Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 15
Capítulo 7 - Proteção? (parte I)


Notas iniciais do capítulo

Enzo e Paolo, dois jovens lobisomens italianos temendo por suas vidas decidem buscar proteção em um lugar não indicado para lobisomens jovens e inexperientes como eles. Será que a decisão que eles tomaram os manterá salvos de toda a guerra que está prestes a se espalhar? Conseguirão manter-se vivos sem apelar a influências maiores?



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Orbetello - Itália

“Estão dizendo que algo grande está por vir”

“Dizem que muitos morrerão.”

“Precisamos escolher o lado certo, irmão talvez esse vampiro seja nossa salvação.”

“Eu realmente espero que seja, ou estaremos perdidos.”

“Paolo, todos nossos conhecidos do norte disseram que perto dele é seguro.”

“Não consigo confiar neles, você se lembra muito bem de como eles são.”

“Sim Enzo eu me lembro muito bem.”

“Silêncio Paolo ele está vindo.”


_O senhor Hugo os receberá em alguns instantes, por favor, queiram me acompanhar... Cachorros. A frase foi completada mentalmente, afinal não poderia ser completada em voz alta sem que provocasse uma briga, e Tom sabia muito bem disso.

O enorme corredor de pedras era mal iluminado dando um ar sombrio ao ambiente, enquanto pequenos lampiões cuidavam de iluminar as sombras que mergulhava quase todo corredor no escuro. Uma enorme porta de madeira maciça se encontrava no fim do corredor, era cercada por pedras acinzentadas e pequenas, enquanto algumas inscrições que se assemelhavam muito com runas adornavam quase toda a porta.

_O senhor Hugo costuma ser impaciente com sua gente, por isso não tentem enganá-lo nem muito menos ameaçá-lo. Se ele não se sentir bem na companhia de vocês dois, não garanto que sairão vivos daqui. Enzo engoliu em seco e encarou o vampiro por um breve momento antes de desviar o olhar para o irmão Paolo. Seus olhos verdes idênticos aos de Enzo pareciam ter perdido o brilho ao captarem a ameaça e a atmosfera tensa que se formavam ao seu redor.

Credetemi, che sarà tutto bene

Assim espero irmão

A porta de madeira fez um pequeno ruído, quase imperceptível. Enzo e Paolo puderam ver uma enorme sala, na verdade era um enorme salão todo decorado com pedras e estátuas de deuses, se assemelhava muito aos antigos templos gregos e romanos que no passado eram comuns de se ver. Havia vampiros de ambos os lados da sala, todos prostrados ou encostados, porém de cabeça baixa diante de uma figura central, um indivíduo vestido totalmente de preto o qual mau se podia enxergar com a pouca luz que iluminava o salão.

_Senhor Hugo, esse dois... lobos desejam falar com o senhor. Tom, com seus cabelos louros na altura dos ombros estava prostrado de joelhos diante da figura que não havia se movido ou demonstrado qualquer sinal de que estava viva, desde quando eles entraram no salão.

Um longo suspiro pôde ser ouvido e uma voz rouca semelhante a um trovão ecoou da criatura que estava imóvel.

_ Posso ver que você está se empenhando mais no seu trabalho. Hugo olhou com desdém para os dois atrás de Tom e deu um passo a frente.

_Mais alguma coisa senhor? Tom não encarava Hugo e parecia se encolher diante daquele ser sombrio e misterioso.

_Não, seu trabalho por hora terminou, pode se retirar. Hugo continuava olhando para os dois lobisomens na sua frente como se decidisse o que fazer com eles.

“Espero que o senhor Hugo lhes dê uma lição, impuros”

Hugo pareceu captar os pensamentos de Tom parecendo gostar da idéia.

_O que desejam lobos? _Se perderam da matilha? O tom de Hugo era frio e sem expressão.

_Na verdade viemos pedir para nos juntarmos ao senhor. Paolo estava nervoso e encarava Hugo com cautela.

