ressurgiu nessa era ele não descansará enquanto não conseguir realizar seus objetivos de extermínio em massa e total controle dos filhos na noite e de todas as outras criaturas desse mundo. _Entende agora o porquê do meu desespero e apreensão? Ele nos caçará, somos os “traidores” que ele tanto detesta, ele matará a todos que forem contra os princípios dele e ele também não hesitará em matar humanos como você, que tem ligações com o mundo sobrenatural.

_Mais se Erik realmente acordou nessa era como a senhorita está dizendo, por que não tentamos detê-lo?

_Por que nenhum de nós é forte o suficiente e mesmo com nossa força combinada não seria suficiente para derrotá-lo. Nossa missão e prioridade agora serão de certa forma protegê-lo e assegurar nossa sobrevivência.

_Mais e quanto a minha família? Ele virá atrás deles e certamente os matará.

_Existe uma possibilidade de ele os ignorar para poder chegar a você, por isso que devemos nos manter longe da Turíngia, pelo menos por enquanto. Há uma semana ele despertou e só hoje tivemos certeza, nesse momento ele deve estar planejando como atacar sem chamar muita atenção, ele é cuidadoso e calculista, Ele estudará cada passo necessário antes de poder agir.

_Onde os outros estão?

_Eles estão planejando o local para onde devemos ir e ficar pelos próximos dias, por favor, eu lhe peço que você venha conosco. Se quiser posso influenciar as decisões e os pensamentos de sua família para que eles achem que deixaram você ir.

_Isso é loucura, não podemos simplesmente obrigá-los a esquecer que eu êxito, sem falar que mesmo que eles esqueçam as chances deles ficarem seguros são mínimas.

_Eu lhe garanto que eles ficarão bem, quanto menos eles souberem menos interesse despertarão nos capangas de Erik.

_Eles ficarão bem? Yuri não se  importava consigo mesmo, queria apenas que as pessoas que ele amava mais do que tudo ficassem em segurança e longe do perigo que se aproximava.

_Sim, Erik não virá para a Alemanha tão cedo, enquanto ele não vem precisamos seguir os rastros dos mais antigos e tentar descobrir uma maneira de acabar com ele.

_Por favor, os induza a esquecer temporariamente que eles têm um filho, assim ficará mais fácil caso alguém entre na mente deles e tente me localizar. Será como se eu nunca tivesse existido.

_Eu não sei se poderei reverter isso futuramente, você tem certeza Yuri do que você está me pedindo? Talvez eles nunca mais se lembrem de você.

_Quando eu absorvi melhor as palavras de Pandora, foi como se mil facas atravessassem meu coração, só de pensar na possibilidade deles nunca mais se lembrarem de mim isso já doía muito.

_Eu tenho certeza senhorita Pandora, faça o que for preciso para mantê-los em segurança. Mais antes me deixe olhá-los uma última vez.

_Eu esperarei seu sinal Yuri, até lá esperarei na porta da frente. Pandora se dirigiu para a janela aberta e saltou no jardim sem produzir nenhum baque surdo, o que normalmente seria o esperado.

Yuri desceu as escadas em direção a sala onde de certo seu pai e sua mãe, estariam sentados conversando enquanto o pequeno Nikolai estaria brincando. Quando o viram aparecer na porta da sala os dois sorriram e depois voltaram a conversar. Yuri entrou na sala e abaixou-se perto do garotinho louro que brincava com seu carrinho verde, seus minúsculos olhos azuis se fixaram em Yuri  e sua expressão concentrada se desmanchou em um pequeno sorriso.

_Yuli, olha meu carrro.

Lutando contra a dor que o consumia por dentro e sentindo como se estivesse prestes a chorar. Yuri afagou seus cabelos louros e se dirigi à mamãe e papai que estavam ao lado.

_Amo vocês dois, e sempre vou amá-los não importa o que aconteça.

Papai levantou os olhos de seu jornal e encarou Yuri sorrindo e logo em seguida respondeu:

_Também te amamos muito Yuri, tanto eu quanto sua mãe sempre te amaremos você é o nosso orgulho.

Yuri levantou-se e dirigiu-se aos dois dando um abraço demorado e caloroso como nunca havia dado e sussurrou “amo vocês”. Levantou-se, ainda lutando contra as lágrimas que lutavam para sair e se dirigiu à porta da frente onde Pandora esperava com uma expressão de dor.

_Sinto muito, gostaria que fosse diferente.

_Apenas faça e vamos sair logo daqui. A dor agora era insuportável e Yuri foi obrigado a simplesmente deixar as lágrimas rolarem pelo seu rosto pálido enquanto Pandora se dirigia para a sala e começava a manipular os pensamentos de seus pais. “também te amamos” a frase ecoava em sua mente como uma musica no modo de repetição.

Passaram-se alguns instantes quando Pandora surgiu na porta da frente carregando uma pequena mala.

_Consegui fazê-los esquecer e aproveitei e peguei algumas roupas sua.

_Obrigado. Baixou o olhar para a grama tentando evitar que mais lágrimas se libertassem.

_Isso terminará logo e você poderá revê-los e sua vida voltará como sempre foi, sem essas coisas sobrenaturais. Você voltará a ter uma vida de adolescente normal.

_Eu nunca mais conseguirei ter uma vida normal, mesmo sem querer já me tornei parte desse universo paralelo no qual vocês vivem e de certa forma governam.

Pandora se limitou a sorrir e olhou para a Lua.

_Vamos? Pollux e os outros estão nos esperando.

As lembranças dos meses anteriores quando conheceu Pollux e o restante do grupo emergiram em sua mente, treinamentos, passeios, inimigos que enfrentaram juntos tudo isso veio em mente e de certa forma diminuiu, mesmo que por um milésimo de segundo toda a dor por deixar sua família para trás.

_Onde eles estão? Quero revê-los.

_Será uma viagem um pouco longa e que faremos voando. Ela deu um sorrisinho esticou a mão esperando que Yuri a pegasse. _Vamos para a Noruega, estamos de certa forma nos escondendo lá por enquanto.

_Você está brincando certo? Noruega? Isso é loucura.

_E alguma coisa na nossa vida está fora de ser uma grande loucura? Pandora sorriu e segurou firme a mão de Yuri. _Espero que você não tenha medo de altura.Pandora abriu um sorriso para Yuri e se virou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fogo Grego" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.