Capítulo 10

When It’s Time

Desceram as escadas chegando até a cozinha, ainda de mãos dadas. Mikey não estava lá.

- Onde está o Mikey, Frank? – disse Gerard surpreso, pois o irmão sempre estivera ali a essa hora.

- Ele teve que ir mais cedo, para ajudar um aluno novo. Já avisei que você ira em casa hoje. – disse com um sorriso povoando seus lábios. O maior retribuiu enquanto caminhava até uma das cadeiras. Sentaram-se e sentiram um vazio ao que suas mãos foram afastadas, mas não quiseram demonstrar. Tomaram o café da manha calmamente em silêncio, apenas se olhando entre esse tempo. Gerard finalmente havia comido direito e Frank ficou feliz ao ver que conseguira pelo menos isso, sem muito esforço.

- Quanto tempo que não faço isso...  – disse o maior, após beber um gole de seu café forte. – é sempre corrido, nunca como, apenas bebo o café e queimo a língua ainda por cima, e você simplesmente consegue fazer com que eu tome um café da manhã decente. Seria isso magia? – disse pensativo, colocando a mão no queixo. Frank riu, balançando a cabeça negativamente. Olhou no relógio da cozinha e notara que já estava na hora de irem.

- Já terminou, Gee? –disse levantando-se e indo em direção á pia. A empregada dos Ways vinha apenas de fim de semana, portanto Gerard e Mikey cuidavam da casa, afinal, Donna nunca estava na mesma.

- Sim, Frank.  – disse ao se levantar e ir em direção a pia, arregaçando as mangas de sua blusa com cuidado para não tirar os curativos. – Pode deixar que eu–

- Sem chances, Gerard. Não temos tempo pra ficar fazendo os curativos novamente e sei muito bem que a água em contato com os machucados causa ardência, eu cuido daqui, é pouca coisa. – Revirou os olhos e tentou pegar a caneca da mão do maior, mas o mesmo a ergueu com um dos braços.

- Okay, Doutor, mas antes vai ter que alcançar, o que vai demorar um pouquinho... – disse Gerard com um sorriso de lado povoando seus lábios. Frank estreitou os olhos em direção ao maior, erguendo os braços para tentar alcançar.

- Gerard, vamos logo, não podemos nos atrasar!

- Antes você vai ter que alcançar, Pequeno. – Gerard riu divertido com a situação. Frank tinha um sorriso a contragosto em seus lábios, quase imperceptível. O maior estava encostado sobre a pia e Frank apoiado sobre si, e ambos não notaram o quão próximos estavam. Em um gesto automático, Gerard levou a mão leve até a cintura de Frank, que tinha uma das mãos apoiadas sobre seu ombro. Os olhos verdes fitavam o rosto bem feito de Frank e a mão que segurava a xícara amoleceu, o menor finalmente alcançando. Gerard soltou e desceu a mão lentamente, posicionando-a ao lado de seu corpo.

- CONSEGUI! – gritou o menor com um sorriso no rosto, só agora percebendo que seus rostos estavam tão próximos e que Gerard tinha a mão em sua cintura. Fechou os olhos e sorriu, abrindo-os lentamente em seguida, indo até o ouvido do maior. – Viu, eu não sou tão baixinho assim. – sussurrou causando um arrepio no maior e terminou com uma risada leve. Gerard acordou de seus devaneios e respirou fundo. O menor lhe fitava com um sorriso de canto, e ao notar que sua mão permanecia na cintura do mesmo, corou fortemente soltando a mesma. Frank riu, revirando os olhos enquanto balançava negativamente a cabeça, voltando a pia para terminar de lavar a xícara de Gerard, o mesmo, em passos apressados, caminhou até a mesa para guardar os alimentos que se encontravam em cima da mesma.

- Eu vou... Pegar o álbum de fotos, okay? – disse tentando “fugir do assunto”

- Certo, Gee. Vou estar lhe esperando na sala. – o menor ainda lavava as louças enquanto ouvia os passos apressados de Gerard em direção ao segundo andar e não era possível visualizar seu rosto, pois estava de costas , mas o mesmo tinha um sorriso povoando seus lábios. Se alcançar a xícara fosse sinônimo de que Gerard soltaria sua cintura, nunca teria realizado tal ato, mas vê-lo corado por realizar algo automaticamente,nem ao menos percebendo, era extremamente adorável. Secou as mãos em uma das toalhas penduradas no suporte da cozinha, suspirando enquanto caminhava pela sala, sentando-se no aconchegante sofá da mesma. Os Ways moravam em uma bela casa, grande e com uma aparência um tanto quanto britânica, a decoração com um toque italiano, mas nunca perdendo o estilo das casas de Nova Jersey. Nas paredes claras, variados estilos de quadros e uma grande estante de livros se encontrava na concorrente a que se encontrava a lareira, mais ao lado, a televisão.

