Vida De Monstro - Livro Um - O Começo escrita por Mateus Kamui


Capítulo 8
VIII - Will


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pelo tremendo atraso, na verdade acho que mil é pouco, mas n é isso q importa no momento, tive dezenas de problemas pessoais e ainda por cima meu notebook e o carregador dele quebraram entao perdi todos os meus capitulos incluindo esse que ja estava feito, entao tive que arranjar um novo e reescrever-lo entao qualquer problema ou incoerencia me falem



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VIII – Will

Que ótimo dia eu estava tendo para não dizer outros nomes nada legais, tudo começou bem, apenas uma calmaria nada usual naquela academia, eu fiz a mesma rotina de sempre e fui pra sala, só a mais pura calma, nenhum problema nem nada, eu entrei em sala e me virei para a janela e botei meus óculos.

O dia estava tão calmo que eu tive vontade de dormir ali, mas a conversa dos garotos não deixava, novamente os nerds estavam discutindo e dessa vez era sobre filmes, eu só havia visto poucos filmes humanos, mas havia gostado bastante, eles tinham algo que nos filmes dos demônios nos víamos muito pouco, comedia, nos filmes do submundo o humor é sempre sádico e cruel proveniente de cenas sangrentas e dolorosas e todos gostavam inclusive eu, mas os humanos conseguiam extrair risos de vários outros tipos de situações, principalmente os filmes daquele tal de Charlie Chaplin, ele fazia comedia de um jeito único que nunca vi em nenhum filme do submundo, ele era um gênio se assim posso dizer, alguém que nos últimos dias tinha ganho meu respeito.

Por mais que não quisesse assumir com o passar do tempo estava admirando cada vez mais a raça humana, claro que na sua maioria eles não passam de um bando de idiotas que só querem colocar sua ambição na frente de tudo incluindo do planeta e de outros humanos causando os problemas ambientais e as guerras, que bando de imbecis como alguém pode gerar algo tão horrível como a guerra por pura ambição, eu já havia visto dezenas de batalhas entre humanos incluindo aquelas que eles nomearam como a primeira e segunda guerra mundial, nós aprendíamos sobre elas nas academias do submundo como exemplo, os professores nos mostravam essas guerras e diziam para nunca seguirmos o exemplo dos humanos com relação a guerra pois ela não trazia nada de bom nem mesmo para o vencedor da batalha se é que podemos dizer que existe algum vencedor na guerra, como se pode vencer algo e se comemorar se você havia perdido dezenas de homens possíveis pais de famílias só para ganhar terras e poder, era algo tão estúpido e irracional que fazia nos demônios odiarmos os humanos, ai vem uma frase de um humano que retrata bem o que sentia pelos humanos “Só existem duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana, e não estou muito seguro quanto a primeira – Albert Einstein”.

Mas com o passar do tempo percebi que nem tudo nessa raça era ruim, existiram alem de cristo outros grandes homens que lutavam em nome da paz, um tal de Buda, outro chamado mahatma Gandhi e alguns mais, alem disso existiram grandes filósofos e inventores entre eles Nicolau Maquiavel, aquele Maquiavel era incrível, havia realmente gostado dele, realmente ele merece carregar o sobrenome da minha família mesmo não sabendo como um humano carrega o sobrenome de um demônio, também tinham grandes artistas de todos os gêneros e épocas como William Shakespeare, eu gostei do tal do Shakespeare e não foi só por causa do nome, alem disso tiveram vários gênios nas áreas cientificas, dos quais devo usar como exemplos o já citado Albert Einstein pelo seu incrível trabalho e outro que devo dizer que é meu humano predileto depois de cristo, Isaac Newton, ambos tinham nascido no mesmo dia e não eram ricos nem nada, o cara era um jovem rapaz que morava em uma fazenda, alguém que você não dava nada na vida alem de ser um lavrador qualquer, alem disso ele era fechado com todos e tinha um relação instável com mãe e mesmo assim se tornou o maior físico da historia da humanidade, isso só mostra que não devemos julgar ninguém pelas aparências ou por classe social seja humano ou não.

