Estávamos indo para o local onde o portal ia se abrir.

– Não vai dar tempo. – disse Mary – o portal vai abrir antes.

– Então vamos mais rápido – falei apertando o passo.

Chegamos a um parque no meio da cidade, ele era gigante, cheio de arvores e tinha um lago no meio.

– Por onde começamos a procurar? – perguntei vendo a extensão do parque.

Ouvimos alguns gritos.

– Mais alguma pergunta? – Mary perguntou ironicamente.

– Vamos logo – disse Leo.

Corremos para o lugar de onde tinha vindo os gritos, muitas pessoas corriam na direção contraria, isso queria dizer que estávamos no caminho certo.

Chegamos em uma parte do parque que o chão era cheio de areia, eu não me lembrava dessa areia, quando eu olhei mais adiante eu soube porque.

Um monstro de areia, ele tinha a forma de um humano, tinha cabeça, braços, tronco, mas as pernas eram um monte de areia sem forma que tocava no chão. Ele estava lutando contra uma garota mais ou menos da minha idade tinha cabelos loiros e segurava uma espada.

– Vamos ajudar ela – falei – Carta de classe, Espadachim.

O meu corpo brilhou, eu olhei para trás e vi que os meus amigos faziam o mesmo.

Corri para ajudar a garota, quando eu estava perto da luta vi que o monstro tinha prendido ela pelos pés afundados na areia e o braço dele formava um tipo de espada. Eu tinha que tirar ela de lá, mas eu estava muito distante dela.

– Haste. – falei.

A minha espada brilhou e três cristais luminosos apareceram ao redor de mim, eles emitiam uma luz verde, a luz saiu deles e foi em volta do meu corpo formando uma aura.

Tudo ao meu redor ficou mais lento, não eu tinha ficado mais rápido, corri para onde a guria estava e pulei de encontro a ela, a espada do cara de areia passou logo depois que eu consegui tirar ela do caminho, no ar eu ainda estava com a aura e consegui dar um mortal e cair de pé com a garota no meu colo.

Ela olhou para mim.

– Me larga – falou se mexendo e saindo dos meus braços.

– De nada. Cuidado

A criatura tinha se virado para nós e lançado um jorro de areia, nós dois nos desviamos. Leo começou a tacar bolas de fogo no monstro que não fazia muito efeito só deixava o monstro um pouco irritado, o monstro ficou de costas para mim e começou a atacar o Leo e a Mary.

O Leo conjurou um escudo de fogo e a Mary começou a atirar flechas no monstro.

Noticia ruim: as flechas não acertaram, o monstro só abria um buraco e as flechas passavam por ele sem fazer estrago.

Noticia pior: as flechas estavam vindo para cima de mim.

Quando as flechas estavam quase me acertando comecei a brandir a minha espada desviando todas as flechas.

– Mary para de atirar! Você ta quase me acertando.

– Desculpa! – ouvi a resposta do outro lado do monstro.

Como se vence um monstro de areia? Antes de eu conseguir responder essa pergunta o monstro virou de novo para mim e começou a me atacar.

Toda vez que ele jogava um jorro de areia eu me esquivava, quando ele tentava me dar um soco eu cortava o braço dele, e ele fazia outro juntando a areia do chão.

– Leo não da para fazer uma magia de água para endurecer ele? – perguntei.

– Não dá, só tenho grimório de fogo.

– Troca de arma, Flecha de fogo.

A Mary começou a atirar flechas de novo, o monstro usou a mesma tática, mas dessa vez as flechas começaram a explodir quando chegavam perto dele.

– Boa – falei.

Ficamos assim por um tempo eu e a garota atacando com espadas e desviando dos ataques, a Mary e o Leo tacando fogo nele.

Começamos a cansar depois de um tempo, os ataques do monstro nos acertavam cada vez mais.

– Cansei disso. – disse um voz vinda do meio das arvores – Carta mágica, Circulo de transmutação.

Um círculo brilhante apareceu debaixo do monstro e ele começou a endurecer, a areia que o formava estava virando cimento. Quando todo o monstro virou cimento eu aproveitei e dei um ataque quebrando o monstro, ele se quebrou em cacos e aos poucos foi sumindo.

Senti alguma coisa aquecendo o meu corpo, mas depois essa sensação sumiu.

Uma carta apareceu na minha mão, um grimório de água.

Olhei para as arvores, do lugar que tinha vindo a voz saia dali um garoto mais ou menos da minha idade cabelos castanhos com umas roupas um pouco estranhas, elas pareciam ser de algum exercito ou algo parecido.

A garota olhou para ele como se tivesse vergonha do que acabou de fazer.

– Bianca você foi reprovada no teste – disse ele.

A garota ficou cabisbaixa parecia que ela ia chorar.

– Quem é você? – perguntei.

– Meu nome é Max Demian, o alquimista. E você deve ser o mais novo integrante do grupo da Mariana.

– Sim, isso daqui é seu – disse entregando para ele a carta do grimorio.

Ele apenas sorriu sarcasticamente.

– Pode ficar, eu não preciso dessas coisas.

Ele se virou e saiu pelo mesmo caminho que veio.

– O que aconteceu? – perguntou Mary quando chegou.

– Um tal de Max apareceu aqui.

Os olhos dela arderam em raiva.

– Max? – perguntou Leo.

– Sim, que é ele.

– É o líder do grupo mais forte dessa região – explicou Bianca – eu estava tentando entrar no grupo dele antes de vocês aparecerem.

Eu olhei para ela e vi que ela estava triste.

– E você nos culpa por isso? – perguntei.

– Não, eu sei que eu não iria vencer ele sozinha, muito obrigado por me salvar – disse ela corando.

– Desculpa por aquilo – disse também corando.

– Ah, Leo isso aqui é para ti – disse entregando para ele a carta.

– Obrigado, isso teria nos ajudado mais cedo.

– Bianca você quer participar do nosso grupo? – perguntei.

Ela olhou para mim um pouco mais feliz.

– Claro.

Alguma coisa aconteceu e eu, a Mary e o Leo voltaram para o beco que tínhamos usado para nos transportar para a área de treinamento.

– O que aconteceu? – perguntei.

– O tempo voltou, eu tinha te explicado isso. – disse Leo.

– É meio difícil se lembrar de tantas coisas.

– Daqui a pouco você se acostuma – falou Mary.