Vida De Monstro - Livro Um - O Começo escrita por Mateus Kamui


Capítulo 16
XVI - Michael


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, e o livro se aproxima da sua reta final, faltam poucos capitulo, deve dar entre seis e oito capitulo para o fim entao mais do que nunca vou precisar dos seus reviews para saber se devo continuar ou não :)



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XVI – Michael

Poeira, muita poeira, e um barulho ensurdecedor, foram a únicas coisas que consegui perceber antes de voltar completamente a mim, lentamente me levantei do chão, o impacto tinha sido tremendo e ainda estava abalado com tudo e um zumbido agudo não saia do meu ouvido esquerdo por mais que eu mexesse.

Olhei ao meu redor, Drake estava caído logo atrás de mim e não parecia que acordaria sozinho tão cedo, andei ate ele ainda meu tonto e comecei a chacoalhá-lo e então os olhos dele se abriram, ele ainda não conseguia se mexer ou formular frase alguma, mas ao menos estava acordado, procurei ao meu redor, mas só tinha poeira e pedaços de pedras por onde olhasse, menos no centro do corredor onde havia um enorme buraco, exatamente onde Amy e o monstro estavam.

Andei ate lá, o buraco parecia profundo e algo me dizia que o final dele não estava no terceiro andar e sim bem mais abaixo. Quando estava voltando ate o vampiro escutei um barulho vindo de próximo do buraco quando percebi era Amy, ela estava se levantando de uma maneira bem dolorosa de um amontoado de pedras e areia próximo do buraco:

-Ei Amy – falei pegando-a pelo braço, ela parecia de algum jeito mais fria, mas ano me preocupei com isso, ela não estava com nenhum ferimento e era isso que importava – Amy!

Acabei gritando mais alto do que deveria e meu ouvido zumbiu mais forte, mas ao menos Amy parecia totalmente de volta a si:

-Michael – ela disse com a voz bem fraca – au minha cabeça – ela foi com a mão em direção a testa – o que aconteceu? Onde esta o Will?

Ela ficou desesperada de um segundo para o outro e tive que segurá-la com força:

-Eu não sei, deve ter caído no buraco tentando te empurrar

Sim foi isso que aconteceu, primeiro começou com um barulho, era o barulho do chão cedendo, o monstro percebeu isso e empurrou Amy antes que ela caísse e acabou caindo no lugar dela. Eu devia uma aquele cara por isso, gostando ou não ele tinha salvo a vida na minha irmã e isso era algo que eu não poderia agradecê-lo, que droga.

Eu levei Amy ate próxima do vampiro, ele já tinha se arrastado ate o canto do corredor e estava se recompondo, eu andei ate onde Amy estava procurando algo, mas não achei nada, só uma barra de cereal e uma lanterna, ela realmente veio preparada, coloquei a barra no bolso e liguei a lanterna, depois andei na direção de Amy e Drake:

-Que merda foi aquela? – ele perguntou se levantando com dificuldade e cobrindo o rosto da luz da lanterna

-Um desabamento, o chão partiu e parece que parte das paredes cederam – o barulho provavelmente foi tão grande que desacordou o vampiro já que ele tinha sentidos aguçados e caso William ainda estivesse vivo, algo me dizia que ele estava, então podia estar no mesmo estado ou pior

-Que droga, eu apaguei

-Eu sei, e parece que o monstro caiu no buraco

-O que? Serio?

-É, ele fez isso para me salvar – Amy disse já normalizada, mas com os olhos avermelhados, pelo que parecia ela não tinha mais sua mochila e sua adaga, ou seja sem comida ou arma, que droga

-Mas não podemos ficar aqui para sempre, se ele caiu então deve estar em algum andar abaixo da gente, vamos atrás dele – não acredito que disse isso, mas eu devia um para o cara

Drake e Amy concordaram com a cabeça e saímos do corredor, era uma armadilha, provavelmente ate a porta era falsa, maldito seja o criador daquela coisa. Em alguns minutos nos tínhamos pegue o outro caminho que se separava em mais três e novamente estávamos de volta aqueles corredores malditos:

-E agora? – falei – qual? Não podemos arriscar e cair em mais armadilhas

-Acho que vi algo – Amy disse – vindo do corredor a direita

-O que era? – Drake percebeu apreensivo – eu não vi

-Eu não sei, só vi, agora vamos

Não tínhamos nenhuma dica melhor então seguimos Amy, andamos por um corredor e então dobramos repentinamente em outro e quando percebemos estávamos de cara com uma bifurcação:

-Agora esquerda – Amy disse como se já soubesse para onde irmos – a coisa esta próxima – ela disse

E quando nos demos por nós Amy tinha parado de frente para um corredor de onde saiu varias facas da parede, Drake congelou a parte dele e eu me abaixei por pouco, a única zona que não tinha recebido nenhuma faca tinha sido onde Amy havia parado.

