XV – Amy

Os primeiros passos foram facílimos, muito mais fácil do que pensei, simplesmente entrei seguida do Will, nada demais, mas então de um segundo para o outro a escuridão tomou conta do local, tente enxergar algo, mas não conseguia nem enxergar minhas mãos que coloquei a poucos centímetros do meu rosto, mas então luz.

Olhei para trás e vi a mão de Will banhado em fogo rubro que dançava pelos dedos dele, lentamente ele andou para o meio do grupo de uma maneira que o fogo iluminava todos nós e alguns metros a frente:

-Vamos – ele falou e continuamos a andar, dessa vez Will estava entre mim e Michael

Nós andamos por alguns metros, depois mais alguns, e depois mais alguns, quando vi já tínhamos andado mais de um duzentos metros e nada que indicasse que estávamos em uma biblioteca, nenhuma instante, nenhum cheiro de livro novo ou velho, apenas paredes de pedra e cheiro de poeira:

-Acha que estamos na direção certa? – perguntei

-Sim, estou sentindo um cheiro estranho nessa direção e garanto que não é de poeira

-E de sangue – Drake disse lá na frente – tem cheiro de sangue nesse corredor

Andamos mais poucos metros e pudemos avistar da onde vinha o cheiro de sangue, um cadáver, um corpo destroçado, sem cabeça, e com um buraco enorme no lugar do peito e o pescoço esmagado:

-O que diabos pode ter feito isso? – Michael perguntou indo examinar o corpo – isso daqui foi esmagado

-Cuidado imbecil! – Drake e Will gritaram ao mesmo tempo

Em uma fração de segundos um cilindro enorme de pedra veio da escuridão na direção de Michael, mas com um rolamento perfeito ele escapou da pedra que se passou pelo corredor e só não acertou a mim e aos outros porque nos escoramos na parede. Eu ia voltar ao corredor, mas Will me segurou pela cintura e então o cilindro de pedra passou novamente e retornou para a escuridão:

-Mas o que diabos era aquilo? – Michael se perguntou se recompondo do susto

-Armadilha – Will disse com a mão no queixo como se estivesse pensando – por que não pensei nisso? É claro que iam colocar armadilhas aqui

-Por que iam colocar armadilhas aqui? – falei dessa vez

-Impedir que pessoas entrem aqui, com ou sem permissão do dono, eles não querem que as pessoas leiam os livros que estão aqui

-Então por que colocá-los aqui?

-Simples – dessa vez foi Drake que falou – Caim era um homem ambicioso, muito ambicioso, no começo da sua vida ele queria tudo para si, tudo, no fim ganhou muitas coisas e tentou ganhar mais, e só ganhou dor, Enoque foi destruída e todos os patriarcas vampiros morreram pela cega ambição de nosso pai

-Como assim? – disse Will – um filho de Caim criticando seu pai?

-Não é só porque sou um filho de Caim que vou ficar babando aquele homem, nos já temos que fazer muitas coisas por ele, mas lhe garanto que não é nada por respeito, e outra, você seu demônio, não vejo você respeitando Lúcifer

-Ele não merece meu respeito

-Caim também não merece o meu, ele foi um idiota que ostentou tudo e não ganhou nada alem da desgraça e da desilusão igual a Lúcifer

Os dois já iam avançar um na direção do outro quando me pus entre eles e comecei a falar:

-Que tal pararmos com isso? – lentamente Will recuou, mas Drake ainda queria lutar

-Que seja – Drake disse vendo que não ganharia nada lutando ali – resumindo, esse local vai estar cheio de armadilhas porque Caim era um imbecil, ele não construiu isso para preservar o conhecimento da humanidade, ele fez esse local para poder ter todo o conhecimento ao seu acesso exclusivo, só ele sabe os segredos desse local e queria que fosse assim para sempre

Aos poucos o cilindro de pedra voltou e Drake o destruiu com um soco:

-Por culpa daquele imbecil que chamamos de pai nossa raça foi desgraçada por eras, se essa é a única coisa que restou do sonho dele então faço questão de destruir isso

-Pode fazer o que quiser com essa biblioteca – disse Will – mas depois de completarmos nossa missão

