Mistletoe escrita por Jules


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

NOTAS FINAIS! NOW!
Dedico: Tiff, e Hannah *-*



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Arrastei as duas mãos novamente pelo tecido do vestido e respirei fundo enquanto serrei os olhos por um curto momento. Todo o ano que passara voltava em minha mente, todas as complicações amorosas e do cotidiano invadiram rapidamente meus pensamentos. Certas lembranças me fizeram sorrir, já outras me fizeram tomar um grande nó na garganta.

Minha situação com Vitor tinha ficado na mesma, parecíamos até duas crianças birrentas. Nunca mais falei com ele desde o acontecimento, e de certa forma aquilo me deixava meio abatida. Minha amizade com Bianca tinha seus altos e baixos, mas, o jeito em como Bianca me entendia era impressionante. Brigar com ela, chutá-la, cortá-la, vários tipo desses acontecimentos podia ser feitos por mim para ela, que eu sabia que não havia chances de perdê-la.

Meus pais acabaram sabendo sobre meu namoro com Justin, a mídia ficou sabendo também, e eu e Justin certamente não tínhamos o porquê esconder das fãs, muito menos da mídia. Meus pais foram compreensivos com a volta, já Bianca... Ah situação passada me fazia soltar grandes gargalhadas.

Mãos se envolveram em minha cintura, e um queixo extremamente bem desenhado foi-se escorando em meu ombro. Virei um tanto assustada e logo observei Justin com um sorriso encantador no rosto. Era impossível não sorrir, meu sorriso extremamente mal feito ficou estampado por um bom tempo até Justin me dar um simples selinho, acabando com a espessura.


– Pronta para ir? – Disse me olhando dos pés a cabeça.

– Sempre estou pronta. – Sorri animada.

Você está linda! – Sussurrou ao meu ouvido.

– E, Eu acho que eu vou vomitar. – Afirmei com os olhos arregalados.

– O QUE?! – Perguntou desconfiado, logo se afastando de mim.

– Brincadeira! – Ri e ele me abraçou novamente.


Finalmente era óbvio e clássico, FORMATURA! Finalmente mais um ano havia passado e era triste. Era nosso último ano juntos, junto com os meninos idiotas e bobões e as meninas choronas e ridículas, mas, do mesmo jeito a saudade era imensa. Mas, cara, é faculdade agora! Um lugar mágico. Não, não, não, mentira... Teremos que estudar do mesmo jeito, mas de certa forma a faculdade se torna especial, mesmo com o fato de sermos obrigados a estudar.

Voltei minhas atenções para o mundo real ao perceber que Justin me puxava pela mão direita e minha mãe gritava feito uma louca do primeiro andar. Agarrei a mesma e logo desci as escadas e logo um flash veio em minha direção.


– MÃE! – Berrei impaciente e logo franzi os olhos. – Dá pra parar de tirar fotos? – Falei e ouvi uma risada baixa sair de Justin.

– Temos que guardar essas recordações! – Disse – Agora, você e Justin! – Disse fazendo gestos com as mãos para que eu e ele nos aproximássemos.


Rosnei e logo Justin posicionou as mãos a minha cintura e fizemos uma pose qualquer para que minha mãe pudesse tirar a tão desejada foto. Rolei os olhos e logo desci as escadas e fui beber água. Pela minha conta, eu devo ter tomado cerca de três copos de água antes de sair.


– Querida, acho melhor você tomar uma ‘Água de Melissa’ para se acalmar! – Papai disse.

– Não, se eu tomar aquilo é capaz de eu cair dura lá perto dos cambiais! – Ri.

– Vamos, ou vocês querem chegar atrasados? – Mamãe perguntou.


Sorri para Justin e logo nos direcionamos para dentro do carro.

Apertei com força uma das mãos de Justin que estavam por cima de uma parte do vestido que estava em cima do banco. Tentei achar algum refúgio para o nervosismo, mas, nada me acalmara.


(...)


Justin, papai e mamãe sentaram em cadeiras para os convidados, e eu logo fui me direcionando ao fundo do gramado, onde todos os formando estavam. Bianca sentou ao meu lado e Liam sentou ao outro, e ao seu lado, Joana.

Logo a cerimônia começou e todos nós entramos em fila até os acentos dos formandos.