Depois disso passamos por mais duas separações e chegamos a um corredor, um corredor enorme com uma porta, esse tinha que ser o certo, nos andamos ate ficarmos próximos da porta, mas antes de Amy poder abri-la Drake gritou:

-Cuidado Winchester

Eu me movi bem rápido para o lado e deu tempo de ver o porrete enorme descendo e quebrando o piso de onde eu deveria estar, quando olhei vi um ogro enorme ao meu lado, sua pele era em um tom rosado, ele era alto com quase dois metros e meio, bastante musculoso como todos da sua espécie e narinas enormes que pareciam duas grutas de tão grandes, um amontoado de cabelos ruivos saiam pelas suas duas narinas, parecia um floresta vermelha, em compensação ele não tinha cabelo algum na cabeça e um par bem pequeno de chifres na testa:

-Caçador! – ele gritou girando e movendo seu porrete junto, mas eu dei um mortal para trás e escapei do golpe que ralou parte da parede jogando poeira no ar

-Monstro – falei olhando para a criatura – da onde veio?

-Não se faça de idiota, nos sabemos que vocês da academia já sabem de nos, os the killers – a criatura disse a ultima parte com um tom bem orgulhoso e arrogante

-Só queria confirmar

A criatura avançou novamente com um movimento que ate chegava a ser lento se comparado ao outro ogro que tinha enfrentado na academia, me joguei para o lado, o golpe do monstro havia sido muito precipitado deixando a parte de dentro do braço a mostra, Drake então cravou varias estacas de gelo naquela parte fazendo o monstro estremecer de dor e largar o porrete. No outro segundo Drake já estava na frente do ogro e cravou uma lança de gelo que entrou pela sua narina esquerda e atravessou o crânio, quando retirou a lança ele acabou rasgando o nariz e criando uma abertura razoavelmente grande na face fazendo pedaços de cérebro saírem pelo nariz e escorrerem pelo chão:

-Fraco – Drake disse – uma pena que não é o único

Logo que ele acabou de falar entendi o que ele queria dizer, dois novos monstros apareceram, dois goblins, um armado com uma lança e chicote e o outro carregando um facão e um escudo. Os dois avançaram, o da lança veio na minha direção e do facão na direção do vampiro.

O goblin começou com uma estocada rápida, me esquivei, mas acabei tomando um rasgo no ombro, o monstro era menor do que eu, ele tinha um metro e dez, mas a lança tinha dois metros e vinte e ele a segurava pela ponta com habilidade conseguindo acertar um alvo bem mais alto. Mas um ataque desferido, me movi para o lado e tomei um rasgo próximo do peito, se aquilo continuasse assim eu ia terminar nu e meu adversário intacto.

Drake não parecia estar melhor do que, ele tinha começado bem, desferiu uma chuva de estacas de gelo, o goblin se defendeu com seu escudo e atacou com o facão com uma velocidade bem grande, mas Drake não se amedrontou, ele defendeu todos os ataques com sua lança e então atacou o goblin, a criaturinha se defendeu com o escudo, um golpe, dois golpes, três golpes, o escudo resistiu, mas no terceiro ataque ele se partiu e antes que o quarto golpe o acertasse ele se moveu e acertou um corte no joelho de Drake, durante os ataques o goblin se aproximou ganhando uma vantagem na distancia e acertando o ataque.

Drake se ajoelhou com o ataque, ele teve os tendões cortados, mas mesmo assim não desistiu, ele aproveitou o descuido do adversário e acertou a lança no estômago dele, ele então retirou a lança e iria cravar a lança novamente se o goblin que me enfrentasse não mudasse de alvo e prendesse as mãos do vampiro com o chicote. Eu não ia deixar por isso, acertei um chute na cabeça do goblin fazendo-o cambalear e então roubei a lança dele e cravei nas pernas dele fazendo ele soltar o chicote e caísse no chão.