Depois de tudo voltamos a andar rumo a biblioteca, depois do que foi dois quilômetros de andanças, fazendo varias curvas e em certos momentos eu tinha certeza que demos algumas voltas, nos chegamos a um arco enorme de pedra e no topo dele estava o desenho de um circulo, nos olhamos para depois do arco e vimos o que finalmente viemos procurar, a biblioteca, dezenas de estantes se materializavam na nossa frente, nos já íamos andar quando Michael olhou estranho para o arco:

-O que foi Michael? – perguntei olhando para ele

-Esse arco, eu já vi isso antes

-O que? – Drake e Will se viraram na direção dele

-O que quer dizer caçador? – perguntou Drake e então Michael abri sua mochila, lá dentro só tinha seu caderno e mais nada, uma duvida me surgiu, se não haviam armas lá dentro, como ele lutaria contra os monstros? Mas antes que eu perguntasse isso para ele, Michael abriu o caderno mostrando um desenho, um trio andando por uma biblioteca e tinha um arco próximo idêntico ao que estávamos vendo, só que no topo daquele tinha um outro desenho:

-Um triforce – falei

-O que? – Michael em encarou e depois olhou bem para o triangulo – pensei que fosse um triangulo qualquer, mas agora que você falou realmente é idêntico ao triforce

-Triforce? – Will perguntou

-É um artefato do jogo legend of zelda – Michael disse

-O mais importante idiota – disse – demoraria para explicar realmente o que ele é, mas o significado é bem simples, cada triangulo representa uma coisa, poder, sabedoria e coragem, mas por que isso estaria em um arco da biblioteca?

-E eu que vou saber

-Claro que vai – Will falou – foi você que desenhou

-Eu não tenho a mínima idéia de como desenhei isso, só me veio na cabeça e pronto, eu não tenho muito controle sobre o que desenho

-Por que diz isso? – dessa vez foi Drake quem perguntou

-Vamos dizer que eu tenho mania de fazer desenhos estranho – Drake olhou nos olhos de Michael e então tomou um susto e caiu no chão, depois se recompôs rapidamente

-Mostre aquele desenho

-Do que esta falando vampiro?

-Você sabe do que estou falando, o desenho da batalha maldito

-Você leu minha mente seu desgraçado? – Michael ia avançar na direção de Drake, mas Will soltou uma bola de fogo que separou os dois

-Que desenho de batalha? – Will parecia serio agora

Michael ia reclamar, mas se controlou e folheou o caderno ate achar o tal desenho, eu também fiquei seria após ver aquilo:

-Isso é – as palavras começaram a faltar nos meus pulmões, isso só podia ser uma péssima coincidência 

-A batalha dos meus os sonhos – Michael disse – eu sonhei com isso e um dia acabei desenhando

-Então não fomos os únicos vampiro – Will disse

-Como assim? – falei olhando para os dois – você dois também?

-Eu não sonho – disse Drake – já que eu também não durmo, mas tive uma visão com essa batalha, desse mesmo jeito

Will ficou em silencio por um tempo, isso não era nada bom, quais eram as chances de caçadores e dois monstros terem o mesmo sonho, ou visão, tanto faz? Algo me dizia que era igual a zero:

-O caçador desenhou algo que nos todos sonhamos, e também desenhou algo que se parece muito com a visão da biblioteca que estamos tendo nesse momento, mesmo tendo pequenas diferenças, isso não é coincidência, mas também não consigo pensar em nada lógico para isso

-Talvez uma visão coletiva – falei e todos me olharam – já li sobre isso, algumas pessoas acabam tendo o mesmo sonho e o sonho se torna realidade e todos acabam participando dos evento relativos ao sonho como se fosse uma visão, mas ano uma visão individual e sim uma visão coletiva e normalmente nenhum membro do grupo tem aptidão para o mundo sobrenatural, só que o evento era de tamanha importância e as pessoas eram tão entrelaçados com isso que acabaram sonhando

Esta querendo dizer que isso vai acontecer? – Michael me perguntou

-Não sei, só disse uma suposição

-Isso não pode acontecer sua imbecil! – Drake gritou furioso na minha direção e Will preparou uma nova bola de fogo nas mãos – Isso não pode acontecer por nada nesse mundo entenderam?!