Reprimi um suspiro e empinei os olhares, olhando fixamente para frente, logo chegamos aos nossos lugares e fomos cantar o hino dos Estados Unidos e o maldito hino na escola. A diretora fez um discurso enorme e assim se seguiu. Logo cada um pegou seu diploma e logo se sentaram novamente.


– E agora a representante da turma, Mellany Moore, vai dizer algumas palavras. – A diretora disse me olhando com descaso, gargalhei revirando os olhos, ela amava a mim. Eu sabia disso. Todos aplaudiram e eu dei uma corridinha até o palco, ouvi os gritos de meus amigos se destacarem, enquanto eles se levantavam e berravam Liam e outros certos alunos mesmo começaram a assoviar, ri me sentindo um tanto envergonhada. Só queria esperar pelo que Justin estaria a falar.


– Ah... Oi! – Ri – Bom, é por isso que não deveriam me deixar fazer discurso, eu SEMPRE estrago tudo! – Afirmei e todos soltaram uma risadinha complexa. –Bom... Tentar resumir três anos da sua vida é complicado, são muitas as historias pra serem contadas, são muitos os momentos pra serem relembrados, são muitas pessoas que entraram e saíram de nossas vidas, juntos vivemos e aprendemos, tentamos mudar o mundo, salvamos o Monsenhor, choramos, sorrimos e vibramos. Cantamos nas ruas, participamos de eventos. - Joguei meus olhares para Bianca, Joana e Liam, que logo riram - Sobrevivemos pra contar esta e muitas outras histórias, casos de amor, amizade, fraternidade, casos de família. – Logo lancei os olhares aos familiares - Agora difícil mesmo é tentar lembrar-se de tudo isso sem dar saudades. Dá uma saudade… Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia. Momentos que foram trágicos, hoje são super engraçados. Deixar para trás momentos de pura felicidade é doloroso, mas necessário, pois acabamos de cumprir uma das melhores fases de nossas vidas, e não devemos parar no tempo. Pois o tempo não para e devemos dar continuidade à vida. – Respirei fundo e reprimi o choro.

– Quando tínhamos cinco anos, nos pediram que disséssemos o que queríamos ser quando crescesse. Nossas respostas foram coisas como astronauta, o presidente, ou no meu caso, uma princesa. – Ri e todos riram - Quando estávamos com dez anos, eles perguntaram novamente. Nós respondemos a estrela do rock, cowboy, ou no meu caso, medalhista de ouro. – Ri novamente e o mesmo ciclo se formou - Mas agora que nós crescemos, eles querem uma resposta séria. Bem, quem diabos sabem? Este não é o momento de tomar decisões duras e rápidas, esta é a hora de cometer erros. Pegar o trem errado e ficar preso em algum lugar. Apaixone-se… muito. – Sorri feito uma boba - Se interesse por filosofia, porque não há nenhuma maneira de fazer uma carreira, além disso. Mude sua mente e mude de novo, porque nada é permanente. Então, cometa muitos erros, como você pode. Dessa forma, algum dia, quando voltarem a perguntar o que queremos ser, não terá de adivinhar. Nós saberemos.


Abaixei os olhares e reprimi o choro novamente.


– Agora eu pergunto se valeu à pena. Valeu à pena? Claro que sim, valeu a pena cada segundo, os dias de cansaço, exaustão e de tédio. Valeu a pena cada passo pelo caminho traçado, as disputas, cada história, não é? Valeu a pena, mas agora muitos de nós não vamos mais estar juntos todos os dias, muitos deixaram para seguirem seus caminhos, conviver com uma pessoa desde a sua infância e perder o contato diariamente é difícil, um grande vazio ficará em nossos corações, não chegamos ao fim, pois eu tenho certeza que em nossos caminhos terão muitas outras grandes surpresas e muitas outras grandes alegrias, e agora eu posso afirmar pra vocês se valeu a pena. Sim valeu a pena e muito! – Olhei para o chão do gramado e logo uma lágrima escorreu, mas ninguém pareceu notar - Então turma de 2011, é aqui que nos despedimos, e talvez nunca mais veja vocês, por isso quero dizer que são incríveis, e que não desejo nada além do melhor para vocês, são inesquecíveis e insubstituíveis, nunca se esqueçam disso, eu amo cada um de vocês, tudo bem, nem todos. – Todos riram, e eu olhei pra baixo tentando me conter. - E espero que sigam os seus sonhos desde a época em que ainda brincávamos de pega-pega! OBRIGADA POR TUDO! EU AMO VOCÊS! – Berrei jogando meu chapéu para cima, e logo todos começaram a fazer o mesmo, sorri abertamente escutando “Viva La Vida” de o Coldplay começar a tocar nas enormes caixas de som.