Drake se soltou do chicote a tempo de se defender do golpe de falcão que veio na direção da sua cabeça, a lança se partiu em duas, Drake pegou o pedaço sem ponta e desarmou o adversário e pegou a parte com ponta e cravou no peito do goblin.

O facão foi para próximo de mim então o peguei e decepei o goblin restante com um só golpe. Depois disso me joguei no chão e cravei o facão do meu lado, Drake se escorou na parede e se sentou lentamente, aos poucos o tendão dele se regenerou e após isso ele tomou um longo gole da sua garrafa térmica, depois fechou-a e se levantou:

-Parece que estamos no caminho certo

-É – concordei me levantando

Amy já estava na porta só esperando nos dois, os monstros não tinham atacado ela, achei estranho, mas acho que eu e o vampiro éramos os alvos mais óbvios, mas algo que não engoli foi fato dela ter feito nos dois lutarmos sozinhos, ela nem sequer se moveu a luta toda, aquilo não era ela.

Descemos a escada em pouco tempo e quando chegamos ao arco de pedra nos escoramos por um tempo, nos já estávamos no terceiro andar e tínhamos matado três adversários, alem de ver um morto e outro morrer, já tinham ido cinco:

-Um triângulo – Amy disse – vamos povo já estamos no terceiro andar se seguirmos a lógica do Michael

Eu e Drake então as seguimos correndo, ela passava pelos corredores rapidamente como se já soubesse para onde ir, então me lembro do meu desenho, três pessoas correndo num corredor com o arco com o desenho do triângulo, não, não era um triângulo, era a triforce, Amy era um saco com relação a essas coisas.

Então parei, me lembrei de cada palavra dela ate agora e do jeito como ela tem agido, não era um triângulo, era a triforce, olhei para Drake e ele entendeu o recado e com um movimento rápido jogou três estacas na direção de Amy que se esquivou com um salto que mais parecia desferido por um ginasta profissional do que pela minha irmã, porque não era minha irmã:

-Quem é você? – perguntei indo com os dedos em direção ao anel

-Sou sua adorada irmã Michael, como pode desconfiar de mim?

-Por quer você não é ela e é bom você me falar logo onde ela esta ou você já era

-Eu já disse que sou eu, como pode ter duvidas quanto a isso?

Levantei minha mão esquerda e apontei minhas mãos para ela como se estivesse com uma arma na mão:

-O que você pensa que esta fazendo? Esta ficando doido irmãozinho?

-Vamos ver o louco

Depois de mais alguns segundos o anel começou a brilhar e então minhas armas se materializaram em minhas mãos:

-Aqui esta o louco 

Atirei sem nem pensar duas vezes, acho que negocio do anel tinha surpreendido mais do que esperava e a copia da Amy quase não conseguiu se esquivar tomando um tiro bem no estômago, ela me olhou com raiva e seus olhos estavam prateados:

-Olhos prateados, vulnerabilidade a prata – falei rodando as armas nos meus dedos – como pensei, um doppelganger

A criatura me olhou com raiva e aos poucos seu corpo foi mudando ate se tornar um ser humanóide de pele negra como as sombras da biblioteca, olhos prateados e sem nenhuma feição para distinguir se era homem ou mulher, seu corpo agora era só uma massa que recriava um corpo que também não mostrava nada que se pudesse dizer se era de homem ou mulher, era realmente um doppelganger, o metamorfo perfeito:

-Caçador – sua voz era quase robótica, sem distinção nenhuma de homem ou mulher – você realmente acha que saber quem eu sou vai mudar alguma coisa?

-Vai, agora eu posso cravar um tiro na sua fuça e acabar com a sua raça

Ela me encarou com raiva, ou pelo menos eu penso que era de raiva já que não dava para distinguir nada naquele rosto:

-Você e esse vampiro maldito vão pagar

-E como pensam em fazer isso?

-Agora que vocês caíram na armadilha e se separaram tudo fica mais fácil

-Então foram vocês que armaram aquilo?