-Por que não vampiro? – Michael falou guardando o caderno

-Vocês não entenderiam

-Caim – Will disse encarando Drake e Drake o encarou de volta com seus olhos azuis como gelo

-Você sabe demais sobre nos vampiros para um misero demônio

-Sua reação só revelou isso, você veio aqui não só para acabar com a criação de Caim, mas com o próprio não é mesmo?

-Sinto muito, mas dessa vez você errou, eu vim aqui para destruir essa biblioteca, mas não o pai, eu não poderia matá-lo mesmo que quisesse, ele muito mais forte do que, e do que você, e é por isso que essa guerra não pode acontecer

-Você ainda não respondeu o por que – Michael falou

-Sim ele já respondeu – Will falou se virando para Michael e diminuindo a intensidade da bola de fogo – os vampiros não respeitam Caim, eles o temem, Caim é uma criatura poderosa, muito poderosa, ele tão antigo quanto a raça humana e quando se falam de monstro quanto mais velho mais forte ele é

-E alem disso – Drake falou – Caim é o pai, o primeiro vampiro, mesmo que existisse um filho dele com sua mesma idade, não seria forte o suficiente para enfrentá-lo

-Por que? – foi minha vez de fazer perguntas, eu não sabia mais do que o suficiente para matar e alguns pontos históricos

-Quando um vampiro da seu sangue para um humano e o transforma esse vampiro se torna uma geração menor do que a dele, um melhor exemplo seria Caim, ele é o primeiro vampiro, a primeira geração, todos que ele transformou são a segunda geração, quando a segunda geração transformou alguém, ele virou da terceira geração e assim sucessivamente, não importa a sua idade, pode haver alguém da décima geração mais velho do que alguém da sétima

-Você é um exemplo – Will disse – você é jovem, isso da para perceber pela sua aura

-Tem razão, eu só tenho trinta anos de vampirismo, mesmos sendo da sexta geração, meu pai Vladmir é da quinta geração e o atual líder dos vampiros mesmo existindo alguns da quarta geração vivos e em atividade

-Certo eu já entendi o negocio das gerações – falei – mas ainda não entendi o porque do medo da guerra

-Já disse que a vida de Caim não foi das melhores, ele ostentou muito e perdeu tudo, e vamos dizer que toda vez que ele perdia deus o castigava, o amaldiçoava ainda mais e por isso com medo que deus continuasse a castigá-lo ele deu uma ordem aos vampiros, eles jamais deveria lutar entre si e causar problemas relevantes para o mundo ou então seriam punidos, ele sabia que suas ordens seriam seguidas sem contestar, Caim podia ser um perdedor, mas ainda era um poderoso perdedor, ele poderia limpar todos nós da face da terá sem problemas, então sabendo que não faríamos mais besteiras ele se refugiou aqui dentro

-Ficando num local como esse em que ninguém ousaria entrar ele não causaria mais problemas a ninguém, e já que os vampiros não o desobedeceriam ele finalmente poderia viver uma vida sem castigos

-Exato

-Uma guerra entre vampiros e lobisomens seria realmente um grande problema – Michael falou – acho que agora entendo o que quer dizer, mas não acho que um único vampiro seria o suficiente para vencer todos os outros seja de qual geração ele for

-Eu ate concordaria com você caçador, mas já vi centenas de vampiros da sétima e oitava sucumbirem pelas mãos de um único de quinta geração

-Mas seu pai é um de quinta e existem vampiros de quarta geração por ai

-Isso é porque meu pai tem grande poder e influencia, quando o pai dele, o primeiro Vladmir, aquele que era conhecido como o empalador, diferente do que a historia conta ele não empalava só pessoas, mas vampiros também e bebia sangue de humanos e de vampiros, isso deixou a sociedade vampiresca, mas jamais poderiam enfrentar Vladmir que era o mais forte quarta geração daquela época, eles tinham medo de morrer, mas os mais antigos tinham mais medo de Caim do que dele então se uniram e avançaram contra ele, a batalha foi cruel, perdemos muitos guerreiros e vários da quinta e sexta geração morreram, no ápice da batalha três da quarta geração enfrentaram Vladmir e mesmo assim ele quase venceria se não fosse por um pequeno motivo, meu pai que havia sobrevivido a batalha se aproximou pelas costas do Vladmir original e desferiu nele um ataque com fogo, que é o seu domínio Elemental como o meu é o gelo, e então o poderoso príncipe perdeu o foco e foi acertado pelos outros três fazendo-o cair, meu pai se aproximou e arrancou o coração de Vladmir, e assim acabou a guerra

-Mas isso não é tudo não é mesmo – Will falou se aproximando – se Vladmir morresse todos os vampiros que ele transformou morreriam também então como seu pai ainda esta vivo?