Diferente do que nos demônios aprendíamos nem todos os humanos eram idiotas irracionais, existiram diversos ao longo da historia que tentaram mudar a mente de seus conterrâneos, eles não conseguiram, mas mesmo assim sua mensagem ainda queima no fundo de alguns poucos que seguem o exemplo deles e tentam mudar o mundo, se dissermos que todos os humanos são ruins estaríamos eliminando o exemplo dessas pessoas incríveis, seria a mesma coisa que dizer que todos os demônios são bestas irracionais sem coração que só querem saber de destruir como já observei em algumas obras humanas, mas na verdade era apenas uma pequena parcela de nos que ainda fazia aqueles atos estúpidos e sem cabimento, se todos os demônios conhecessem o mesmo que eu sobre a raça humana será que enfim poderíamos ter uma verdadeira e definitiva paz entre as raças? Eu me perguntava isso todos os dias desde que soube da historia de Newton.

Se a paz reinasse nos poderíamos finalmente por os preconceitos de lado e demônios poderiam se relacionar com humanos livremente então eu finalmente poderia ter a Amy pra mim sem ter que me preocupar com o submundo todo querendo me matar por trair o código dos demônios e do meu clã, realmente seria bom, mas era uma idéia infantil e estúpida, não havia porque os demônios respeitarem os humanos mesmo sabendo das incríveis pessoas que já nasceram naquela raça, eles se achavam muito mais superiores do que vermes como os humanos, e no fundo tinham m pingo de razão, mesmo que vissem que grandes pessoas viveram ali não se importariam com isso e falariam sobre os grandes demônios da historia e pronto, o preconceito voltava.

Mas não era o momento para esse debate, era o momento de descansar, quando a aula acabasse eu iria para a biblioteca estudar e quando voltasse para o quarto a noite provavelmente não dormiria tão cedo, eu então voltei a cabeça em direção a janela e tentei relaxar, tentei, esse dia foi o mais tumultuado de toda a minha existência e olha que ela já era bem longa, trezentos anos, mas nenhum momento superava o acontecimento do dia.

Eu estava na maior calmaria do mundo apenas olhando para alguns pássaros que estavam em uma arvore próxima quando Amy se aproxima de mim, ela estava linda hoje, na verdade todo dia ela estava linda, mas ela parecia ainda mais hoje, não sabia se ela realmente estava mais bonita ou eu que estava mais apaixonado:

–Oi William – ela disse com aquela doce voz dela

–Ola Amy – eu disse me virando para ela e tirando os óculos para vê-la perfeitamente, simplesmente linda, mas como explicar, agora que estava vendo melhor ela parecia um pouco cansada e apática como se não tivesse comido e dormido bem, e realmente não tinha como percebi pelas leves olheiras

–Como você esta? Parece que não dormiu muito hoje – falei

–Bem só um pouco cansada pela leitura ate tarde da noite

–Lendo na biblioteca? – perguntei, era o único lugar onde haviam conhecimentos suficientes para a pesquisa que acho que ela também estava fazendo, sobre a droga da adaga

–Sim, estava tentando descobrir qualquer coisa sobre a adaga, qualquer coisa, mas não achei nada, nem mesmo uma única pista

–Entendo – não podia esconder minha aparente decepção, aquele local era minha ultima chance de achar alguma pista, mas isso não me faria desistir, eu iria lá de qualquer forma, quem sabe ela deixou algo passar – também fiz minhas pesquisas como percebeu antes, mas não achei nada, é como se essa coisa nem tivesse existido, mas se essa coisa é tão poderosa quanto penso que é deve existir ao menos um documento ou pista sobre ela – uma coceira me veio e comecei a coçar o queixo, mas então uma idéia surgiu na minha cabeça, acho que finalmente sabia o que procurar

