Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 4
Capítulo 2 - Lune, o eterno solitário (parte I)


Notas iniciais do capítulo

Lune procura por respostas para tudo o que está acontecendo, com o aumento catastrófico de ataques de lobisomens, Lune resolve visitar Sellene em Londres para achar respostas e tentar achar uma solução para todos esses problemas.



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Glasgow - Escócia


Finalmente depois de séculos de espera, a hora de despertar chegou e junto dela o dever de escolher qual lado pertencer, afinal uma guerra se iniciou no monte Elbrus e ela não se limitaria há apenas alguns da espécie e sim a todos. Lune lembrava-se muito bem sobre o que seu mestre o ensinara uma vez “chegará o dia em que uma dos antigos despertará e com ele virá o fogo e a destruição, você deverá escolher o lado em que irá lutar, será uma luta que afetará todos de nossa espécie” Lune se preocupava fazia uma semana, desde o despertar de Erick e desde então não conseguiu entrar em contato com muitos vampiros conhecidos espalhados por todo o mundo, segundo o relato de Anthony, Erick havia sido visto na Romênia e na Bulgária recrutando seguidores e exterminando aqueles que eram contra seus métodos. As coisas já haviam afetado Londres também, onde o número de lobisomens aumentou significativamente provocando um desequilíbrio e conseqüentemente uma batalha entre vampiros e lobisomens, dezenas de vampiros e lobisomens morreram. Erick começava a instalar seu “reinado” de terror e caos onde apenas ele comandava. Seus planos ainda não estavam claros mais não deveriam ser nada bons.

Pandora e os outros não davam notícias e Lune começava a se perguntar se eles ainda estariam vivos e se haviam descoberto sobre a lenda da linhagem de sangue e se realmente acreditavam nas histórias.

Lune pretendia partir e tentar reunir pistas e possíveis provas da linhagem de sangue de Helena, a única linhagem humana com sangue de vampiro que se tinha relatos.

Lune pretendia começar pela Irlanda, lugar original do nascimento de Helena Rawell, a mãe da linhagem dos imortais, a qual foi traída por Erick e aprisionada em um sarcófago que tinha sua localização desconhecida até os dias atuais.

_Atenda Anthony, preciso muito de sua ajuda.

Oi, você ligou para Anthony no momento é impossível eu te atender, deixe sua mensagem e retornarei o mais rápido possível.

_Droga Anthony. Lune atira o telefone na parede o reduzindo a míseros pedaços.

_Preciso muito de ajuda, mais a quem eu poderia recorrer? _Talvez Pandora, mais ela não mantém contato há dias, Pollux e os demais devem estar espalhados pelo mundo enquanto Sellene deve estar com seu clã na Inglaterra. Talvez eu deva ir até a Inglaterra e arriscar um contato com Sellene e os demais.

Lune vasculha pilhas de livros antigos com capas de couro e cobertos de poeira enquanto tenta pensar em alguma coisa que possa ajudar nas buscas. Horas se estendem enquanto Lune espera o por do sol para poder rumar até a Inglaterra, ele não pode arriscar, mesmo com séculos de existência o sol ainda pode ser mortal, e caso não seja as queimaduras seriam muito grandes e levariam tempo até que se curassem sozinhas, talvez meses dependendo do estado em que Lune permaneceria após o ocorrido.

Lune ainda conseguia lembrar-se das histórias antigas que seu criador lhe contara muitas e muitas vezes, durante suas viagens e caçadas. Mas a principal historia a de que Lune sempre gostara e se identificara era a história ou lenda das Vampiras Suecas ou Clã Thorth, as quais nos primeiros séculos de existência da espécie dominaram parte da Suécia, e foram as responsáveis pelas primeiras lendas de vampiros em toda a Europa. Primeiro foram conhecidas como anjos de sangue ou fantasmas de belas donzelas e em alguns casos de rapazes que vagavam durante a noite e seduziam quem cruzasse seu caminho. Costumavam beber e depois matar a vítima, foi a partir daí que começaram também a ser chamadas de súcubos ou Íncubos na Europa ocidental e parte das terras eslavas. Com o tempo outros clãs foram aparecendo por toda a Europa e as histórias se espalharam e aumentaram significativamente. Porém nunca mais se teve notícia ou relatos tanto de mortais quanto de imortais que houvessem tido contato com alguém do antigo clã dos Thorth.

