Birthday(pt. 4)

Caminharam um pouco mais, afinal, o outro parque não ficava a muitas quadras dali; logo avistaram as flores de um tom de rosa claro, quase branco, de uma das várias árvores cerejeiras do parque. Gerard, perdido em seus devaneios, nem notara que já haviam chegado, só despertando quando o menor se soltou de seus braços e lhe segurou a mão, correndo até o parque, sorridente. Gerard terminara de ajeitar os últimos detalhes em sua mente de como seria o dia e concordava com a cabeça, o que fora retribuído pelo menor com uma expressão confusa e de divertimento, o mesmo deu de ombros e envolveu os braços no pescoço do maior ao que caminhou para trás deste. Gerard piscou lentamente e sorriu ao que o menor lhe dera um beijo leve na bochecha.

– Então, aonde quer ir primeiro, Gee? – o menor disse calmamente, porém com certo ânimo no tom de voz; Gerard olhou em volta com um pouco de dificuldade.

– Não sei, Pequeno. Tem alguma loja específica que gostaria de ir? – Frank ficou pensativo e logo fez uma expressão animada e entreabriu os lábios, porém antes Gerard já começara a se pronunciar. – Exceto a loja de doces...

– Ah, Gee! – o menor fez uma expressão manhosa, assim como o tom em que sua voz soou, mas mantinha um sorriso a contragosto no canto dos lábios cheio, Gerard riu por ter acertado a dedução de qual seria a loja que Frank gostaria de ir primeiro.

– Mais tarde nós vamos, eu prometo. – Gerard disse calmamente, em seguida, com um pequeno esforço, conseguiu se soltar dos braços do menor que envolvia seu pescoço e virou se de frente para o mesmo, o abraçando pela cintura, logo lhe dando um beijo leve. Separou-se e sorriu, assim como o outro que tinha as bochechas coradas e que voltou a pisar normalmente, já que ficara na ponta dos pés para alcançar melhor o rosto do maior.

– Então... Que tal a loja de vídeo-games? – disse, agora segurando a mão de Gerard, olhando para a loja e assim notando que o parque não estava muito cheio e que, por mais estranho que parecesse, ninguém os olhava com desprezo.

Naquela parte da cidade eram onde se encontravam os “diferentes” e, conseqüentemente, excluídos da sociedade “normal” – e hipócrita – de Jersey, sendo assim, todos basicamente se respeitavam, mesmo que não se conhecessem.

Gerard sorriu de leve e balançou a cabeça positivamente, logo o menor já lhe puxara em direção á loja.

O dia se passara tranqüilo; Os garotos olhavam atentamente para cada loja que lhes chamava atenção. Frank acabou comprando alguns cartuchos para seus vídeo-games, Gerard alguns CDs que faltavam para uma de suas coleção, Ambos passaram um bom tempo na loja de quadrinhos , no final levando alguns, e passavam em outras lojas, uma dessas vendia camisetas, as mesmas de bandas, das quais os garotos almejariam por um bom tempo se não as comprassem no momento.

O sol já se punha quando os garotos, cansados, decidiram se sentar em um dos bancos de madeira do parque. A brisa leve bagunçava um pouco os cabelos dos garotos, mas os mesmos não ligavam, apenas observavam cada detalhe que, por mais que fossem pequenos, tornavam aquela hora do dia tão encantadora. Frank, com a cabeça deitada no ombro de Gerard enquanto este lhe acariciava a mão, possuía os olhos fechados e um sorriso nos lábios. Gerard também sorria, mas já tinha em foco o que faria em seguida. Olhou no relógio grande da loja frente a eles e notou que logo voltariam, portanto, já estava na hora.

– Frankie? – disse, tentando acordar o garoto que quase adormecia em seu ombro. O menor murmurou em resposta, se aconchegando mais. – Quer comprar os doces ago–

– Sim! – o menor levantou-se, sorrindo abertamente. Gerard riu, balançando negativamente a cabeça.

– Certo, então vou comprar um sorvete logo ali atrás. Quer também? – disse o mais velho e o menor concordou com a cabeça.

– Mas eu não quero muito, só um pouco. – disse, fazendo um gesto com os dedos ao que dissera a quantidade que queria. Gerard sorria bobamente e riu de leve, logo puxando o menor pela cintura, lhe selando os lábios.

– Então nós comemos juntos. – disse um pouco, juntando suas testas com a do menor, que sorria corado enquanto assentia com a cabeça. O maior lhe selou os lábios rapidamente e logo o soltou, andando até a sorveteria, mas parando no caminho para ver se o menor entrava na loja e assim que este o fizera, pediu algumas bolas de sorvete de chocolate, com chantili e cerejas, afinal, era o tipo que ele e o menor mais gostavam. Assim que pagara, olhou para o banco e notou que o menor já estava lá, segurando outras sacolas além das que possuíam o que compraram. Caminhou até uma loja que ficava alguns metros do parque, e entrou na mesma rapidamente com medo de Frank suspeitar da demora e vir atrás do mesmo. Uma garota jovem esperava no balcão e ,ao notar que Gerard chegara, sorriu, correndo em direção a uma porta, logo saiu de lá e entregou o que trouxera a Gerard, que sorriu, agradeceu e foi embora, afinal já havia pagado antes. Tentou ser rápido e cuidadoso ao mesmo tempo, pois levava, além do sorvete, algo um tanto quanto frágil em seus braços. Chegou no banco e Frank fitava um ponto qualquer no horizonte, mexendo nervosamente as mãos sobre o colo.