-Simples, após arrancar o coração do Vladmir original meu pai percebeu que estava morrendo então os três membros da terceira geração o permitiram fazer algo, um ritual antigo entre os vampiros, meu pai comeu o coração do Vladmir original

-Comeu? – perguntei com os olhos arregalados, nunca tinha ouvido falar de algo assim

-Isso mesmo, quando um vampiro devora o coração de um membro mais velho ele absorve seus poderes e junto com ele todos os que ele transformou, esse ritual é proibido e aquela tinha sido a primeira vez que o fizeram desde a queda de Enoque,

-Por que desde essa época?

-Quando Enoque caiu os vampiros da segunda geração também caíram, mas para não ver todo o seu trabalho ir por água baixo Caim ensinou esse método para os membros da terceira geração que comeram o coração de seus pais, mas depois de meu pai ninguém mais fez isso, apenas com a permissão dos membros mais velhos esse ritual é permitido já que da primeira vez foi assim que aconteceu e alem disso apenas vampiros do mesmo clã podem fazer isso

-Por que mesmo clã? – eu sabia que existiam clãs de vampiros, seis pelo que eu saiba, mas não sabia a mínima diferença entre eles

-Certo então – Will falou interrompendo – agora que a aula de historia sobre os vampiros acabou e nos sabemos porque a tal guerra não pode acontecer que tal irmos andando, nos ainda temos que acabar com os invasores

Todos nos concordamos, não podíamos passar o dia ali conversando, tínhamos um trabalho a fazer, então partimos para dentro da biblioteca, não era muito diferente do que vimos de longe, apenas fileiras e mais fileiras de livros, no começo os livros tinham cheirinho de novos, e ficou assim por um tempo, já estávamos andando a mais de duas horas quando o cheiro passou e percebemos que já estávamos próximos do fim do primeiro andar, as fileiras formavam verdadeiros labirintos dificultando nossa locomoção e teve duas vezes que quase me perdi, mas consegui achar o grupo pelas chamas de Will, devia ser realmente se locomover por ali com um grupo maior do que o nosso.

Depois de mais alguns minutos avistamos um corredor vazio, se livros nem estantes, alem de ser mais largo do que os outros, andamos um pouco ate o fim do corredor, só havia um porta ali, não era muito alta, só devia ter apenas dois metros e meio, mas era bem larga, dava para passar três pessoas de uma vez por ela, Drake se aproximou e empurrou a porta, ela rangeu bem alto e um pouco de poeira caiu, quando íamos entrar uma figura emergiu das sombras e pulou em cima de nós, mas Will o derrubou usando seu braço esquerdo, já que o direito segurava a bola de fogo.

Michael se aproximou da criatura, era uma mulher, ela parecia visivelmente assustada, alem disso sua pele era verde, ela era baixinha, no máximo um e vinte de altura, e lentamente seu corpo ganhava pequenas deformações e encolhia, uma goblin:

-Por favor, me ajudem – sua voz estava fraca e não era pelo golpe de Will

-Quem é você? – Michael perguntou tentando levantar a mulher goblin – o que faz aqui?

-Eu me perdi do grupo – ela dizia ofegante – eu procurei por eles, mas não achei, não achei – ela começou a hiper-ventilar, Michael tentou fazer alguma coisa, mas em poucos segundos ela já havia morrido, Michael olhou o pulso, mas não precisava, Will se aproximou e virou o corpo dela e então vimos algo não muito bonito, as costas dela estavam dilaceradas, as marcas pareciam garras de animais

-Com diabos ela ganhou isso? – Michael perguntou soltando o corpo

-Eu não sei – Will disse – mas algo me diz que isso não foi feito por nenhum animal humano

-O que quer dizer?