Dei uma corridinha escrota até as meninas que se afogavam nas próprias lágrimas. A primeira a me abraçar foi Joana, que ficou por um bom tempo fungando em minhas costas, enquanto Liam e Bianca abraçavam os parentes. Bianca logo veio entre lágrimas me abraças, com as mãos tremulas ela me puxou para um abraço forte e confortantes.


– Ei, por que estão chorando? Nós todas vamos para a Universidade de Stanford, certo? – Falei enquanto limpava com os polegares as lágrimas de Bianca.

– Nem todas nós temos uma ficha extracurricular cheia como a sua! – Joana riu. – Eu amo tanto vocês! – Afirmou e logo nos abraçamos novamente.

– Cara, parece que foi ontem que agente se falou pela primeira vez! – Bianca disse enquanto lançava os olhares para mim.

– Foi na cantina, enquanto eu comia a salada e você derramou suco de uva em cima das minhas calças! – Ri.

– É, a nossa amizade é muito intensa, mas, é pra vida toda! – Afirmou e logo se jogou em meus braços.


Separamos-nos uma da outra e enxugamos as lágrimas que escorriam pelo rosto inteirinho. Logo vi Liam se direcionar a mim com os braços estendidos. Corri até ele e envolvi minhas pernas em sua cintura, o mesmo me girou rapidamente e afogou o queixo em meu ombro. Suspirou ali mesmo e logo me apertou contra seu corpo novamente.


– Eu vou sentir sua falta, pequena. – Afirmou.

– Eu também, grandão! – Afirmei e logo soltamos uma risadinha fraca.

– Ei, eu quero a minha namorada! – Justin cutucava as costas de Liam enquanto ria.

– Ela é toda sua, eu tenho a minha garota! – Liam riu e logo pegou Joana nos braços, enquanto à enchia de beijos.


Olhei a cena e ri sem animo algum, observei Bianca chorar feito um bebê, enquanto corria até os pais. Justin me olhou com um olhar apreensivo, e logo me abraço.


– Parabéns! – Afirmou e logo me deu um selinho.

– Minha vida não vai ser nada sem esse pessoal. – Falei enquanto afundei meu queixo entre a divisória de seu ombro.

– Ei, Universidade de Stanford... – Riu enquanto me balançava. – Eu não gosto de te ver chorar. – Disse enquanto limpou as lágrimas com os polegares.

– É choro de alegria! – Conclui.

– Espero. – Fez um biquinho e logo puxou uma das minhas mãos. – Eu quero que você me mostre sua escola, vem! – Disse tentando mudar de assunto e me puxando pelo braço.

– Pera, é só uma escola normal. Carteiras, lousas, piso, cantina. Uma típica escola americana! – Ri sem humor algum.

– Ah, Mel! – Fez um biquinho sedutor e eu revirei os olhos.

– Tá, VEM! – Ordenei e logo o observei soltar uma risada.


O arrastei para fora do ginásio. Caminhamos pela grama molhada com um tanto de repulsa pelas gotas que entravam pelos sapatos. A relva ainda permanecia ali, e o vento não chegava a incomodar tanto.

Justin parecia caminha com nojo em meio a grama, o olhei apreensiva e o escutei soltar certos xingamentos para a relva que enroscava nos sapatos. Ri comigo mesma.


– JUSTIN BIEBER! – Gritos eufóricos fizeram com que eu Justin ficássemos imóveis.


Elevei a cabeça para que ficasse possível observar quem dera o grito. A loirinha praticamente estava pendurada no pescoço de Justin, enquanto ofegava ao seu pescoço. As mãos de Justin logo deram leves tapinhas nas costas da garota, enquanto arregalava os olhos para mim. Dei um sorriso de cantinho enquanto matava a garota mentalmente.


