Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 14
Capítulo 6 - Até então adormecido (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

"Árvores e mais árvores passavam depressa por Yuri e ele não conseguia se concentrar em nada que estava ao seu redor, borrões esverdeados e negros passavam por ele e Pollux, e seus olhos eram violeta como os olhos de Pollux e Pandora, e o que mais o intrigava era o fato de estar escuro e suas roupas rasgadas e sujas de sangue..."
[...]Yuri terá que aprender sobre si e o mundo que o cerca afim de poder sobreviver e proteger todos aqueles que ele ama. Revelações e histórias que poderão mudar seu modo de pensar e acima de tudo de ver todo o universo oculto que o cerca.



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_Você está brincando né? Você acha mesmo que conseguiremos chegar a Londres sem cruzarmos com nenhum cachorro pelo caminho e depois irmos para a Rússia, onde Sebastian está? Isso é loucura, Sellene quase morreu ontem à noite se não fosse Lune ela estaria morta agora.

_Viktor se acalme, Nicolas só quer ajudar. Pollux continuava calmo e não demonstrava aversão à idéia de ir a Londres.

_Então pulemos a parte de ir para Londres, vamos para a Sibéria é um lugar isolado e vocês mesmo sabem que Erick não se aproximou daquela região até agora. Lá pode ser seguro. Viktor parecia odiar cada vez mais a idéia de partir rumo a Londres.

_Deixe de ser medroso Viktor e comece a agir como um vampiro “adolescente” que é e não como um recém transformado.

_O que foi que disse bruxo? Um lampeja de raiva passou pelos olhos de Viktor deixando sua expressão severa.

_Apenas deixe seu medo de lado e enfrente essa situação como um adulto, estamos em guerra e se continuar com suas atitudes elas te levarão a morte.

_Eu sei me cuidar sozinho Nicolas, não preciso que você nem ninguém tome conta de mim, eu sei me virar sozinho. Viktor se levantou e sumiu rapidamente pela porta da sala.

_Ele está assustado assim como nós, dê  tempo a ele Nicolas, todos nós as vezes merecemos um pouco de tempo para entender e se adaptar as coisas.  Pandora continuava com o rosto liso e sem expressão encarando todos na sala.

_Temos que decidir logo, estou com a sensação de que Erick sabe onde estamos e está apenas esperando a melhor oportunidade de nos atacar. Ele espera nos pegar desprevenidos.

_Nós sabemos Pollux, mas temos que pensar com cautela. Não se esqueça que somos milênios mais jovens que ele e justamente esses milênios é que definem nossas habilidades perante as dele, ele é muito mais forte que nós e sabe lá se já não consegue saber o que pensamos e pretendemos fazer.

_Acho melhor pensarmos por mais uma noite e decidirmos amanhã ao pôr-do-sol. O que vocês dois acham?

_Talvez seja uma boa idéia, poderemos assim pensar com calma e talvez até pensar em outros possíveis lugares seguros no momento.

_Sendo assim acho que irei me alimentar, fazem duas noites que não bebo nada fresco e meus músculos estão começando a doer. Gostaria de vir comigo Nicolas? Pandora sorria sugestivamente para Nicolas e olhava dele para a janela sugerindo que os dois saíssem.

_C... claro Pandora, seria uma honra acompanhá-la nesse passeio. Nicolas seguiu Pandora na direção da janela e os dois sumiram em meio à neve e a noite.

_Às vezes não consigo entender esses dois. Mais gosto da companhia de ambos.

_Eles se gostam estão certos em tentarem ficar juntos, afinal não se sabe quanto tempo nós ainda temos.

_Não fale assim, Erick não conseguirá nos alcançar.

_Não pode se saber, as coisas mudaram muito de um tempo para cá Pollux, coisas que nunca imaginei que aconteceriam estão acontecendo.

_Não se preocupe, todos nós sairemos bem dessa. Pollux se aproximou de Yuri em um piscar de olhos e o abraçou erguendo-o do chão por um breve momento.

_Nós iremos te proteger, porque te consideramos um irmão. Nosso irmão humano, no estado em que nós nunca poderemos estar novamente e que acima de tudo admiramos. Você é nosso irmão humano Yuri, o mais novo membro da família. E sempre que estiver correndo perigo conte conosco.

Aquelas palavras de certa forma confortavam Yuri, faziam-no por um momento se esquecer de tudo que estava acontecendo, a idéia de ter uma família como aquele era simplesmente perfeita. Uma família imortal com membros poderosos e que ele nunca imaginou que pudesse ser verdade. Por um momento fazia a dor da idéia de não ter sua família por perto passar, mesmo que por um breve momento. Pollux só não tinha feito ele se sentir melhor como havia lhe dado esperanças de que aquilo terminaria bem.

_Muito obrigado, irmão? Yuri e Pollux caíram na risada e encaravam um ao outro se divertindo cada vez mais.

_Maninho. Pollux deu uma risadinha e se recompôs, acho melhor continuar com o mesmo tratamento.

_Também acho Pollux.

_Nossa que frio.

_Vou fechar a janela. Antes que Pollux pudesse chegar ate a janela, ela se despedaçou como se algo a tivesse atingido.

Em questão de segundos a sala estava mergulhada em um frio intenso e Yuri jogado no chão com o corpo arqueado de um modo estranho como se sua espinha fosse se partir.

_Yuri, Yuri o que está havendo. Yuri responda.

_Faça parar, dói muito faça parar. Yuri gritava e se contorcia de dor como se estivesse sendo torturado.

Pollux sacudia os ombros de Yuri que começava a ficar mais pálido do que antes.

_O que está acontecendo Yuri, me diz o que está te machucando.

_Ele, ele está me machucando. Mais gritos, e Yuri parecia cada vez mais desesperado com a dor.

_Quem Yuri não tem ninguém aqui. Pollux olhava de um lado para o outro da enorme sala tentando enxergar quem estava provocando aquilo.

_Aquele garotinho na porta Pollux, minha cab... Antes que Yuri terminasse a frase, desmaiou com o corpo arqueado, enquanto Pollux ainda tentava encontrar o responsável pelo que havia acabado de acontecer.

Yuri não tente fugir, você sabe que não pode fugir. Não resista e a dor não o afligirá. Aceite quem você é. Essas palavras ecoavam pelo vazio negro e frio que puxava Yuri cada vez mais rumo a inconsciência. Os ecos da voz de Pollux ao longe ainda ecoavam e então pararam. Tudo ficou escuro e frio.


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