-Sim fomos nós, e lhe garanto que agora vocês não têm a mínima chance separados daquele demônio maldito  

-Não pense que eu sou fraco seu maldito metamorfo – Drake disse mostrando as presas e o ar começou a esfriar

-Fraco sei que você não é, mas sei que você não é forte o suficiente para enfrentar o chefe – o monstro falou bem baixo para que nenhum de nos escutasse a ultima parte – e nem ele vai ter a força para enfrentar quem ele vai enfrentar

-Chefe? Que chefe? – Drake falou sem escutar a ultima parte, ele estava tão concentrado na suposta ofensa que nem deve ter escutado

Um uivo, foi tudo que ouvimos como resposta e vinha dos corredores, então um homem apareceu, ele devia ter quase trinta anos, era alto, quase dois metros de altura, um físico monstruoso, cabelos loiros bem grandes e erguidos com gel, barba e olhos azuis escuros, ele vestia uma calça militar e uma regata branca. Meu corpo tremeu assim que coloquei os olhos nele, era quase como se seu corpo emanasse poder, ele era forte, mas não só fisicamente, ele realmente forte:

-Olá moleques – ele disse mostrando um sorriso enorme – eu sou Ferdinand Alimovich, um dos três membros do triunvirato que comanda a organização the killers e será um prazer matá-los – ele disse abrindo um sorriso ainda maior

-Então finalmente um dos chefões apareceu – Drake disse com um sorriso quase tão grande quanto o de Ferdinand – e ainda por cima é um lobisomem maldito

-Fala a praga que é um vampiro – disse o lobisomem soltando um enorme riso – não pense que tem chance contra mim criança, nem você caçador, nem que viessem mil de cada um de vocês seria o suficiente para me entreter

-Ora seu – Drake queria avançar com tudo que tinha na direção dele, mas no mesmo momento eu o segurei

-Não pode simplesmente partir para cima dele assim

-Não importa seu imbecil! – Drake gritou visivelmente com raiva, ele não suportava a presença do lobisomem – eu vou matar esse cara com ou sem a sua ajuda ou intervenção

-Ótimo então morcego – Ferdinand falou – que tal isso – ele pegou uma faca que havia no seu cinto – eu vou fazer uma linha no chão, quem passar por ela vira automaticamente meu adversário, mas não se preocupem, contanto que estejam atrás da linha eu não tocarei em vocês mesmo que me ataquem

O lobisomem rodou a faca no seu dedo indicador e então cravou ela no chão com um movimento veloz, para falar a verdade foi super veloz, a única coisa que vi foi a faca sumindo no ar e indo parar no chão, quando a faca se cravou no chão uma fenda começou a se formar formando uma linha no chão que se estendia por vinte metros:

-Ai esta – o lobisomem falou – quem quiser me enfrentar é só passar daí

Meu corpo não parou de tremer, nunca tinha visto ninguém com tamanha força física, ele fez uma fenda daquele tamanho com um simples movimento e com uma faca, imagina o que conseguia quando lutava a serio?

Drake já ia avançar na direção da linha que estava a três metros da gente quando o parei:

-Não ouse me parar – ele falou mostrando as presas

-Não vou te parar, mas ao menos use a cabeça, ele disse que não nos atacar enquanto não passarmos da linha então vamos usar o orgulho dele contra ele, nos dois podemos acertá-lo daqui se quisermos então vamos fazer isso, ele não é o tipo de cara que você vai querer enfrentar no mano-a-mano e sei que você não é burro para não perceber isso – Drake rosnou

-Certo então caçador, vamos usar seu plano

Drake mandou cinco estacas diretas no peito de Ferdinand, uma ia bem em cima do coração enquanto as outras acertariam seus pulmões, não era difícil de errar afinal o peitoral do lobisomem era enorme.

As estacas acertaram em cheio, mas o efeito não foi o esperado, as estacas mau atravessaram a blusa dele e ficaram presas no peitoral dele, Ferdinand começou a tirar as estacas e pelo que pude ver nenhuma delas estava com sangue e quando olhamos para seu corpo ele não estava nem arranhado.

Não pensei duas vezes, aproveitei que ele ficou distraído com as estacas e atirei, dois tiros direto na cabeça, já tinha lidado com pessoas que possuíam músculos duros como aço e aprendi do pior jeito que se não dava para perfurar os músculo então atacasse a parte que tinha menos músculo.