_Sim, soubemos que o senhor está recrutando os de nossa espécie. Enzo encarava Paolo com desespero no olhar.

Hugo deu mais um passo a frente ficando cara a cara com os dois lobisomens, mesmo com a fraca iluminação eles puderam observar seus traços e feições. Tinha a pele extremamente pálida, lembrava muito a palidez da lua cheia enquanto seus olhos eram cinzentos e seu rosto liso e sem expressão. Mesmo com o tom autoritário e assustador podia-se perceber que era muito jovem quando foi transformado e uma espécie de inocência misturada com uma imponência nublava seus olhos prateados. Seus cabelos eram desgrenhados e negros como carvão destacando ainda mais seu rosto liso e pálido perante aquela luz fosca e precária. Hugo estava vestido de preto da cabeça aos pés deixando em destaque um pequeno colar de couro com um pingente que se assemelhava a uma presa, sim era uma presa, presa de algum grande felino, era adornado com pequenos desenhos negros que davam um aspecto delicado à pequena presa. Parecia pensativo e por um breve momento pareceu esquecer-se da presença dos dois diante de si.

“O que ele está pensando?” “Ele vai nos matar?” “Irmão nós temos que sair daqui enquanto há tempo”

“Fique quieto Enzo, estou tentando pensar em algo”

“Mas ele...”

_Isso mesmo Enzo, fique quieto, você está praticamente gritando. Hugo ainda mantinha o olhar distante e parecia falar sozinho.

“Dio mio, ele pode nos escutar Paolo”

_Claro que posso, meu poder tem extensões que vocês dois não podem imaginar. Hugo fixou o olhar em Enzo, paralisando-o por um breve momento fazendo com que seu medo crescesse e tomasse conta de todo seu corpo.

_Não sei se vocês, principalmente você está apto para servir na guarda. Hugo sinalizava na direção de Enzo.

_Eu procuro seguidores que sejam fiéis a mim e que acima de tudo cumpram seu trabalho de forma satisfatória, mesmo que para isso precisem morrer. _Procuro seguidores corajosos, sem medo exalando no sangue, coisa que você possui até demais.

_Aceitaria morrer pela segurança dos meus?

Enzo e Paolo se encaravam buscando um no outro a resposta certa para aquela pergunta, talvez a resposta que definiria a diferença entre continuarem vivos ou morrerem ali diante de todos. Enzo parecia perdido, apavorado enquanto Paolo parecia não encontrar uma resposta ou não conseguia decidir.

_Nós aceitamos. A frase dita em uníssono pareceu capturar a atenção de Hugo e de todos os vampiros presentes na sala. Enzo e Paolo não sabiam ao certo se tinham feito a escolha certa, porém, sabiam que esse era o único jeito de conseguirem sobreviver a Hugo e a sala com todos aqueles vampiros.

_Muito bem, vejo que fizeram a escolha certa. Fico feliz em ver que vocês lobisomens ainda têm um pouco de juízo nessas cabecinhas duras.

_A partir de agora vocês fazem parte da guarda junto com os outros lobisomens, vocês obedecerão às ordens de um superior, que será encarregado de controlá-los e se for o caso puni-los caso seja necessário. Hugo parecia interessado e pareceu considerar a necessidade de punição.

_Trevor! A voz de Hugo ecoou por todo o salão e todos os vampiros presentes se viraram para uma pequena figura que até o momento Enzo e Paolo não haviam se dado conta de que estava ali, Trevor estava recostado em uma estátua com tridente. Trevor era jovem, não devia ter mais que dezessete anos quando foi transformado, era um jovem com olhos cinzentos como os de Hugo, porém não possuíam aquela imponência, e sim respeito e medo. Era pouco menor que Enzo e tinha os cabelos levemente acobreados, assim como Hugo, vestia-se de preto, usava uma capa negra e botas estilo coturno negras. Sua pele não era tão pálida como a de Hugo, mas se olhasse atentamente poderia se notar uma pequena cicatriz esbranquiçada em sua garganta.



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