-Os monstros de Caim, as criaturas que ele criou para proteger a biblioteca, quem sabe no desespero dela ela tenha feito algo que não deveria e os monstros avançaram, ela entrou em desespero e foi para o único local que sabia, a porta

-Isso não é nada bom – Michael falou – criaturas que te atacam sem mais nem menos, por motivos que você não sabe, nem sabe da onde eles vieram ou atacaram porque são invisíveis, isso realmente não é nada bom

-E pelo que parece a porta não abre pelo outro lado – Drake disse – ao outro lado da porta tem marcas de arranhões, significa que ela tentou abrir mesmo que a força e não conseguiu, e quando viu que não abriria tentou quebrá-la, e falhou também provando que essa coisa é mais resistente do que parece

-Não podemos recuar – eu falei – os inimigos já estão na nossa frente não é? E parece que a bastante tempo

-Com assim caçadora?

-A porta soltou poeira quando abrimos, significa que a ultima vez que foi aberta já faz um tempo, a garota goblin já devia ter tentando abrir já a um tempo essa porta como sei que você percebeu pelas marcas e o diretor não sabe que estamos voltando agora então ele não vai abrir a porta

-Ela esta certa – Michael falou me defendendo – nossos adversários já estão um bocado na nossa frente, eles já podem ter perdido dois dos deles, mas ainda estão na vantagem numérica, eles estão com duas vantagens sobre a gente, não podemos permitir que ganhem mais delas

-Então vamos – Will disse indo na frente do grupo e todos nos o seguimos

Assim que passamos pela porta ela se fechou rapidamente sem dar tempo de ninguém retornar, mas nenhum de nós iria.

Descemos por um lance de escadas de pedra que parecia interminável se não fosse pelo fato de podermos avistar uma parte do terceiro andar dali, depois de sairmos da escada andamos ate a porta do segundo andar, dessa vez o desenho que havia no arco era um x:

-Por que esses desenhos? – perguntei

-Quem sabe – Michael disse – quem sabe indique o andar usando o numero de traços, um circulo para o primeiro, um x para o segundo

-Quem sabe – concordei com ele

Em alguns segundos nos já estávamos dentro dos corredores de livros, nenhum livro realmente novo por ali, o mais novo pelo que vi datava de cem anos atrás, no fundo achei aquilo bom, se apenas cem anos dividiam um andar do outro significava que as pessoas estavam escrevendo cada vez mais diminuindo a diferença de idades de um andar para o outro.

Quando chegamos ao fim do primeiro corredor vimos que ele se dividia em três novos caminhos, um que continuava a frente, um que ia pela direita e um que ia pela esquerda, de cada um dos corredores laterais veio uma lâmina gigante pendurada por um cabo de ferro, Will foi para a direita e Drake para a esquerda e pararam as laminas destruindo os cabos, Drake congelou um enquanto Will derreteu o outro fazendo as lâminas voaram uma na direção da outra se destruindo.

Os dois então deram uma relaxada e do corredor da frente partiu uma nova lâmina que ia se chocar de frente comigo, Will tentou correr, mas a lâmina estava próxima demais então joguei minha mochila no chão e puxei minha adaga da cintura e acertei a lâmina com minha adaga.

Michael, Drake e principalmente Will, me olharam com espanto, ou será que era para o pedaço que voou da lâmina? Os três então foram com os olhos para a adaga:

-Como fez aquilo? – perguntou Michael

-Simples, cortei a lâmina

-Você fala como se fosse fácil

-Com isso daqui é – levantei a adaga para os três, ela não tinha nenhum arranhão mesmo tendo se chocado de frente com uma lâmina infinitamente maior – descobertas de treinamento

-O que quer dizer? – perguntei Will se aproximando

-Durante o meu treino eu resolvi treinar o lançamento de adagas e durante o treino não importava onde eu jogava a adaga ela sempre perfurava, eu joguei contra arvores, paredes, contra uma rocha que achei na cidade e contra pilares de aço, e todos foram perfurados, então comecei a fazer testes mais interessantes, para um deles eu peguei minha pistola e comecei a atirar em direção ao fio da adaga, atirei dez vezes e todas as balas que acertaram se partiram a meio, e olha que testei varias balas diferentes

-E como sabia que ela iria conseguir cortar algo desse tamanho e com tamanha velocidade?