Frank foi acordado de seus pensamentos ao que ouviu os passos de Gerard descendo as escadas com um álbum de fotografias na mão. Se levantou e sorriu enquanto pegava a mala e ajeitava nas costas, Gerard retribuiu o sorriso fazendo o mesmo, antes guardando o álbum em um dos bolsos. Caminharam até a porta e saíram, Gerard trancando-a e logo guardando a chave no bolso, aproveitando para deixar as mãos ali, Assim como Frank.

Chegaram ao lugar que menos gostariam de estar, recebendo os olhares novamente em suas direções. As expressões antes com sorrisos se tornaram em uma séria, e o coração de Gerard parou bruscamente ao pensar que tudo poderia se repetir hoje. Abaixou a cabeça e respirou fundo. Frank fitou o rosto de cada um que lhes olhava com certa fúria, mas voltou a atenção para o garoto cabisbaixo ao seu lado que tanto queria ver bem. Num gesto rápido, segurou a mão do mesmo com força, fazendo com que o garoto olhasse confuso para si, lhe dando como resposta um pequeno sorriso e um “ está tudo bem “ apenas movendo os lábios cheios. Correu em direção aos corredores que davam as salas de aula, Ambos entrando na que deveriam. Sentaram-se no mesmo lugar do dia anterior e esperaram o sinal soar, apenas trocando olhares e sorrisos durante esse período.

As aulas se passaram lentamente, cada uma mais tediosa que a outra. Frank e Gerard passaram o intervalo no esconderijo, agora de ambos, e contavam os segundos para o sinal do termino das aulas soar. Quando finalmente isso acontecera, Ambos arrumaram o material rapidamente, porém esperaram que a movimentação do corredor se tornasse mais amena. Sorriram ansiosos um para o outro e quando Gerard ia caminhar em direção a Frank, este já lhe puxara pela mão correndo até a saída, Gerard suspirando ao sentir o toque macio da mão do outro, melhor dizendo, ambos suspirando por isso. Enquanto corriam em direção a saída, recebendo os mesmos olhares, esbarraram em alguém,mais especificamente um grupo.

- Me descul– Frank levantou o rosto para visualizar quem era e engoliu a seco, o ódio tomando conta de si. Gerard levantou um pouco o rosto ao que sentiu o menor apertar sua mão, mas logo diminuir a força de como segurava e arregalou os olhos, quem tomara conta de si era o pânico.

- Ora, Ora, vejam só quem temos aqui! - gritou James abrindo os braços, mas logo fingindo uma expressão desapontada. – Mas o que?! O Emo Idiota não me ouviu e nem ao menos obedeceu às ordens que eu lhe dei de se mat–

- Ele não é obrigado a obedecer as ordens de ninguém, muito menos de alguém como você! – gritou Frank ao apertar as mãos de Gerard e colocar-se em sua frente. Os alunos olhando curiosos para a possível briga no pátio do colégio entre um Freak e um Valentão. O maior arregalando os olhos verdes. – e se encostar um dedo nele, as conseqüências vão ser bem piores. - James arqueou as sobrancelhas com um sorriso sínico no rosto. Gerard apertou a mão de Frank em desespero de o garoto acabar machucado no fim de tudo aquilo.

- Hum, está me desafiando, Iero? – disse enquanto rodeava os dois garotos, Frank o acompanhando com os olhos.

- Você é tão estúpido a ponto de não ter percebido isso? – perguntou Frank arqueando as sobrancelhas; Os alunos se surpreendendo, assim como Gerard, por Frank ter respondido a James, o garoto que nunca ninguém ousara contrariar. O sorriso do mesmo aumentando por ver o tão valente fora Frank.

- Olhem só... Não é que o Iero é corajoso?! O que acham,  garotos? – virou-se para Peter e Tom que olhavam sérios a cena. – Ele seria ideal aqui no grupo...

- Nunca! – disse Frank ainda mais enfurecido, seu peito subia e descia rapidamente. James se aproximou de Frank, os olhos azuis encarando os esverdeados.