–Mas como esta sua vida? – ela me perguntou

–Como assim? – não entendi a mudança de assunto dela

–Não sei alguma novidade, alguma coisa nova que tenha feito, um hobby, ou quem sabe ate um novo amor – me senti desconfortável com a parte sobre amor

–Nada demais, ainda não ingressei em nenhum clube do colégio, e nem pretendo, quando a algum hobby tirando leitura e escutar musica não tenho mais nenhum outro – tentei me esquivar daquela ultima parte o melhor possível

–E amores? – ela repetiu com um pouco de raiva na voz, senti uma tremedeira estranha correndo pelo meu corpo

–Nenhum – mentira, não era aquilo que eu queria dizer, queria dizer que a amava e queria tê-la ali e agora, como pode existir algo tão perfeito e belo no mundo – e quanto a você? – eu tinha que saber se ela gostava de alguém, não amaria alguém já comprometido e era obvio que alguém como ela já deveria ter um namorado, ou ate mais

–N-Na ver-verdade e-eu go-gosto de a-alguem – ela mais gaguejou do que falou, com certeza ela estava namorando, só não queria jogar na minha cara por pena – mas sabe não sei se ele gosta de mim

Eu realmente me senti mal com aquilo, ela então gostava de alguém, sabia, bem no fundo eu sabia, jamais alguém como ela namoraria alguém como eu, ela uma humana, eu um demônio, ela nunca ficaria comigo e alem disso ainda tinha o meu passado que não me tornava a melhor das pessoas

–Entendo – falei de cabeça baixa – eu também gosto de alguém – soltei de uma vez mesmo, não tinha mais nada a perder – mas não sei ela gostaria de algo como eu sabe – droga, porque eu não consigo falar logo de uma vez a verdade droga de novo – um demônio, que tipo de garota ficaria com um demônio?

A dor crescia no peito, droga porque tinha que ser assim tão doloroso falar aquilo, droga porque eu estava com tanto medo assim:

–Então você gosta de alguém? – ela falou e eu vi o olho dela ganhando um tom avermelhado

–É, quem sabe, pode ser – droga porque as palavras não saem – mas sabe nos não temos a mesma raça e isso podia prejudicá-la no futuro e eu não quero que ela se machuque, pelo menos não por minha causa

Droga eu não agüento mais, me levantei lentamente e fui à direção dela, eu não conseguia mais me controlar, eu simplesmente andei ate ficarmos quase colados, podia sentir o calor do corpo dela, não era nada comparado com o meu, mas mesmo assim era maravilhoso, eu não resisti e fui com minha mão na direção do rosto dela, aquele rosto tão perfeito, aquela pele tão macia, ao frágil, eu então tirei a mão do rosto dela lentamente, tinha que falar algo e para com aquilo:

–Então Amy, você acha que independentemente da minha raça e da dela e dos nossos deveres perante nossas raças nos dois poderíamos ficar juntos?

Eu fitei aqueles olhos, eles pareciam já me dar a resposta da minha pergunta e sem me segurar eu me aproximei dos lábios dela, não vou mentir, eu estava louco para dar um beijo nela, mas minha vida não era tão boa, só podia ser o que os humanos chamavam de carma, tava pagando por todos os meus erros só pode, quando eu finalmente ia beijá-la toca a maldita daquela sirene, buzina, sei lá que merda é aquela, só sei que por culpa dela não consegui beijá-la, droga.

O barulho acabou com todo o momento e quando olhei ao meu redor percebi que a sala estava cheia de gente, o professor e os alunos, alguns eu nem conhecia, alem disso vários estavam com seus celulares batendo fotos, gravando vídeos e mandando mensagens pelo que pude observar, agora eu percebi que tive mais sorte do que pensei, se tivesse ocorrido algo mais o professor teria motivos para me tirar de sala ou do colégio e meu pai não ia gostar nem um pouco de saber disso e pior que eu beijei uma humana.