– Justin eu te amo tanto! Sou sua maior fã! – Disse ofegando novamente.

– Ah... – Justin tentava falar algo, mas, sua voz estava trancada pela falta de ar. A garota o apertava com força, fazendo-o não conseguir falar.

– Por que não fala nada? – A garota perguntou eufórica.

– Se fosse possível...- A voz de Justin saia fraquinha e roca.

– Posso tirar algumas fotos com você? – Perguntou com um sorriso de orelha a orelha.

– Ah... – Antes mesmo de completar a frase jogou os olhares para mim, e eu apenas assenti com a cabeça com um leve sorriso no rosto – Claro! – Riu.

– Ah, okay! Eu quero uma foto bem bonita para ir para o meu Facebook! – Afirmou rindo enquanto posicionava a câmera em um ângulo acessível.


Afastei-me dos dois e elevei a cabeça e a girei pelo gramado. Avistei Vitor com os braços para trás, a cabeça abaixada e caminhando pelo gramado, um tanto pensativo.

Era a hora de esclarecer as coisas. A melhor hora? Não tenho certeza, mas que não podia permanecer com aquela briguinha de cão e gato, isso eu tinha certeza.

Caminhei até ele com extrema repulsa. Reprimi o choro ofensivo e o cutuquei suas costas, fazendo o mesmo elevar a cabeça e se virar para mim. Arregalou os olhos e os pôs dentro dos meus. Respirei fundo novamente e o observei respirar junto.


– Oi. – Falei sem enormes animações.

– Oi. – Respondeu com frieza.

– Temos que resolver isso! – Afirmei e ele corou rapidamente.

– Eu errei, e admito isso. Cobrei de mais de você, e de minha parte isso foi extremamente infantil. Perdi a cabeça por longos minutos, e talvez aqueles minutos forma certamente os mais constrangedores e torturantes minutos. – Reprimiu novamente e respirou pesado – Do fundo do coração, MIL perdões.

– Eu entendo que estivesse preocupado com minhas atitudes, talvez eu tivesse mesmo tomado a pior decisão da minha vida, mas, para mim foi a melhor... – Falei e por alguns minutos o silencio permaneceu ali. – Suas palavras aquela manhã, significaram muito para mim, de verdade! – Sorri e ele sorriu junto.

– Foram palavras verdadeiras, cheias de sentimentos, e muito duras para ser escutada por uma garota de 17 anos... – Afirmou e contorceu os lábios.

– Foram duras, sim, sem sobra de duvidas. Mas, foram verdadeiras, e lindas... Obrigada! – Falei. – Espero que compreenda o ‘Apenas amigos’. – Afirmei meio que em um tom de pergunta.

– Demorei um bom tempo pra aceitar a decisão, mas, sou crescido e um homem de 20 anos tem que aprender a lidar com esse tipo de coisa.

– Então... Apenas amigos... – Afirmei e ele assentiu com a cabeça.

– Apenas... Amigos... – Disse.

– Ah, eu tenho que ir... – Cortei o silencio enquanto apontava para o lado onde Justin estava ainda tirando fotos com a loirinha.

– Ah... Claro, seu príncipe lhe espera! – Afirmou rindo, e eu o mostrei a língua.


Cheguei até Justin e lhe dei leves tapinhas nas costas, esperando a loira terminar com acessão de fotos. A garota me olhou de cantinho e rosnou. Arqueou as sobrancelhas e me olhou com nojo e desprezo.


– Não sei se percebeu, mas estamos tirando fotos! – Disse num tom irônico me encarando dos pés a cabeça.

– Não sei se percebeu – Falei imitando seu tom de voz irritante – Mas, eu não sou cega, e para sua informação, farei questão de estragar mais um pouco! – Falei e dei um sorriso cínico. Levei meu rosto até perto do de Justin e lhe dei um beijo. Foi o possível para que a garota abrir a boca em um perfeito ‘’o’’ a arregalar os olhos. Justin soltou um risinho irônico e logo sorriu sem mostrar os dentes.

Arg... – Bufou e saiu dali batendo os pés.

– Vai tarde! – Gritei enquanto a abanei.