No momento em que as balas iam acertá-lo ele levantou a cabeça com uma velocidade espantosa e então só escutei o barulho das balas sendo paradas por algo, só podia ter acertado, tinha que ter acertado, minhas esperanças estavam naqueles tiros, mas elas se dissolveram quando Ferdinand mostrou seu rosto, as balas estavam entre os seus dentes da frente, ele havia parado elas mordendo, algo que era para ser impossível, a força deveria ter arrancado os dentes dele:

-Mido bonujo cagafeorot – Ferdinand disse e então percebendo que sua fala estava irreconhecível cuspiu as balas – muito bom caçador, foi realmente uma estratégia esperta tenho que admitir – ele então abriu um longo sorriso

Aquele sorriso já estava me dando abuso, e parecia que para Drake também já que ele correu na direção do lobisomem, ele estava com a lança em mãos e poucos centímetros antes de passar da fenda ele desferiu uma estocada direto no diafragma de Ferdinand que nem se preocupou em se esquivar, ele não precisava, no momento em que a lança acertou o corpo dele ela se partiu, mas Drake não perdeu tempo, assim que ela se partiu ele mandou dezenas de pequenas estacas de gelo na direção da cara de Ferdinand que defendeu todas apenas batendo nelas com as costas das mãos, algumas passaram pelas enormes mãos do lobisomem, mas assim que rasparam no rosto dele elas se quebraram, mais uma onda de ataques e nenhum arranhão naquele cara:

-Então nenhum de vocês esta afim de passar da fenda para podermos lutar a serio não? Estou cansado de brincar

Drake deve ter se sentido ofendido com aquilo porque não pensou duas vezes em cruzar a linha, não posso dizer bem que ele cruzou, pelo que pude ver Drake só colocou o primeiro pé depois da linha e Ferdinand já estava sobre ele com um soco pronto que fez o vampiro voar e bater em mim fazendo ambos caírem:

-Agora sim – Ferdinand disse rindo – vamos, vamos, não me digam que agora que a brincadeira começou vão desistir?

Drake se levantou de cima de mim com dificuldade, ele estava com uma marca roxa enorme no peito que dava para enxergar pois bem em cima dela estava um buraco na camisa dele, podia ter parecido um soco, mas parecia ter sido mais um tiro. O vampiro provavelmente estava se remoendo de dor, mas continuou a avançar, eu corri para impedi-lo dessa vez:

-Pare seu imbecil – disse pegando no ombro dele

-Não ouse me tocar humano – Drake me pegou pelo braço e me arremessou

Quando percebi estava no ar, eu tinha sido arremessado na diagonal, eu estava a sete metros de Drake e tinha atravessado a linha, eu percebi isso porque de um segundo para o outro Ferdinand se materializou acima de mim com um sorriso:

-Você passou da linha caçador

O soco dele havia sido tão veloz que nem o vi desferindo, mas senti toda a dor, meu corpo foi lançado ao chão de uma vez, senti o chão se partindo quando toquei nele e senti também minhas costelas se partindo em pedaços e um litro de sangue subindo pela minha garganta.

Eu não conseguia me mover, meu corpo estava doendo por todos os cantos, o ar havia saído dos meus pulmões e eu estava agonizando enquanto buscava alguma gota de oxigênio, mas a única coisa que vinha era o sangue que eu cuspia aos montes:

-Você ainda esta depois da linha – Ferdinand disse com um outro sorriso e se aproximando de mim – antes de te matar caçador quero que saiba que poucos humanos foram capazes de sobreviver ao meu soco entoa em honra a isso quero que me diga seu nome

-Michael Winchester – consegui dizer antes de mais uma tosse cheia de sangue, meu corpo não estava respondendo a nenhuma ordem minha e o oxigênio não queria vir aos meus pulmões, desse jeito eu entraria para a lista de humanos que morreram com apenas um soco dele

-Winchester você diz? Agora entendo porque conseguiu sobreviver ao meu golpe, então em honra ao seu nome, Michael Winchester, eu vou matá-lo agora com mais um dos meus socos

Eu vi enquanto Ferdinand erguia o braço para mais um soco, mas antes que ele abaixasse seu braço Drake se materializou atrás dele com as mãos cobertas de gelo:

-Você é meu lobisomem!