- Bem, se eu fosse você não pensaria duas vezes ao largar esse idiota do Way, ele só vai estragar sua vida e fazer dela um inferno, por isso ninguém se quer conversa com ele, mas já que prefere continuar no inferno, siga em frente. – sorriu sínico novamente e virou as costas, caminhando até Peter e Tom. – Otários... – disse baixinho.

Frank respirou fundo, fechando o punho da mão livre ao lado do corpo, mas se segurou. Os alunos lhes olhavam ainda mais assustados e com mais desprezo, mas ele sequer ligou, principalmente após ouvir um soluço baixo ao seu lado, sendo assim, um soluço de Gerard. Abraçou-lhe pelos ombros com força e voltaram a andar em direção á saída, sendo acompanhados por olhares curiosos e enojados.

- Vamos, Gee, vai ficar tudo bem, não ligue para esses idiotas. – sussurrou apertando o garoto ainda mais em seus braços enquanto caminhavam.

Chegaram a entrada da casa de Frank. Era uma casa bela e grande, porém simples, sem portões de ouro ou qualquer coisa que os moradores daquele bairro consideravam “normal”, afinal, eram um dos bairros mais ricos da cidade. O jardim parecia bem cuidado e possuía duas arvores, uma de cada lado da casa, com bancos da madeira embaixo; o mesmo ocorria no fundo da casa. Não ficava muito longe da escola, portanto, também não ficava longe da casa de Gerard, o que facilitava ambos a decorarem o caminho. Ficava em uma rua calma, com uma pequena praça em seu centro. Gerard fungava e ao perceber que pararam, levantou a cabeça lentamente para visualizar a casa, e antes que pudesse perguntar Frank já havia lhe virado de frente para si, levando as mãos até o rosto do maior para limpar as lágrimas que manchavam o belo rosto alvo com o polegar em um toque leve.

- Gee, eu não quero te ver chorando por besteiras, okay? Você sabe que eu vou sempre estar aqui, para quando você mais precisar chorar ou qualquer coisa, mas hoje eu quero te ver feliz, certo? – disse com a voz rouca soando o mais calmo e doce possível, um pequeno sorriso povoando seus lábios. Gerard fez um gesto positivo com a cabeça, os olhos brilhavam devido às lágrimas que queriam, anteriormente, sair. Deu um sorriso triste e fungou novamente. – Agora vamos, quero aproveitar hoje o máximo possível! – o menor puxou Gerard pelas mãos em direção a porta. Entraram na sala, a mesma possuía paredes claras com alguns detalhes em marrom, nelas quadros e fotografias emolduradas estavam penduradas,Um sofá e uma poltrona que eram aparentemente macios, também nas cores marrom. Um grande tapete e uma mesinha de centro ficavam de frente para a lareira, no momento apagada e que possuía diversos porta-retratos em sua base e uma estante repleta de livros dava um ar ainda mais aconchegante a espaçosa sala. Ao lado uma simples televisão de modelo antigo. Gerard tentou observar as fotos acima da lareira, mas Frank lhe puxara, passando por um corredor e logo chegaram até a cozinha. Frank soltara a mão de Gerard – por mais que não quisesse – e caminhou até a geladeira.

- Parece que minha mãe adivinhou que eu traria alguém em casa hoje. – disse tirando uma caixa de garrafas de vidro de Coca-Cola da geladeira, a colocando na mesa. – Tem mais... Três dessas lá dentro! – disse com um sorriso povoando seus lábios, parando apenas para conferir a quantidade. Gerard riu, aproximando da mesa. – Hey, Gee, quer pegar alguns doces no armário? Escolha quais e quantos quiser, é o que não falta aqui em casa. – riram enquanto Frank pegava alguns salgados em um dos armários e Gerard caminhava até o outro. Os olhos de Gerard brilhavam ao que este notou a quantidade de doces presentes no armário. Chocolates, M&M’s, Red Vines, Skittles e mais outros variados caminhos para o inicio de uma diabete.

- Frank, são muitos! – disse impressionado, fazendo o outro rir. – Não sei qual escolher...

- Pegue todos... – Gerard arregalou os olhos olhando para Frank que riu ainda mais, revirando os olhos. – Não nesse sentido, Gee! Vamos ver qual o seu favorito?

- Skittles! – seus olhos brilharam como o de uma criança.