Amy saiu de sala correndo e empurrando todo mundo quando percebeu isso, eu ate pensei em pará-la, mas era muita gente no caminho e não consegue segurá-la, ela deve ter corrido para bem longe, vendo que não a parariam o pessoal todo se virou para mim com caras de “você vai nos falar tudo”, mas eu não tava com o mínimo saco para falar, aquelas bastardos malditos tinham estragado meu quase beijo, espera ai desde quando eu me preocupo com isso?

A que seja eu simplesmente os mandei um olhar serio e eles recuaram, monstros e humanos recuaram sem nem pensar duas vezes de medo, ser poderoso tem suas certas vantagens, e desvantagens, mesmo colocando medo neles isso não os impediu de colocarem o vídeo na internet, ser um monstro de alto nível faz com que qualquer besteira que você faça mesmo que não seja nada se torne algo surpreendente, mas agora eu estava preocupado com apenas duas coisas, pedir desculpas para Amy pelo ocorrido e rezar para que meu pai veja o vídeo, seria uma catástrofe, literalmente um catástrofe, se ele visse o vídeo mesmo não tendo acontecido nada demais eu já era.

Por sorte o professor controlou a classe e depois de vários minutos expulsando penetras e pegando celulares de alunos finalmente começamos a aula, e Amy ainda não tinha voltado, droga eu estava preocupado com ela, espera ai, eu preocupado? Que porcaria, a cada segundo parecia que eu estava mais, eu tenho ate nojo de escrever, mais humano.

A cada segundo perto dela eu me tornava mais sentimental, algo típico de humanos não de demônios como eu, eu tinha que tirar esses pensamentos da cabeça então enfiei meus fones o mais fundo possível no meus ouvidos e coloquei uma banda aleatória para tocar, não tava com o mínimo saco para ficar escolhendo nada hoje depois do que aconteceu.

A aula se passou mais rápido do que o esperado, varias pessoas continuavam a me olhar mesmo que discretamente e eu percebia aqueles olhares gostando ou não, minha vontade era de cremar todos aqueles babacas ate sobrar apenas as cinzas, sendo humanos ou monstros, mas na hora que minha paciência ia se esgotar Amy voltou pra sala, ela não parecia cem por cento, mas nem por isso estava menos bonita ou deixou os olhares das pessoas da sala a abalarem.

Não acho que ela tenha percebido no meu olhar para ela, os óculos escuros que coloquei não deixavam ela perceber isso e na hora que percebi que ela se viraria na minha direção virei a cara para a janela, não queria que ela percebesse por hipótese alguma que eu estava olhando para ela, vai que ela pensa algo errado, tipo o idiota que quase me beijou fica me secando depois, que babaca, provavelmente era isso que ela estava pensando de mim agora, só um pervertido estúpido de merda, minhas chances com ela fora de zero para nenhuma, espera ai como eu posso ir de zero para nenhuma, a o que importa, o que importa é que ela nunca mais me olharia na cara de novo, tudo porque sou um babaca que não sabe se controlar.

Quando deu o toque para o intervalo eu fiquei em sala, não estava com o mínimo saco de ver outras pessoas me olhando ou fazendo perguntas ou quem sabe comentários idiotas, eu provavelmente não ia me controlar caso isso acontecesse e acabaria matando alguém inocente por nada.

Tudo correu melhor que o esperado, ninguém foi para a sala me encher o saco então não tinha com o que me preocupar, mas como hoje realmente não era o meu dia faltando poucos minutos para o fim do intervalo entra em sala o maldito daquele vampiro gay, o tal de Drake, ele estava acompanhado de vários comparsas, seis pelo que contei:

–Quem diria eim faísca – Drake falou me mostrando o celular, na tela dele havia um vídeo passando, não preciso dizer qual não é

Minha vontade foi de voar na cara dele e cremá-lo ate não restar nem as cinzas, mas eu me controlei no ultimo momento e a única coisa que fiz foi estalar os dedos e ver o aparelho explodir nas mãos de Drake e tenho certeza que ouvi um gritinho agudo vindo do grupo dele, mais especificamente dele, ele me olhou com raiva, mas sabia que não seria bom lutar ali e agora então saiu com raiva acompanhado de sua gangue de vampiros de merda.