As garras de gelo atravessaram as costas de Ferdinand fazendo-o estremecer e parar seu golpe, ele então esperou que Drake retirasse suas garras das costas dele e desse alguns passos para trás:

-Mas que merda – Drake disse percebendo que não tinha alcançado a profundidade que queria com o ataque

-Há há há há! – Ferdinand começou a rir bem alto, muito alto, a biblioteca parecia tremer e a poeira começou a cair das prateleiras – eu sabia que ficar de vigia nessa missão ia dar em algo, veja Lizza eu finalmente fui machucado depois de tantos anos – Ferdinand falou provavelmente para a doppelganger e continuou rindo

-Mestre – ela correu na sua direção desesperada – como pode alguém ferir o mestre? Deixe-me cuidar desse ferimento

Foi quase instantâneo, no momento em que ela terminou a frase um soco de Ferdinand voou na cara dela e então a cabeça voou para fora do corpo e se perdeu na escuridão da biblioteca, eu e Drake ficamos pasmos com aquilo, com um só soco, isso só mostrava que mesmo a força que ele usou contra nos não era o seu máximo, e a pior parte, ele ainda estava na forma humana, imagine se virasse lobisomem:

-Ai ai que idiota – Ferdinand disse se virando para nos como se nada tivesse acontecido – imaginem só, eu precisando cuidar de um ferimento assim? – Ferdinand apontou para o machucado nas costas como se não fosse nada e começou a rir

-Ora seu – Drake começou a gerar novas garras de gelo – eu vou cravar minhas garras nesses seus músculos de merda e depois vou arrancar dente por dente desse seu sorriso

-Se você diz – Ferdinand deu de ombros como se as ameaças não significassem nada para ele – mas lembre-se vampiro

-Do que lobisomem?

-Você ainda esta depois da linha

O sorriso no rosto de Ferdinand se tornou sombrio e então, em uma fração de segundos, um soco cortou o ar, por pouco Drake conseguiu se mover para o lado, mas a pressão do soco tornou o ar ao redor da zona de contato do punho uma verdadeira lâmina que cortou a bochecha esquerda de Drake que partiu a bochecha em duas, o pedaço de baixo da bochecha caiu e Drake o levantou e o juntou com o pedaço de cima.

Os dois pedaços da bochecha esquerda se juntaram quase instantaneamente, Drake então entrou em posição de ataque, mas quando se virou Ferdinand já estava na frente dele:

-Atrás de você imbecil! – gritei cuspindo mais sangue e acabei me engasgando dessa vez, a cada tosse meu peito doía cada vez mais, mas ao menos o ar já estava voltando

Drake se abaixou no momento em que mais um poderoso soco do lobisomem passou por ele, a pressão do ar causou um corte nas costas dele a poucos milímetros da coluna vertebral, o corte abrangia quase toda a região das costas dele e se tivesse acertado na coluna provavelmente a teria partido em dois.

Assim que o soco passou o vampiro se ergue desferindo um potente gancho com sua mão banhada em gelo direto no queixo do lobisomem, mas diferente do que o esperando Ferdinand nem se moveu, ele só acertou uma joelhada no estômago de Drake fazendo-o subir alguns centímetros no ar, e antes que o adversário caísse Ferdinand o desferiu o chute nas costelas o fazendo voar alguns metros.

O lobisomem andou lentamente rumo a Drake, ele parecia bem calmo, e deveria, era incontestável a superioridade dele perante nos dois, com um soco e eu já estava no chão sem poder mexer e rezando para não morrer ali impotente, alem disso Drake mal conseguia tocá-lo e quando conseguia mal parecia afetá-lo comparado a destruição que Ferdinand causava com um soco.

Mas eu não iria morrer sem levar meu adversário comigo, uma das minhas armas estava bem distante, a negra, mesmo que me braço estivesse com o dobro do tamanho não conseguiria pegá-lo, mas por sorte a branca estava bem próxima, poucos centímetros do meu braço esquerdo. Tentei me esticar o mínimo necessário, mas com o simples movimento do meu braço meu lado esquerdo do peito começava a doer, cada mínimo esforço já trazia uma dor insuportável e a cada segundo Ferdinand estava mais próximo do seu alvo, ele estava andando mais lento do que o normal, já devia estar saboreando a vitoria iminente. Tentei mexer mais uma vez, mas nada, meu corpo só respondia com espasmos fortes na área das costelas e do ombro no lugar de executar o movimento.

Faltava menos de um metro para o lobisomem atacar, ele já estava preparando mais um dos seus potentes socos quando me veio na cabeça uma idéia obvia, teria me batido de tão obvia se já não estivesse machucado.

Comecei a me concentrar, concentração era a chave para usar a droga do anel, eu tinha descoberto isso a pouco tempo.