Justin soltou um risinho irônico e alto, envolveu os braços a minha cintura e cochichou ao meu ouvido:


Tão ciumenta...

– Só estou preservando o que é meu por direito! – Falei em um tom esnobe, e logo soltei uma risada baixa.

Mas, tão fofa... – Concluiu e plantou-me um beijo estalado na bochecha


Seguimos até a parte de dentro da escola. Onde ninguém praticamente se encontrava, somente a bibliotecária, que estava sentada em uma das mesas da Biblioteca, onde Justin me obrigou a entrar e mostrar a ele como era uma Biblioteca.

Existem horas em que eu realmente acho que Justin é doente, ou sei lá, problemático. Justin ficou famoso a mais ou menos 4 ou 5 anos, e de certa forma ele com certeza já deve ter pisado em uma Biblioteca. Mas, sua reação ao ver a de minha escola foi muito estranha. Seus olhos ficaram arregalados e brilharam logo em seguida, pude sentir seu coração puncionar e bater em uma rapidez impressionante, e, aquilo realmente parecia novidade para ele. O que a fama não faz, não é mesmo?

A bibliotecária implorou por fotos e autógrafos, então, obviamente fiquei por um tempo esperando, mas tomei outro rumo. Adentrei por completo a Biblioteca, e observei cada espaço da sala. Iria ser meu ultimo dia lá, então seria legal ter uma lembrança em memória até mesmo da Biblioteca. Ali bem no meio de tantos livros, Andressa estava cavoucando em meio à grande quantidade dos livros. A observei por um momento e logo soltei um “Rum, rum” para que ela voltasse às atenções até mim. E foi assim feito, ela me observou por alguns segundos e sorriu tímida.


– Oi. – Disse Andressa em um tom tímido.

– Oi. – Afirmei ríspida. – Por que está enfiada dentro da Biblioteca? Você nunca foi uma pessoa de chegar perto da porta da Biblioteca. – Falei rindo.

– Sei lá, decidi simplesmente entrar aqui pela primeira vez! – Riu envergonhada – E você? Em plena a formatura dentro da Biblioteca... – Arqueou as sobrancelhas.

– Ah, o Justin ele queria conhecer a Biblioteca! – Ri e ela fez uma careta.

– Ah... A tá. – Afirmou.

– E como você está? Não nos falamos mais depois da viajem... Como foi a reação da sua mãe, em relação... À aquilo? – Perguntei enquanto me sentei no chão, junto à ela.

– Foi tranqüilo! – Riu ela.

– Tranqüilo?

– É... Eu tenho 17 anos, e minha mãe 32!

– Pera, sua mãe te teve com 15 anos? – Perguntei incrédula.

– Aham... Então foi super tranqüilo. Ela só me deu um baita sermão e depois conversamos como mãe e filha sobre o caso! Simples. – Riu, e eu soltei um risinho de desespero.


(...)


– Por que eu tenho que usar essa venda? Ela está pinicando... – Afirmei em um tom choroso, e rocei as mãos na mesma.

– Calma querida, só mais um pouquinho... – Mamãe tentava me acalmar, mas, nada daqueles palavreados chegavam a demonstrar isso – Pronto! – Mamãe puxou meus braços e me fez parar e ficar intacta no lugar.

– Já posso tirar a venda? – Insisti.


Eles cochicharam algo, e ficaram naquilo por um bom tempo. Os cochichos eram Tão, mas tão baixinhos, que mesmo eu –que estava ao lado deles- não fui capaz de escutar suas conversas.


– Posso? – Perguntei praticamente levantando um dos lados da venda.

– NÃO! – Justin berrou e retirou minhas mãos de cima da venda – Só mais um pouquinho. – Sussurrou ao meu ouvido, e na mesma hora estremeci.

– Tá... – A voz de papai começava a surgir de longe e mesmo com tanto tempo de espera, eles ainda me fizeram ficar mais nervosa ainda com o pequeno tempo em que permaneceram calados. – Acho que podemos tirar a venda! – Concluiu papai em um sonoro tom musical.


Meu coração acelerou entre aquelas palavras. Okay... É nessa hora que eu poderia travar as mãos de quem desatava a faixa? E eu mesma a arrancasse de meus olhos? Não, okay...