Depois de um tempo tocou o sinal e em poucos minutos pessoas começaram a entrar em sala, eu então coloquei meus fones e coloquei mais uma musica aleatória para tocar e então me deitei sobre a carteira e fiquei olhando para Amy o resto da aula toda.

Não tinha a mínima idéia de quanto tempo tinha se passado, eu passei o resto das aulas só lá, ouvindo uma musica aleatória que eu não tinha a mínima idéia de qual era enquanto olhava para Amy ignorando todo o resto do mundo e as aulas quando percebi o sinal para o fim da ultima aula tocou e uma correria de alunos veio em cima de mim e de Amy, não precisava explicar o porque, eu não vou mentir, já estava quase explodindo de raiva, explodindo mesmo já que eu era capaz disso, mas então eu me controlei e simplesmente pulei da janela da sala fazendo um rápido apoio com as mãos, antes de tocar o chão fiz um rolamento e cai perfeitamente.

Um humano normal teria ganhado alguns machucados e eu também ganhei, mas sararam quase instantaneamente então eu saí andando calmamente rumo a biblioteca, algumas pessoas olharam para mim surpresos e outros curiosos de como fiz aquilo, alguns comentavam que iriam me imitar depois, então algumas pessoas começaram a falar de um tal de le parkour, eu não tinha a mínima idéia do que era aquilo, mas pelo que escutei parecia legal, depois ia ver na internet, mas antes tinha que ir para o meu destino, a biblioteca.

A biblioteca era um belo complexo pelo menos exteriormente, seus portões eram altos e largos, capaz de receber centenas de pessoas ao mesmo tempo, mas jamais centenas de alunos entrariam na biblioteca de uma vez, dos lados do portão havia dois grandes pilares, o da direita em estilo jônico e o esquerda em estilo dórico, o da direita tinha em cima uma letra pequena e feita de prata, a letra B, e o da esquerda tinha a letra J gravado do mesmo tamanho, mas de cobre, no topo do portão ficava escrito a palavra biblioteca em hebraico feita de ouro, era um belo portão, mas nem se comparava com a parte de dentro, a parte interna devia ter no mínimo quatrocentos metros quadrados só no primeiro andar, a biblioteca na sua totalidade tinha alem do térreo mais dois andares cheios de prateleiras lotadas de livros, por volta de cem mil volumes inundavam a biblioteca de conhecimento e poder, os poucos humanos que ali estavam não entendiam o poder que emanava daquele local, mas um demônio de alto ranking como eu entendia o nível daquele local, algo alem de livros existia ali, algo bem mais antigos do que a historia da escrita do homem, quem sabe ate mais antiga que o homem, mas não era aquele o motivo de eu estar ali, o verdadeiro motivo era chegar à verdadeira biblioteca.

Eu andei ate a senhora que fiscalizava a biblioteca, ela aparentava ter no mínimo oitenta anos, mas era bem mais velha, devia ter no mínimo quinhentos anos pelo que pude sentir, ela era o que chamavam de monstros letreiro, uma criatura extremamente inteligente e capaz de ler um livro do tamanho de duas bíblias em uma tarde e ainda decora cada ponto e virgula do livro, eram criaturas organizadores ao extremo prezando pela perfeição sempre e podiam dar a vida para salvar uma única pagina de algum livro, haviam algumas daquelas criaturas na mansão de meu pai e cuidavam obviamente da biblioteca da mansão, eu me aproximei dela, havia um crachá com eu nome escrito, terpiscore, então ela retirou os óculos que usava e me observou de cima para baixo:

–William Maquiavel – ela disse com uma voz decrépita, mas que parecia ganhar força ao falar – filho de lorde Byron o mestre das chamas, dono do sétimo circulo infernal e senhor do rio flegetonte – não me surpreendi pelo que ela disse, muitos daqueles monstros podiam literalmente ler uma pessoa e saber tudo sobre ela num piscar de olhos – por que o poderoso e temido dragão negro esta aqui?