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Durante o primeiro dia de treino, após terminar a sessão de tiros fui me deitar, coloquei as armas em cima do birô que havia no quarto e me deitei, mas não dormi na hora fiquei mexendo no anel tentando entender como funcionava, mexia de um lado para o outro e nada, então simplesmente coloquei ele de lado apontando na direção das armas e fui dormir, mas antes de conseguir dormir um brilho roxo começou a sair do anel, me virei para o ver o que era aquilo e quando vi o anel estava, eu não sei como explicar, parecia que ele estava mapeando minhas armas e quando terminou simplesmente se apagou retornando ao seu estado normal.

Eu me arrastei ate o anel e fiquei mexendo nele, não sabia o que tinha acontecido e piro como eu tinha causado aquilo então fiquei fazendo as mesmas coisas da ultima vez tentando recria o efeito luminoso, em vão. Nada de luz, nada de nada, então coloquei o anel de lado novamente e fui dormir. Mas antes dei uma espiada para ver se algo aconteceria, nada aconteceu.

No outro dia coloquei o anel no dedo, as armas no bolso e fui para a aula, assim que todo aquele sofrimento acabou fui para a floresta para mais um treinamento, comecei pegando as armas e dando uma rápida sessão de tiros, zerei dois cartuchos para cada arma e então parei para descansar, coloquei as armas e a mochila em uma arvore e me escorei em outra próxima.

Fiquei só deitado descansando o corpo por uns trinta minutos, minha vontade era de voltar a treinar, mas o sono que surgiu era mais forte, prometi a mim mesmo quase fechando os olhos que se minhas armas aparecessem em minhas mãos naquele momento eu acordaria.

Meus olhos já estavam praticamente fechando quando o anel começou a brilhar, olhei para ele e lentamente ele começou a soltar sua luz novamente, só que dessa vez na direção das minhas mãos e aos poucos a luz ia formando o desenho de ambas as pistolas e quando terminou o anel apagou.

Toquei nas armas, eram reais, meus olhos então foram em direção das arvores, as armas não estavam mais ali, o anel tinha materializado elas, a primeira vez ele estava reconhecendo minhas armas como os novos itens dele, já que a arma do ogro tinha sido destruída.

Não acreditei naquilo e fiz novos testes, cada vez colocava as armas mais longe e somente me concentrando fazia elas se materializarem, quanto maior a distancia entre nós mais difícil ficava materializá-las, mas não impossível, só tinha que me esforçar mais. Parecia que eu finalmente tinha entendido meu novo brinquedo.

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Eu finalmente tinha dominado o anel, mas era mesmo do que nada naquele momento, a dor era tão grande que eu não conseguia me concentrar o suficiente materializar as armas que estavam a poucos centímetros, Ferdinand já tinha começado sua nova onda de ataques, ele primeiro levantou Drake pelo pescoço e depois começou a bater nele, socos potentes diretos no estômago, os outros ferimentos já pareciam ter se recuperado, mas isso não mudava em nada a dor que o vampiro deveria estar sentindo. Depois do quarto soco ele começou a cuspir sangue, bastante sangue, quase tanto quanto eu, só que se para humanos sangrar é ruim, para vampiros é péssimo.

Vampiros não se importam com contusões, elas não são totalmente mortais para eles, mas se uma única gota de sangue começar a escorrer então o ferimento já se torna algo relevante, cada gota de sangue que o vampiro perde, por qualquer motivo, já aumenta sua fome e alem disso ocorre uma quebra na sua força, a força de um vampiro vem do seu sangue, sem ele os vampiros não passavam de carcaças inúteis e Drake era um belo exemplo disso.

Cada tossi saia um jato de sangue, e a cada jato parecia que a força do vampiro diminuía brutalmente, Ferdinand viu que seu adversário já era então o jogou no chão, ele acenou a cabeça de uma maneira negativa como se não admitisse aquela vitoria, eu aproveitei aquela distração, só teria aquela chance, me concentrei o máximo que pude, mesmo ignorando a dor que só aumentou ao ponto deu tossir novamente, dessa vez saiu pouco sangue, não sabia se era porque eu estava me recuperando dos ferimentos, ou porque não tinha mais sangue para tossir. Mas nada disso importava, o importante era mandar aquele desgraçado para o outro mundo e aquela era minha única chance.

Ferdinand já ia dar as costas para Drake quando eu havia conseguido, a arma se materializou na minha mão, firme e com algumas balas no seu interior, nem tive tempo de mirar direito, só apontei na direção da cabeça de Ferdinand e atirei com tudo que tinha.


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Notas finais do capítulo

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