O sol começava a se por e no horizonte Lune podia ver as pequenas luzes de toda a cidade começarem a acender e dar um novo ar a toda cidade. Também havia chegado o momento de partir para a Inglaterra em busca de respostas e soluções para tudo o que estava acontecendo. Lune odiava estar em cidades grandes principalmente perto demais de humanos, séculos após século sozinho em busca de vingança o obrigaram a aprender a viver sozinho e o tornaram mais frio e difícil de ser manipulado através de sentimentos. Para Lune até conviver com certos imortais era difícil, uma vez que todos seus conhecidos viviam perto ou faziam parte de grandes grupos. Ele não os condenava às vezes até os admirava por serem tão precavidos e pensarem em todos os detalhes mesmo que fosse por mera coincidência, afinal era época de guerra e não era aconselhável para nenhum imortal andar sozinho.

Lune precisava chegar à Sellene o mais breve possível, os ataques de Lobisomens estavam aumentando e os humanos culpavam a si mesmos dizendo que não passavam de ataques de gangues, seriais killers ou até mesmo de terroristas. As coisas só piorariam dali em diante, já havia acontecido uma vez no passado, as histórias sobre o acontecido eram bem claras e diziam que os humanos quase foram extintos e Lune sabia que se os antigos tivessem demorado mais, certamente hoje não haveria humanos e se houvessem seriam escravos de sangue ou simplesmente peças descartáveis.

Lune caminhava pelas ruas escuras e vazias de Londres, por becos onde apenas ecos e ruídos ao longe podiam ser ouvidos, Lune podia ouvir há três quadras dali o barulho de um acidente de carro, não muito longe dali um casal brigava e quebrava objetos de vidros, pouco mais ao longe Lune podia ouvir o barulho de prostitutas e de bares e homens bêbados caindo pelos becos escuros.

Apenas fiquem todos quietos. Pensou Lune. Mesmo com séculos de experiência ela ainda não era totalmente capaz de controlar sua audição aguçada.

Mais adiante Lune pôde avistar uma casa antiga, com arquitetura gótica e com pelo menos 300 anos. A casa estava em ruínas mais ele podia sentir a força que emanava lá de dentro e ele sabia de a quem pertencia àquela força que ao mesmo tempo em que era cheia de raiva deixava bem claro que aquele lugar já estava ocupado. Sellene.

Lune se dirigiu ao antigo e pesado portão de ferro que se assemelhava aos portões de um cemitério. Se dirigindo rapidamente antes que algum humano o avistasse Lune correu para o lugar onde costumava ser a porta da frente. Em uma fração de segundo Lune foi atingido por algo, não, por alguém usando uma capa e capuz preto e que segurava uma adaga de prata na mão direita. Lune se atirou em cima do estranho fazendo com que seu capuz negro deslizasse exibindo longos cabelos louros prateados e uma pele branca como mármore.

_Sellene. Oh meu Deus que bom que está viva.

Sellene guardou a adaga e encarava Lune incrédula.

_Puxa olha só quem resolveu me visitar, já estava na hora mocinho de aparecer. Senti sua falta nesses últimos 50 anos.

_Você sabe que prefiro passar a eternidade sozinho, mas confesso que tenho que repensar algumas coisas e tenho que passar a visitá-los com mais freqüência. Pelo menos umas duas vezes por século. Lune abriu aquele sorriso maroto que Sellene adorava e que lembrava muito o sorriso de Josh.

_O que te traz aqui Lune, confesso que essa sua visita repentina me surpreendeu.

Uma leve brisa soprou trazendo um cheiro que Lune conhecia muito bem, um cheiro do qual ele conviveu muito na idade média. Havia uma matilha de lobisomens pelas redondezas, porém Lune ainda não conseguia identificar quantos eram e se eles estavam vindo para casa, eles estavam muito perto. Perto o bastante para conseguirem ouvir a conversa deles dois.

_Está sentindo esse cheiro? Lune olhou para Sellene apreensivo e fez um gesto afirmativo.

_Vamos entrar ou sair daqui, assim que estivermos seguros, eu te contarei o motivo da visita.


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Notas finais do capítulo

A parte II será postada em breve assim que eu terminar de revisar.



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