–Pensei que já soubesse isso? Não faz parte do seu poder saber de tudo

–Ninguém sabe de tudo garoto, somente deus sabe e mais ninguém

–Que seja, vim aqui para ver a biblioteca subterrânea

–Desculpe, mas não posso permitir isso, apenas com a permissão do diretor você pode adentrar naquela área

–Então como ver os livros exclusivos para minha raça?

–Ultimo andar, ande ate o ultimo corredor, lá haverá um livro sem nome, remova-o e então a passagem para a parte particular de vocês monstros será aberta

Segui as instruções da mulher e ao remover o livro uma passagem se abriu na parede, nenhum humano parecia ter percebido isso, provavelmente algum feitiço bem antigo devia impedir os humanos de verem o corredor, eu adentrei o local e cheguei a uma espécie de nova biblioteca, na verdade era uma extensão da biblioteca, ali dentro havia por volta de cinqüenta estantes cheias de livros sobre a existência e vida dos monstros na historia, haviam por volta de trinta monstros ali pelo que pude ver, mas aquela parte era bem extensa, podendo ate superar a biblioteca mortal, mas ano superar a lendária biblioteca subterrânea, ela era lendária, diziam abranger todo o campus do colégio e alguns diziam ir alem, diziam que ali havia uma copia todos os livros da historia, sem exceção.

Andei um pouco e cheguei a um corredor, ali havia três monstros que saíram aos poucos carregando livros sobre feitiços, eu então peguei alguns livros sobre itens místicos e comecei a ler quando senti um cheiro familiar, me virei e vi Amy ali parada me olhando, me aproximei dela lentamente carregando um livro sobre armas místicas e como produzi-las, ainda estava no começo, mas parei na mesma hora para falar com Amy, ela parecia tensa, também com o dia que tivemos eu não podia culpá-la e acharia mais estranho se ela estivesse calma:

–Oi – falei olhando nos olhos dela e vi que ela se sentia incomodada com isso

–Oi – ela disse meio reclusa – como esta?

–Bem – falei virando os olhos em direção a estante de livros – veio aqui pesquisar sobre aquela coisa não é?

–Sim, um lado bom de ser uma fiscal é poder vir para esse lugar mesmo sendo uma humana, mas então achou algo? – sua voz parecia normalizar lentamente

–Nada ainda, mas mal comecei – não sei por que, mas peguei fôlego antes de dizer a ultima parte – gostaria de me ajudar?

Ela parecia meio mexida com aquilo, ela provavelmente não confiava em mim depois do que quase fiz no meio da sala e eu realmente não posso culpá-la por isso, mas então tomou fôlego e disse:

–Adoraria – ela me mandou um sorriso e não posso negar que fiquei feliz com isso

Começamos a ler durante boas horas, devia ser duas horas quando ela fechou mais um livro e me mandou um olhar, então me virei pra ela:

–O que foi? – falei

–Nada, é só não entendo porque algo tão incrível como a magia descrita nesses livros foi proibida

–Por ser incrível é que foi proibida

–Como assim? – ela disse com os olhos brilhando como se fosse uma criança ao aprender algo novo

–Eu realmente não sei o real motivo por trás da proibição da magia entre os humanos, alguns diziam que era porque os humanos estavam começando a serem poderosos demais e poderiam ameaçar todas as outras raças, outros dizem que era porque eles estavam tentando coisas cada vez mais arriscadas que podiam resultar no fim do planeta, e outros diziam que tinha a ver com um certo ritual

–Um certo ritual?

