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Ela sorriu. Não foi de um jeito normal, foi um sorriso sincero e perfeito. A partir daquele momento, eu me senti feliz. Estranhamente feliz. Não me critiquei por mais nada, até mesmo porque posso ter cometido um dos meus maiores erros. Só percebi o que eu estava fazendo, quando senti o macio toque dos lábios de Mellody, sobre os meus. Eu havia acabado de beijá-la, na frente de todos! Minutos atrás, eu acharia isso uma verdadeira irresponsabilidade da minha parte, mas no momento, eu estava tão inerte naquele beijo, que meus pensamentos se afastaram para o mais longe possível. Nossos lábios se mexiam com tamanha naturalidade, que pareciam ter sido feitos um para o outro, e nossas línguas, cravavam uma doce e tranquila dança. Apertei-a contra meu corpo. Então, percebi que devíamos parar. Encerrei o beijo depositando alguns selinhos em seus lábios, e continuamos dançando. Não consegui tirar o sorriso bobo do meu rosto, até que um de seus amiguinhos estranhos a convidou para dançar. Enquanto assistia a dança deles, fui pegar uma bebida.

 

— Se divertindo?

 

Ouvi a voz da tal Hermione Granger, a outra amiguinha estranha de Mellody. Ela estava bonita também, mas não chegava aos pés de Mellody.

 

— Ah, acho que sim - Falei num sussurro, deixando meus olhos pousarem sobre o sorriso divertido que Mellody continha em seu rosto, enquanto dançava com Harry Petter.

— Está com ciúmes, Riddle? - Ela perguntou divertida, com um pouco de incredulidade em seu tom de voz

— Eu, com ciúmes? Claro que não, Granger.

 

Ela murmurou alguma coisa, e se afastou. Continuei observando Mellody por vários minutos, até que a vi se aproximando de mim.

 

— E então, Sr. Riddle... O que vamos fazer agora? - Sorriu

— Bom, Srta. Avadak, eu realmente não sei. O que acha de darmos uma volta pelo jardim?

 

Ela assentiu com a cabeça, me acompanhando para fora do Salão. Fomos até o jardim, e a brisa fria arrepiava-a. Sentamos num tronco de árvore, e impulsivamente, a abracei. Seu corpo estava quente, mas mesmo assim ela sentia frio.

 

— Ahn... Por que está fazendo isso? - Perguntou, fazendo uma leve careta

— O quê? Te abraçando? Bom, eu... - Ela me interrompeu

— Não, não isso. Por que está sendo legal comigo? Você nunca foi a melhor pessoa comigo, e agora está aí, me abraçando para tirar o frio, conversando comigo... Eu... Eu realmente não entendo, Tom - Ela suspirou

— Não sei explicar, Mellody. Mas me sinto diferente quando estou com você

 

Ela não disse nada, apenas me beijou rapidamente. Senti suas mãos acariciando meu rosto

 

— Será que, finalmente, Tom Marvolo Riddle estaria apaixonado? - Perguntou, sorrindo

— Não acho possível - Vi seu sorriso desmanchar - Mas talvez você cause mais efeitos em mim, do que eu acharia que poderia causar

— Então como você explica tudo que está acontecendo conosco, Tom? Eu estou apaixonada por você, entenda isso! Não dá para fugir de um sentimento assim. Ou você ama, ou não ama. - Então, sinto-lhe em decepcioná-la, mas eu não nasci para se apaixonar - Falei frio.

 

Me levantei e voltei para meu dormitório, sem falar com ninguém. Eu era um idiota em deixá-la sozinha, naquele frio, mas não pensei nas consequências. Ela provavelmente voltaria para seu quarto logo, depois de me xingar o suficiente para descontar sua raiva. Assim que cheguei no dormitório, me joguei na cama. Nunca havia tido problemas com garotas. Elas sempre eram tão simples comigo, que nunca percebi realmente que são mais complicadas do que parecem. Mas havia uma coisa que não saía da minha cabeça: “ Eu estou apaixonada por você, entenda isso! “. A voz dela ecoava pela minha mente diversas vezes, como se quisesse que eu gravasse aquela frase. Num impulso, levantei da cama e fui para o dormitório feminino. Não tive problemas em entrar, e a vi lá. Num canto do quarto escuro, abraçada em seus joelhos, e derramando várias lágrimas.

 

— Mellody? - A chamei. Ela me olhou rapidamente, e secou as lágrimas

— O que você quer, Riddle? - Perguntou fria, com a voz embargada pelo choro

— Me desculpar. Eu sinto muito por ter dito aqui, e lhe deixado sozinha. Eu não sei direito o que aconteceu comigo mas realmente não nasci para se apaixonar. Minha... Minha mãe - Suspirei - Fez um trouxa se “apaixonar” por ela, através da Poção do Amor. E então, ela me teve. E frutos de uma Amortentia, não possuem a capacidade de amar - Expliquei. Ela me observou em silêncio o tempo inteiro

— Isso é o que dizem, não é Tom? E se você puder se apaixonar? Não tem vontade de sentir o que é o amor? - Se levantou, ficando de frente à mim

 

Respirei fundo, e desviei o olhar.

 

— Na verdade, tenho sim. Sempre tive, mas é como se algo dentro de mim não permitisse. Duvido muito que seja possível, Milady. Mas quem sabe a senhorita não possa me ensinar à amar

 

Falei, sorrindo fraco. Tudo aquilo de amor ainda assusta-me um pouco.

 

— Eu... Eu... Ahn... Desculpe Tom, eu iria adorar lhe ensinar à amar, mas não posso. Não posso dizer o motivo, mas ficarei aqui por pouco tempo. Não quero me apegar a você mais do que já estou apegada - Vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto

— Não podemos, pelo menos, tentar? Acho que você tem o tempo suficiente para aproveitar cada momento, e eu tenho certeza, que irei lhe proporcionar os melhores momentos - Falei

 

Ela me fitou, com seus olhos parecendo cristais pelas lágrimas. Havia um pequeno sorriso em seus lábios, que agora, pareciam mais atraentes que antes. Apenas lhe beijei novamente, sentindo ela corresponder. A deitei na cama, colocando meu corpo sobre o dela. Encerrei o beijo, e acariciei seu rosto. Saí de cima dela, e deitei ao seu lado, sentindo ela depositar sua cabeça levemente em meu peito.

 

— Durma bem, Milady - Sussurrei, beijando o topo de sua cabeça.

 

Em poucos minutos, já pude vê-la respirando calmamente. Havia caído do sono tão rápido... Deixei-me entregar para o sono também, já que ele estava tão presente no momento. Só desejava poder vê-la dormir até acordar. Seria possível eu estar mesmo apaixonado?