Apertei os punhos no mesmo instante em que senti mãos desatarem a venda, ao poucos ela foi pairando e a imagem fosca de algo grande e escuro começou a surgir. Era um carro.

Era um carro. Era um Carro. Era um carro. Caralho era um carro!


Minha boca foi aberta em uma força incorrigível, e meus olhos se arregalaram logo em seguida, e um simples som saiu por descuidado. Um sonoro ‘O meu Deus’ escapou, mas permanecia imóvel, apenas observando o carro prateado, com quebra-mato, estepe e outros tipos de mecanismos que somente homens e algumas mulheres conseguem distinguir.

Fiquei sem palavras por um bom tempo, observando apenas mamãe sorrir e papai a acompanhar com as siluetas, enquanto Justin não demonstrava reação.

Pisquei por diversas vezes em uma tentativa falha de fazer com que eu mesma acordasse daquele sonho. Tá, não era sonho mas eu mesmo assim pensei que nada daquilo fosse real, como a primeira vez que beijei Justin!


– Mel, você tá bem?! – Perguntou Justin em um tom de extrema preocupação, pôs as mãos sobre minhas bochechas e me chacoalhou aos poucos.


Joguei os olhares aos pais, que há esta hora deveriam estar rindo e ao mesmo tempo comemorando. Abri um longo sorriso, mostrando todos os dentes, e soltei uma pergunta extremamente besta, sem emoção, e que até uma criança de 5 anos saberia responder:


– Isso é pra mim?


Mamãe e papai trocaram olhares e soltaram uma risada fraca, mas não falaram nada.


– E para quem mais seria? – Respondeu Justin, com um sorriso insano no rosto.

– Vamos lá bebê, entre no seu novo carro! – Mamãe disse sorrindo enquanto me arremessava às chaves com um chaveiro gigantesco com a letra ‘M’.


Minhas aulas de direção começavam na semana seguinte, então, as chances de rodar na prova diminuíam muito. Papai a partir de agora poderia passar a me dar aulas.

Adentrei o carro e o cheirinho de novo aguçou meu nariz. Respirei com maior intensidade para poder sentir o cheiro novamente. Afofei novamente o banco de couro e abri um largo sorriso.

Realmente deixar um volante em minhas mãos era um grande perigo, mas... A partir de agora era minha responsabilidade mostrar que eu era já uma adulta, e que seria capaz de andar de carro, sem atropelar meio mundo em viajem.

Bateram na calota do carro, e me tiraram de meus pensamentos. Justin me chamava para fora do carro com uma das mãos, enquanto mamãe e papai se abraçavam. Sai do carro e lacrei a porta do mesmo. E logo fui distribuir abraços novamente.


(...)


Cobri o rosto com uma das mãos, e botei os pés para fora do carro. Justin fez a mesma coisa. Os pedidos de “Justin, Justin, Justin” dos fotógrafos se afastavam a cada passo que dávamos para entrar portão adentro.

Justin abriu a porta de casa e entrou, e lá fui eu fazendo a mesma coisa. A casa de Justin estava completamente vazia, o que me fez estranhar por que sempre que entrei ali, alguém sempre cheio de educação –o que chegava a me incomodar às vezes- nos recepcionava com um sorriso forçado no rosto. Mas, okay...


– Onde estão todos? – Perguntei confusa, e fui pondo a bolsa em cima do sofá de coro.

– Dispensei todos. – Ele disse simples e logo foi subindo as escadas.


Subi junto e adentramos o quarto, que, wow! Estava completamente desorganizado, e aquele tipo de desorganização me deixava completamente louca. Adentrei o mesmo com um olhar de suplica para Justin e um tanto nervosa, não sei bem pelo que mas, eu estava nervosa.


– O que foi? – Justin perguntou com um riso irônico.

– Qual é a sua preguiça de arrumar o quarto? – Perguntei ríspida, e ele franziu o cenho.

– Tenho pessoas que fazem isso para mim! – Disse com um sorriso insano no rosto.

– Tá, o que viemos fazer aqui mesmo? – Perguntei com um imenso sorriso no rosto.