– Desculpe a demora, amor. – sussurrou no ouvido do menor, causando um arrepio no mesmo que se assustou de leve.

– Ai Gee, que susto! – disse rindo de leve, virando-se para o maior. – Fiquei preocupado com você aonde esta... AH MEU DEUS! O-ONDE ACHOU? D-DE QUEM É? – o menor arqueou as sobrancelhas, seus olhos brilhavam radiantemente e não sabia se poderia tocar em algo tão frágil e inofensivo, por mais que fosse sua vontade.

– Achei no lugar mais comum para se encontrar vários outros diferentes, oras. – disse sorrindo, Frank continuava boquiaberto, contendo suas vontades. – e, agora ele é seu, se você aceitar, claro. – Gerard corou um pouco, desviando o olhar para o filhote de Beagle quase adormecido em seus braços, em seguida lhe acariciando de leve com o dedo, afinal, o pequenino era quase menor que sua mão.

– M-Meu?? – Os olhos de Frank brilharam ainda mais. – Gee, isso é sério?

– Sim, seu. – disse sorrindo, e cuidadosamente tirando o filhote de seus braços e o colocando nos de Frank, que piscava constantemente, maravilhado com aquilo. – Feliz Aniversário novamente, Amor. Espero que tenha gostado do presente.

– Gostado?! Eu amei! Primeiro os chocolates, agora o que eu sempre quis, desde pequeno! – Gerard se aproximou e abraçou o menor, ainda com dificuldade devido o sorvete, que, por sorte, estava em uma espécie de tigela pequena. Colocou o sorvete sobre a grama e sentou-se sobre a  mesma, em seguida Frank, cuidadosamente - afinal, além de frágil, agora o filhote dormia tranquilamente – se sentou sobre a grama, aproximando-se de Gerard, logo já selara seus lábios carinhosa e lentamente. Separaram-se e juntaram suas testas, roçando os narizes de leve, ambos sorriam.

– Eu te amo muito, Gee. Mais que qualquer coisa.

– Eu também te amo muito, Pequeno.

Ficaram em silêncio por um tempo, logo Gerard se encostara a uma arvore e puxou Frank para junto dele, o menor deitando em seu peito, acariciando o filhote enquanto o outro lhe abraçava pela cintura. A brisa leve tornava o clima ainda mais agradável, juntamente com a luz do sol que já se tornava fraca, mas se mantinha presente.

– Acabei me esquecendo do sorvete... – Gerard olhou para o pequeno pote ao seu lado, mas deu de ombros.

– Depois voltamos outro dia aqui com os garotos... – o menor disse, se lembrando de que realmente teriam de vir com os garotos, o que lhe fez sorrir de leve ao que se lembrou dos mesmos e de que agora não estava mais sozinho e que tinha a companhia e apoio destes para seja lá qual for o momento. Gerard sorria, fitando o filhote que descansava no colo no menor.

– Qual vai ser o nome do nosso filho? – disse rindo de leve. Frank riu e ficou pensativo por um tempo.

– Artie. – disse calmamente.

– Artie? – Gerard fez uma expressão confusa, por mais que gostara do nome.

– Sim. Vem de Arthur. – disse rindo um pouco, principalmente na hora em que o maior percebera o porquê. Suspirou. – Artie Iero Way.

Gerard riu e abraçou mais o menor, fungando no pescoço do mesmo, em seguida depositando um beijo em sua bochecha. Ficaram mais alguns minutos ali, mas já estava ficando tarde.

– Já está escurecendo. Vamos? – Gerard disse calmamente. O menor concordou com a cabeça e Gerard se afastou, levantando se e pegando Artie, para que Frank pudesse levantar; Ao que o menor fizera, lhe entregou o filhote de novo e pegou as sacolas e o pote no chão, em seguida o jogando no lixo e seguindo o caminho até a casa do menor. Chegaram e abriram a porta, se deparando com os amigos na sala, conversando animadamente. Ronnie, que ouvia algo que Max contava e sorria bobamente, logo notou a chegada de Frank.

– O Aniversariante finalmente chegou! – disse animadamente, mas logo voltou os olhos para o cachorro no colo do menor. – E MEU AFILHADO TAMBÉM!

Os garotos riram, principalmente Frank, e Ronnie correu até o menor, em seguida Max.

– É de verdade? – Ronnie perguntou inocentemente, abraçando Max por trás ao que chegaram mais perto.

– Sim, Ronnie. – o menor riu.

– Amor, eu quero um assim...