-Eu disse que fiz alguns testes – mandei uma piscada para Will que o deixou com um ar de duvida

-Que tipo de testes você fez? – ele perguntou incrédulo, simplesmente dei de ombros

-Alguns, e eles me provaram que consigo cortar qualquer coisa com eles, então, vão ficar ai parados o dia todo?

Nós partimos novamente e escolhemos o caminho reto para seguir, Michael e Drake fizeram questão de ficar atrás de mim, nada como uma boa adaga mágica para fazer os homens lhe obedecerem.

Andamos por um tempo e chegamos ao fim do corredor que tinha se revelado um beco sem saída, voltamos a encruzilhada e dessa vez seguimos o caminho da direita, mas no meio do caminho um barulho começou a soar pelo corredor:

-Eu não fui o único que escutei isso não é mesmo? – falou Drake

-Não, não foi – Will concordou –aprece um leão rugindo

Os dois entraram em posição de luta e então o barulho soou de novo:

-Da onde esta vindo? – Drake perguntou

-Galera – Michael disse – não precisão se preocupar

-Por que? – Will falou

-Bem vamos dizer que não é um animal que esta fazendo esse barulho

Todos nos olhamos para ele e então novamente mais daquele barulho estranho e então eu entendi o que era aquilo:

-Sua barriga esta roncando – falei

-É – Michael disse envergonhado

-Que merda – Drake falou

-Ei eu não tenho culpa se estou com fome, nos já estamos a horas aqui embaixo sem comer nada e por acaso eu não trouxe nada para comer

-Pega – joguei duas barras de cereal para ele – por sorte eu trouxe algumas, algum de vocês vai querer também?

-Eu não como – Drake disse se sentando no chão do mesmo jeito que Michael fez quando pegou as barras

-Não precisa se preocupar comigo – Will disse se escorando em uma fileira de livros – já comi o bastante então vou poder passar alguns dias sem comer sem problema algum

Michael terminou de comer as duas barras em cinco segundos e quase morria engasgado se não fosse pela garrafa d’água que eu tinha pegue:

-Será que sou eu trouxe comida e água?

-Eu já disse que não preciso – Will falou

-Pode beber o meu se quiser – Drake disse abrindo a mochila e mostrando uma garrafa térmica bem grande, não precisava ser nenhum gênio para sabe o que tinha ali

-Eu passo – falei fazendo uma cara de nojo – e qual sua desculpa senhor Michael?

-Eu saí as pressas e me esqueci de pegar comida – disse ele coçando a cabeça e fazendo cara de coitado

-Idiota, você sabe que não tenho comida pra dois aqui não é? Peguei o suficiente só para mim

-Desculpa

-Que seja, não vamos precisar comer muito se sairmos daqui o mais rápido possível e para isso não podemos ficar parando por tudo – disse Will já se ajeitando e preparando sua bola de fogo – agora vamos

Ninguém contestou, ele estava certo no final das contas, nós tínhamos que acabar com isso o mais rápido possível e parando por qualquer motivo não ia ajudar em nada, em pouco tempo chegamos ao fim do corredor e dessa vez ele se dividia em mais cinco caminhos, seguimos por um deles, mas outro beco sem saída, fomos por outro e a mesma coisa, só no terceiro tivemos sorte e dessa vez o caminho só se dividia em mais dois e por sorte pegamos o certo logo de primeira, pelo menos pensamos que era sorte.

Quando chegamos ao fim do corredor encontramos duas divisões, uma que levava para a esquerda e de volta para o labirinto de livros e outra para o corredor com a porta de saída, eu e Will continuávamos sozinhos na sempre quando um barulho começou, nos olhamos ao redor e nada de anormal parecia estar acontecendo então olhamos para Michael e ele ergue os braços dizendo que não era ele dessa vez, o barulho estava cada vez mais agudo e então os olhos de Will foram em direção ao chão e depois as paredes e então a ultima coisa que em lembro é dele gritando;

-Amy cuidado!