- Então pegue a quantidade que quiser de Skittles e pegue bastantes barras de Hersheys, afinal, sou viciado nesse chocolate. Do resto pegue o suficiente para nós dois. Simples. – sorriu, voltando a procurar os salgados no armário. Gerard fez o que o menor pediu e caminhou até a mesa, por sorte não caindo devido a quantidade de coisas que levava no braço. Frank já havia escolhido tudo e colocado em uma cesta. Pegaram as coisas, Frank fazendo questão de levar o mais pesado devido o braço machucado de Gerard.

- Parece que estamos indo para o deserto ou que não comemos a séculos...

- E se o mundo acabasse amanhã? Pelo menos vivemos os últimos minutos de nossas vidas comendo coisas que gostamos e... Ficando bêbados com Coca-Cola! – disse Frank com o sorriso cada vez maior enquanto subiam as escadas. Chegaram ao segundo andar e caminharam pelo corredor até uma porta de madeira escura no fundo do mesmo.

-... e juntos. – Gerard abaixou a cabeça, fazendo com que os cabelos escondessem suas bochechas que estalavam de tão vermelhas. Não devia ter dito aquilo,mas simplesmente precisou, não conseguiu evitar. Frank sentiu o coração falhar algumas batidas e as bochechas corarem levemente, deu um sorriso e inclinou a cabeça para visualizar Gerard, aproximando-se do mesmo e encostando a cabeça no seu ombro em um gesto carinhoso.

- Sim, Gee. Juntos. – Gerard levantou a cabeça para fitar o menor e quando mal havia feito,o mesmo lhe dera um beijo na bochecha,as mesmas corando ainda mais enquanto seu coração falhava algumas batidas e um calor percorria por todo seu corpo.Frank abriu a porta do quarto e andou até o centro do mesmo,em um grande tapete ao lado da cama,para colocar a caixa de Coca-Cola em cima do mesmo.

- Entre, Gee. Não ligue para a bagunça. – disse enquanto acendia as luzes, iluminando o quarto. Seu tamanho era um pouco maior que o de Gerard, exceto pelo banheiro, que possuía o mesmo tamanho. As paredes também eram pretas, mas os móveis tinham a cor branca. O piso de madeira escuro em contraste com as cortinas vermelhas  dava um ar um tanto quando agradável ao quarto. A cama grande de casal macia possuía o acolchoado cinza e os travesseiros pretos.  Vários posters e duas guitarras em seus suportes - uma Gibson Les Paul branca, da qual possuia "Pansy" escrita com adesivos, e uma vermelha sangue - também decoravam o quarto, acompanhados de uma estante com vários livros, DVDs, Disco, CDs e VHS’s. A escrivaninha estava organizada e ao lado da mesma se encontrava o armário, este de madeira escura e um rádio/toca-discos. Um pouco mais ao lado encontrava-se uma televisão com o modelo mais recente que possuía uma entrada para VHS’s e em baixo um aparelho leitor de DVD e o tão conhecido Atari. Gerard entrara e olhava maravilhado todos os detalhes do quarto. Frank riu enquanto olhava para Gerard com um sorriso bobo.

- Não é tão legal quanto o seu.

-Não é!? É absurdamente melhor que o meu, Frankie! – olhou Gerard incrédulo para o menor, enquanto caminhava até o mesmo se sentando no tapete, ao seu lado. Frank já havia aberto duas garrafas da tão adorada Coca-Cola e colocado um de seus CDs dos Beatles para tocar. Deram um gole e Frank suspirou. Tinha tantas coisas a perguntar para Gerard mas nem ao menos sabia por onde começar.

- Hum... Gee? – disse um pouco sem jeito e ao mesmo tempo pensativo. O outro lhe olhou como resposta. – Posso te...perguntar umas coisas?

- Já até imagino o que é, mas claro, Frank. – Sorriu.

- Por que você se cortou? Desde quando você faz isso?

- Bem, desde os 12 anos, e o por quê? Bem, os motivos são tantos... só sentindo para saber mesmo, Frankie. – disse calmamente.

- Eu sei como é... O desespero, a angustia, a dor, tudo se mistura... – fez uma expressão desolada sendo recebido por uma confusa.

- Você já... – mal terminou a frase e Frank já lhe mostrara os braços com cicatrizes de cortes que tanto lhe causaram dor. – Meu deus, Frank. Quando foi a ultima vez? Essa parece recente... – apontou para um dos cortes.