– Seu aniversário é só em dezembro, Ron. E sua mãe me mataria.

– Mas e quando morarmos juntos?

– Se você souber cuidar de si próprio até lá...

Ronnie sorriu, e abraçou mais Max. Frank e Gerard riam, em seguida o menor levou o filhote cuidadosamente até os braços de Ronnie.

– Cuidado com o nosso filho, hein. – disse, tentando parecer bravo, mas ainda sorria. Enquanto Ronnie fitava maravilhado, Max foi em direção ao menor e lhe dera um abraço.

– Feliz Aniversário novamente, Frankie. Sua mãe pediu para deixarmos os presentes em seu quarto, então se quiser ver...

– Eu disse que não queria nada, Max. Mas mesmo assim, Obrigada, de verdade. – sorriu. Em seguida olhou rapidamente para Ronnie e riu. – Acho que ele não vai te deixar em paz até que ganhe um cachorro.

– É... Eu também acho. – riu, olhando o garoto. – Ronnie é assim desde que éramos pequenos, sempre quis um cachorro, mas a mãe nunca deixou, Então sempre íamos á um lugar onde uma senhora cuidava de alguns e deixava nós dois passarmos o tempo que quiséssemos ali – riu de leve, lembrando da infância longa que tivera com Ronnie.

– Eu gosto de ouvir essas histórias, e parece que a de vocês dois deve ser bem bonita...

– É... Quando formos ao parque eu conto com mais calma. – sorriu e Frank lhe retribuíra, assentindo com a cabeça.

– Max! – Ronnie chamou o garoto e o mesmo logo foi, acenando para o menor. Frank riu de leve, logo fora recebido por um abraço de Zacky.

– Feliz Aniversário, Frankie!! – disse animadamente. – Me desculpe não poder ter vindo de manhã, precisava acompanhar meu primo até o campo de Baseball, mas Brian também foi então decidimos ficar por lá.

– Tudo bem, Zacky, e Obrigado. – sorriu. Logo Brian chegara e abraçou o menor.

– Feliz Aniversário Frank! – disse sorrindo.

– Obrigada Bri! – sorriu. Logo ouvira seu nome sendo chamado da cozinha. Acenou para os garotos e caminhou até lá, encontrando Mikey, Ray e Linda.

– Hey Frankie! – Mikey caminhou até o garoto ajeitando os óculos, em seguida lhe deu um abraço. – Feliz Aniversário!

– Obrigada, Mikey! Que bom que veio! – disse sorrindo, em seguida acenou para Ray, que caminhou até lá.

– Oi Frank! Parabéns! – disse um pouco tímido.

– Obrigado Ray! – O menor lhe deu um abraço, rindo um pouco.

Se soltou e olhou para a mãe, que os fitava sorrindo. Sorriu e andou até a mulher, lhe abraçando fortemente.

– Obrigada, Mãe. Por Tudo. – disse calmamente e em um tom baixo. A mulher retribuiu o abraço com mais força.

– Você merece muito mais, meu amor. – disse, beijando a nuca do filho, logo o soltando. – Bem, compramos Pizza e bolo, mas como você não gosta dessas coisas de cantar parabéns, decidimos nem fazer isso.

O menor suspirou aliviado, rindo um pouco.

– Ainda bem que a senhora sabe... – a mulher balançou a cabeça negativamente, rindo de leve, mas logo arregalou os olhos, lembrando de algo.

– E meu neto, onde está?

– Com o Ronnie e o Max. – o menor riu e Linda já saíra correndo para a sala, Mikey e Ray indo juntos.

Gerard entrou na cozinha silenciosamente, e ao chegar perto de Frank lhe abraçou pela cintura, assustando um pouco o menor, mas que logo riu.

– Está gostando? – disse, roçando o nariz de leve na bochecha de Frank.

– Sim, muito! – sorriu. – Obrigado Gee, por tudo.

– Eu queria fazer algo melhor, mas eu não sei muito bem sobre festas e presentes, afinal, você que mudou tudo isso na minha vida. Mas eu espero que tenha gostado dos presentes.

– Eu amei, Gee. Tudo. – disse calmamente. – Mas você nem precisava de tanto, pois eu já tinha o melhor presente comigo. – disse sorrindo.

– Qual? – Gerard perguntou confuso, e o menor riu de leve, se virando e selando os lábios do maior calmamente. Afastou-se e suspirou, juntando suas testas.

– Você. – disse baixo.

Os olhos de Gerard brilhavam e o mesmo corou de leve, mas logo abraçou Frank forte e carinhosamente, o menor retribuiu e ambos ficaram daquele jeito por um tempo, logo voltaram para a sala e passaram até tarde da noite ali, aproveitando o momento ao lado das pessoas que lhe faziam bem.

E Frank estava certo, a única coisa que precisava era de Gerard e o amor que sentiam um pelo outro, pois se não fosse por isso, os dois não teriam chegado aonde estão, não teriam vencido os obstáculos, não acreditariam que um dia as coisas melhorariam, não acreditariam que amor verdadeiro existe.