–Eu não sei o que era esse ritual, mas pareci que ele era algo realmente poderoso e temido por todos e diziam que esse ritual podia fazer com que ambas as suspeitas anteriores se tornassem realidade, tanto o fim dos monstros como do planeta, então para preservar o mundo foi decretado entre os humanos uma lei que proibia o uso da magia com pena de morte para seus usuários – Amy pareceu tremer

–Você acha que a adaga tem algo a ver com esse ritual?

–É como eu te disse, são apenas boatos e nem sabemos o que essa adaga para levantar uma hipótese como essa

–Tem razão – ela só disse da boca pra fora, ela ainda iria a fundo nesse assunto provavelmente

Passamos mais uma hora pesquisando e nada sobre a tal adaga negra, Amy então colocou o livro de volta na estante e soltou um suspiro:

–O que foi? – falei

–É só que essa pesquisa parece que nunca vai terminar, não tem nada aqui, só estamos perdendo tempo precioso aqui dentro – eu tinha que concordar com ela, mas eu era orgulhoso demais para desistir – é como se ela tivesse sido apagada da historia de propósito

Uma idéia brotou na minha cabeça na mesma hora, podemos ate comparar com aquelas cenas de desenhos humanos quando aparece repentinamente uma lâmpada acesa na cabeça da pessoa quando tem uma idéia, só havia um lugar onde poderia então existir a resposta para nossos problemas e estava literalmente sobre os nossos pés:

–Amy – falei finalmente me tocando do obvio, era como vocês humanos diziam, estava de baixo do meu nariz, mas exatamente dos meus pés, a biblioteca subterrânea

–Eu – ela falou sorrindo

–Você conseguiria arranjar um jeito de adentrar na biblioteca subterrânea da academia? – ela endureceu a cara

–Não sei William, aquele local é proibido ate mesmo para eu e meu irmão, somente o diretor e o vice-diretor podem entrar lá sem permissão e dizem que para conseguir essa permissão é quase impossível ate pra mim, é mais fácil ganhar na loteria dez vezes seguidas do que conseguir essa permissão

–Então temos uma chance – não podia desistir agora, provavelmente era a nossa única chance de descobrir sobre a adaga e quem sabe sobre outras coisas que me intrigam há anos

–Mas William mesmo que consigamos a permissão por onde vamos começar?

–O que quer dizer? Lá não deve ser tão grande não é

–Na verdade, pelo que soube, ela abrange todo o campus

–Sim disso eu sei, mas é só achar a parte certa e pronto

–William, esse é só o primeiro andar

–Como assim? – não estava gostando da parte do primeiro andar

–Meu pai me disse que aquele só é o primeiro de doze andares que existem ali, cada um mais fundo na terra, e alem disso o primeiro é o menor dos andares

–Como assim? – eu não estava gostando daquilo

–Só o segundo andar já tem quase o dobro de tamanho do primeiro de acordo com meu pai e a cada andar fica maior o local e parece que quanto mais velho o livro mais profundo ele esta e se esse livro for realmente, realmente, velho, podemos passar anos para achá-lo

–Só pode estar de brincadeira comigo – me sentei em uma cadeira de uma vez quase caindo no chão, não podia ser, não era possível existir algo tão grande assim, provavelmente antes do décimo andar ela já devia cobrir todo o subterrâneo dessa cidade, eu havia sido derrotado antes mesmo de tentar

–Desculpe Will, mas é a verdade, mesmo que eu consiga a permissão nunca vamos encontrar esse livro

Minha vontade era de queimar todos os livros dali, mas me controlei, não podia me desesperar logo agora:

–Eu não vou desistir – falei me levantando – vamos falar com o diretor agora

–Ótimo, eu quero saber disso tanto quanto você, quem sabe ate mais – Amy disse me guiando para fora da biblioteca – e não vou desistir ate saber a verdade

Nós dois andamos ate a sala do diretor, devia ser umas quatro horas pela posição do sol, logo viria a noite e algo me dizia que ela não viria sozinha.



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Notas finais do capítulo

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