- Uma semana antes de eu entrar na escola. – riu,Gerard arregalando os olhos. – Estava feliz, pois ia sair daquele inferno onde eu estudava, mas no meu ultimo dia os garotos que me perseguiam fizeram algo parecido com o que James e os capangas dele fizeram com você, mas não tão cruel. Então algo me dizia que eu não devia continuar, e eu parei. Agora sei muito bem o motivo... – disse corando levemente, mas Gerard estava perdido em seus pensamentos.

- Era exatamente assim comigo... – disse após um suspiro.

- Mas bem, e a outra pergunta eu tenho medo da sua reação, mas não me importo... - riu – Então, er... Você... Você é gay? – disse corando fortemente, fazendo Gerard rir e revirar os olhos, mas logo os voltando para os esverdeados.

- Você acha que eu sou maltratado por apenas seu esquisito? – disse sorrindo. Frank arqueou as sobrancelhas e um sorriso povoou seus lábios. – e você, Frankie?

- Faço de suas palavras as minhas. – disse rindo.

- Mais uma semelhança! – Gerard deu mais um gole na Coca-Cola.

- Bem, então o fato de ninguém nunca ter te amado está errado, certo? – disse um pouco confuso enquanto abria uma das barras de chocolate.

- Não, isso fez parte de uma das armações do James, quando eu estava no 4º ano. Ele está totalmente certo sobre ninguém nunca ter me amado ou sobre o fato de que ninguém nunca vai me amar. – disse mordendo o lábio inferior, a voz saindo um pouco baixa e falha.

- Por que tem tanta certeza disso? – disse Frank sério, se aproximando mais de Gerard.

- Por que sim, Frank. Não existem motivos para eu ser amado, eu realmente só estrago a vida das pessoas, só atrapalho... – sua voz foi saindo trêmula. Frank colocou uma das mãos sobre a que Gerard apoiava no chão. – sinceramente, eu nunca fui e nunca serei amado– não agüentou as lágrimas que insistiam em serem liberadas, logo estas manchando o rosto alvo novamente. Frank segurou o queixo do maior fazendo com que o mesmo o olhasse, os verdes marejados se encontrando com os esverdeados.

- Eu conheço alguém que te ama, muito. – disse calmamente, seus rostos a milímetros de distância.

- Quem, Mikey? Isso é amor de irmãos, Frank. – disse o outro fechando os olhos.

- Não, não é o Mikey, Gee. – respirou fundo e encostou sua testa na de Gerard, seus narizes se roçando. – Eu, Gee. E não é como amigo, pode ter certeza que é bem mais forte. Eu te amo, Gee. Desde o primeiro segundo que te vi. – os olhos de Frank brilhavam e Gerard arregalou os seus, o coração batendo fortemente.

- V-você me ama? – disse com a respiração e a voz falha, apertando a mão do maior sobre a sua com mais força.

- Mais que qualquer coisa, Gee,por mais que só nos conhecemos a dois dias. -  fechou os olhos,ainda com um sorriso no rosto. – e se você não gostar de mim, eu não lig–

- E-Eu te amo, Frank! – e antes que Frank pudesse abrir os olhos em surpresa, os lábios finos já estavam pressionados contra o seu, a sensação que tanto queriam sentir finalmente havia chegado. Gerard levou sua mão livre até a cintura de Frank e o mesmo tinha a mão em seu rosto, acariciando o mesmo. Era um beijo calmo, mas a forma como agia nos dois corpos apaixonados daquele quarto era tão intenso que tirava suspiro de ambos. Frank pediu passagem com a língua e Gerard cedeu, logo as duas “dançavam” em um ritmo calmo. Xingaram mentalmente o ar que lhes faltava e se separam,os lábios vermelhos e inchados porém marcados por um beijo inesquecível.Frank aproveitou para se encostar no peito de Gerard e fechou os olhos,sorrindo.Gerard abraçou o menor.

- Eu te amo, muito.

- Eu também te amo muito, Pequeno.

Words get trapped in my mind

As palavras ficam presas na minha mente

Sorry I don't take the time to feel the way I do

Desculpe eu não ter tempo para sentir como eu me sinto

'Cause the first day you came into my life

Porque desde o primeiro dia que você entrou na minha vida

My time ticks around you

Meu tempo gira em torno de você

But then I need your voice

Mas então eu preciso de sua voz

As the key to unlock all the love that's trapped in me

Como a chave para destrancar todo o amor que está preso em mim

So tell me when it's time to say I love you

Então me diga quando é hora de dizer eu te amo