– Ah, sei lá, ver um filme, comer besteira, faz um bom tempo que eu não me divirto assim. – Disse sentando na cadeira giratória à frente da bancada onde ficava o notebook – Ter um tempo para nós dois! – Admitiu em um sussurro.

– Awnt! – Fiz um som completamente estranho, envolvendo meus braços em volta de seu pescoço e plantando um beijo estalado em sua bochecha.


Justin soltou uma risada baixa,e puxou meus braços, fazendo com que eu desse meia volta e sentasse em seu colo. Justin me acomodou com os braços e me arrumou em cima de suas pernas, e logo serrou nossos lábios.

Desnecessário dizer que era bom, não é mesmo? Eu pareceria uma idiota, se ficasse ditando cada movimento que ele fizera, mas, deixa pra lá. Apenas curti o momento como se fosse o último, pois, não sabemos nem uma vírgula do que poderá acontecer, só esperamos que fosse de melhor para melhor.

Afaguei seus cabelos quando separamos o rosto um do outro, Justin vasculhou a mão debaixo da escrivaninha e tirou dali uma pilha de filmes, onde deles ele retirou o que mais me dava medo –e sim, ele sabia disso- Dia dos namorados macabro. Me diz ai, quem não tem medo daquele filme? Bom, se você ainda não olhou, realmente aconselho a NÃO olhar! De relance não vi a capa do filme, mas depois que Justin inclinou o caixote, pude observar a capa. Ele deu um sorrisinho malicioso e maldoso em minha direção.


– Não! – Ordenei saindo de seu colo, e sentando na cama.

– Qual é, Mel, não somos mais crianças pra ficar com medo de filmes de terror! – Ele fez uma careta enquanto retirou o filme de dentro da capa e o pôs para rodar.

– Você não tem pena de mim, não? – Falei em um tom choroso e meloso.

– Não! – Ele disse imitando meu tom de voz.


(...)


– Mel, qual é! Olha pro filme, não tem nada de mais! – Justin falou rindo, tentando me tirar de debaixo de seu braço, onde minha cabeça estava completamente enfiada, impedindo a visão do filme.

– Não. – Falei baixinho e Justin riu novamente.

– Dá pelo menos dá para você parar de balançar as pernas?

– Não.


E um simples silencio tomou o quarto, os berros que antes me faziam estremecer aviam sumidos, e o barulho agudo que Justin fazia para me assustar havia parado. Elevei os olhares e encarei Justin.


– Eu desliguei a televisão, satisfeita? – Falou em um tom esnobe, e risonho.


Virei para a televisão e ele realmente estava desligada. Suspirei aliviada. Voltei meus olhares à Justin, que riu sem ânimo algum, e me encarou.


– De quem foi à idéia? – Perguntei insana.

– Do que exatamente?

– Do carro!

– Dos seus pais, ué.

– Você não pagou nada, não é mesmo?

– Ah... Por que isso te grila tanto? – Perguntou.

– Não é que me “grile” é que, sei lá, eu me sinto um tanto incomoda por você já ter me dado tantas coisas, e eu...

– Você é o meu presente! – Riu e me plantou um beijo na testa. – Mas, só para você saber, eu vou te dar o seu presente amanhã!

– E o que é? – Perguntei.

– Não posso dizer, é surpresa!

– Ah, vai Justin, me diz. – Supliquei.

– Não posso dizer, mas posso afirmar que você jamais vai se esquecer! – Disse rindo.


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Se as notas finais não fossem importantes, obviamente eu não iria escrevê-las *-* Então LEIA!


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Notas finais do capítulo

Oi '-'
Esse cap tá mais pra resolução de todos os problemas e talz, já que estamos chegando ao fim, achei legal esclarecer tudo entre os personagens! Ficou grande, não?
Bom, vamos direto ao assunto: Fiquei por mais ou menos 1 mês sem postar e os motivos são MUITOS: desorganização, falta de criatividade, e PREGUIÇAAAA!K
A questão é: Eu já estou completamente cansada de pedir reviwes pra vcs. É chato gente, entendam... Então, eu -não vou falar EXIJO, por que iria pegar mal- QUERO chegar aos 300 reviwes nesse cap, ou seja. Se não chegar aos 300 reviews nesse cap, nada de próximo! :) Sejam felizes e escrevam reviews! *-*
Bjo :*



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